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Suicide and euthanasia in older adults: a transcultural journey

ANÁLISES DE LIVROS

H. Chapman; Marta Alves Reis Soares

SUICIDE AND EUTHANASIA IN OLDER ADULTS. A TRANSCULTURAL JOURNEY. DIEGO DE LEO (ED). ISBN 0-88937-251-9. Um volume (15 × 23 cm) com 216 páginas. Kirkland, WA, USA, 2001. Hogrefe and Huber (P.O. Box 2487, Kirkland, WA, USA 98083-2487).

Este livro importante trata de assuntos que raramente são discutidos medicalmente e cientificamente no Brasil – o suicídio, eutanásia, e suicídio ajudado por médico a pedido do paciente. Desde que somente países do hemisfério norte colecionam estatísticas e publicam artigos sobre estes assuntos, quase todas as páginas deste livro tratam somente da Europa e América do Norte. A África e toda a América Latina não são discutidas por falta de informações. Somente três países da Ásia (Japão, Turquia e Hong Kong) são considerados; Austrália também é considerada. Os 34 contribuintes são da Europa, América do Norte, Austrália e os três países Asiáticos.

Suicídios e tentativas de suicídios por pessoas de todas as idades, da infância até a velhice, são analisadas, mas a ênfase é no suicídio em velhos. Os maiores fatores que causam suicídios em velhos são graves problemas de saúde, falta de esperança, e isolamento interpessoal. Nos jovens adultos, suicídios acontecem mais em pessoas que têm severos problemas de conduta social e interpessoal, que abusam do álcool e usam drogas ilícitas, que têm histórias de atos criminais, e que não têm laços fortes com as suas famílias.

Fatos interessantes e até esquisitos aparecem em muitas destas páginas. Por exemplo, quando na Inglaterra, o gás fabricado de carvão (muito letal) foi substituído pelo gás natural (bem menos letal) do Mar do Norte, o número de suicídios em homens com mais de 45 anos de idade caiu muito, mas o número de tentativas de suicídios ficou no mesmo. As causas de suicídios em países com culturas diferentes, como o Japão e a Sué­cia, são analisadas detalhadamente. Os assuntos controversos eutanásia e suicídio ajudado por médico a pedido do paciente são debatidos de todos os pontos de vista. As experiências iniciais com eutanásia legalizada em dois estados americanos e em partes pequenas da Europa recebem ampla atenção. Os autores descrevem situações em muitos países onde a eutanásia é ilegal, mas é permitido tirar tratamentos e sistemas de apoio que são necessários para a continuidade da vida do paciente. É interessante que religião não tem muita importância nestas situações; veja as estatísticas de Espanha e Itália neste livro.

Um milhão de pessoas cada ano morrem em suicídios, mas desde que mais ou menos 50 por cento dos países do mundo não colecionam e reportam suicídios, o número verdadeiro provavelmente é dois milhões. Assim, mais pessoas morrem cada ano de suicídio de que de tuberculose, doenças renais ou hepáticas, entre outras.

O Brasil não é mencionado neste livro porque não existem estatísticas nem outros dados sobre este assunto no nosso país. Nós, os autores desta análise do livro, não lembramos de qualquer artigo sobre estes assuntos em jornais médicos brasileiros em quase 40 anos. O mais famoso suicídio brasileiro foi o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, com 71 anos de idade, em Agosto, 1954; ele se matou no seu escritório presidencial com um tiro no peito e deixou uma carta responsabilizando os seus inimigos políticos para este ato.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Out 2008
  • Data do Fascículo
    2008
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