Macrófagos e Neovascularização na Neoaterosclerose Intra-Stent: um Fenótipo Inflamatório Acelerado por OCT com Implicações Terapêuticas

Palavras-chave:
Reestenose Coronária; Fenótipo/inflamação; Intervenção Coronária Percutânea; Aterosclerose; Diagnóstico por Imagem/métodos

Nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Pinheiro et al.,¹ apresentam dados de tomografia de coerência óptica (OCT) com diferenças claras de inflamação e neovascularização entre aterosclerose de novo, reestenose intra-stent por hiperplasia intimal e neoaterosclerose intra-stent.

Pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea com implante de stent podem apresentar sintomas recorrentes de doença coronariana devido à reestenose intra-stent por lesão vascular que desencadeia uma resposta proliferativa na íntima,² minimizada pelas técnicas atuais e stents de nova geração.³ No entanto, a lesão neointimal secundária a um atraso na neoendotelização pode levar à recorrência dos sintomas, geralmente durante o primeiro ano de intervenção coronariana.⁴

Em pacientes com síndromes coronarianas agudas, respostas inflamatórias pronunciadas podem ser detectadas por semanas,⁵ contribuindo para a instabilidade da placa⁶ e massa infartada e remodelação ventricular após infarto do miocárdio.⁷ Além disso, o implante de stent também promove inflamação sistêmica e local.⁸

Russel Ross⁹ definiu a aterosclerose como uma doença inflamatória.⁹ Pinheiro et al.,¹ relataram aumento da atividade inflamatória e neovascularização entre lesões de novo e neoaterosclerose intra-stent. Essas duas formas de aterosclerose podem ter diferenças importantes na fisiopatologia. A aterosclerose em artérias nativas está relacionada a fatores de risco cardiovascular e leva muito tempo para se desenvolver, mas após síndromes coronarianas agudas e/ou implante de stents, a inflamação sistêmica pode acelerar sua progressão,⁶ A neoaterosclerose intra-stent é uma forma nova e rápida de aterosclerose relacionada à lesão e inflamação vascular.⁴

Complicações como a ruptura da placa aterosclerótica parecem estar associadas não apenas à expansão da placa,¹⁰ mas também a características de maior vulnerabilidade (conteúdo inflamatório, capa fibrosa fina e maior teor lipídico).¹¹ A OCT abordou adequadamente todos esses aspectos. As descobertas do artigo têm implicações importantes:

• 1) A necessidade de terapia apropriada (incluindo terapias hipolipemiantes altamente eficazes) para prevenir o desenvolvimento de aterosclerose em artérias coronárias nativas e possivelmente na aterosclerose intra-stent.¹²,¹³

• 2) O estudo levanta o debate sobre a relevância do risco inflamatório residual e a oportunidade do uso de anti-inflamatórios.¹⁴,¹⁵

• 3) Mais estudos são necessários para entender melhor a neoaterosclerose intra-stent e a necessidade de estratégias mais abrangentes, para prevenir esta forma de falha do stent.

• Minieditorial referente ao artigo: Fenótipo Inflamatório por Imagem de OCT Coronária: Características Específicas Entre Lesões De Novo, Hiperplasia Intimal e Neoaterosclerose Intra-Stent

Referências

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  19 Dez 2022
• Data do Fascículo
  Dez 2022