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Ocorrência de Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), hospedeiro intermediário da Fasciola hepatica, para o Estado da Paraíba, Brasil

Occurrence of Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), first intermediate host of Fasciola hepatica, for the state of Paraíba, Brazil

Resumos

Foi registrada a ocorrência de Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), primeiro hospedeiro intermediário da Fasciola hepatica, para o Estado da Paraíba, Brasil, associado a macrófitas aquáticas.

Lymnaea; Fasciola hepatica; Relações hospedeiro-parasita


The occurrence of Lymnaea Columella (Gastropoda: Lymnaeidae), first intermediate host of Fasciola hepatica, is recorded for the first time in the state of Paraíba, Brazil, associeted with aquatic macrophytes.

Lymnaea; Fasciola hepatica; Host-parasite relations


Notas e Informações

Notes and Information

Ocorrência de Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), hospedeiro intermediário da Fasciola hepatica, para o Estado da Paraíba, Brasil

Occurrence of Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), first intermediate host of Fasciola hepatica, for the state of Paraíba, Brazil

Francisco José Pegado Abílio e Takako Watanabe

Departamento de Sistemática e Ecologia do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, PB - Brasil

Resumo Foi registrada a ocorrência de Lymnaea columella (Gastropoda: Lymnaeidae), primeiro hospedeiro intermediário da Fasciola hepatica, para o Estado da Paraíba, Brasil, associado a macrófitas aquáticas. Lymnaea. Fasciola hepatica. Relações hospedeiro-parasita. Abstract The occurrence of Lymnaea Columella (Gastropoda: Lymnaeidae), first intermediate host of Fasciola hepatica, is recorded for the first time in the state of Paraíba, Brazil, associeted with aquatic macrophytes. Lymnaea. Fasciola hepatica. Host-parasite relations.

O gastrópode limneídeo Lymnaea columella está bem distribuído na região Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil (Paraense1). No entanto, há ocorrências isoladas para o Estado do Amazonas (Paraense3) e para a Bahia (Paraense4). Para o País há registros de outras espécies de Lymnaea, Lymnaea viatrix Orbigny, 1835, para o Rio Grande do Sul e Minas Gerais e Lymnaea rupestris Paraense, 1982, Santa Catarina.

Através de um estudo malacológico realizado em 10 açudes no Estado da Paraíba durante o anos de 1995 e 1996, por Abílio e col.** Dados inéditos. Pesquisa em andamento. Dados inéditos. Pesquisa em andamento. , foram coletados quatro espécimes de Lymnaea columella associados a raízes das macrófitas aquáticas Eichornia crassipes e Pistia stratiotes, na margem do açude Bodocongó, na cidade de Campina Grande, Paraíba. Nesse açude observa-se grande quantidade do gastrópode tiarídeo Melanoides tuberculata, registrado pela primeira vez para o Estado do Paraíba por Paz e col5.

Observa-se ainda o ampulariídeo Pomacea lineata, fisídeo Aplexa marmorata, duas espécies de planorbídeos Biomphalaria straminea e Drepanotrema sp e o Ancilídeo gundlachia sp.

Os espécimes de Lymnaea columella coletados no açude Bodocongó variaram de 5mm por 2,5mm a 8mm por 4,0mm, possuindo quatro giros arreondados na concha. Os outros caracteres coincidem com a descrição da espécie feita por Paraense3.

As espécies de Lymnaea vivem principalmente em habitats alagadiços, tais como áreas pantanosas e brejos. São encontradas, via de regra, sobre a lama úmida, às vezes parcialmente enterradas, próxima às margens das águas, sobre macrófitas aquáticas ou sobre vegetais em decomposição (Paraense3). Alimentam-se principalmente de perifiton e têm preferência por ambientes de águas duras, a exemplo do açude Bodocongó, o qual apresenta águas com valores médios de dureza total em torno de 300 mg CaCO3/1 e alcalinidade média de 150 CaCO3/1.

Os Limneídeos podem atuar como hospedeiros intermediários da Fasciola hepatica (Trematoda: Fasciolidae), trematódeo de grande importância econômica em áreas de criação de bovinos e ovinos. Ueta6 já havia observado a ocorrência de infecção natural de Lymnaea columella pelo trematódeo F. hepatica no Vale do Paraíba, São Paulo, fato este preocupante, uma vez que em São Paulo e nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Bahia há registro da fasciolose humana.

Deve-se ter cuidado maior em preservar a qualidade da água, principalmente daqueles açudes destinados ao abastecimento doméstico, uma vez que estão sujeitos à contaminação natural provenientes das áreas de drenagem. As atividades humanas nas regiões marginais exercem grande influência sobre os açudes, comprometendo diretamente a qualidade das águas. A ocorrência recente de Melanoides tuberculata, Lymnaea columella e, principalmente, Biomphalaria straminea torna a situação preocupante uma vez que estes moluscos são transmissores de trematódeos que parasitam o homem.

Correspondência para / Correspondence to: Francisco José Pegado Abílio - Caixa Postal 5058 - 58051-970. João Pessoa, PB - Brasil

E-mail: watanabe@dse.ufpb.br

Recebido em 16.05.1997. Aprovado em 20.08.1997.

  • 1. Paraense, W.L. Lymnaea viatrix and Lymnaea columella in the Neotropical Region: a distributional outline. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 77: 181-8, 1982.
  • 2. Paraense, W.L. Lymnaea rupestris sp. n. from Southern Brazil (Pulmonata: Lymnaeidae). Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 77: 437-43,1982.
  • 3. Paraense, W.L. Lymnaea columella in Northern Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 78: 477-82, 1983.
  • 4. Paraense, W.L. Lymnaea columella: two new Brazilian localities in the states of Amazonas and Bahia. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 81: 121-3, 1986.
  • 5. Paz, R.J. et al. First record of Melanoides tuberculata (Müller, 1774) (Gastropoda: Prosabranchia: Thiariadae) in the state of Paraíba (Brazil) and its possible ecological implications. Rev. Nordestina Biol., 10: 79-84, 1995.
  • 6. Ueta, M.T. Ocorręncia de infecçăo natural de Fasciola hepatica Limnaeus, 1758 em Lymnaea columella Say, 1817 no Vale do Paraíba, SP, Brasil. Rev. Saúde Pública, 14: 230-3, 1980.
  • * Dados inéditos. Pesquisa em andamento.
    Dados inéditos. Pesquisa em andamento.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Ago 2001
    • Data do Fascículo
      Abr 1998

    Histórico

    • Recebido
      16 Maio 1997
    • Aceito
      20 Ago 1997
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