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Insuficiência cardíaca: o cenário ainda é preocupante!

CARTA AO EDITOR

Insuficiência cardíaca: o cenário ainda é preocupante!

Edval Gomes dos Santos Júnior; Cintia Trindade Araújo

Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA - Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Edval Gomes dos Santos Júnior Endereço: Rua Márcio Baptista, 104 / 1201 - Edifício Osaka - Stiep 41770-015 - Salvador, BA - Brasil E-mail: edval_junior@cardiol.br, edvalgomes@hotmail.com

Palavras-chave: Insuficência cardíaca/epidemiologia, insuficiência cardíaca/terapia, insuficiência cardíaca/mortalidade.

A insuficiência cardíaca (IC) é um importante problema de saúde pública no Brasil1 e a perspectiva é de aumento na sua prevalência em virtude da projeção de crescimento populacional e da expectativa de vida2. Houve um grande avanço no seu tratamento, com novas terapias clínicas e cirúrgicas, entretanto a morbimortalidade ainda permanece elevada. No estudo SHIFT, por exemplo, apesar do elevado uso das terapias recomendadas, a mortalidade foi de 16% e o percentual de hospitalizações por piora da IC foi 16% no grupo tratamento3. No mundo real, onde as taxas praticadas são menores, resultados piores são esperados.

Neste contexto, Godoy e cols.3 publicaram uma análise de série temporal de pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca admitidos em hospitais do SUS, na cidade de São Paulo, entre 1992 a 20104. Os resultados referentes à última década revelam um cenário preocupante: 1) O número de internações permanece elevado; 2) O tempo de permanência hospitalar aumentou de modo expressivo, alcançando valores quase duas vezes superiores aos relatados no registro americano ADHERE5; 3) A taxa de mortalidade hospitalar alcançou níveis alarmantes e assume um comportamento estacionário em torno de 15%.

Estes dados podem ilustrar o tamanho do desafio ainda a ser superado no Brasil e que, embora tenhamos avançado, ainda temos um longo caminho a percorrer.

Artigo recebido em 23/11/11

Revisado recebido em 23/11/11

Aceito em 05/01/12

  • 1. Montera MW, Almeida RA, Tinoco EM, Rocha RM, Moura LZ, Réa-Neto A, et al.; Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca aguda. Arq Bras Cardiol. 2009;93(3 supl.3):1-65.
  • 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores sociodemográficos e de saúde no Brasil. [Citado em 2011 set.20]. Disponível em: http:///www.ibge.br/home/estatistica/populacao/indic -sociosaude/2009/indic-saude.pdf
  • 3. Godoy HL, Silveira JA, Segalla E, Almeida DR. Hospitalização e mortalidade por insuficiência cardíaca em hospitais públicos no município de São Paulo. Arq Bras Cardiol. 2011;97(5):402-7.
  • 4. Swedberg K, Komajda M, Böhm M, Borer JS, Ford I, Dubost-Brama A, et al.; SHIFT Investigators. Ivabradine and outcomes in chronic heart failure (SHIFT): a randomised placebo-controlled study. Lancet. 2010;376(9744):875-85.
  • 5. Adams KJ, Fonarow GC, Emerman CL, LeJemtel TH, Costanzo MR, et al.; ADHERE Scientific Advisory Committee and Investigators. Characteristics and outcomes of patients hospitalized for heart failure in the United States: rationale, design, and preliminary observations from the first 100,000 cases in the Acute Decompensated Heart Failure National Registry (ADHERE). Am Heart J. 2005;149(2):209-16.
  • Endereço para correspondência:
    Edval Gomes dos Santos Júnior
    Endereço: Rua Márcio Baptista, 104 / 1201 - Edifício Osaka - Stiep
    41770-015 - Salvador, BA - Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Jul 2012
    • Data do Fascículo
      Maio 2012
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