Acessibilidade / Reportar erro

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na prática clínica

Attention deficit hiperactivity disorder (ADHD) in the clinical practice

APRESENTAÇÃO

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na prática clínica

Attention deficit hiperactivity disorder (ADHD) in the clinical practice

Paulo Mattos - Editor convidado

GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de Atenção do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Paulo Mattos Universidade Federal do Rio de Janeiro Rua Paulo Barreto, 91 22280-010 – Rio de Janeiro, RJ E-mail: paulomattosmd@gmail.com

Neste suplemento especial do Jornal Brasileiro de Psiquiatria sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), foram convidados pesquisadores de diferentes instituições brasileiras para abordar temas que abrangem o diagnóstico, o curso, o impacto e as comorbidades, bem como o tratamento. O comentário inicial é de autoria de Sam Goldstein, o editor do Journal of Attention Disorders, a mais importante publicação especializada sobre o assunto.

A crença ainda razoavelmente difundida de que o TDAH não é um transtorno genuíno não encontra respaldo em centenas de estudos com sólida fundamentação científica. O diagnóstico de TDAH é semelhante em contextos socioeconômicos e culturais muito diversos, quando são aplicados critérios bem definidos. O diagnóstico de TDAH é dimensional, à semelhança de inúmeras outras enfermidades médicas, tais como a obesidade, a hipertensão e o diabetes. A validade do diagnóstico de TDAH se fundamenta em achados de genética, neuroimagem, neurofisiologia e neuropsicologia, além de estudos de coorte.

A desinformação sobre o TDAH abunda na imprensa leiga, associada a eventuais declarações impróprias de profissionais isolados, tornando o trabalho do profissional de saúde mais difícil: é necessário, antes de tudo, esclarecer ao paciente e aos seus familiares sobre a gênese do transtorno, o seu impacto e os tratamentos cientificamente demonstrados como eficazes. Curiosamente, não se tem notícia de que doenças em outras áreas da medicina dêem origem a controvérsias na imprensa leiga. Também é digno de nota o fato de médicos de outras especialidades não manterem "suas crenças pessoais" quando publicações científicas apresentam novos resultados e apontam para novos entendimentos acerca das enfermidades. Devemos pensar seriamente sobre isso.

O excesso de tratamento medicamentoso é um mito tanto no Brasil quanto em outros países, o que pode ser demonstrado matematicamente. O aumento das prescrições de estimulantes é atribuído ao aumento de casos diagnosticados e ao fato de a medicação ser usada modernamente por mais tempo, exatamente como ocorre com os hipolipemiantes.

Este suplemento aborda questões importantes para a prática clínica diária, representando uma contribuição inestimável para aqueles que se dedicam a tratar de portadores de TDAH.

  • Endereço para correspondência:

    Paulo Mattos
    Universidade Federal do Rio de Janeiro
    Rua Paulo Barreto, 91
    22280-010 – Rio de Janeiro, RJ
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      19 Out 2007
    • Data do Fascículo
      2007
    Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro Av. Venceslau Brás, 71 Fundos, 22295-140 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel./Fax: (55 21) 3873-5510 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
    E-mail: editora@ipub.ufrj.br