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ÁREAS PREFERENCIAIS DE PESCA E DIETA DO ECÓTIPO MARINHO DO BOTO-CINZA (Sotalia fluviatilis ) NA BAÍA DE SEPETIBA, RJ

PREFERENCIAL FISHING AREAS OF Sotalia fluviatilis MARINE FORM IN THE SEPETIBA BAY, RJ (BRAZIL)

RESUMO

Os botos da baía de Sepetiba apresentam preferência por determinadas áreas para a pesca. Estas têm profundidade ≥10 m, sendo que durante o verão e o outono as áreas preferenciais são mais profundas do que durante o inverno e a primavera. Das ocorrências de pesca, 80,8% se deram dentro de uma faixa que se estende por 2,8 km para cada lado do canal dragado pelo Porto de Sepetiba. No inverno, outono e verão a ocorrência fora desta faixa foi baixa, mas durante a primavera esta foi de 73,3%. Tais preferências podem ser explicadas pelo hábito e padrão de distribuição das presas e por fatores climáticos.

Palavras-chaves:
Uso do Habitat; Sotalia fluviatilis; baía de Sepetiba

ABSTRACT

The Sotalia fluviatilis population of Sepetiba Bay prefers some areas to fish. These areas are 10 m deep or more. On summer and fall the areas used are deeper than the ones used on winter and spring. 80.8% of fishing activities occur inside a area 2.8 km wide both sides along the channel dredged by Sepetiba Port. On spring, 73.3% of fishing activities occur outside this area. During the other seasons it happens much less (11.4% - 13.6%). These preferences could be explained by fish distribution patterns and habits, and by climatic factors.

Key words:
Habitat Use; Sotalia fluviatilis; Sepetiba Bay

INTRODUÇÃO

Sotalia fluviatilis é um pequeno membro da família Delphinidae do Atlântico Ocidental com distribuição desde a Nicarágua (Carr & Bonde, 2000CARR, T. & BONDE, R. K. Tucuxi ( Sotalia fluviatilis) occurs in Nicaragua, 800 km north of its previosly known range. Marine Mammal Science. v.16, n.2, p.447-452. 2000.) até Florianópolis (271 35' S; 481 34’W) no Sul do Brasil (Simões-Lopes, 1988SIMÕES-LOPES, P. Ocorrência de uma população de Sotalia fluviatilis Gervais, 1853 (Cetacea, Delphinidae) no limite sul de sua distribuição, Santa Catarina, Brasil. Biotemas. v.1, p.57-62. 1988.). Freqüenta águas costeiras, baías e a embocadura de rios. O ecótipo marinho tem comprimento corpóreo de 1,7 “ 0,2 m (da Silva & Best, 1996da SILVA, V. M. F. & BEST, R. C. Sotalia fluviatilis. Mammalian Species. v. 527, p.1-3. 1996.).

Somente na década de 1990 é que esta espécie se tornou alvo de estudos sistemáticos quanto à ecologia (Santos, 1999SANTOS, M. C. de O. Novas informações sobre cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, com base em estudos sobre encalhes e na aplicação da técnica de foto-identificação individual de Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de São Paulo. 1999.; Pereira, 1999PEREIRA, T. C. C. L. Estudo da dinâmica de uso do habitat da Baía de Sepetiba (RJ) pelo boto-cinza Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1999.; Di Beneditto, 2000DI BENEDITTO, A. P. M. Ecologia alimentar de Pontoporia blainvillei e Sotalia fluviatilis (Cetacea) na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Tomo I. Campos de Goytacazes. Dissertação (Doutorado em Ciências Ambientais). Universidade Estadual do Norte Fluminense. 2000.; Cremer, 2000CREMER, M.J. Ecologia e conservação do golfinho Sotalia fluviatilis guianensis (Cetacea, Delphinidae) na baía da Babitonga. Litoral norte de Santa Catarina. Dissertação ( Mestrado). Universidade Federal de São Carlos. 2000.; Bonin, 2001BONIN, C. Utilização de habitat pelo boto-cinza, Sotalia fluviatilis guianensis (Cetacea, Delphinidae) na porção norte do complexo estuarino da baía de Paranaguá, PR. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná. 2001.), à fidelidade ao habitat (Flores, 1999FLORES, P. A. C. Preliminary results of a photoidentification study of the marine tucuxi, Sotalia fluviatilis, in Southern Brazil. Marine Mammal Science. v.15, n.3, p.840-847. 1999.; Santos, 1999SANTOS, M. C. de O. Novas informações sobre cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, com base em estudos sobre encalhes e na aplicação da técnica de foto-identificação individual de Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de São Paulo. 1999.; Pizzorno, 1999PIZZORNO, J. L. A. Estimativa populacional do botocinza, Sotalia fluviatilis , na Baía de Guanabara, por meio de catálogo de fotoidentificação. Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1999.) e ao comportamento (Rossi-Santos, 1997ROSSI-SANTOS, M. R. Estudo quali-quantitativo do comportamento de alimentação do golfinho ou boto cinza Sotalia fluviatilis Gervais, 1853 (Cetacea, Delphinidae) na Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim e Baía Norte de Santa Catarina. Florianópolis. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Federal de Santa Catarina. 1997.; Pereira, 1999PEREIRA, T. C. C. L. Estudo da dinâmica de uso do habitat da Baía de Sepetiba (RJ) pelo boto-cinza Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1999.; Rautenberg, 1999RAUTENBERG, M. Cuidados parentais de Sotalia fluviatilis guianensis (Cetacea, Delphinidae) na região do complexo estuarino lagunar Cananéia- Paranaguá. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná. 1999.; Azevedo, 2000AZEVEDO, A. de F. Emissões sonoras do boto-cinza (Sotalia fluviatilis Gervais, 1853), na Baía de Guanabara - RJ. Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2000.).

Desde 1993 a população da baía de Sepetiba vem sendo estudada, tendo sido a única espécie de cetáceos a freqüentar estas águas. Pereira (1999)PEREIRA, T. C. C. L. Estudo da dinâmica de uso do habitat da Baía de Sepetiba (RJ) pelo boto-cinza Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1999. observou que os botos-cinzas da baía de Sepetiba gastam 27,6% de seu tempo em atividade de pesca, sendo esta a segunda atividade mais freqüente, perdendo em importância somente para a atividade de deslocamento (31,3% do tempo).

Este estudo estabelece a existência de áreas preferenciais de pesca da população de botoscinzas da baía de Sepetiba, quanto às estações do ano e às cotas de profundidade, e formula hipóteses para explicar tal preferência.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

A baía de Sepetiba (23E 01' S; 43E 54' W) dista cerca de 80 km do centro da cidade do Rio de Janeiro (Figura 1). Esta é uma baía semi-fechada com 519 km2 de área, sendo limitada ao Sul pela restinga da Marambaia e a Norte e Leste pelo continente. Segundo Borges (1990)BORGES, H. V. Dinâmica sedimentar da Restinga da Marambaia e Baía de Sepetiba. Rio de Janeiro. Dissertação ( Mestrado em Geociências). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 1990., possui um formato elipsoidal com 40 km de largura, tendo suas menores profundidades no setor leste e na sua porção central possui uma depressão alongada com profundidades que atingem 8m.

A baía apresenta três canais no setor oeste: o primeiro na entrada da baía ao sul da ilha Guaíba, com máximo de 31m de profundidade; o segundo, entre a ilha de Itacuruçá e a ilha de Jaguanum, utilizado como canal de acesso ao Porto de Sepetiba, com profundidade de 24m; o terceiro, entre a ilha de Itacuruçá e o continente, com 5m de profundidade. Entre as ilhas ocorrem depressões isoladas de até 47m de profundidade. A região entre a ilha Grande e o Morro da Marambaia configura-se como um alto topográfico, formando uma rampa para a entrada de águas oceânicas pelo fundo (SEMA/RJ, 1998SEMA/RJ. Macroplano de gestão e saneamento ambiental da bacia da Baía de Sepetiba. In: Relatório Final / Parte I - Diagnóstico Ambiental. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - Governo do Estado do Rio de Janeiro MNA/PNMA. 1998.).

A circulação de água na baía é controlada pela maré e pelos padrões de corrente superficial que seguem a topografia de fundo, criando uma área preferencial de deposição ao longo da costa norte (Sugio et al., 1979SUGIO, K., VIEIRA, E. M., BARCELOS, J. H. & SILVA, M. S. Interpretação ecológica dos foraminíferos de sedimentos modernos da Baía de Sepetiba e adjacências. Revista Brasileira de Geociências. v. 9, p.233-247, 1979.). Segundo Signori (1980), Azevedo et al. (1995) e Argento & Vieira (1988) (apud. Barcellos 1995BARCELLOS, C. Geodinâmica de cádmio e zinco na Baía de Sepetiba. Niterói. Dissertação (Doutorado em Geodinâmica Ambiental). Universidade Federal Fluminense. 1995.), a baía apresenta como principais características hidrodinâmicas um padrão de circulação horário, influenciado pela maré e entrada de águas fluviais na região central da baía.

A parte central da baía - entre as ilhas de Itacuruçá e Jaguanum - é uma zona de temperaturas mais baixas, devido à penetração de águas oceânicas frias. A área é deformada para o Norte devido à influência do aporte dos rios, que trazem do continente água com temperatura ligeiramente superior. A água superficial, além da influência dos rios, sofre o efeito da insolação, que provoca um aumento da temperatura de aproximadamente 10C em relação à água de fundo (SEMA/RJ, 1998SEMA/RJ. Macroplano de gestão e saneamento ambiental da bacia da Baía de Sepetiba. In: Relatório Final / Parte I - Diagnóstico Ambiental. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - Governo do Estado do Rio de Janeiro MNA/PNMA. 1998.). A temperatura média da água de superfície variou de 21,8 0C em junho de 1993 a 28,0 0C em fevereiro de 1994 (Cruz-Filho, 1995CRUZ-FILHO, A. G. da. Variações espaciais e temporais na comunidade de peixes da Baía de Sepetiba, RJ. Seropédica. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 1995.).

De forma geral, a salinidade está compreendida entre 34 e 20, sendo que a porção leste da baía e as águas costeiras apresentam salinidade inferior a 30. Na parte central e próximo ao cordão rochoso da ilha de Jaguanum a salinidade varia entre 30 a 34 (SEMA/RJ, 1998SEMA/RJ. Macroplano de gestão e saneamento ambiental da bacia da Baía de Sepetiba. In: Relatório Final / Parte I - Diagnóstico Ambiental. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - Governo do Estado do Rio de Janeiro MNA/PNMA. 1998.).

As principais atividades desenvolvidas na baía de Sepetiba são a pesca comercial e o turismo, tendo ainda o Porto da ilha Guaíba e o Porto de Sepetiba.

Metodologia de Campo

Foram realizadas 50 saídas de campo num barco de 8m de comprimento, no período de 10/12/1993 a 20/08/1999, totalizando 278h 54min de esforço de avistagem, onde o tempo total de observação dos botos-cinzas em atividade de pesca foi de 254h 33min.

As saídas partiam sempre de Itacuruçá (22 059' 49"S; 43 0E54' 30"W), em rota aleatória, procurando por grupos de animais.

Figura 1
Baía de Sepetiba, RJ. 1 -7= Estações de coleta de peixes de Araújo, et al. (1998). --- = Canal dragado pelo Porto de Sepetiba.
Figure 1.
Sepetiba bay, 1 - 7= Fishes sample points of Araújo et al. (1998)ARAÚJO, F. G., CRUZ-FILHO, A. G., AZEVEDO, M. C. C. & SANTOS, A. C. A. Estrutura da comunidade de peixes demersais da Baía de Sepetiba, RJ. Revista Brasileira de Biologia. v.58, n.3, p.417-430. 1998. ... = channel dredged by Sepetiba harbour company.

Ao ser avistado um grupo de botos, este passava a ser acompanhado, mantendo-se uma distância mínima de 20m em relação aos animais. Com o auxílio de um aparelho GPS (Magellan 2000), registrava-se o local do evento e o tipo de comportamento específico.

Para o registro das informações foram usados um mini K-7 e uma ficha de campo, onde eram anotadas: data da saída, horário inicial e final de avistagem dos eventos comportamentais, espécie avistada, tamanho do grupo, presença ou não de filhotes, temperatura superficial da água, estado do mar e do vento, dentre outra informações suplementares. Para cada avistagem era usada uma ficha de campo. Cada grupo de animais avistado era acompanhado até sua dispersão, quando então voltava-se a percorrer a baía em rota aleatória até a visualização de um outro grupo. As classes comportamentais aqui empregadas foram as que Shane (1990)SHANE, S. H. Behavior and ecology of the bottlenose dolphin at Sanibel Island, Florida. In: LATHERWOOD, S., REEVES, R. R. The bottlenose dolphin. San Diego; Academic Press. p. 245-266. 1990. definiu.

Os dados de latitude e longitude obtidos por GPS referentes à localização dos grupos em comportamento de pesca foram plotados na Carta Náutica n. 1622 da baía de Sepetiba, para se obter a profundidade dos locais de avistagem.

Foram aplicados testes estatísticos nãoparamétricos, para se verificar a existência de preferência por regiões e profundidades diferentes da baía de Sepetiba de acordo com cada estação do ano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A média de profundidade dos locais em que foi observado o comportamento de pesca foi de 12,8 + 5,7m (n = 141), sendo que a menor profundidade foi igual a 3m e a maior igual a 30m (c.v. = 44,5). Para todas as estações do ano, constatou-se preferência por áreas de maior profundidade. Constatou-se que era significativa a diferença entre a ocorrência de pesca em áreas de profundidade < 10m (n = 46) e ≥ 10m (n = 95) (X5 = 17,03; gl = 1; P = 0,001). Existe uma diferença significativa nas médias de profundidade entre as quatro estações do ano (KW = 16,10; gl = 3; P = 0,01): no verão (13,6 ± 6,1m, cv = 44,8n= 44) e no outono (15,3 ± 5,6 m, cv = 36,8; n = 38) (n = 38) os botos-cinzas pescam em áreas mais profundas do que no inverno (10,9 ± 4,8m; cv = 44,1; n = 44) e na primavera (9,9 ± 42; cv = 42,5; n = 15) , sendo a maior média a do outono (15,3 ± 5,6m; cv = 36,8) e a menor a da primavera (9,9 ± 4,2m; cv = 42,5).

Das ocorrências de pesca, 80,8% se deram dentro de uma faixa que se estende por 2,8 km para cada lado do canal dragado pelo Porto de Sepetiba (Figura 1), entre 430 32'We 440 02' W. Enquanto que no inverno (n = 6), outono (n = 5) e verão (n = 5) a ocorrência de pesca fora desta faixa foi de 11,4% - 13,6%, durante a primavera esta foi de 73,3% (n = 11).

Durante os cinco anos e meio (1993-1999) deste estudo, nunca foram avistados botos-cinzas freqüentando áreas de profundidade inferior a 3m, quaisquer que fossem as atividades que os animais estivessem desenvolvendo. Esse mesmo padrão de preferência dos botos-cinzas por áreas mais profundas foi observado por Geise (1991)GEISE, L. Sotalia guianensis (Cetacea, Delphinidae) population in the Guanabara Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Mammalia. v.55, n.3, p.371-379. 1991. na baía de Guanabara (RJ, Brasil).

A baía de Sepetiba pode ser dividida em duas grande áreas: a zona interna e a externa (Figura 1). Estas duas áreas apresentam características físicas diferentes, devidas à influência exercida pelo aporte de águas fluviais trazidas pelo rio Guandu e pelo canal de São Francisco.

A bacia hidrográfica do rio Guandu (2.700 km2) está localizada entre os paralelos 22027’S e 22055’S e os meridianos 43018’W e 43056’W (MULTI- SERVICE, 1990), abrangendo 13 municípios, trazendo altas taxas de sedimentos (2.400.000 m3/ ano) resultantes de atividades de extração de areia, remoção dos solos das vertentes e desmatamentos (SEMA/RJ, 1998SEMA/RJ. Macroplano de gestão e saneamento ambiental da bacia da Baía de Sepetiba. In: Relatório Final / Parte I - Diagnóstico Ambiental. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - Governo do Estado do Rio de Janeiro MNA/PNMA. 1998.). O canal de São Franciscoeo rio Guandu são responsáveis por 90% da entrada fluvial na baía (MULTISERVICE, 1990MULTISERVICE. Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro: Estudos de Impacto Ambiental, volume II (caracterização do meio físico). PetroRio. Rio de Janeiro. 1990.). Este fluxo de água doce faz com que a zona interna da baía apresente características típicas de áreas estuarinas, enquanto que a zona externa tem maior influência das águas oceânicas, apresentando parâmetros físicos diferentes.

A zona interna apresenta salinidade sempre inferior a 30 (SEMA/RJ, 1998SEMA/RJ. Macroplano de gestão e saneamento ambiental da bacia da Baía de Sepetiba. In: Relatório Final / Parte I - Diagnóstico Ambiental. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - Governo do Estado do Rio de Janeiro MNA/PNMA. 1998.), transparência média da água entre 0,5 - 1 m (prof. Secchi), valores de amônia e nitrato elevados e temperatura média variando de 240Ca 280C (MULTISERVICE, 1990MULTISERVICE. Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro: Estudos de Impacto Ambiental, volume II (caracterização do meio físico). PetroRio. Rio de Janeiro. 1990.). Já a zona externa tem salinidade entre 30 e 34 (SEMA/ RJ, 1998), transparência média da água entre2-3m (prof. Secchi), valores de amônia e nitrato baixos e temperatura média igual ou inferior a 240C (MULTISERVICE, 1990MULTISERVICE. Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro: Estudos de Impacto Ambiental, volume II (caracterização do meio físico). PetroRio. Rio de Janeiro. 1990.).

Araújo et al. (1998)ARAÚJO, F. G., CRUZ-FILHO, A. G., AZEVEDO, M. C. C. & SANTOS, A. C. A. Estrutura da comunidade de peixes demersais da Baía de Sepetiba, RJ. Revista Brasileira de Biologia. v.58, n.3, p.417-430. 1998. acompanharam por um ano (1993-1994) as variações de transparência, temperatura (superficial e de fundo) e salinidade (superficial e de fundo) em sete pontos amostrais da baía (Figura 1), três deles (estações 1, 2 e 3) localizados na zona externa da baía e quatro (estações 4, 5, 6 e 7) na zona interna. Os maiores índices de transparência ocorreram nas estações 1, 2 e 3, enquanto que os menores foram registrados nas outras estações da zona interna da baía. A temperatura de fundo foi sempre menor nas estações da zona externa. Quanto à salinidade, os autores constataram que apenas a salinidade da água de superfície apresentou menores médias na estação 4 (0 = 21,1), em relação às outras estações (0 = 28,3 - 29,9).

Todas as avistagens de botos-cinzas na baía de Sepetiba ocorreram na zona externa, isto é, as áreas freqüentadas apresentam características mais similares às oceânicas, próximas à boca da baía, com alta salinidade e baixas temperaturas e turbidez, quando comparadas às águas das partes mais internas da baía.

A preferência de S. fluviatilis por áreas de pesca com profundidade igual ou superior a 10 m, independentemente da estação do ano, pode dever-se ao tipo de presas consumidas por esta espécie.

Di Beneditto (2000)DI BENEDITTO, A. P. M. Ecologia alimentar de Pontoporia blainvillei e Sotalia fluviatilis (Cetacea) na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Tomo I. Campos de Goytacazes. Dissertação (Doutorado em Ciências Ambientais). Universidade Estadual do Norte Fluminense. 2000. analisou o conteúdo de 63 estômagos de S. fluviatilis capturados acidentalmente em redes de pesca ou encalhados nas praias da costa Norte do Estado do Rio de Janeiro (21035’S - 22025’S), entre julho de 1987 e junho de 1998. A freqüência de ocorrência de grupos de espécies de presas no conteúdo estomacal foi de 92% teleósteos, 63% cefalópodes e menos de 5% crustáceos decápodes. Dentre os teleósteos consumidos por Sotalia, 75% são de hábitos demersais, 22% pelágicos e 3% pelágico-demersais.

Na região compreendida entre o Sul do Estado de São Paulo (24040’S) e o Norte do Estado do Paraná (25030’S), Santos (1999)SANTOS, M. C. de O. Novas informações sobre cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, com base em estudos sobre encalhes e na aplicação da técnica de foto-identificação individual de Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de São Paulo. 1999. analisou o conteúdo estomacal de 9 S. fluviatilis. Apesar de não ter calculado a freqüência de ocorrência de grupos de espécies de presas e nem a porcentagem de teleósteos por hábito, este autor afirma que a grande maioria das presas é constituída por peixes teleósteos de hábito demersal.

Portanto, a preferência por presas com hábitos demersais pode explicar a preferência por áreas profundas pelos botos-cinzas da baía de Sepetiba.

Nos trabalhos desses dois autores há diferenças marcantes quanto à importância relativa das espécies que compõem a dieta de S. fluviatilis. Isto pode decorrer de diferenças nas características das áreas por eles estudadas.

A área estudada por Di Beneditto (2000)DI BENEDITTO, A. P. M. Ecologia alimentar de Pontoporia blainvillei e Sotalia fluviatilis (Cetacea) na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Tomo I. Campos de Goytacazes. Dissertação (Doutorado em Ciências Ambientais). Universidade Estadual do Norte Fluminense. 2000. caracteriza-se por ser de oceano aberto, sendo que o talude situa-se na isóbata de 100 m, entre 40 e 60 milhas náuticas de distância da linha da costa. Neste estudo, cinco espécies de peixes teleósteos contribuíram com 95,9% do Índice de Importância Relativa (IIR) de presas para S. fluviatilis, quais sejam: Trichiurus lepturus (pelágico-demersal), Porichthys porossissimus (demersal), Anchoa filifera (pelágico), Paralonchurus brasilienses (demersal) e Ariosoma opisthophthalma (demersal). A espécie T. lepturus ocupa o 11 lugar na ordenação do IIR e apresenta Freqüência de Ocorrência (FO) igual a 70,0% e Freqüência Numérica (FN) igual a 14,3%. Já a espécie Micropogonias furnieri (demersal) ocupa o 151 lugar na ordenação do IIR, com FO = 7,5% e FN = 0,5%.

Santos (1999)SANTOS, M. C. de O. Novas informações sobre cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, com base em estudos sobre encalhes e na aplicação da técnica de foto-identificação individual de Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de São Paulo. 1999. teve por área de estudo o complexo estuarino-lagunar de Cananéia. Neste habitat, as espécies T. lepturus e P. porossissimus contribuíram com 87,5% do IIR. Entretanto, T. lepturus teve FO = 11,1% e FN = 0,10%, enquanto que M. furnieri teve FO = 44,4% e FN = 11,3%.

A diferença de resultados entre os dois estudos indicam que a espécie M. furnieri parece ter importância relativa maior na dieta de botos-cinzas que habitam áreas de mar mais fechado.

Di Beneditto (2000)DI BENEDITTO, A. P. M. Ecologia alimentar de Pontoporia blainvillei e Sotalia fluviatilis (Cetacea) na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Tomo I. Campos de Goytacazes. Dissertação (Doutorado em Ciências Ambientais). Universidade Estadual do Norte Fluminense. 2000. ressalta que os relatos disponíveis na literatura sobre os hábitos alimentares de S. fluviatilis tratam somente dos aspectos qualitativos da dieta e/ou referem-se a números amostrais reduzidos. Entretanto, a mesma autora destaca que o amplo espectro alimentar de Sotalia indica oportunismo relacionado à alimentação.

Ainda não existem estudos de conteúdo estomacal de indivíduos da população de S. fluviatilis da baía de Sepetiba; entretanto, as características físicas deste corpo d=água mantém mais semelhanças com a área de estudo de Santos (1999)SANTOS, M. C. de O. Novas informações sobre cetáceos no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, com base em estudos sobre encalhes e na aplicação da técnica de foto-identificação individual de Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae). São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de São Paulo. 1999. do que com a de Di Benedito (2000).

Araújo et al. (1998)ARAÚJO, F. G., CRUZ-FILHO, A. G., AZEVEDO, M. C. C. & SANTOS, A. C. A. Estrutura da comunidade de peixes demersais da Baía de Sepetiba, RJ. Revista Brasileira de Biologia. v.58, n.3, p.417-430. 1998. identificaram as espécies T. lepturus, P. porossissimus, P. brasilienses e M. furnieri na ictiofauna da baía de Sepetiba. O Número de Ordem de Abundância e a Freqüência de Ocorrência para estas espécies foram: M. furnieri (41 lugar; FO = 68,0%); T. lepturus (321 lugar; FO = 18,6%); P. brasilienses (341 lugar; FO = 4,0%); e P. porossissimus (531 lugar; FO = 8,0%). Conseqüentemente, M. furnieri, por sua abundância, deve ser um item alimentar bem explorado por S. fluviatilis na baía de Sepetiba. Entretanto, a abundância de T. lepturus deve ser considerada com reservas, visto que os autores só realizaram amostragem com redes de arrasto de fundo e esta espécie tem hábito pelágico-demersal (Menezes & Figueiredo, 1980MENEZES, N. A. & FIGUEIREDO, L. L. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. IV. Teleostei (3). Museu de Zoologia da USP. São Paulo. 1980.).

Araújo et al. (1998)ARAÚJO, F. G., CRUZ-FILHO, A. G., AZEVEDO, M. C. C. & SANTOS, A. C. A. Estrutura da comunidade de peixes demersais da Baía de Sepetiba, RJ. Revista Brasileira de Biologia. v.58, n.3, p.417-430. 1998. constataram que M. furnieri foi a espécie que apresentou a maior porcentagem do total das capturas numéricas da estação 1 (laje das Enxadas - Figura 1), além do que as estações da zona externa (1, 2 e 3) não apresentaram sazonalidade na abundância da comunidade de peixes. Provavelmente estes sejam fatorores adicionais que levam os botos-cinzas a permanecer na zona externa da baíaea se manterem em áreas mais profundas, já que M. firnieri tem hábito demersal (Menezes & Figueiredo, 1985MENEZES, N. A. & FIGUEIREDO, L. L. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. V. Teleostei (4). Museu de Zoologia da USP. São Paulo. 1985.).

A constatação de que existe preferência por áreas mais profundas durante os meses de verão-outono, quando comparados com os meses de inverno-primavera, pode ser explicada pela precipitação pluviométrica desigual ao longo do ano na baía e na sua bacia hidrográfica. A época de maior precipitação compreende os meses de novembro a maioea de menor precipitação ocorre entre junho e outubro, sendo o mês mais chuvoso o de janeiro (média de 300 mm) e o mais seco o de julho (média de 50 mm) (MULTISERVICE, 1990MULTISERVICE. Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro: Estudos de Impacto Ambiental, volume II (caracterização do meio físico). PetroRio. Rio de Janeiro. 1990.). A diminuição substancial das chuvas durante o período inverno-primavera reduz a descarga de sedimentos e de água doce dos rios sobre a baía, fazendo com que áreas mais rasas passem a apresentar características físicas mais semelhantes às daquelas da zona externa da baía, ampliando a distribuição dos botos-cinzas nesse período do ano.

A existência de diferença entre as ocorrências de atividade de pesca entre as áreas dentro e fora da faixa do canal dragado e as estações do ano pode dever-se à ocorrência durante a primavera de fortes ventos SW, o que levaria os botos a buscar as áreas menos profundas próximas às ilhas, onde a dinâmica das ondas é bem menor. Analisando-se as séries temporais de direção e velocidade dos ventos na baía de Sepetiba da Estação Meteorológica de Superfície da Base Aérea de Santa Cruz (Força Aérea Brasileira), nos períodos de 1951-60, 1971-80 e 1981-89, verifica-se que o período fevereiro-maio (fim de verão e parte do outono) registra as maiores ocorrências de calmas (21,7% a 41,4%), atingindo o valor máximo de 53,3% em abril (1974). O período setembro-dezembro (fim do inverno e durante a primavera) registra as menores ocorrências (16,0% a 30,9%), atingindo o valor mínimo de 9,3% em agosto (1983) e novembro (1986) (MULTISERVICE, 1990MULTISERVICE. Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro: Estudos de Impacto Ambiental, volume II (caracterização do meio físico). PetroRio. Rio de Janeiro. 1990.). Estes dados corroboram a hipótese de que o deslocamento dos botos para áreas vizinhas às ilhas se deva à busca por regiões mais abrigadas do vento, pois das quatro avistagens observadas dentro da faixa do canal durante a primavera somente uma ocorreu em área aberta, sendo as outras em áreas abrigadas (SW da ilha Vigia PequenaeS da ilha Furtada).

Não se pode descartar ainda outra hipótese, a de que esta mudança no padrão de distribuição dos botos durante a primavera seja devida à distribuição sazonal de presas. Entretanto, não foi possível encontrar na literatura dados que corroborassem ou descartassem tal hipótese.

CONCLUSÕES

A preferência por áreas mais profundas ao longo de todo o ano deve-se à preferência dos botos-cinzas por presas demersais.

O uso de áreas menos profundas durante o inverno e a primavera deve-se à menor ocorrência de chuvas nestes períodos.

Durante a primavera, os botos-cinzas preferem pescar em áreas próximas às ilhas para se abrigarem da dinâmica das ondas, mas não se pode descartar a hipótese de que isto se deva a um possível deslocamento das presas preferenciais.

AGRADECIMENTOS

À Fundação O Boticário de Proteção à Natureza (projeto 0310972), pelo patrocínio, ao Prof. Francisco Gérson Araujo, pela produtiva discussão, e ao Sr. Romildo Ciniro da Silva, pelo apoio nos trabalhos de campo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Out 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2002
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