Resumo
Objetivo
Analisar a tendência temporal da cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) e do estado nutricional, entre adultos acompanhados na Atenção Primária à Saúde do Brasil, 2008-2019.
Métodos
Estudo ecológico de séries temporais, sobre dados das macrorregiões brasileiras. A variação percentual anual da classificação do estado nutricional e da cobertura total foi estimada pela regressão de Prais-Winsten.
Resultados
Foram identificados 115.034.534 registros no período. A cobertura passou de 5,0% em 2008 para 10,6% em 2019, com variação anual de 8,4%, intervalo de confiança de 95% (IC95% 6,7;10,0) A obesidade apresentou tendência crescente entre 2008 e 2019, com variação anual de 6,4% (IC95% 5,3;7,3), assim como o sobrepeso (1,8%; IC95% 1,2;2,5). Já o baixo peso (-7,0%; IC95% -8,0;-6,1) e a eutrofia (-3,8%; IC95% -4,1;-3,4) decresceram no período.
Conclusão
Identificou-se melhora na cobertura do Sisvan, tendo-se observado aumento de excesso de peso e obesidade na população estudada.
Palavras-chave:
Sistemas de Informação; Vigilância Nutricional; Estado Nutricional; Estudos de Séries Temporais; Obesidade
Resumen
Objetivo
Analizar la tendencia temporal de la cobertura del Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional (Sisvan) y del estado nutricional de los adultos acompañados en la Atención Primaria de Brasil, 2008-2019.
Métodos
Estudio ecológico de series emporales con datos de las macrorregiones brasileñas. La variación porcentual anual del estado nutricional y la cobertura total se estimaron mediante regresión de Prais-Winsten.
Resultados
Fueran 115.034.534 registros en el periodo. La cobertura pasó del 5,0% en 2008 al 10,6% en 2019, con una variación anual del 8,4%, intervalo de confianza del 95% (IC95% 6,7;10,0). La obesidad mostró tendencia creciente entre 2008 y 2019, con variación anual del 6,4% (IC95% 5,3;7,3), al igual que el sobrepeso (1,8%; IC95% 1,2;2,5). El bajo peso (-7,0%; IC95% -8,0; -6,1) y la eutrofia (-3,8%; IC95% -4,1; -3,4) disminuyeron en el periodo.
Conclusión
Se identificó mejora en la cobertura del Sisvan, pero acompañada de un aumento del sobrepeso y de obesidad.
Palabras clave:
Sistemas de Información; Vigilancia Nutricional; Estado Nutricional; Estudios de Series Temporales; Obesidad
Abstract
Objective
To analyze the temporal trend of Food and Nutrition Surveillance System (SISVAN) coverage and nutritional status of adults undergoing follow-up in the Brazilian Primary Health Care, 2008-2019.
Methods
This was an ecological time series study using data on Brazilian macro-regions. The annual percent change in the classification of nutritional status and total coverage was estimated using the Prais-Winsten regression model.
Results
A total of 115,034,534 records were identified in the period. Coverage increased from 5.0% in 2008 to 10.6% in 2019, with an annual change of 8.4%, 95% confidence interval (95%CI 6.7;10.0). Obesity and overweight showed a rising trend between 2008 and 2019, with an annual change of 6.4% (95%CI 5.3;7.3) and (1.8%; 95%CI 1.2;2.5) respectively, while underweight (-7.0%; 95%CI -8.0;-6.1) and eutrophy (-3.8%; 95%CI -4.1;-3.4) decreased in the period.
Conclusion
There was an improvement in SISVAN coverage, with an increase in overweight and obesity among the population studied.
Keywords:
Feeding Behavior; Adolescent; Students; Cross-Sectional Studies
Principais resultados
O Brasil e todas suas macrorregiões apresentaram tendência crescente de cobertura do Sisvan no período de 2008 a 2019. Observou-se tendência crescente de sobrepeso e obesidade, e de decréscimo de baixo peso e eutrofia, entre os adultos brasileiros.
Implicações para os serviços
Fazem-se necessários mais esforços para a inserção dos dados no sistema, ampliando-se sua cobertura total. Esta maior cobertura pode contribuir para decisões mais assertivas e eficientes dos gestores, para os investimentos em saúde e nutrição.
Perspectivas
Sugerem-se estudos de abordagem mista, avaliando componentes quali-quantitativos dos dados inseridos. Além disso, estudos que avaliam a usabilidade do Sisvan e estudos de intervenção com foco no aumento da cobertura podem ser realizados.
Introdução
A vigilância alimentar e nutricional destaca-se como a terceira diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)11. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 710, de 10 de junho de 1999. Aprova a Política Nacional de Alimentação e Nutrição-PNAN e dá outras providências. Diário Oficial da União 1999; 11 jun. e constitui estratégia fundamental para o monitoramento das condições nutricionais e alimentares da população brasileira pelo Sistema Único de Saúde (SUS).22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.,33. Brasil M da S. Manual operacional para uso do sistema de vigilância alimentar e nutricional. 2017;39.
Nos serviços de saúde, a vigilância alimentar e nutricional inclui a avaliação antropométrica e o consumo alimentar dos indivíduos acompanhados na Atenção Primária à Saúde prestada pelo SUS, com destaque para os beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), que representam a maior parte da população monitorada.44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14.,55. Bortolini GA, de Oliveira TFV, da Silva SA, Santin R da C, de Medeiros OL, Spaniol AM, et al. Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde no Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2020;44:1. Esses dados são consolidados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), por meio de uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde, o Sisvan Web, cujas informações permitem a análise e melhor compreensão dos problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões e a definição de prioridades.66. Cardoso MA, Augusto RA, Bortolini GA, Oliveira CSM, Tietzman DC, Sequeira LAS, et al. Effect of providing multiple micronutrients in powder through primary healthcare on anemia in young brazilian children: A multicentre pragmatic controlled trial. PLoS One. 2016; 11(3):1-13.,77. Rolim MD, Lima SML, De Barros DC, De Andrade CLT. Avaliação do sisvan na gestão de ações de alimentação e nutrição em minas gerais, Brasil. Cienc e Saude Coletiva. 2015;20(8):2359-69.
O estado nutricional da população é um importante indicador de saúde, sendo imprescindível a adequada inserção dos dados no sistema como base para medidas de prevenção de agravos e doenças, e promoção da saúde, além de estabelecer indicadores de saúde em nível nacional, como ‘prevalência de déficit’ ou ‘excesso de peso’.88. Pinto LF, De Freitas MPS, De Figueiredo AWS. National information and population survey systems: Selected contributions from the ministry of health and the IBGE for analysis of brazilian state capitals over the past 30 years. Cienc e Saude Coletiva. 2018;23(6):1859-70.,99. Loureiro NS de L, Amaral TLM, Amaral C de A, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Bortolini MJS. Relação de indicadores antropométricos com fatores de risco para doença cardiovascular em adultos e idosos de Rio Branco, Acre. Rev Saude Publica [Internet]. 2020;54(24):1-13. doi: 10.11606/s1518-8787.2020054001088
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020...
A cobertura do Sisvan e a subutilização das informações pelos gestores em saúde foram objeto de estudos que identificaram cobertura ainda baixa, para um sistema de vigilância alimentar e nutricional que se pretende universal;44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14. informações geradas pelo Sisvan não têm sido utilizadas, com todo o seu potencial, no planejamento, gestão e avaliação de ações de alimentação e nutrição no âmbito da Atenção Básica do SUS;77. Rolim MD, Lima SML, De Barros DC, De Andrade CLT. Avaliação do sisvan na gestão de ações de alimentação e nutrição em minas gerais, Brasil. Cienc e Saude Coletiva. 2015;20(8):2359-69.,1010. Dias PC, Henriques P, Dos Anjos LA, Burlandy L. Obesity and public policies: The Brazilian government's definitions and strategies. Cad Saude Publica. 2017;33(7):1-12. ademais, existem questionamentos sobre os percentuais de utilização e cobertura do Sisvan Web enquanto sistema de vigilância.1111. Jung NM, Bairros FS, Neutzling MB. Utilização e cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2014; 19:1379-88.
O conhecimento da distribuição do índice de massa corporal (IMC) de adultos, indicador do estado nutricional, e a cobertura do Sisvan são de fundamental importância para a implementação da PNAN e otimização do monitoramento dos indicadores de alimentação e nutrição produzidos pelo sistema.
Este estudo teve por objetivo analisar a tendência temporal da cobertura do Sisvan e do estado nutricional de adultos acompanhados na Atenção Primária à Saúde do Brasil, no período de 2008 a 2019.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais, que utilizou dados do Sisvan coletados entre 2008 e 2019, em todo o território brasileiro. As unidades de análise corresponderam ao Brasil e suas cinco macrorregiões: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Foram utilizados dados do estado nutricional e da cobertura total dos adultos pelo Sisvan nas cinco macrorregiões brasileiras, em relação à população total do país. Os dados inseridos no Sisvan são oriundos das ações de vigilância alimentar e nutricional, que, por sua vez, são inseridos no e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB). O e-SUS AB migra os dados para o Sisvan Web. Além dos dados digitados no e-SUS AB, a base de dados do Sisvan conta também com os registros de acompanhamento provenientes do Sisvan Web e do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde. A vigilância alimentar e nutricional preconiza a avaliação dos indicadores do estado nutricional, obtidos a partir de índices antropométricos e marcadores do consumo alimentar, sendo os profissionais, como nutricionistas, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, os responsáveis por coletar e digitar essas informações.22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.,33. Brasil M da S. Manual operacional para uso do sistema de vigilância alimentar e nutricional. 2017;39. Os relatórios consolidados são de acesso público, e podem ser consultados na plataforma do Sisvan Web (https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index), onde estão disponibilizados relatórios públicos anuais, com os resultados da última avaliação realizada no ano, considerando-se todos os tipos de acompanhamento registrados. A plataforma permite a obtenção dos relatórios mediante filtros, como ano, mês de referência, regiões de cobertura, fases da vida etc. Os dados foram coletados no referido sítio eletrônico e extraídos no formato de planilha eletrônica, em 23 de dezembro de 2020.
Neste estudo, foram investigados indivíduos adultos, de 20 a 59 anos, com registros relativos ao período.
A classificação de estado nutricional utilizada pelo Sisvan é realizada conforme o IMC (kg/m2), recomendado pela Organização Mundial da Saúde.1212. World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995. Para fins de análise de tendência temporal do estado nutricional, classificaram-se os indicadores utilizados da seguinte forma: baixo peso (IMC <18,5 kg/m2); eutrofia (IMC ≥18,5 a <25 kg/m2); sobrepeso (IMC ≥25 a <30 kg/m2); e obesidade (IMC ≥30 kg/m2).
Para analisar os dados de acompanhamento do estado nutricional, foram empregados os cálculos da cobertura total e do percentual de utilização dos municípios.44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14.,1111. Jung NM, Bairros FS, Neutzling MB. Utilização e cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2014; 19:1379-88. A cobertura do sistema foi obtida pelo número de registros de estado nutricional no Sisvan Web (numerador), dividido pela população total da região (denominador), multiplicada por 100. A população residente estimada em anos não censitários, correspondente à faixa etária de 20 a 59 anos, foi extraída do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.1313. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatisticas [Internet]. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidadeestado-estatisticas.html. Acesso em: 30 jan. 2021.
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-nov...
O percentual de utilização do Sisvan pelos municípios refere-se à porcentagem de municípios que incluíram, no mínimo, um registro de acompanhamento do estado nutricional no sistema, e foi avaliado como o resultado da razão entre os municípios com pelo menos um registro de estado nutricional na faixa etária adulta no sistema (numerador) e o número total de municípios (denominador), multiplicado por 100.
Os dados extraídos do Sisvan Web e da população da faixa etária de 20 a 59 anos, para cada ano de referência e macrorregião, foram expressos em valores absolutos (n) e relativos (%). Para realizar aproximação da população-alvo potencialmente coberta pelo sistema,1414. Gonçalves VSS, Silva SA, Andrade RCSD, Spaniol AM, Nilson EAF, Moura IFD. Marcadores de consumo alimentar e baixo peso em crianças menores de 6 meses acompanhadas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Brasil, 2015. Epidemiol. Serv. Saúde 2019: 28(2):e2018358. foram apresentados valores relativos, considerando-se os dados inseridos de cada região (numerador) relativamente aos registros totais inseridos no Sisvan (denominador), e a população de cada região (numerador) em relação à população adulta brasileira total (denominador).
Para avaliar a variação temporal da cobertura e da distribuição das categorias do estado nutricional (variável dependente) e intervalo de confiança de 95% (IC95%), inicialmente, a cobertura e as prevalências do estado nutricional - baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade - foram calculadas de acordo com a região e o ano de referência (variável independente). Utilizaram-se modelos de regressão de Prais-Winsten, abordagem recomendada em se tratando de estudos ecológicos, para controlar a autocorreção dos resíduos da regressão entre os anos analisados.1515. Antunes JLF, Cardoso MRA. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 24(3):565-576, jul-set 2015. A variação média anual da cobertura e de cada categoria do estado nutricional foi calculada a partir da seguinte fórmula:
Na fórmula, β é logaritmo de base 10, resultante da regressão de Prais-Winsten: p-valores não significativos (p≥0,05) indicaram tendência de estabilidade; e p-valores significativos (p<0,05), tendência crescente ou decrescente, conforme a variação anual positiva ou negativa respectivamente.
Os procedimentos de obtenção dos dados, análise e divulgação dos resultados atenderam às normas do Conselho Nacional de Saúde. O projeto do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade de Fortaleza (Coética/Unifor): Parecer nº 4.348.452, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 31540320.9.1001.5052.
Resultados
Um total de 115.034.534 registros foram realizados no Sisvan no período de 2008 a 2019. Desses registros, 12,8% eram da região Norte, 46,4% da região Nordeste, 9,9% do Sul, 5,6% do Centro-Oeste e 25,3% da região Sudeste. Observou-se, com base nos dados de percentual de utilização, que, entre os municípios brasileiros, 96% possuíam ao menos um registro cadastrado em 2008, evoluindo para 100% dos municípios a partir de 2015. A Tabela 1 apresenta o quantitativo de registros de adultos no Sisvan, para o país e por macrorregiões, e as comparações com as estimativas populacionais para cada ano. Observa-se que, em todos os anos analisados, a maior parte dos registros foi realizada na região Nordeste.
Entre os anos de 2008 e 2019, o percentual de cobertura total nacional e por macrorregiões do Sisvan apresentou tendência crescente (Figura 1), tendo-se revelado tendência de aumento da cobertura para todos os estratos analisados. A cobertura do Brasil passou de 5,0% em 2008 para 10,6% em 2019, com variação anual de 8,4% (IC95% 6,7;10,0). As regiões Norte e Nordeste apresentaram menor variação anual de cobertura, 8,5% (IC95% 5,5;11,5) e 5,5% (IC95% 2,0;9,1) respectivamente. As variações anuais de cobertura para as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste foram de 12,6% (IC95% 9,0;16,3), 9,0% (IC95% 8,0;10,1) e 9,6% (IC95% 8,9;10,3) respectivamente. A maior cobertura nacional, e para todas as macrorregiões, aconteceu no ano de 2018.
Percentuais de cobertura nacional do estado nutricional entre adultos, com informações disponíveis no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) referentes à população adulta do país e por macrorregião, Brasil, 2008-2019
As Tabelas 2 e 3 apresentam a tendência temporal da prevalência de baixo peso, eutrofia e sobrepeso. Baixo peso (-7,0%; IC95% -8,0;-6,1) e eutrofia (-3,8%; IC95% -4,1;-3,4) apresentaram tendência decrescente em todas as macrorregiões brasileiras. A prevalência de sobrepeso mostrou tendência crescente. Ocorreu tendência crescente da prevalência da obesidade entre os adultos, em nível nacional e em todas as macrorregiões. Em todo o país, o percentual de obesidade passou de 14,5% em 2008 para 28,5% em 2019, com uma variação anual de 6,4% (IC95% 5,3;7,5). No mesmo período, as macrorregiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram maiores prevalências de obesidade, com variação anual de 4,7%, 6,1% e 4,9% respectivamente. A região Nordeste registrou maior variação anual: 7,3% (IC95% 5,8;8,9) (Tabela 4).
DISCUSSÃO
O estudo apresentou dados da tendência temporal da cobertura e do estado nutricional de adultos brasileiros acompanhados pelo Sisvan ao longo de 12 anos, de 2008 a 2019. O Brasil e todas as suas macrorregiões apresentaram tendência crescente da cobertura do Sisvan naquele período. Observou-se uma tendência temporal crescente do aumento de sobrepeso e obesidade, e de decréscimo do baixo peso e da eutrofia, entre os adultos brasileiros.
A baixa cobertura do Sisvan e a ausência de informações de base populacional têm sido apontadas como fatores limitantes para a tomada de decisão das políticas públicas nos níveis estadual e municipal;1616. De Andrade FR, Narvai PC. Population surveys as management tools and health care models. Rev Saude Publica. 2014;47(SUPPL.3):154-60.,1717. Sperandio N, Priore SE. Inquéritos antropométricos e alimentares na população Brasileira: Importante fonte de dados para o desenvolvimento de pesquisas. Cienc e Saude Coletiva. 2017;22(2):499-508. todavia, a inserção de dados de todos os municípios brasileiros, a partir de 2015, pode proporcionar bons indicadores para os gestores, principalmente nos níveis regional e nacional, caso da presente análise.
Alguns estudos apontam justificativas para a baixa cobertura do Sisvan, como a complexidade do sistema e dificuldades dos profissionais em sua operacionalização. A baixa cobertura do Sisvan tem sido apontada em função de problemas com os equipamentos das unidades de saúde, baixa frequência de capacitação da equipe, desconhecimento do uso desses dados, dificuldades na comunicação e colaboração entre as esferas de governo, e pouca interatividade e inteligência do sistema.1818. Camilo AMB, Camilo GB, Toledo GC, Camilo Júnior RD, Toledo CT. Vigilância nutricional no Brasil: criação e implementação do Sisvan. Rev APS 2011; 14(2): 224-8
19. Enes CC, Loiola H, de Oliveira MRM. Cobertura populacional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado de São Paulo, Brasil. Cienc e Saude Coletiva. 2014;19(5):1543-51.
20. Mourão E, Gallo C de O, Nascimento FA do, Jaime PC. Tendência temporal da cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional entre crianças menores de 5 anos da região Norte do Brasil, 2008-2017. Epidemiol e Serv saude Rev do Sist Unico Saude do Bras. 2020;29(2):e2019377.-2121. Douglas J, Orellana Y, Basta PC. Cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (Sisvan-I) e prevalência de desvios nutricionais em crianças Yanomami menores de 60 meses, Amazônia, Brasil. The coverage of the System for Nutrition Surveillance of Indigenous Peoples. 2014;14(1):53-63.
As regiões Norte e Nordeste apresentam coberturas do sistema maiores, comparadas às das demais regiões, apesar das variações anuais semelhantes. Esse fato pode guardar associação com a prioridade das ações dirigidas às duas macrorregiões mais setentrionais do país, tendo em vista suas particularidades, a exemplo dos maiores índices de pobreza e, por conseguinte, maior abrangência do Programa Bolsa Família, ressaltando-se que o Sisvan faz parte das condicionalidades do programa. Ou seja, o sistema é um instrumento importante para o acompanhamento dos membros das famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família.2222. Nascimento FA do, Silva SA da, Jaime PC. Cobertura da avaliação do consumo alimentar no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Brasileiro: 2008 a 2013. Rev Bras Epidemiol. 2019;22:e190028.
O aumento da cobertura do Sisvan no decorrer de 12 anos (2008-2019) sugeriu melhor monitoramento do estado nutricional de adultos. Contudo, apesar da tendência crescente de cobertura verificada, seus percentuais estão muito aquém do ideal para a produção de indicadores de saúde de qualidade. Resultados obtidos com dados do Sisvan, colhidos entre 2008 e 2013,44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14. revelaram uma cobertura ainda baixa para um sistema que se pretende universal. Entretanto, verifica-se correlação positiva da cobertura do Sisvan no período com a cobertura de agentes comunitários de saúde e das equipes da Estratégia Saúde da Família.44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14.
Ainda sobre a cobertura dos dados, desde outubro de 2016, os dados do e-SUS AB estão disponíveis no Sisvan Web. Essa migração de dados pode ter contribuído para o aumento de sua cobertura. Sugerem-se análises mais aprofundadas sobre o impacto dessa migração dos dados, haja vista as análises realizadas não permitirem tal verificação, possivelmente pelo fato de esse impacto ter ocorrido, em sua plenitude, apenas no ano de 2017. Nenhum estudo, até o momento desta publicação, testou o impacto dessa migração nos dados de cobertura.
O aumento dos indicadores de excesso de peso da população, acompanhado pelo Sisvan, corrobora achados de estudos de abrangência nacional, sugerindo que, apesar da baixa cobertura, está a se alcançar maior detecção de situações de risco nutricional entre a população estudada. Portanto, a vigilância deve ser incorporada às rotinas de atendimento, no monitoramento do estado nutricional de cada usuário, visando detectar situações de risco e prescrever ações que possibilitem a prevenção.
Os resultados deste estudo reforçam os de outros realizados no âmbito nacional, como o estudo de série temporal com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),2323. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. - Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 137 p. [acessado 2021 abr 22]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_vigilancia_fatores_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
segundo o qual houve incremento de 3,8% ao ano de indivíduos com obesidade no Brasil, passando de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.2424. Silva LESD, Oliveira MMD, Stopa SR, Gouvea EDCDP, Ferreira KRD, Santos RDO, et al. Tendência temporal da prevalência do excesso de peso e obesidade na população adulta brasileira, segundo características sociodemográfica, 2006-2019. Epidemiol. Serv. Saúde 2020: 30(1):e2020294. Entre 2003 e 2019, dados da Pesquisa Nacional de Saúde indicaram que a proporção de brasileiros na idade de 20 anos ou mais, com diagnóstico de obesidade, passou de 12,2% para 26,8%.2525. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde: 2019. Atenção primária à saúde e informações antropométricas. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. 66p. [acessado 2021 abr 22]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza...
O aumento das prevalências de excesso de peso na população brasileira, que caracteriza a transição nutricional, fortalece a importância da qualidade das informações inseridas nas bases de dados utilizadas, seja para a ampliação das ações de prevenção e controle da obesidade na Atenção Primária à Saúde, seja para a otimização dos recursos do SUS.2626. Malta DC, Santos MAS, Andrade SSC de A, Oliveira TP, Stopa SR, Oliveira MM, et al. Tendência temporal dos indicadores de excesso de peso em adultos nas capitais Brasileiras, 2006-2013. Cienc e Saude Coletiva. 2016;21(4):1061-9.
Uma limitação deste estudo reside no fato de os dados do Sisvan não serem característicos da população brasileira em sua totalidade. Já é corrente na literatura a maior representação de pessoas pertencentes a níveis socioeconômicos inferiores, atendidas por programas sociais como o Programa Bolsa Família,44. Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14. que têm essas ações de vigilância alimentar e nutricional incluídas entre as condicionalidades de saúde para receberem os benefícios do programa. Os dados do Sisvan correspondem a pessoas que, possivelmente, procuram mais o serviço de saúde e, na medida em que podem apresentar distúrbios e carências nutricionais, seriam avaliadas com mais frequência, impactando as estimativas de prevalência apresentadas. Também cabe destacar que, provavelmente, o aumento da obesidade encontrado ocorre entre as pessoas mais pobres, mais vulneráveis às complicações de saúde advindas dessa condição.
O Sisvan, apesar dos desafios apresentados, não só constitui uma boa fonte de dados para a vigilância alimentar e nutricional. O sistema tem avançado, ao longo do tempo, tanto na cobertura quanto na qualidade dos dados, sendo uma importante ferramenta para a gestão de políticas públicas e constatação do rol de evidências sobre o tema.
Conclui-se que foi crescente a tendência temporal da cobertura, do sobrepeso e da obesidade entre adultos, registradas no Sisvan ao longo dos anos acompanhados. Porém, futuros estudos e intervenções são necessários para sensibilizar o serviço, no que concerne à coleta e utilização efetiva dos dados, de forma a fundamentar políticas públicas e planejamento de ações de promoção da saúde na atenção primária. Apesar da tendência crescente, ainda é notada uma baixa cobertura do sistema, gerando subnotificação e comprometimento da qualidade dos resultados. Estes sugerem que se tomem medidas em prol da obtenção de registros mais precisos e robustos, no sentido de fundamentar melhores decisões em prol da saúde e nutrição do público estudado.
Por fim, sendo o Sisvan uma ferramenta norteadora das tomadas de decisão na formulação de políticas públicas, são necessários mais esforços para a inserção dos dados no sistema, ampliando-se sua cobertura total. Uma cobertura maior do estado nutricional de adultos poderia gerar decisões mais assertivas e eficientes dos gestores, no direcionamento dos investimentos em saúde e nutrição, em equipamentos e materiais, e nas capacitações em saúde. O presente estudo poderá subsidiar a realização de estudos similares, contribuindo para o aprimoramento do Sisvan.
Referências
-
1Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 710, de 10 de junho de 1999. Aprova a Política Nacional de Alimentação e Nutrição-PNAN e dá outras providências. Diário Oficial da União 1999; 11 jun.
-
2Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
-
3Brasil M da S. Manual operacional para uso do sistema de vigilância alimentar e nutricional. 2017;39.
-
4Nascimento FA Do, Silva SA Da, Jaime PC. Cobertura de la evaluación del estado nutricional en el Sistema de Vigilancia Alimentaria y Nutricional brasileño, de 2008 a 2013. Cad Saúde Pública 2017;33(12):1-14.
-
5Bortolini GA, de Oliveira TFV, da Silva SA, Santin R da C, de Medeiros OL, Spaniol AM, et al. Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde no Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2020;44:1.
-
6Cardoso MA, Augusto RA, Bortolini GA, Oliveira CSM, Tietzman DC, Sequeira LAS, et al. Effect of providing multiple micronutrients in powder through primary healthcare on anemia in young brazilian children: A multicentre pragmatic controlled trial. PLoS One. 2016; 11(3):1-13.
-
7Rolim MD, Lima SML, De Barros DC, De Andrade CLT. Avaliação do sisvan na gestão de ações de alimentação e nutrição em minas gerais, Brasil. Cienc e Saude Coletiva. 2015;20(8):2359-69.
-
8Pinto LF, De Freitas MPS, De Figueiredo AWS. National information and population survey systems: Selected contributions from the ministry of health and the IBGE for analysis of brazilian state capitals over the past 30 years. Cienc e Saude Coletiva. 2018;23(6):1859-70.
-
9Loureiro NS de L, Amaral TLM, Amaral C de A, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Bortolini MJS. Relação de indicadores antropométricos com fatores de risco para doença cardiovascular em adultos e idosos de Rio Branco, Acre. Rev Saude Publica [Internet]. 2020;54(24):1-13. doi: 10.11606/s1518-8787.2020054001088
» https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001088 -
10Dias PC, Henriques P, Dos Anjos LA, Burlandy L. Obesity and public policies: The Brazilian government's definitions and strategies. Cad Saude Publica. 2017;33(7):1-12.
-
11Jung NM, Bairros FS, Neutzling MB. Utilização e cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2014; 19:1379-88.
-
12World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.
-
13Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatisticas [Internet]. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidadeestado-estatisticas.html Acesso em: 30 jan. 2021.
» https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidadeestado-estatisticas.html -
14Gonçalves VSS, Silva SA, Andrade RCSD, Spaniol AM, Nilson EAF, Moura IFD. Marcadores de consumo alimentar e baixo peso em crianças menores de 6 meses acompanhadas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Brasil, 2015. Epidemiol. Serv. Saúde 2019: 28(2):e2018358.
-
15Antunes JLF, Cardoso MRA. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 24(3):565-576, jul-set 2015.
-
16De Andrade FR, Narvai PC. Population surveys as management tools and health care models. Rev Saude Publica. 2014;47(SUPPL.3):154-60.
-
17Sperandio N, Priore SE. Inquéritos antropométricos e alimentares na população Brasileira: Importante fonte de dados para o desenvolvimento de pesquisas. Cienc e Saude Coletiva. 2017;22(2):499-508.
-
18Camilo AMB, Camilo GB, Toledo GC, Camilo Júnior RD, Toledo CT. Vigilância nutricional no Brasil: criação e implementação do Sisvan. Rev APS 2011; 14(2): 224-8
-
19Enes CC, Loiola H, de Oliveira MRM. Cobertura populacional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado de São Paulo, Brasil. Cienc e Saude Coletiva. 2014;19(5):1543-51.
-
20Mourão E, Gallo C de O, Nascimento FA do, Jaime PC. Tendência temporal da cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional entre crianças menores de 5 anos da região Norte do Brasil, 2008-2017. Epidemiol e Serv saude Rev do Sist Unico Saude do Bras. 2020;29(2):e2019377.
-
21Douglas J, Orellana Y, Basta PC. Cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (Sisvan-I) e prevalência de desvios nutricionais em crianças Yanomami menores de 60 meses, Amazônia, Brasil. The coverage of the System for Nutrition Surveillance of Indigenous Peoples. 2014;14(1):53-63.
-
22Nascimento FA do, Silva SA da, Jaime PC. Cobertura da avaliação do consumo alimentar no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Brasileiro: 2008 a 2013. Rev Bras Epidemiol. 2019;22:e190028.
-
23Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. - Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 137 p. [acessado 2021 abr 22]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_vigilancia_fatores_risco.pdf
» https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_vigilancia_fatores_risco.pdf -
24Silva LESD, Oliveira MMD, Stopa SR, Gouvea EDCDP, Ferreira KRD, Santos RDO, et al. Tendência temporal da prevalência do excesso de peso e obesidade na população adulta brasileira, segundo características sociodemográfica, 2006-2019. Epidemiol. Serv. Saúde 2020: 30(1):e2020294.
-
25Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde: 2019. Atenção primária à saúde e informações antropométricas. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. 66p. [acessado 2021 abr 22]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf
» https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf -
26Malta DC, Santos MAS, Andrade SSC de A, Oliveira TP, Stopa SR, Oliveira MM, et al. Tendência temporal dos indicadores de excesso de peso em adultos nas capitais Brasileiras, 2006-2013. Cienc e Saude Coletiva. 2016;21(4):1061-9.
-
Trabalho acadêmico associado
Artigo derivado de dissertação de mestrado acadêmico intitulada ‘Tendência temporal de cobertura e do estado nutricional de adultos no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional brasileiro: 2008 a 2019’, defendida por Ruth Pereira Costa Silva no Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde, da Universidade Estadual de Ceará, em maio de 2021. -
Financiamento
O projeto do estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Edital MS-SCTIE-Decit/CNPq nº 26/2019 do CNPq, do Decit/SCTIE/MS, da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (CGAN/DEPROS/SAPS/MS): Processo n 442852/2019-3.
Editado por
Editora associada
Disponibilidade de dados
Citações de dados
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatisticas [Internet]. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidadeestado-estatisticas.html Acesso em: 30 jan. 2021.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
15 Abr 2022 -
Data do Fascículo
2022
Histórico
-
Recebido
01 Jul 2021 -
Aceito
10 Jan 2022