NOTAS E INFORMAÇÕES/NOTES AND INFORMATION
Linhagem humana de Schistosoma mansoni resistente a esquistossomicidas
L. C. de S. Dias; R. J. Pedro; E. Rigo; M. M. F. Goto; G. L. Mafra
Do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas UNICAMP Caixa Postal 1.170 13100 Campinas SP Brasil
Isolou-se linhagem de S. mansoni proveniente de paciente (MAP) tratado com hycanthone na dose de 2,5 mg/Kg I. M. em 2-1-75 e com oxamniquine na dose de 14,0 mg/Kg V. O. em 24-11-76. Miracídios das fezes deste paciente infectaram Biomphalaria glabrata, albinas, que eliminaram cercárias. Com estas infectaram-se 3 grupos de camundongos albinos (100 por animal, por via subcutânea) que após 50 dias foram tratados da seguinte maneira: grupo A com hycanthone (80 mg/Kg, I. M.), grupo B com oxamniquine (100 mg/Kg, V. O.) e grupo C não tratados. Da mesma forma infectaram-se camundongos com cercárias da linhagem B H (mantida em laboratório) que foram tratados segundo dosagens acima, constituindo os grupos D com hycanthone,E com oxamniquine e F não tratados. Após 10 dias do tratamento, perfundiram-se os animais e foram feitos oogramas do intestino delgado. Na linhagem B H, nos grupos D e E, 98,0% dos vermes se localizaram nas veias intra-hepáticas e houve 100% de alteração dos oogramas (quando um ou mais estadios correspondentes a ovos imaturos estavam ausentes) ; no grupo F, 20,5% dos vermes encontravam-se no fígado e 0,0% de alteração dos oogramas. Na linhagem MAP, nos grupos A, B e C, cerca de 85,0% dos vermes localizavam-se nas veias mesentéricas e 0,0% de alteração dos oogramas. Assim, demonstra-se resistência em linhagem de S. mansoni proveniente de paciente tratado por hycanthone e oxamniquine. Além da importância clínica do achado ressalta-se as implicações epidemiológicas considerando-se que a resistência poderia ser transmitida a outras gerações do verme.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
24 Abr 2006 -
Data do Fascículo
Mar 1978