Resumo
The genus Lissonoschema Martins & Monné is redefined and L. solangeae sp. nov. is described from Brazil (Mato Grosso). A key to the three species is added.
Cerambycidae; Cerambycinae; Lissonoschema; Taxonomy; Trachyderini
Cerambycidae; Cerambycinae; Lissonoschema; Taxonomy; Trachyderini
Sinopse do gênero Lissonoschema (Coleoptera, Cerambycidae, Cerambycinae, Trachyderini)1
Synopsis of the genus Lissonoschema (Coleoptera, Cerambycidae, Cerambycinae, Trachyderini)
Marcela L. MonnéI; Miguel A. MonnéII
IDepartamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná; Caixa Postal 19020; CEP 81531-990 Curitiba, PR, Brasil. (Bolsista CAPES)
IIMuseu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Quinta da Boa Vista; CEP 22940-040 Rio de Janeiro, RJ, Brasil. (Bolsista CNPq)
ABSTRACT
The genus Lissonoschema Martins & Monné is redefined and L. solangeae sp. nov. is described from Brazil (Mato Grosso). A key to the three species is added.
Keywords: Cerambycidae, Cerambycinae, Lissonoschema, Taxonomy, Trachyderini.
INTRODUÇÃO
O gênero Lissonoschema, restrito à América do Sul, foi proposto por MARTINS & MONNÉ (1978) para duas espécies: Lissonoschema macrocolum Martins & Monné, 1978, do Espírito Santo (Brasil) e para Lissonotypus fasciatus Fisher, 1944, da Venezuela, transferida para Lissonoschema. Apresentamos a redescrição do gênero, chave de identificação para as espécies e a descrição de Lissonoschema solangeae sp. nov., proveniente do Mato Grosso (Brasil).
O material estudado pertence ao Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (MNRJ).
Lissonoschema Martins & Monné, 1978
Lissonoschema Martins & Monné, 1978:65, fig.1; FRAGOSO, MONNÉ & SEABRA, 1987:200; MONNÉ, 1994:105; MONNÉ & GIESBERT, 1994:146; 1995:150.
Espécie-tipo: Lissonoschema macrocolum Martins & Monné, 1978 por designação original.
Todo corpo com superfície lisa e brilhante. Cabeça com raros pontos finos e rasos; região posterior com estrias finas e transversais. Fronte profundamente escavada. Tubérculos anteníferos aguçados no ápice. Vértice com depressão rasa. Submento densamente pontuado e com pêlos densos, curtos e eretos. Genas subtriangulares, divergentes, com pontos finos, esparsos e rasos; tão longas quanto a metade do diâmetro do lobo ocular inferior. Lobos superiores dos olhos com carena no lado interno. Mandíbulas com 2/3 basais esparsa e grosseiramente pontuadas; ápices lisos e bífidos. Antenas com evidente dimorfismo sexual; nos machos, filiformes ou subserreadas e com doze antenômeros; nas fêmeas, serreadas e com onze antenômeros. Escapo (figs. 1, 3, 5, 7) cilíndrico, curto, robusto e encurvado; pedicelo curto e transverso; antenômero III (figs. 1, 5, 7) cerca de três vezes o comprimento do escapo, carenado e com projeção obtusa nos ápices interno e externo; antenômeros III-XII (XI nas fêmeas) com pilosidade curta e densa, exceto o ápice interno liso e brilhante, superfície microesculturada e pontos finos e densos. Nos machos, as antenas alcançam o ápice elitral nos antenômeros V ou VI; IV-XI subiguais, antenômero XII (figs. 2, 6) variável. Nas fêmeas, alcançam o ápice elitral no antenômero IX; IV-X decrescem gradualmente e XI (fig. 4) abruptamente estreitado no 1/3 distal. Protórax tão longo quanto largo ou mais longo que largo; nos lados com ou sem gibosidades. Margens anterior e posterior estreitadas. Pronoto convexo. Processo prosternal cerca de 1/3 do diâmetro de uma procoxa; vertical no ápice. Cavidades cotilóides anteriores abertas atrás. Mesosterno deprimido no meio. Processo mesosternal cerca de 2/3 do diâmetro de uma mesocoxa com a margem apical bilobada. Cavidades cotilóides médias fechadas lateralmente. Metasterno convexo, cerca de 2/3 do comprimento do prosterno. Mesepimero com pilosidade curta e esparsa. Escutelo cordiforme. Élitros cerca de 2,0 a 2,5 vezes o comprimento do protórax, pouco mais largos que o protórax na base, com os lados ligeiramente estreitados para os ápices. Superfície com raros pontos finos e rasos. Região externa do friso sutural, ao lado do escutelo, profunda e longitudinalmente deprimida. Extremidades elitrais arredondadas. Úmeros pouco proeminentes, arredondados. Pernas anteriores e posteriores subiguais e 1/3 mais longas que as medianas. Coxas arredondadas, com pontos finos e densos e pubescência densa e esbranquiçada. Fêmures pedunculado-clavados; os posteriores apenas ultrapassam os ápices dos élitros; meso- e metafêmures com espinho apical interno cerca da metade da largura do ápice do fêmur, subiguais. Tíbias médias e posteriores carenadas no lado externo. Tarsos curtos, primeiro metatarsômero mais curto que os dois seguintes reunidos; escovas tarsais compactas. Urosternito III uma vez e meia mais longo que o seguinte. Último urosternito com margem apical arredondada ou truncada.
Discussão. MARTINS & MONNÉ (1978) consideraram Lissonoschema próximo à Lissonotypus. Lissonoschema difere de Lissonotypus, principalmente por: fronte profundamente escavada; lobos superiores dos olhos com carena no lado interno; antenômero III carenado e cerca de 3 vezes o comprimento do escapo; protórax tão longo quanto largo ou mais longo que largo; extremidades elitrais arredondadas; pernas anteriores e posteriores com comprimento subigual. Em Lissonotypus a fronte não apresenta escavações, a guarnição interna dos lobos superiores dos olhos é pouco elevada, o antenômero III é sulcado e cerca de 1,5 vezes o comprimento do escapo, o protórax é mais largo que longo, as extremidades elitrais são subtruncadas ou angulosas na sutura e as pernas anteriores com cerca de 2/3 do comprimento das posteriores.
Chave para as espécies de Lissonoschema.
Lissonoschema solangeae sp. nov.
Etimologia. Homenagem à Dra. Dilma Solange Napp, por sua valiosa contribuição ao conhecimento de Cerambycidae.
♂. Cabeça, escapo, pedicelo, protórax, élitros, na região circumescutelar e nos lados, da metade anterior e fêmures, vermelhos; antenômeros III-XII, élitros, tíbias e tarsos, pretos; mesosterno, metasterno e abdome, castanho-avermelhados. Antenômeros III-XII com pubescência curta, densa e preta; IV-XII achatados e subserreados; antenômero XII (fig. 6) expandido nos 2/3 anteriores, no 1/3 distal estreitado e aguçado e recurvo no ápice, cerca da metade do III (fig. 5) e subigual ao IV e X. Protórax (fig. 8) tão largo quanto longo com os lados, na metade posterior, com gibosidades proeminentes. Prosterno sem pontuação sexual. Processo prosternal com pontos finos e rasos, adensados para o ápice. Mesosterno e metepisterno lisos e glabros. Mesepisterno com densos pontos rasos e finos e pêlos curtos, densos e amarelados. Metasterno com pontos finos, rasos e esparsos e pêlos curtos, esparsos e amarelados. Élitros (fig. 8) cerca de 2,0 vezes o comprimento do protórax. Abdome com pilosidade amarelada, curta e decumbente em toda superfície. Último urosternito com a margem apical truncada.
Dimensões, mm, ♂. Comprimento total 8,8; comprimento do protórax 2,5; maior largura do protórax 2,4; comprimento do élitro 5,0; largura umeral 3,0.
Material-tipo. BRASIL, Mato Grosso: Sinop, holótipo , X. 1976, Roppa & Alvarenga col. (MNRJ).
Discussão. Lissonoschema solangeae (fig. 8) difere de L. macrocolum, por: cabeça, escapo, pedicelo, protórax e no lados dos élitros, na metade anterior, vermelhos; lados do protórax, na metade posterior, com gibosidades proeminentes; antenômero XII, nos machos, curto, achatado, expandido nos 2/3 anteriores, no 1/3 distal estreitado, aguçado e recurvo no ápice, cerca da metade do III; mesosterno liso e glabro. Em L. macrocolum a cabeça, o escapo, o pedicelo, o protórax e os lados dos élitros, são pretos, os lados do protórax sem gibosidades, o antenômero XII, nos machos, longo, filiforme, estreitado para o ápice e este recurvo e cerca de ¾ do III e o mesosterno é densamente pontuado e ornado com pêlos curtos, densos e amarelados. L. fasciatum difere dessas espécies, além da coloração do corpo, pela pontuação sexual fina e adensada em duas pequenas áreas aos lados do prosterno.
Agradecimentos. Ao Prof. Dr. Albino M. Sakakibara pela fotografia.
Recebido em 15.10.1999; aceito em 21.12.1999.
Referências bibliográficas
- FRAGOSO, S. A.; MONNÉ, M. A. & SEABRA, C. A. C. 1987. Preliminary considerations on the higher classification of Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) with nomenclatural alterations. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 47(1-2):189-202.
- MARTINS, U. R. & MONNÉ, M. A. 1978. Notas e descrições em Lissonotini (Coleoptera, Cerambycidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 22(2):65-68.
- MONNÉ, M. A. 1994. Catalogue of the Cerambycidae (Coleoptera) of the Western Hemisphere. Part XI. São Paulo, Sociedade Brasileira de Entomologia. 157 p.
- MONNÉ, M. A. & GIESBERT, E. F. 1994. Checklist of the Cerambycidae and Disteniidae (Coleoptera) of the Western Hemisphere. California, Wolsfgarden Books. 409 p.
- ____. 1995. Checklist of the Cerambycidae and Disteniidae (Coleoptera) of the Western Hemisphere. California, Wolfsgarden Books. 419 p.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
23 Ago 2010 -
Data do Fascículo
Nov 2000
Histórico
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Aceito
21 Dez 1999 -
Recebido
15 Out 1999