RESUMO
Objetivo: Construir uma terminologia especializada de enfermagem para o cuidado à pessoa com COVID-19.
Métodos: Estudo metodológico, realizado com base na identificação dos conceitos relativos ao cuidado à pessoa com a infecção, presentes nas diretrizes oficiais do Ministério da Saúde do Brasil; a validação dos conceitos foi realizada por três enfermeiras especialistas; e fez-se mapeamento cruzado dos conceitos extraídos com os conceitos primitivos da CIPE® 2019.
Resultados: Do total de 436 conceitos únicos, 399 foram validados; destes, 70,9% constavam na Classificação e se referiam ao cuidado de enfermagem à pessoa com COVID-19. Nos Eixos, destacaram-se os conceitos relacionados ao Foco, Ação e Meio. Quanto aos conceitos não validados, 78,4% não constavam na versão 2019 da CIPE®.
Conclusão: Estruturou-se uma terminologia especializada da CIPE® com potencial para geração de indicadores do cuidado de enfermagem à pessoa com COVID-19.
Descritores: Enfermagem; Terminologia Padronizada em Enfermagem; Infecções por Coronavírus; Cuidados de Enfermagem; Pesquisa Metodológica em Enfermagem
ABSTRACT
Objective: To create specialized nursing terminology for the care of people with COVID-19.
Methods: Methodological study, carried out based on the identification of concepts related to the care of the person with the infection, present in the official guidelines of the Brazilian Ministry of Health; the concepts were validated by three specialist nurses; and a cross-mapping of the extracted concepts was done with CIPE® 2019 primitive concepts.
Results: Out of 436 unique concepts, being 399 of these validated; of these, 70.9% were in the Classification and referred to the nursing care of people with COVID-19. In the Axis, the concepts related to Focus, Action, and Environment stood out. As for the non-validated concepts, 78.4% were not included in the 2019 version of CIPE®.
Conclusion: We were able to structure a specialized CIPE® terminology, with the potential to generate nursing care indicators for people with COVID-19.
Descriptors: Nursing; Standardized Nursing Terminology; Coronavirus Infections; Nursing Care; Nursing Methodology Research
RESUMEN
Objetivo: Construir una terminología especializada de enfermería para el cuidado a la persona con COVID-19.
Métodos: Estudio metodológico, realizado basado en la identificación de conceptos relativos al cuidado a la persona con la infección, presentes en las directrices oficiales del Ministerio de Salud de Brasil; la validez de los conceptos realizada por tres enfermeras especialistas; y hecho mapeo cruzado de los conceptos extraídos con los conceptos primitivos de la CIPE® 2019.
Resultados: Del total de 436 conceptos únicos, 399 validados; de estos, 70,9% constaban en la Clasificación y se referían al cuidado de enfermería a la persona con COVID-19. En los Ejes, destacaron los conceptos relacionados al Foco, Acción y Medio. Cuanto a los conceptos no validados, 78,4% no constaban en la versión 2019 de la CIPE®.
Conclusión: Estructuró una terminología especializada de la CIPE® con potencial para generación de indicadores del cuidado de enfermería a la persona con COVID-19.
Descriptores: Enfermería; Terminología Estandarizada en Enfermería; Infecciones por Coronavirus; Cuidados de Enfermería; Investigación Metodológica en Enfermería
INTRODUÇÃO
Em dezembro do ano de 2019, na cidade de Wuhan na China, ocorreram casos de pneumonia de origem desconhecida. As pessoas acometidas manifestaram sintomas sendo os principais, tosse seca, dispneia, febre e infiltrados nos pulmões bilateralmente que eram observados em exames de imagem(1). Na data de 7 de janeiro de 2020, logo após investigação das amostras respiratórias executadas pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, foi detectada uma pneumonia por um novo coronavírus, subsequentemente nomeado “coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave” (SARS-CoV-2) e a nova doença denominada COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde(2-3). Desde então, os profissionais de enfermagem estão em destaque no cuidado às pessoas diagnosticadas com infecção pelo novo coronavírus.
Esse vírus possui alta transmissibilidade e causa a síndrome respiratória aguda, que normalmente varia de casos leves (aproximadamente 80%) a casos com insuficiência respiratória grave (entre 5% e 10%), e sua letalidade varia entre 0,2% e 14,8%(2,4). A gravidade do quadro clínico associa-se a condições como doenças crônicas, imunossupressão, gestação de alto risco, obesidade (IMC ≥ 40) e ser idoso (idade ≥ 60 anos)(2,5).
A COVID-19 apresenta sintomas semelhantes àqueles causados pelo betacoronavírus anterior, com algumas características clínicas distintas como o comprometimento das vias aéreas inferiores, evidenciado por sintomas clínicos do trato respiratório superior que englobam a rinorreia, espirros e dor de garganta(6).
A recente pandemia da COVID-19 impõe mundialmente diversos desafios aos profissionais da saúde, serviços, sistemas de atenção à saúde e de vigilância sanitária, bem como produz impactos na sociedade em todas as suas vertentes, extrapolando o contexto de saúde. Assim, ela apresenta-se como grande desafio para os profissionais de saúde e demanda a geração de indicadores que fortaleçam o conhecimento sobre a doença estabelecida e cuidados direcionados, o que justifica a determinação como prioridade de saúde.
Dentre os grupos profissionais que integram a equipe multiprofissional de saúde que presta assistência à pessoa com COVID-19, destaca-se a equipe de enfermagem, com a coordenação do enfermeiro. Esses profissionais executam ações assistenciais diretas e indiretas nos diferentes níveis da rede saúde, contribuindo no planejamento, implementação e coordenação do plano de cuidados às pessoas, famílias, cuidadores e comunidade, bem como na ampliação do conhecimento sobre conceitos relacionados a sistemas de classificação de enfermagem.
Frente ao novo contexto clínico e epidemiológico determinado pela pandemia da COVID-19, provavelmente muitos conceitos serão amplamente utilizados; e outros novos, que expressam concepções técnicocientíficas, identificados. Assim, é necessário estruturá-los de acordo com a utilidade e determinação científica da área da enfermagem, o que poderá possibilitar a padronização da linguagem profissional. Contudo, tem-se a limitação envolvendo o escasso registro nos prontuários, além das próprias condições impostas pelas características clínicas da COVID-19, que estabelecem barreiras às pesquisas no lócus de cuidado às pessoas com a infecção. Limitações como estas podem ser supridas, a priori, pela utilização da literatura e/ou documentos oficiais da área para extração de indicadores(7).
A utilização de uma linguagem padronizada na enfermagem é a principal finalidade do International Council of Nurses (ICN), sendo assinalada como uma importante estratégia para a enfermagem obter a consolidação enquanto ciência, para sistematizar o cuidado e direcionar as prioridades de saúde às questões clínicas específicas(8), como é o caso da pandemia causada pelo SARS-CoV-2. Nessa perspectiva, destaca-se a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®)(8), sistema de classificação unificado que compreende conceitos primitivos e os pré-coordenados, constituindo diagnósticos de enfermagem, resultados e intervenções de enfermagem.
Evidenciou-se uma lacuna no conhecimento quanto à terminologia especializada de enfermagem para pessoas com COVID-19, cujo preenchimento esse estudo apresenta como inovação, com vistas a contribuir para a geração de indicadores da prática de enfermagem a ser posteriormente incorporada à sistemas de informação em saúde, com possíveis impactos benéficos no tratamento e reabilitação das pessoas acometidas pela presente prioridade de saúde.
OBJETIVO
Construir uma terminologia especializada de enfermagem para o cuidado à pessoa com COVID-19.
MÉTODOS
Aspectos éticos
Este estudo foi apresentado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros. As enfermeiras especialistas que aceitaram participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Tipo de estudo
Estudo metodológico, realizado entre março e junho de 2020 por um grupo de enfermeiros pesquisadores com atuação em um hospital público de atendimento à pessoa com COVID-19 e de Universidades do Sudeste e Nordeste do Brasil.
Procedimentos metodológicos
A construção da terminologia especializada da presente pesquisa seguiu as recomendações para o desenvolvimento de estudos terminológicos da CIPE® no Brasil(7), sendo as etapas propostas: 1) reconhecimento dos conceitos da área da enfermagem para o cuidado da prioridade de saúde eleita; 2) validação por enfermeiras especialistas, expertise na área de interesse quanto à magnitude dos conceitos identificados; e 3) mapeamento cruzado dos conceitos validades pelas especialistas com os conceitos primitivos da CIPE®. Destaca-se que etapas subsequentes poderão ser desenvolvidas com intuito de se estruturar um subconjunto terminológico da CIPE® à pessoa com COVID-19, que poderá apresentar propostas de diagnósticos de enfermagem, resultados e intervenções de enfermagem empregando os conceitos que compõem o presente estudo.
Protocolo do estudo
A primeira etapa abrangeu a identificação de diretrizes oficiais de cuidado com importância clínica e cultural para a atuação de enfermagem, direcionada à COVID-19. A busca pelas diretrizes foi feita, de forma simultânea, por três enfermeiros pesquisadores, sendo dois mestres e um doutor, a fim de identificar as diretrizes com dados relevantes para extração de conceitos relacionados à atuação do enfermeiro no contexto da COVID-19.
Foram estabelecidos como critérios de inclusão: diretrizes oficiais disponibilizadas no site do Ministério da Saúde do Brasil (https://coronavirus.saude.gov.br/), até o dia 24 de abril de 2020 e em português, em função do instrumento de extração dos conceitos reconhecer somente aqueles que estão nesse idioma, totalizando, ao final, cinco diretrizes oficiais(5,9-12).
A extração dos conceitos foi realizada pelo programa PORONTO(13), ferramenta eletrônica empregada na elaboração de ontologias na área da enfermagem e saúde. A ferramenta auxilia no processo de organização, normalização e uniformização dos conceitos com análise e exclusão dos sinônimos(14). Realizou-se, também, a adequação do tempo verbal e do gênero gramatical, sendo excluídos conceitos referentes a outras áreas, como diagnósticos, recursos e procedimentos médicos.
Estruturou-se as definições operacionais para cada um dos conceitos normalizados, fundamentando-os na CIPE® 2019, em artigos científicos e dicionários de conteúdos técnicos da área saúde e de língua portuguesa, contribuindo para a subsequente validação por especialistas. Esta ocorreu conforme as etapas recomendadas pela literatura(15): 1) elaboração de uma definição preliminar; 2) revisão da literatura; 3) elaboração ou identificação de características específicas; 4) mapeamento do significado de cada um dos conceitos; e 5) afirmação da definição operacional.
Para validação dos achados, realizou-se o método de validação por consenso(16), que sugere análise por um grupo de enfermeiros clínicos com expertise e experiência na área de interesse do estudo, sendo o mínimo de três profissionais e máximo de cinco, com a finalidade de definir opinião consensual (100%) de profissionais especialistas na área de interesse sobre a legitimidade e relevância de determinado conceito. A discordância de no mínimo uma das especialistas resultou na não validação dos correspondentes conceitos em avaliação. Essa técnica foi utilizada por estudo com abordagem metodológica similar(14).
Para inclusão dos especialistas, utilizaram-se os seguintes critérios: ser enfermeiro/a; titulação mínima de especialista em controle de infecções ou áreas afins, considerando a necessidade do conhecimento científico do enfermeiro para análise crítica da prioridade de saúde eleita; ter atuação profissional ou residência em saúde, com período mínimo de dois anos, na área de infectologia; ser coordenador (a), orientador(a), autor(a) ou coautor(a) de estudos envolvendo infectologia. Selecionaram-se três especialistas, via Plataforma Lattes, considerando a proximidade geográfica e disponibilidade de participar do processo de validação por consenso.
Devido ao contexto de pandemia e das medidas de distanciamento social recomendadas e implementadas por diversos estados e municípios brasileiros, o processo de validação ocorreu por meio de três videoconferências on-line via aplicativo Google Meet®, com tempo médio de três horas de duração, cada reunião.
Respaldado na Norma ISO 12300:2016(17), efetuou-se o mapeamento cruzado dos conceitos avaliados e validados pelas profissionais de enfermagem especialistas com os conceitos primitivos presente no Modelo dos Sete Eixos da CIPE® 2019, comparando-os e determinando correspondência semântica, identificando similaridade e consolidando a terminologia especializada da área de enfermagem para obtenção do objetivo do presente estudo.
Análise dos dados
A fim de executar as etapas do estudo, foram elaboradas duas planilhas no programa Excel for Windows®, sendo a primeira com os conceitos extraídos, analisados e validados e a segunda com os conceitos primitivos presentes na CIPE® 2019(18), sendo estas cruzadas entre si com o emprego da ferramenta Access for Windows®, para identificação dos conceitos primitivos constantes, bem como dos não constantes. Nessa etapa do método de mapeamento, os conceitos que não eram constantes foram analisados quanto à semelhança/similaridade e a abrangência(19) quanto aos conceitos primitivos constantes na CIPE® 2019, possibilitando o enquadramento dos primeiros no Modelo dos Sete Eixos da CIPE®.
Os dados foram adicionados a uma planilha Microsoft Excel 2013® para análise descritiva (frequência simples), organizados em quadros com os conceitos validados na íntegra: constantes, com uso dos códigos correspondentes retirados do browser da CIPE®; já os não constantes e não validados, discutidos à luz da literatura nacional e internacional associada à COVID-19.
RESULTADOS
Extraíram-se 39.649 conceitos das diretrizes oficiais, dos quais foram excluídos os repetidos e, posteriormente, realizado o processo de normalização, uniformização e análise de semelhança/similaridade e abrangência em referência à CIPE® 2019, obtendo-se 436 conceitos únicos. Do total de conceitos únicos, 399 (91,5%) foram validados pelas enfermeiras especialistas. Identificaram-se 283 (70,9%) conceitos constantes e 116 (29,1%) não constantes na CIPE® 2019 pertinentes ao cuidado pela enfermagem à pessoa com COVID-19. Quanto aos conceitos constantes, evidenciou-se a predominância nos Eixos Foco (49,8%) e Ação (20,1%), conforme apresentado no Quadro 1.
Conceitos validados para o cuidado centrado na pessoa com COVID-19, constantes na CIPE® 2019, Montes Claros, Brasil, 2020
Quanto aos conceitos que não constam na CIPE® 2019, destacaram-se os Eixos Foco (45,7%), Meio (20,7%) e Ação (13,8%), conforme explicitado no Quadro 2.
Conceitos validados para o cuidado direcionado à pessoa com COVID-19, não constantes na CIPE® 2019, Montes Claros, Brasil, 2020
As enfermeiras especialistas julgaram que 37 conceitos analisados não eram pertinentes, com destaque para aqueles que já estavam contemplados, envolvendo contextos não relacionados à infecção por SARS-CoV-2 ou que não refletiam a utilização na assistência de enfermagem focada na pessoa com infecção pelo novo coronavírus. Enfatiza-se que 78,4% desses conceitos não constavam na versão 2019 da Classificação (Quadro 3).
Conceitos não validados para o cuidado direcionado à pessoa com COVID-19, constantes e não constantes na CIPE® 2019, Montes Claros, Brasil, 2020
DISCUSSÃO
A necessidade de se padronizar, unificar e pesquisar a linguagem profissional de enfermagem visa produzir conhecimento na área, consolidar a enfermagem como ciência, entender as necessidades da população, incorporar novas tecnologias ao cuidado em saúde, contribuindo, assim, com a melhoria da prática profissional(20). O estudo e a utilização da CIPE® enquanto sistema de classificação colabora para a construção de terminologias especializadas e subconjuntos terminológicos aplicáveis à atuação profissional; é um recurso de inovação tecnológica, importante para a qualificação e padronização da prática clínica de enfermagem(21-22).
Evidencia-se, ainda, o caráter inovador do estudo no cenário da enfermagem, por propor base terminológica para fundamentar a prática clínica de enfermagem a pessoas com COVID-19, pandemia em ascensão na atualidade, em que cerca de dois milhões de profissionais, em sua maioria da enfermagem, atuam na linha de frente dos serviços de saúde em defesa da população, oferecendo cuidados diretos, face a face com o vírus, no fronte de combate(23).
A validação dos conceitos por especialistas foi essencial para construção da terminologia, haja vista a literatura(14) referir que, para aqueles extraídos de diretrizes oficiais, é recomendado esse método no intuito de verificar a pertinência e relevância dos conceitos identificados em relação a uma população ou prioridade de saúde, no caso, à COVID-19. A validação por consenso do presente estudo refinou os conceitos extraídos para a prioridade de saúde, com base na expertise das especilistas na área, para colaborar, subsequentemente, no processo de construção dos conceitos précoordenados. Reitera-se, ainda, a escassez na literatura quanto ao envolvimento de terminologias/linguagem de enfermagem que submeteram os conceitos à análise de especialistas, referindo essa etapa, em sua maiora, na construção de enunciados diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem.
Constata-se a expressiva quantidade de conceitos classificados, neste estudo, como constantes na CIPE® 2019, e isso expressa, mesmo diante de um novo contexto de cuidado, que diversos conceitos que refletem a prática de enfermagem à pessoa com COVID-19 já estão presentes na Classificação, ratificando sua confiabilidade enquanto instrumento tecnológico para uso em sistemas digitais de informação da área da saúde, registro da assistência e ações enfermagem(24-25) e identificação de indicadores sensíveis à prática de enfermagem em âmbito mundial.
Os conceitos constantes na CIPE® classificados nos Eixos Foco e Ação agruparam maior quantitativo, o que pode ser observado em outros estudos com delineamento similar(14,24-25), mesmo que para outras prioridades de saúde. Tal aspecto é creditado ao fato de o Eixo Foco representar a área relevante de atenção para a enfermagem e ser essencialmente incluída na formulação de diagnósticos e resultados específicos da enfermagem. O Eixo Ação se defini como o processo proposital aplicado a/desempenhado por um cliente, sendo este obrigatório na elaboração de intervenções de enfermagem(26).
No Eixo Foco, destacaram-se os conceitos infecção, sintoma, dor muscular, obesidade e febre pela relação direta com o cuidado para a prioridade de saúde eleita e sua existência na CIPE® 2019, o que foi considerado validado pelas especialistas. O conceito infecção é abordado desde a era de Florence Nightingale, que tratava da importância do controle de infecções, e voltou a ser discutido na atualidade devido à pandemia. A discussão reforça a comemoração do bicentenário de Florence, além de 2020 ser considerado ano internacional da enfermagem(27).
Os conceitos identificados no Eixo Foco ainda pautam fenômenos de enfermagem contemplados na primeira etapa do processo de enfermagem que envolve a anamnese e exame físico(28), compreendendo necessidades humanas reais e/ou potenciais apresentadas pela pessoa com COVID19, sendo estas intrínsecas ao cuidado e direcionamento das ações de enfermagem, de forma individualizada(29).
Já no Eixo Ação, os conceitos fornecer, orientar e higienizar foram mais frequentes na literatura, constando na versão utilizada da CIPE® e validado pelas especialistas. Verifica-se que eles são diretamente relacionados às ações específicas do cuidado à pessoa com COVID-19, evidenciando, mais uma vez, que os conceitos presentes na CIPE® são passíveis de utilização na prática clínica e na pesquisa científica de enfermagem em âmbito nacional e internacional para a prioridade de saúde.
Os conceitos do Eixo Ação se baseiam na construção de conhecimentos para com a pessoa cuidada, no intuito de fornecer informações e orientá-la sobre o manejo da afecção, tarefa considerada árdua diante de evidências da literatura que apontam a dificuldade na adesão de intervenções como a de realizar o distanciamento social, muitas vezes subestimada pela população que acredita não estar doente(30).
No que tange aos conceitos não constantes na CIPE®, os Eixos Foco, Meio e Ação representaram o maior percentual. Relativamente aos Eixos Foco e Ação, os resultados são semelhantes em outros estudos(14,24). Quanto ao Eixo Meio, este é definido como a maneira ou método de se executar a intervenção(26), o que envolve importantes aspectos para o cuidado à pessoa com COVID-19 na perspectiva de avanço do conhecimento sobre os meios de cuidado diante de uma nova prioridade de saúde.
Ressalta-se que, apesar das pesquisas em andamento, até agora não há vacina ou qualquer medicação específica ao dispor, assim, o tratamento de suporte, caracteriza-se por ser inespecífico para a COVID-19. Assim, por se tratar de um novo contexto clínico, percebe-se que as diretrizes oficiais, disponibilizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil, propõem subsidiar os profissionais de saúde com métodos de se executarem intervenções à pessoa com COVID-19, pautando as ações nas melhores evidências científicas mundiais disponíveis à época.
No Eixo Foco, os conceitos não constantes na CIPE® 2019 identificados com maior frequência neste estudo foram vírus, transmissão, precaução de contato e óbito. No Eixo Meio, destacaram-se os conceitos contato, equipamento e isolamento. Já no Eixo Ação, notam-se os conceitos realizar e prevenir. Esses conceitos, validados pelas especialistas, estão pontualmente relacionados à clínica e particularidades da assistência à pessoa com COVID-19. Com a atual pandemia, estudos(28-29) que abordam o papel e experiência da enfermagem no cuidado à pessoa com COVID-19 expressam tais conceitos em seus achados.
Enfatizam-se os conceitos isolamento e isolamento domiciliar. Apesar de serem amplamente utilizados e identificados com frequência nas diretrizes oficiais, entende-se que a abordagem deva ser focada em sua compreensão enquanto medidas de distanciamento social para prevenção e controle da disseminação do novo coronavírus. É necessário nos atentarmos a sua representação social, que pode resultar em manifestações emocionais e comportamentais desfavoráveis, principalmente devido à estigmatização do paciente acometido com a COVID-19 e a outras repercussões psicológicas como ansiedade, solidão, depressão, raiva e sensação de confinamento(31-32). Assim, a enfermagem deve entender que as respostas humanas ultrapassam condições biomédicas ou fisiológicas: é necessário que a assistência seja prestada em uma perspectiva integral, ou seja, biopsicossocial e espiritual.
Embora os conceitos isolamento de contato e isolamento respiratório tenham sido extraídos das diretrizes oficiais de cuidado à pessoa com COVID-19, eles não foram validados pelas especialistas. Além da questão relativa ao uso do termo isolamento, existem termos correspondentes padronizados normatizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a saber: precaução de contato, precaução para gotículas e precaução para aerossóis(33).
Conceitos que descrevem os equipamentos de proteção individual, como luvas, luvas de procedimento, avental e óculos de proteção, não foram validados, pois devem ser utilizados pelos profissionais de saúde ou de apoio à pessoa com COVID-19. As luvas de procedimento não são indicadas para o uso pelos pacientes e acompanhantes, e sim a higiene de mãos, que deve ser reforçada como o método mais sensível e efetivo para prevenir e controlar o risco de transmissão cruzada do novo coronavírus pelas mãos. Exceções dizem respeito ao conceito máscara cirúrgica, que foi validado por ser indicada para o uso em pacientes sintomáticos e acompanhantes; e máscara de tecido, por ser indicada à população geral(33).
Salienta-se que, por ser nova prioridade de saúde, mudanças estão passíveis de acontecer ao longo do tempo, com a evolução das descobertas sobre a respectiva afecção, seu manejo clínico, tratamento e prevenção. Novos conceitos podem surgir e poderão ser incorporados aos já existentes.
A terminologia especializada construída pode ser útil para o cuidado à pessoa com COVID-19 por permitir a elaboração de enunciados/conceitos, diagnósticos de enfermagem, resultados, intervenções de enfermagem, conhecimentos assistenciais, educacionais e gerenciais como protocolos clínicos, escalas, fluxogramas, softwares, aplicativos, passíveis de serem utilizadas em todos os níveis de atenção à saúde e com as diversas populações.
Limitações do estudo
As limitações do estudo resumem-se: na utilização das diretrizes oficiais relacionadas à COVID-19 em um recorte temporal, para extração dos conceitos, não contemplando artigos originais na área da enfermagem; e no fato de as definições operacionais dos conceitos não constarem no artigo, o que pode ter restringido o alcance dos resultados. Todavia, infere-se que as diretrizes utilizadas continham as melhores evidências existentes até o momento da seleção, somando-se a isso a análise criteriosa dos conceitos extraídos e suas definições por especialistas na prioridade de saúde, contribuindo para a redução de vieses no estudo.
Contribuições para a Área da Enfermagem
A construção de terminologia de enfermagem especializada contribui para o conhecimento sobre os conceitos que traduzem o domínio da prática da profissão no cuidado à pessoa com COVID-19, aplicável nos diversos níveis assistenciais e contextos populacionais. Tal terminologia tem impacto no cuidado de enfermagem para essa prioridade de saúde em um momento de pandemia no qual a equipe de enfermagem tem-se destacado no processo de saúdedoença e dessa clientela assistida, favorecendo a qualidade da assistência prestada e a visibilidade da enfermagem.
CONCLUSÃO
Foi possível alcançar o objetivo ao apresentar uma terminologia especializada da área de enfermagem para assistência às pessoas com COVID-19, com a maior parte de conceitos constantes na CIPE® 2019 correspondentes aos Eixos Foco e Ação, bem como os conceitos não constantes a serem incluídos na Classificação. Destaca-se a capacidade de elaboração de tecnologias educativas, assistenciais e gerenciais, em especial a estruturação de um subconjunto terminológico da CIPE® para sistematização das ações, geração de indicadores de enfermagem para o cuidado de pessoas com a COVID-19, impactando a qualidade da assistência e proporcionando a elevação da visibilidade da profissão enquanto ciência.
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Editado por
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EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
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EDITOR ASSOCIADO: Marcos Brandão
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
14 Abr 2021 -
Data do Fascículo
2021
Histórico
-
Recebido
03 Jul 2020 -
Aceito
21 Dez 2020