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Análise da densidade endotelial por faixa etária dos doadores de córnea em um banco de olhos no Estado do Paraná, Brasil

Resumo

Objetivo:

Analisar a densidade endotelial das córneas doadas para transplante nas diferentes faixas etárias.

Métodos:

O estudo avaliou 244 córneas de 122 doadores de ambos os sexos no Banco de Olhos de Cascavel-PR a partir da análise de prontuários médicos contendo a microscopia especular dos doadores.

Resultados:

A maioria dos doadores de córnea era do sexo masculino (67,2%). A idade média dos doadores foi 53,8 anos com variações entre 5 e 70 anos. A faixa etária dos 61-70 anos com o maior número de doações, correspondendo a quase 41% e a densidade média endotelial foi de 2645 células/mm² (variando de 1897 a 4201 células/mm²). Na primeira década de vida, a densidade endotelial média foi 2923 células/mm²; na segunda década 2757 células/mm²; na terceira 2846 células/mm²; na quarta 2627 células/mm²; na quinta década, 2830 células/mm²; na sexta 2605 células/mm² e na sétima década de vida 2570 células/mm².

Conclusão:

Este estudo demonstrou que a densidade endotelial média das córneas doadas para transplante na primeira década de vida (2923 células/mm²) quando comparada isoladamente à sétima década (2570 células/mm²) teve redução. Já na avaliação da segunda até a sexta década não houve um padrão, ora havendo acréscimo, ora decréscimo da densidade endotelial média.

Descritores:
Densidade endotelial; Córnea; Doadores de tecidos; Grupos etários

Abstract

Objective:

To analyze the endothelial density of corneas donated for transplant in different age groups.

Methods:

The study evaluated 244 corneas from 122 male and female donors in Cascavel Eye Bank -PR from the analysis of medical records containing specular microscopy of the donors.

Results:

Most corneal donors were male (67.2%). The average donors age was 53.8 years, ranging from 5 to 70 years. The age group of 61 -70 years with the largest number of donations, corresponding to almost 41% and the average endothelial density was 2645 cells / mm² (ranging from 1897 to 4201 cells / mm²). In the first decade of life, mean endothelial density was 2923 cells mm²; in the second decade 2757 cells / mm²; in the third 2846 cells / mm²; in the fourth 2627 cells / mm²; in the fifth decade, 2830 cells / mm²; on the sixth 2605 cells / mm² and on the seventh decade of life 2570 cells / mm².

Conclusion:

This study demonstrated that the mean endothelial density of corneas donated for transplant of the first decade of life (2923 cells / mm²) when compared to the seventh decade alone (2570 cells / mm²) was reduced. In the evaluation from the second to the sixth decade, there was no pattern, sometimes there was an increase, sometimes a decrease in the average endothelial density.

Keywords:
Endothelial density. Cornea; Tissue donors; Age groups

Introdução

O endotélio corneano é avaliado e estudado pela oftalmologia principalmente por meio da microscopia especular.(11 Maurice DM. Cellular membrane activity in the corneal endothelium of the intact eye. Experientia. 1968 ;24(11):1094-5.) Esse tecido é formado por epitélio simples pavimentoso e faz o revestimento da superfície interna da córnea.(22 Lima Filho AA. Bases da Oftalmologia. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. Vol.1 [Série Oftalmologia Brasileira].) O endotélio possui uma camada única de células interdigitadas, as quais são dispostas em um padrão mosaico, com formas hexagonais e regulares.(33 Moreira H, De SousaLB, Sato EH, Faria MA. Banco de Olhos, Transplante de Córnea.3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. [Série Oftalmologia Brasileira].) Suas células fixam-se mediante zonas de oclusão e possuem inúmeras mitocôndrias. Através de bombas ativadas por ATP, as células endoteliais retiram água em direção ao humor aquoso, mantendo o nível de hidratação constante no estroma corneal(22 Lima Filho AA. Bases da Oftalmologia. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. Vol.1 [Série Oftalmologia Brasileira].). A transparência da córnea é mantida pela bomba iônica no seu endotélio, responsável pela deturgescência e desidratação do estroma.(44 Georgiadis NS, Ziakas NG, Boboridis KG, Terzidou C, Mikropoulos DG. Cryopreserved amniotic membrane transplantation for the management of symptomatic bullous keratopathy. Clin Exp Ophthalmol. 2008 Mar;36(2):130-5..) Caso não houvesse esse mecanismo de transporte, poderia ocorrer um edema estromal, o qual pode levar a baixa visão.(55 EWETE. Temitope; ANI, Efeoghene Uchenna; ALABI, Adegboyega Sunday. Normal corneal endothelial cell density in Nigerians. Clin Ophthalmol. 2016;10:497.)

O endotélio é formado por uma monocamada com 400.000 células que repousam sobre a lâmina limitante posterior.(66 Dantas AM. Essencial em Oftalmologia. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2011.) Ao nascimento, a densidade endotelial do homem é de 3.500 a 4.000 células mm2, decrescendo após a adolescência, enquanto que, na idade adulta, a densidade norma se situa entre 1.400 e 2.500 células mm2.(77 Riordan-Eva P, Whitcher JP. Oftalmologia geral de Vaughan & Asbury. 17th ed. Porto Alegre: AMGH; 2011.)

Dessa forma, o estudo busca avaliar a densidade endotelial das córneas de cadáveres doadas para transplante nas diferentes faixas etárias, desde a primeira até a sétima década de vida.

Métodos

Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. A pesquisa foi conduzida no Banco de Olhos de Cascavel, no Estado do Paraná e o método utilizado para o estudo foi a análise dos prontuários médicos contendo a microscopia especular das córneas doadas.

No Banco de Olhos de Cascavel são aceitas córneas de doadores cujas idades são de 4 a 70 anos. O equipamento utilizado para analisar o tecido foi da marca Kodo e a técnica de marcação das células foi manual.

No estudo foram incluídas todas as córneas captadas para doação no período de abril a julho de 2018 no Banco de Olhos de Cascavel, não havendo critérios de exclusão na amostra estudada.

Pelo fato de que a pesquisa envolve seres humanos o seguinte estudo obedeceu às normas contidas na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz sob o parecer de nº 15792319.0.0000.5219. Os pesquisadores solicitaram dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Resultados

O meio de preservação utilizado em todas as córneas foi Optisol e a avaliação microscopia especular foi feita a partir de doze horas de preservação do tecido, sendo o tempo médio entre a enucleação e preservação das córneas de 5,15 horas com desvio padrão de 3,48.

O total de doadores no período de abril a julho de 2018 foi 122 resultando em 244 córneas doadas. Oitenta e dois doadores eram do sexo masculino, o que corresponde a 67,2% das doações, e quarenta do sexo feminino, o equivalente a 32,8%, conforme Figura 1.

Figura 1
Doadores de córnea por sexo

A Figura 2 representa a distribuição das doações por década. Até 10 anos, 4 olhos (1,63%); 11 à 20 anos, 8 olhos (3,27%); 21 à 30 anos, 10 olhos (4,09%); 31 à 40 anos, 16 olhos (6,55%); 41 à 50 anos, 36 olhos (14,75%); 51 à 60 anos, 70 olhos (28,68%); 61 à 70 anos, 100 olhos (40,98%).

Figura 2
Número de doadores por faixa etária

Os doadores possuíam idades variantes entre 5 e 70 anos, sendo a idade média 53,8 anos. A densidade média endotelial foi de 2645 células/mm², com limite inferior de 1897 células/mm² e o limite superior de 4201 células/mm².

Na Tabela 1 podemos ver a densidade endotelial nas diferentes décadas de vida, com informações sobre a densidade endotelial média, limite superior e inferior bem como o desvio padrão de cada década de vida. Nos doadores avaliados que se encaixaram na primeira década de vida, a densidade endotelial média foi 2923 células/mm², com limite superior de 3267 células/mm² e inferior de 2551 células/mm²; na segunda década 2757 células/mm², sendo o limite superior 3184 células/mm² e inferior células/mm²; na terceira 2846 células/mm², com limite superior de 3636 células/mm² e inferior de 1901 células/mm². Na quarta década o valor obtido foi de 2627 células/mm², com limite superior de 3202 células/mm² e inferior de 2004 células/mm²; na quinta 2830 células/mm², com limite superior de 4201 e inferior de 2257; na sexta 2605 células/mm², com limite superior de 3333 células/mm² e inferior de 1897 células/mm² e na sétima década de vida 2570 células/mm², com limite superior de 4102 células/mm² e inferior de 1897 células/mm².

Tabela 1
Densidade endotelial em mm2 por década de vida

Discussão

Neste estudo, a maioria dos doadores, ou seja, o equivalente a 67,2%, correspondia ao sexo masculino, dado que concorda com a literatura,(88 Sano RY, Sano FT, Dantas MC, Lui AC, Sano ME, Lui Neto A. Análise das córneas do Banco de Olhos da Santa Casa de São Paulo utilizadas em transplantes. Arq Bras Oftalmol. 2010;73(3):254-8.

9 Zantut F, Holzchuh R, Boni RC, Mackus EC, Zantut PR, Nakano C, Netto AL, Hida RY. Análise da qualidade das córneas doadas e do intervalo entre óbito, enucleação e preservação após a implantação de novas normas técnicas e sanitárias em Banco de Olhos Universitário.Arq Bras Oftalmol. 2012;75(6):398-401.
-1010 Santos NC, Bezerra VL, Melo EC. Characteristics of corneal donations in state of Piauí. Rev Bras Oftalmol. 2014;73(6):351-7.) sendo a porcentagem variável de acordo com os trabalhos.

A média da idade dos doadores do Hospital de Olhos de Cascavel de 53,8 anos foi próxima a um ao estudo realizado na Santa Casa de São Paulo, cuja idade foi de 55,57 (88 Sano RY, Sano FT, Dantas MC, Lui AC, Sano ME, Lui Neto A. Análise das córneas do Banco de Olhos da Santa Casa de São Paulo utilizadas em transplantes. Arq Bras Oftalmol. 2010;73(3):254-8.), bem como a de um Banco de Olhos Universitário, que foi de 52,85.(99 Zantut F, Holzchuh R, Boni RC, Mackus EC, Zantut PR, Nakano C, Netto AL, Hida RY. Análise da qualidade das córneas doadas e do intervalo entre óbito, enucleação e preservação após a implantação de novas normas técnicas e sanitárias em Banco de Olhos Universitário.Arq Bras Oftalmol. 2012;75(6):398-401.)

O limite superior de idade nesse estudo foi de 70 anos, valor menor que outros estudos que apresentaram limites superiores de 97 (88 Sano RY, Sano FT, Dantas MC, Lui AC, Sano ME, Lui Neto A. Análise das córneas do Banco de Olhos da Santa Casa de São Paulo utilizadas em transplantes. Arq Bras Oftalmol. 2010;73(3):254-8.) e 80 anos. (1010 Santos NC, Bezerra VL, Melo EC. Characteristics of corneal donations in state of Piauí. Rev Bras Oftalmol. 2014;73(6):351-7.) Já o limite inferior encontrado na pesquisa foi de 5 anos, sendo que na literatura há descrição de doadores com nove meses de idade.(88 Sano RY, Sano FT, Dantas MC, Lui AC, Sano ME, Lui Neto A. Análise das córneas do Banco de Olhos da Santa Casa de São Paulo utilizadas em transplantes. Arq Bras Oftalmol. 2010;73(3):254-8.) Sendo importante ressaltar que, no Banco de Olhos de Cascavel, a norma para doação de córneas são doadores com idade de 4 a 70 anos.

No que diz respeito ao número de doações, percebe-se que o número de doadores foi crescendo gradativamente conforme o avançar da idade. A sétima década foi responsável pela maior parte das doações, correspondendo a 40,98%, enquanto na primeira década as doações corresponderam apenas a 1,63%, sendo a faixa etária com o menor número de doações.

A densidade endotelial, a qual se refere ao número de células endoteliais encontradas por milímetro, também foi analisada, sendo essencial na avaliação clínica da córnea uma vez que determina sua função e capacidade de resposta ao estresse.(55 EWETE. Temitope; ANI, Efeoghene Uchenna; ALABI, Adegboyega Sunday. Normal corneal endothelial cell density in Nigerians. Clin Ophthalmol. 2016;10:497.) A densidade endotelial média dos doadores encontrada no Banco de Olhos de Cascavel foi de 2645 células/mm². Esse número é próximo ao encontrado em pacientes vivos egípcios (1111 Abdellah MM, Ammar HG, Anbar M, Mostafa EM, Farouk MM, Sayed K, Alsmman AH, Elghobaier MG. Corneal endothelial cell density and morphology in healthy egyptian eyes. J Ophthalmol. 2019;2019:6370241.) e indianos,(1212 Rao SK, Ranjan Sen P, Fogla R, Gangadharan S, Padmanabhan P, Badrinath SS. Corneal endothelial cell density and morphology in normal Indian eyes. Cornea. 2000;19(6):820-3.) com densidades de 2647 células/mm² e 2525 células/mm², respectivamente. Outros estudos realizados também obtiveram uma média semelhante: ao avaliar uma população saudável caucasiana a média encontrada foi 2732 células/mm²,(1313 Duman R, Tok Çevik M, Görkem Çevik S, Duman R, Perente I. Corneal endothelial cell density in healthy Caucasian population. Saudi J Ophthalmol. 2016;30(4):236-9.) enquanto que em uma pacientes filipinos o valor foi de 2798 células/mm².(1414 Padilla MD, Sibayan SA, Gonzales CS. Corneal endothelial cell density and morphology in normal Filipino eyes. Cornea. 2004;23(2):129-35.)

Alguns autores relatam que o endotélio não possui capacidade de regeneração (22 Lima Filho AA. Bases da Oftalmologia. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. Vol.1 [Série Oftalmologia Brasileira].). Assim, pelo fato de que a córnea é incapaz de sofrer mitose, o número de células diminui devido a vários fatores, entre eles envelhecimento.(55 EWETE. Temitope; ANI, Efeoghene Uchenna; ALABI, Adegboyega Sunday. Normal corneal endothelial cell density in Nigerians. Clin Ophthalmol. 2016;10:497.).No entanto, uma nova pesquisa (1515 Kinoshita S, Koizumi N, Ueno M, Okumura N, Imai K, Tanaka H, et al. Injection of cultured cells with a ROCK inhibitor for bullous keratopathy. N Engl J Med. 2018;378(11):995-1003.) demonstrou que 24 semanas após injeção de células endoteliais corneanas suplementada com inibidor de ROCK (rho-associated protein kinase) houve aumento da densidade endotelial em pacientes vivos, podendo sugerir a capacidade de regeneração do endotélio.

Segundo a literatura, há um decréscimo gradativo da densidade endotelial desde o nascimento até a morte, resultando em aparecimento de áreas com ausência de células na região central.(1616 Abib FC. Microscopia especular de córnea. Rio de Janeiro: Revinter; 2000.,1717 Kwitko S. Endotélio e cirurgia da catarata: grandes desafios. Arq Bras Oftalmol. 2000;63(3):235-9.) Nesse estudo, a primeira década teve a maior densidade endotelial, com 2923 células/mm², no entanto esse número deve se visto com parcimônia, já que nessa faixa etária houve apenas dois doadores. Na segunda década obtivemos diminuição de 166 células/mm² em relação a primeira década, já o número de doações foi maior, havendo quatro doadores. Na terceira década houve um aumento pequeno da densidade em relação a década anterior, correspondente a 89 células/mm². Quanto ao número de doadores, foram cinco, um a mais que na segunda década. Na quarta década o número de doadores foi oito e densidade de 2627 células/mm², tendo diminuição de mais de 200 células/mm² quando comparada a década anterior.

Da quarta para a quinta década houve aumento da densidade endotelial. Isso pode estar relacionado a causa mortis do doador, a qual não foi avaliada nesse estudo, bem como a diferença de do número doadores entres essas faixas, uma vez que na quarta década houve apenas oito doadores, enquanto que na quinta o número de doadores foi dezoito, podendo dar um valor mais fidedigno quando comparado à quarta anterior.

Além disso, houve um decrescimento significativo da densidade de células edoteliais da quinta década em diante. Na quinta década o valor obtido foi de 2830 células/mm², na sexta 2605 células/mm² e na sétima 2570 células/mm². Isso pode ser explicado pelo fato de que, além da idade, trauma, inflamações e outras doenças podem diminuir o número de células endoteliais (1818 DelMonte DW, Kim T. Anatomy and physiology of the cornea. J Cataract Refract Surg. 2011;37(3):588-98.) sendo algumas patologias mais prevalentes a partir dessa faixa etária.

Um estudo brasileiro(1919 Abib FC, Barreto Junior J. Behavior of corneal endothelial density over a lifetime. J Cataract Refract Surg. 2001;27(10):1574-8.) avaliou microscopia especular in vivo de 784 córneas, com o objetivo de analisar a densidade endotelial dos pacientes ao longo da vida. Naquele estudo, a densidade diminuiu com o passar dos anos. Os números encontrados da primeira até a sétima década foram, em células/mm², de 3156, 3027, 2834, 2737, 2576, 2344 e 2280, respectivamente. Quando se compara o trabalho brasileiro (1919 Abib FC, Barreto Junior J. Behavior of corneal endothelial density over a lifetime. J Cataract Refract Surg. 2001;27(10):1574-8.) a este, que avalia a densidade endotelial em doadores, percebe-se que a densidade endotelial média dos pacientes vivos é maior que a dos doadores na primeira, segunda e quarta décadas. Já na terceira, quinta, sexta e sétima décadas os valores dos doadores se sobressaem.

A literatura carece de estudos envolvendo a densidade endotelial dos doadores de córnea. Os estudos que existem se referem a pacientes vivos, o que dificulta a discussão e comparação de dados com outras pesquisas científicas.

É necessário que seja dada maior importância a pesquisas envolvendo a densidade endotelial, uma vez que ela é um valioso parâmetro para avaliar a sobrevida a longo prazo do enxerto de córnea .(2020 Lass JH, Gal RL, Ruedy KJ, Benetz BA, Beck RW, Baratz KH, et al.; Cornea Donor Study Group. An evaluation of image quality and accuracy of eye bank measurement of donor cornea endothelial cell density in the Specular Microscopy Ancillary Study. Ophthalmology. 2005;112(3):431-40.)

Conclusão

Conclui-se que houve diminuição significativa da densidade endotelial quando se compara isoladamente a primeira e a sétima década de vida. No entanto, da segunda à sexta década não houve linearidade, ora havendo decréscimo em relação à década anterior, ora acréscimo. É importante salientar que a ausência de diferença de densidades entre a segunda e sexta décadas podem ter sido devido ao tamanho da amostragem, uma vez que os grupos de algumas faixas etárias ficaram muito reduzidos.

  • Trabalho realizado no Centro Universitário Assis Gurgacz e Banco de Olhos de Cascavel.

Agradecimentos

Ao Hospital de Olhos e o Banco de Olhos de Cascavel pela disponibilidade da coleta de dados e ao oftalmologista Roberto Augusto Fernandes Machado pela orientação nessa pesquisa.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Ago 2020
  • Data do Fascículo
    May-Jun 2020

Histórico

  • Recebido
    25 Dez 2019
  • Aceito
    6 Maio 2020
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