Resumos
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho, as características de carcaça e as suas correlações com as expressões gênicas em tourinhos. Quarenta animais Red Norte foram confinados e distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2x2, e alimentados com grãos de soja moídos ou gordura protegida, com ou sem inclusão de monensina. As dietas foram formuladas para serem isonitrogenadas, com teores de extrato etéreo semelhante (6,5%), e tiveram silagem de milho como volumoso (40%). O período experimental foi de 84 dias, precedido por 14 dias de adaptação. Foram avaliadas as expressões dos genes PPARA, SREBP1c e SCD1. Animais alimentados com gordura protegida tiveram maior ganho de peso nos primeiros 56 dias de confinamento. O uso da monensina não afetou o ganho de peso diário dos animais, mas proporcionou aumento do rendimento de carcaça. Houve correlação de -0,40 entre o ganho de peso dos animais e a expressão do SCD1. O uso de gordura protegida aumenta o desempenho dos animais no início do confinamento, e a monensina proporciona maior rendimento de carcaça.
bovinocultura de corte; gordura protegida; ionóforos; PPARA; soja; SREBP1c.
The objective of this work was to evaluate performance, carcass traits, and their correlation with gene expression in young bulls. Forty Red Norte animals were feedlot and distributed in a completely randomized design, using a 2x2 factorial arrangement, and fed ground soybean grains or rumen-protected fat, with or without monensin supplementation. Diets were formulated to be isonitrogenous, with similar ether extract contents (6.5%), and had corn silage as roughage (40%). The experimental period lasted 84 days, preceded by 14 days of adaptation. The expressions of the PPARA, SREBP1c and SCD1 genes were evaluated. Animals fed rumen-protected fat had greater average daily gain in the first 56 days of feedlot. Monensin did not affect the daily gain, but increased carcass weight. There was -0.40 correlation between animal daily gain and SCD1 expression. The use of rumen-protected fat increases animal performance at the beginning of feedlot, and monensin provides greater carcass weight.
beef cattle; rumen-protected fat; ionophores; PPARA; soybean; SREBP1c.
Introdução
No Brasil, nos últimos dez anos, houve crescimento substancial do confinamento de
animais, por vários motivos, inclusive o de animais alojados por ciclo de engorda em
cada unidade (Cervieri et al., 2009CERVIERI, R.C.; CARVALHO, J.C.F.; MARTINS, C.L. Evolução do manejo
nutricional nos confinamentos brasileiros: importância da utilização de subprodutos
da agroindústria em dietas de maior inclusão de concentrado. In: SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES, 2., 2009, Botucatu. Recentes avanços na
nutrição de bovinos confinados: anais. Botucatu: Unesp, 2009.
p.2-22.). Assim, em
razão da capacidade estática destes empreendimentos, há necessidade de se elevar a
concentração energética das dietas, pois a alta proporção de volumosos pode não ser
viável, pelo baixo teor de matéria seca destes alimentos e pela necessidade de grandes
áreas destinadas ao plantio (Machado Neto et al.,
2012MACHADO NETO, O.R.;; LADEIRA, M.M.; CHIZZOTTI, M.L. JORGE, A.M.;
OLIVEIRA, D.M. de; CARVALHO, J.R.R. de; RIBEIRO, J. do S. Performance, carcass
traits, meat quality and economic analysis of feedlot of young bulls fed oilseeds
with and without supplementation of vitamin E. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41,
p.1756-1763, 2012. DOI: 10.1590/S1516-35982012000700027.
https://doi.org/10.1590/S1516-3598201200...
). No entanto, a elevação da proporção de alimentos concentrados nas
dietas aumenta a possibilidade de ocorrência de acidose ruminal; portanto, a utilização
de aditivos como a monensina sódica é uma estratégia que pode reduzir os índices deste
distúrbio digestivo.
A monensina é responsável por mudanças na microbiota ruminal, como o aumento da produção
de propionato e alterações nos mecanismos de saciedade, o que resulta na redução da
quantidade de alimento ingerido e aumento da frequência das refeições (González et al., 2012GONZÁLEZ, L.A.; MANTECA, X.; CALSAMIGLIA, S.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN,
K.S.; FERRET, A. Ruminal acidosis in feedlot cattle: interplay between feed
ingredients, rumen function and feeding behavior (a review). Animal Feed Science and
Technology, v.172, p.66-79, 2012. DOI:
10.1016/j.anifeedsci.2011.12.009.
https://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.201...
). Portanto, este ionóforo
contribui para a fermentação no rúmen e manutenção de um pH mais estável ao longo do
dia.
Outra estratégia para reduzir a possibilidade de acidose, em bovinos de corte
confinados, pode ser realizada por meio da inclusão de alimentos ricos em lipídeos na
dieta. A substituição de carboidratos não fibrosos por lipídeos evita a formação de
ácido láctico e a produção elevada de ácidos graxos voláteis (Van Soest, 1994VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2nd ed. New York:
Cornell University, 1994. 476p.). Todavia, a adição de lipídeos a dietas de bovinos
pode alterar a fermentação ruminal e diminuir a digestibilidade da fibra dietética, em
razão da supressão das atividades de bactérias celulolíticas e metanogênicas, geralmente
gram-positivas (Jenkins et al., 2008JENKINS, T.C.; WALLACE, R.J.; MOATE, P.J.; MOSLEY, E.E. Recent advances
in biohydrogenation of unsaturated fatty acids within the rumen microbial ecosystem.
Journal of Animal Science, v.86, p.397-412, 2008. DOI:
10.2527/jas.2007-0588.
https://doi.org/10.2527/jas.2007-0588....
). Portanto,
a utilização de fontes lipídicas que escapam da degradação ruminal, como as gorduras
inertes ou sabões de cálcio, pode ser efetiva para evitar o efeito negativo deste
alimento sobre o ambiente ruminal. A utilização de oleaginosas, como o grão de soja, é
outra estratégia que pode reduzir os efeitos negativos dos lipídeos sobre a fermentação
ruminal, uma vez que estas fontes de ácidos graxos estão parcialmente protegidas da
degradação ruminal (Oliveira et al., 2011OLIVEIRA, D.M.; LADEIRA, M.M.; CHIZZOTTI, M.L.; MACHADO NETO, O.R.;
RAMOS, E.M.; GONÇALVES, T.M.; BASSI, M.S.; LANNA, D.P.D.; RIBEIRO, J.S. Fatty acid
profile and qualitative characteristics of meat from Zebu steers fed with different
oilseeds. Journal of Animal Science, v.89, p.2546-2555, 2011. DOI:
10.2527/jas.2010-3553.
https://doi.org/10.2527/jas.2010-3553....
).
O efeito de determinados ácidos graxos, sobre a expressão de alguns genes, ocorre graças
à atividade biológica apresentada por certos lipídeos na dieta, que podem estimular ou
inibir genes que codificam enzimas específicas (Jump,
2002JUMP, D.B. Dietary polyunsaturated fatty acids and regulation of gene
transcription. Current Opinion in Lipidology, v.13, p.155-164, 2002. DOI:
10.1097/00041433-200204000-00007.
https://doi.org/10.1097/00041433-2002040...
). Assim, o uso de gordura protegida pode aumentar a quantidade de ácidos
graxos poli-insaturados absorvidos no intestino e, consequentemente, modular a síntese
de RNAm de genes ligados ao metabolismo lipídico. Entre estes genes, o
PPARA ("peroxisome proliferator-activated receptor" - receptor
ativado por proliferador de peroxissomos alfa) e o SREBP1c
("sterol regulatory element-binding proteins" - fator de transcrição
de proteínas ligantes aos esteroides) apresentam papel fundamental. Os PPARs são uma
família de proteínas receptoras nucleares, que são ativadas por certos ácidos graxos e
desempenham funções importantes na regulação do metabolismo de nutrientes e homeostase
energética do animal (Lemay & Hwang, 2006LEMAY, D.G.; HWANG, D.H. Genome-wide identification of peroxisome
proliferator response elements using integrated computational genomics. Journal of
Lipid Research, v.47, p.1583-1587, 2006. DOI:
10.1194/jlr.M500504-JLR200.
https://doi.org/10.1194/jlr.M500504-JLR2...
). A
proteína PPARA apresenta função biológica semelhante em ruminantes e não ruminantes, é
responsável pela regulação da beta-oxidação de ácidos graxos e pode ser controlada para
melhorar a produção e a saúde dos animais (Bionaz et
al., 2013BIONAZ, M.; CHEN, S.; KHAN, M.J.; LOOR, J.J. Functional role of PPARs in
ruminants: potential targets for fine-tuning metabolism during growth and lactation.
PPAR Research, v.2013, 2013. DOI: 10.1155/2013/684159.
https://doi.org/10.1155/2013/684159....
). A proteína SREBP1c atua na regulação da lipogênese e pode
desempenhar papel oposto ao da PPARA ( Schmitz &
Ecker, 2008). Estudos também têm relatado que a expressão da
estearoil CoA dessaturase (SCD1) é regulada por fatores associados à SREBP1c (Sampath & Ntambi, 2006SAMPATH, H.; NTAMBI, J.M.Stearoyl-coenzyme A desaturase 1, sterol
regulatory element-binding protein-1c and peroxisome proliferator-activated
receptor-alpha: independent and interactive roles in the regulation of lipid
metabolism. Current Opinion in Clinical Nutrition Metabolic Care, v.9, p.84-88, 2006.
DOI: 10.1097/01.mco.0000214564.59815.af.
https://doi.org/10.1097/01.mco.000021456...
). Sua ação reflete a
maior síntese de ácidos graxos, que pode influenciar a eficiência de crescimento, além
de alterar a composição de ácidos graxos depositados na carne (Kim & Ntambi, 1999KIM, Y.C.; NTAMBI, J.M. Regulation of stearoyl-CoA desaturase genes:
role in cellular metabolism and preadipocyte differentiation. Biochemical and
Biophysical Research Communications, v.266, p.1-4, 1999. DOI:
10.1006/bbrc.1999.1704.
https://doi.org/10.1006/bbrc.1999.1704....
).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho, as características de carcaça e suas correlações com as expressões gênicas, em tourinhos.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no setor de Bovinocultura de Corte, da Universidade Federal de Lavras, de junho a setembro de 2009, em Lavras, MG (21º14' S, 45º00'W, a 918 m de altitude). Foram utilizados 40 machos não castrados do grupo genético Red Norte, com idade inicial média de 21 meses e peso vivo inicial médio de 359±47 kg. Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2x2 (duas oleaginosas, com ou sem adição de ionóforo) e 10 repetições por tratamento, e os animais representaram as unidades experimentais. As dietas continham silagem de milho como volumoso, e quatro diferentes tipos de concentrado foram utilizados, com a inclusão de grão de soja moído ou gordura protegida (sabão de cálcio), Megalac-E, Arm & Hammer, oriunda de soja, (Church & Dwight Company, QGN, Camaçari, BA, Brasil), e a inclusão ou não do ionóforo monensina sódica Rumenpac, (MCassab, São Paulo, SP, Brasil). Portanto, cada tipo de dieta representou um determinado tratamento, e a dose de monensina sódica recebida por cada animal foi de 230 mg por dia (Tabela 1). A mistura da monensina ao suplemento mineral foi realizada semanalmente e ajustada com base no consumo médio de massa de matéria seca, na semana anterior à produção dos concentrados. Tal procedimento foi feito para garantir o consumo médio preconizado. As dietas foram formuladas para atender às exigências de ganho de peso diário de 1,4 kg por dia (National Research Council, 2000 NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriment of beef cattle. 7th ed. Washington: National Academy, 2000. 242p.).
A duração do experimento foi de 84 dias, precedido por um período de 14 dias para adaptação às dietas e instalações. No início do experimento, os animais foram pesados e tratados contra endoparasitas e ectoparasitas (Ivomec, Paulínia, SP, Brasil). Ao longo do experimento, os animais foram pesados a cada 28 dias, após 16 horas de jejum alimentar e hídrico.
Os animais foram confinados em baias coletivas - uma para cada tratamento -, com 30 m2 de área por animal, providas de comedouro e bebedouro de concreto. As dietas foram fornecidas duas vezes ao dia, às 07:00 e às 14:00 h, na forma de ração total, ajustadas diariamente para permitir sobras em torno de 5% do oferecido. O consumo médio de massa de matéria seca do lote foi obtido diariamente, durante todo o experimento, e amostras dos ingredientes do concentrado e da silagem de milho foram semanalmente coletadas, para análises de composição química, com base em amostras compostas.
As análises de massa de matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo das dietas foram
conduzidas de acordo com Helrich (1990)HELRICH, K. (Ed.). Official methods of analysis of the Association of
Official Analytical Chemists. Arlington: AOAC, 1990. 2v., 1094p.. A
concentração de fibra em detergente neutro (FDN) foi analisada de acordo com o método de
Goering & Van Soest (1970)GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus
reagents, procedure, and some applications). Washington: USDA, 1970.
379p., e o FDN nos
alimentos concentrados foi analisado de acordo com o procedimento descrito por Van Soest et al. (1991)VAN SOEST, P.J.; ROBERTSON, J.B.; LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber,
and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy
Science, v.74, p.3583-3597, 1991. DOI:
10.3168/jds.S0022-0302(91)78551-2.
https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(9...
. Os carboidratos não
fibrosos (CNF) e a energia metabolizável (EM) foram calculados de acordo com o National Research Council (2001).NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriment of dairy cattle. 7th ed.
Washington: National Academy, 2001. 382p.
O abate dos animais foi realizado por meio da técnica de concussão cerebral e secção da veia jugular, seguido de remoção do couro e evisceração, procedimentos aprovados pelo Comitê de ética da Universidade Federal de Lavras (Protocolo 002/09). As carcaças foram identificadas, lavadas, divididas em duas metades que foram pesadas individualmente e levadas à câmara fria, por aproximadamente 24 horas, à temperatura de 1ºC. Após o período de resfriamento, as meias-carcaças foram novamente pesadas para obtenção do peso de carcaça fria.
Para a coleta do músculo longissimus dorsi, entre a 12a e a 13a costela, todos os instrumentos utilizados foram esterilizados, e as amostras colhidas foram lavadas com solução fisiológica de NaCl a 0,9%. Posteriormente, a amostra foi embrulhada em papel alumínio, congelada e transportada em nitrogênio líquido e armazenada a -80°C. A espessura de gordura subcutânea foi medida com auxílio de um paquímetro digital, entre a 12a e a 13a costela, a 3/4 da borda medial do músculo longissimus dorsi na meia carcaça esquerda, após 24 horas de resfriamento. A área de olho de lombo, também medida entre a 12a e a 13a costela, foi delineada em papel transparência e determinada após leitura em planímetro.
O desenho dos iniciadores-alvos (PPARA, SREBP1c e SCD1) e endógenos (beta-actina e gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase - GAPDH), utilizados como genes de referência ou normalizadores, foi realizado por meio de sequências cadastradas e publicadas no banco de dados público do Genbank, plataforma do National Center for Biotechnology Information (NCBI). O RNA total foi extraído a partir de amostras do músculo longissumus dorsi, com o reagente QIAzol (QIAgen, Valencia, CA, EUA), tratadas com DNase DNA-free (Ambion, Austin, TX, EUA), de acordo com o protocolo do fabricante. Para a análise da expressão gênica quantitativa, por reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real (RT-qPCR), utilizou-se o modelo ABI PRISM 7500 Real Time PCR (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA), com o auxílio do sistema de detecção SYBR Green (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA). As condições térmicas de reação foram de 2 min a 50ºC, 10 min a 95ºC, seguidos por 40 ciclos de 15 min a 95ºC e 1 min a 60ºC, finalizadas por 15 s a 95ºC.
Os dados foram coletados e armazenados pelo programa 7500 Fast Software, versão 2.1 (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA). Todo o experimento de RT-qPCR, para cada gene em estudo, foi conduzido a partir de cDNAs diferentes, obtidos a partir de sete repetições biológicas, com três réplicas técnicas para cada uma, e os resultados foram normalizados com uso do CT (ciclo threshold), obtidos pela expressão dos genes de referência beta-actina e GAPDH.
A normalização dos genes foi realizada pela equação ΔCT=CT (gene-alvo) - CT (controle endógeno). Para isso, a calibração foi determinada pela fórmula ΔΔCT=ΔCT (amostra) - ΔCT (calibrador), em que o calibrador utilizado foi o CT do gene na dieta menos expressa. A avaliação da quantificação relativa foi realizada pela fórmula 2-ΔΔCT.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo PROC GLM do programa SAS 9.3 (SAS Institute, Cary, NC, EUA). As médias foram analisadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os coeficientes da correlação de Pearson foram calculados com o PROC CORR do SAS 9.3.
Resultados e Discussão
O ganho de peso médio diário, até os 56 dias de confinamento, foi maior nos animais que
receberam gordura protegida na dieta do que naqueles que receberam grão de soja moído
(Tabela 2). Provavelmente, isto ocorreu em
consequência da maior concentração energética das dietas com gordura protegida (Tabela 1). De acordo com Calder et al. (2002)CALDER, P.C.; YAQOOB, P.; THIES, F.; WALLACE, F.A.; MILES, E.A. Fatty
acids and lymphocyte functions. British Journal of Nutrition, v.87, p.S31-S48, 2002.
DOI: 10.1079/BJN2001455.
https://doi.org/10.1079/BJN2001455....
, a suplementação com ácidos graxos
poli-insaturados pode modular a resposta imune. Estudos prévios mostraram que o
estresse, comum no início dos confinamentos, altera a concentração de proteínas de fase
aguda do plasma (APP) (Phillips et al., 1989PHILLIPS, W.A.; JUNIEWICZ, P.E.; ZAVY, M.T.; VON TUNGELN, D.L. The
effect of the stress of weaning and transport on white blood cell patterns and
fibrinogen concentration of beef calves of different genotypes. Canadian Journal of
Animal Science, v.69, p.333-340, 1989. DOI: 10.4141/cjas89-037.
https://doi.org/10.4141/cjas89-037....
), a
relação de neutrófilos:linfócitos e os níveis de noradrenalina e cortisol (Fike & Spire, 2006FIKE, K.; SPIRE, M.F. Transportation of cattle. Veterinary Clinics of
North America: Food Animal Practice, v.22, p.305-320, 2006. DOI:
10.1016/j.cvfa.2006.03.012.
https://doi.org/10.1016/j.cvfa.2006.03.0...
). Gomes et al. (2013)GOMES, R. da C.; SAINZ, R.D.; LEME, P.R. Protein metabolism, feed energy
partitioning, behavior patterns and plasma cortisol in Nellore steers with high and
low residual feed intake. Revista Brasileira de Zootecnia, v.42, p.44-50, 2013. DOI:
10.1590/S1516-35982013000100007.
https://doi.org/10.1590/S1516-3598201300...
também verificaram que os animais com melhor
eficiência alimentar apresentaram menor teor de cortisol plasmático. Como resposta
fisiológica, o aumento do teor sérico das APP pode reduzir as concentrações séricas do
fator análogo à insulina 1 (IGF-1), que é um hormônio chave para o crescimento de
bovinos de corte (Cooke et al., 2011COOKE, R.F.; BOHNERT, D.W.; MORIEL, P.; HESS, B.W.; MILLS, R.R. Effects
of polyunsaturated fatty acid supplementation on ruminal in situ forage
degradability, performance, and physiological responses of feeder cattle. Journal of
Animal Science, v.89, p.3677-3689, 2011. DOI: 10.2527/jas.2010-3515.
https://doi.org/10.2527/jas.2010-3515....
).
Ganho de peso médio diário (GMD), consumo de massa de matéria seca dos lotes (CMS), eficiência alimentar, peso vivo final, peso de carcaça quente, rendimento de carcaça quente, percentagem dos cortes primários, área de olho de lombo (AOL), área de olho de lombo por 100 kg de carcaça fria (AOL por 100 kg CF), espessura de gordura subcutânea e erro-padrão da média de tourinhos alimentados com grãos de soja (GS) ou gordura protegida (GP), suplementados ou não com monensina (M).
Algumas publicações recomendam que a concentração de extrato etéreo em dietas de
ruminantes não deve ser superior a 6% da massa de matéria seca dietética (National Research Council, 2000 NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriment of beef cattle. 7th ed.
Washington: National Academy, 2000. 242p.; Valadares Filho et al., 2002VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, P.V.R.; MAGALHÃES, K.A.; PAULINO, M.P.
Modelos nutricionais alternativos para otimização de renda na produção de bovinos de
corte. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1., 2002, Rio Branco. Anais. Rio
Branco: Suprema, 2002. v.1, p.197-254.). Entretanto, há
possibilidade de aumento da concentração de lipídeos em dietas de ruminantes para níveis
superiores a 6% (Zinn & Jorquera, 2007ZINN, R.A.; JORQUERA, A.P. Feed value of supplemental fats used in
feedlot cattle diets. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice,
v.23, p.247-268, 2007. DOI: 10.1016/j.cvfa.2007.03.003.
https://doi.org/10.1016/j.cvfa.2007.03.0...
), como
as utilizadas no presente estudo, e que foram responsáveis por produzir ganhos de peso
elevados em todos os tratamentos. Gunn et al.
(2009)GUNN, P.J.; WEAVER, A.D.; LEMENAGER, R.P.; GERRARD, D.E.; CLAEYS, M.C.;
LAKE, S.L. Effects of dietary fat and crude protein on feedlot performance, carcass
characteristics, and meat quality in finishing steers fed differing levels of dried
distillers grains with solubles. Journal of Animal Science, v.87, p.2882-2890, 2009.
DOI: 10.2527/jas.2008-1521.
https://doi.org/10.2527/jas.2008-1521....
realizaram experimento com a utilização de níveis crescentes de grãos
de destilaria e mostraram que as dietas com maior teor deste subproduto apresentavam
9,2% de extrato etéreo e possibilitaram ganho médio diário de 1,43 kg por dia.
A inclusão de monensina não promoveu melhorias no ganho de peso dos animais (Tabela 2). Isto pode ser justificado pelo mecanismo
de ação deste aditivo, que promove aumento da disponibilidade de energia por unidade de
matéria seca ingerida. O fornecimento de monensina resulta em aumento da concentração de
propionato no rúmen e reduz as concentrações de acetato. A produção de metano também é
diminuída e, assim, o teor de energia metabolizável das dietas é aumentado (Beauchemin et al., 2008BEAUCHEMIN, K.A.; KREUZER, M.; O'MARA, F.; MCALLISTER, T.A. Nutritional
management for enteric methane abatement: a review. Australian Journal of
Experimental Agriculture, v.48, p.21-27, 2008. DOI: 10.1071/EA07199.
https://doi.org/10.1071/EA07199....
; Tedeschi et al., 2011 TEDESCHI, L.O.; CALLAWAY, T.R.; MUIR, J.P.; ANDERSON, R.C. Potential
environmental benefits of feed additives and other strategies for ruminant
production. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.291-309, 2011.). Portanto, o uso de monensina, em dietas de
animais em confinamento, pode melhorar a eficiência alimentar, o que numericamente
ocorreu quando se utilizou a dieta com gordura protegida.
Houve menores valores de eficiência alimentar quando as dietas com grão de soja foram
utilizadas. Segundo Clary et al. (1993)CLARY, E.M.; BRANDT, R.T.; HARMON JUNIOR, D.L.; NAGARAJA, T.G.
Supplemental fat and ionophores in finishing diets: feedlot performance and ruminal
digesta kinetics in steers. Journal of Animal Science, v.71, p.3115-3123,
1993., a adição
de lipídeos à dieta pode diminuir a magnitude da contribuição dos ionóforos sobre a
fermentação ruminal, já que os ácidos graxos insaturados também atuam inibindo as
bactérias gram-positivas. Portanto, pode ocorrer efeito associativo entre o aditivo e a
fonte de lipídeo. Resultados semelhantes ao do presente experimento foram observados por
Salinas-Chavira et al. (2009)SALINAS-CHAVIRA, J.; LENIN, J.; PONCE, E.; SANCHEZ, U.; TORRENTERA, N.;
ZINN, R.A. Comparative effects of virginiamycin supplementation on characteristics of
growth-performance, dietary energetics, and digestion of calf-fed Holstein steers.
Journal of Animal Science, v.87, p.4101-4108, 2009. DOI:
10.2527/jas.2009-1959.
https://doi.org/10.2527/jas.2009-1959....
, que não
verificaram efeito dos diferentes níveis de monensina sódica sobre o ganho médio diário
e a eficiência alimentar.
A inclusão de monensina às dietas de terminação, assim como as diferentes fontes de lipídeos estudadas, não promoveram alterações no peso de carcaça quente, área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea (Tabela 2). No entanto, o uso da monensina proporcionou aumento do rendimento de carcaça quente dos animais, o que pode ser explicado pela maior disponibilidade de energia da dieta para os animais. As fontes de lipídeo influenciaram a proporção dos cortes traseiros e dianteiros das carcaças, e as dietas com grãos de soja proporcionaram maior percentagem de traseiro, em relação à gordura protegida, o que resulta em maior valor das carcaças. Holzer et al. (2000)HOLZER, Z.; AHARONI, Y.; BROSH, A.; ORLOV, A.; BUONOMO, F. The influence of recombinant bovine somatotropin on dietary energy level-related growth of Holstein-Friesian bull calves. Journal of Animal Science, v.78, p.621-628, 2000. também verificaram efeito da dieta sobre a proporção de quartos das carcaças, e aqueles animais alimentados com maior teor de energia apresentaram maior percentagem de traseiro, assim como no presente estudo.
O ganho de peso dos animais não apresentou correlação com o rendimento de carcaça, área
de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea (Tabela 3). Este resultado é contrário ao apresentado por Block et al. (2001)BLOCK, H.C.; MCKINNON, J.J.; MUSTAFA, A.F.; CHRISTENSEN, D.A.
Manipulation of cattle growth to target carcass quality. Journal of Animal Science,
v.79, p.133-140, 2001., que verificaram aumento de
0,185 cm2 na área de olho de lombo, para cada alteração de 1 kg no ganho de
peso vivo. A área de olho de lombo não apresentou correlação com os pesos dos quartos e
a espessura de gordura das carcaças estudadas. Todavia, Suguisawa et al. (2006)SUGUISAWA, L.; MATTOS, W.R.S.; OLIVEIRA, H.N. de; SILVEIRA, A.C.;
ARRIGONI, M. de B.; SOUZA, A.A. de. Correlações simples entre as medidas de ultra-som
e a composição da carcaça de bovinos jovens. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35,
p.169-176, 2006. DOI: 10.1590/S1516-35982006000100022.
https://doi.org/10.1590/S1516-3598200600...
encontraram correlações positivas entre a área de
olho de lombo e os quartos traseiros e dianteiros, e correlações negativas entre a área
de olho de lombo e a gordura de cobertura. Lopes et al.
(2012)LOPES, L.S.;LADEIRA, M.M.; GONCALVES, T.; MACHADO NETO, O.R.; PAULINO,
P.V.R.; CHIZZOTTI, M.L.; RAMOS, E.M.; OLIVEIRA, D.M. de. Características de carcaça e
cortes comerciais de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.41, p.970-977, 2012. DOI:
10.1590/S1516-35982012000400020.
https://doi.org/10.1590/S1516-3598201200...
, ao avaliar animais Red Norte e Nelore em confinamento, com pesos
semelhantes aos utilizados no presente estudo, verificaram correlação de 0,53 e 0,71
entre a área de olho de lombo e o peso dos cortes do traseiro total e o da alcatra
completa (contrafilé, filé-mignon, maminha, alcatra, capa de contrafilé e picanha),
respectivamente. Estes resultados mostraram a possibilidade de se ter um ótimo indicador
do valor comercial das carcaças, quando se avalia o rendimento dos cortes
desossados.
Houve correlações significativas antagônicas entre o peso dos animais ao abate e as
proporções dos quartos traseiros e dianteiros, ou seja, quanto maior foi o peso ao abate
dos animais, menor foi a percentagem do quarto traseiro, em relação à carcaça. Este
resultado ajuda a explicar os efeitos das dietas sobre as proporções de quartos nas
carcaças. Houve correlação positiva entre o peso ao abate e o peso de carcaça quente
que, por sua vez, correlacionou-se ao rendimento de carcaça. Observou-se que um
acréscimo de 50 kg ao peso da carcaça dos animais representaria um aumento em 1,32
pontos percentuais no rendimento de carcaça. Com o aumento do peso de carcaça, os órgãos
passam a representar menor proporção do corpo vazio, o que explicaria o maior rendimento
de carcaça (Carvalho et al., 2003CARVALHO, P.A.; SANCHES, L.M.B.; VIÉGAS, J.; VELHO, J.P.; JAURIS, G.C.;
RODRIGUES, M.B. Componentes do peso vivo e órgãos viscerais de bezerros machos de
origem leiteira ao nascimento, 50 e 110 dias de vida. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.32, p.1469-1475, 2003. DOI:
10.1590/S1516-35982003000600022.
https://doi.org/10.1590/S1516-3598200300...
). Estes
resultados são importantes, pois, carcaças com pesos distintos resultam em custos
operacionais similares, pois demandam a mesma mão de obra e o mesmo tempo de
processamento. Portanto, estratégias que possibilitem o aumento do peso da carcaça
colaboram para o aumento da rentabilidade da indústria frigorifica e dos produtores
rurais, já que a forma de remuneração adotada no Brasil é o peso de carcaça quente. O
rendimento de carcaça também apresentou correlação positiva com a percentagem de
dianteiro e negativa com a ponta de agulha. Em relação a esta última, animais com menor
rendimento de carcaça apresentam maior tamanho do trato gastrointestinal e,
consequentemente, maior cavidade abdominal, o que influenciaria o tamanho da ponta de
agulha.
A ausência de correlação entre o peso ao abate e o rendimento de carcaça pode ser
explicada pelo fato de o peso abate apresentar grande influência do tempo de jejum
(Menezes et al., 2011MENEZES, L.F.G.; BRONDANI, I.L.; RESTLE, J.; ALVES FILHO, D.C.;
CALLEGARO, A.M.; WEISE, M. Características dos componentes não integrantes da carcaça
de novilhos superjovens da raça Devon, terminados em diferentes sistemas de
alimentação. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63, p.372-381,
2011. DOI: 10.1590/S0102-09352011000200015.
https://doi.org/10.1590/S0102-0935201100...
). Provavelmente, o nível
de enchimento ruminal pode ter sido influenciado, já que há grande variabilidade
individual, quanto à ingestão de massa de matéria seca por bovino alimentado em grupo, o
que afetaria as mensurações de peso ao abate, mesmo após 16 horas de jejum.
As dietas utilizadas alteraram a expressão dos genes PPARA e
SCD1, que se expressaram mais no músculo longissumus
dorsi dos animais alimentados com grão de soja e suplementados com monensina
(Tabela 4). A explicação para os efeitos das
dietas sobre a expressão gênica do PPARA foi dada por Bionaz et al. (2013)BIONAZ, M.; CHEN, S.; KHAN, M.J.; LOOR, J.J. Functional role of PPARs in
ruminants: potential targets for fine-tuning metabolism during growth and lactation.
PPAR Research, v.2013, 2013. DOI: 10.1155/2013/684159.
https://doi.org/10.1155/2013/684159....
, ao relatar que diferentes
ácidos graxos podem ativar mais ou menos os diferentes isotipos de PPAR. Em relação ao
SCD1, os resultados são explicados pela regulação deste gene pelo
PPARA. Segundo Miller & Ntambi
(1996)MILLER, C.W.; NTAMBI, J.M.Peroxisome proliferators induce mouse liver
stearoys-CoA desaturase 1 gene expression. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America, v.93, p.9443-9448, 1996. DOI:
10.1073/pnas.93.18.9443.
https://doi.org/10.1073/pnas.93.18.9443....
, elementos de resposta ao PPAR, conhecidos como PPRE ("peroxisome
proliferator hormone-response elements") foram localizados no gene responsável por
codificar a SCD1, o que confere capacidade de resposta ao PPARA.
Houve correlação negativa entre o ganho de peso dos animais e a expressão do
SCD1 (Tabela 5). Isto pode
ser indicativo da maior síntese de ácidos graxos pelos tecidos (Choi et al., 2014CHOI, S.H.; SILVEY, D.T.; JOHNSON, B.J.; DOUMIT, M.E.; CHUNG, K.Y.;
SAWYER, J.E.; GO, G.W.; SMITH, S.B. Conjugated linoleic acid (t-10, c-12) reduces
fatty acid synthesis de novo, but not expression of genes for lipid metabolism in
bovine adipose tissue ex vivo. Lipids, v.49, p.15-24, 2014. DOI:
10.1007/s11745-013-3869-0.
https://doi.org/10.1007/s11745-013-3869-...
). Ebara et al.
(2010)EBARA, F.; INADA, S.; ASAOKA, S.-H.; ISOZAKI, Y.; SAITO, A.; ETOH, T.;
SHIOTSUKA, Y.; GOTOH, T. Intensive nursing and feeding during the early growth period
altered intramuscular adipogenesis in crossbred steers (Japanese black male x
Holstein female). Journal of Animal and Veterinary Advances, v.9, p.982-989, 2010.
DOI: 10.3923/javaa.2010.982.989.
https://doi.org/10.3923/javaa.2010.982.9...
verificaram maior expressão dos genes PPARG e
SCD1 quando os animais receberam alimentação com maior teor de
energia e proteína, o que se refletiu em maior ganho de peso, mas também em maior
deposição de gordura, pois, segundo estes autores, os altos níveis nutricionais levariam
à maior diferenciação dos adipócitos no músculo longissimus. Portanto,
os valores de correlação negativa entre a expressão dos genes envolvidos no metabolismo
lipídico e o desempenho dos animais, no presente estudo, podem ser explicados pelo maior
custo energético da deposição de gordura no corpo do animal. Provavelmente, os animais
com maior ganho e, consequentemente, menor expressão dos genes estariam depositando
menor quantidade de gordura intramuscular. Os animais alimentados com grãos de soja e
monensina, que tiveram as maiores expressões de PPARA e
SCD1, apresentaram 1,74% de extrato etéreo no músculo
longissimus dorsi, enquanto os animais alimentados com gordura
protegida e monensina, com menor expressão destes genes, tiveram 2,37% de extrato
etéreo.
A compreensão dos papéis fisiológicos dos isotipos de PPAR em ruminantes tem avançado de
forma significativa, ao longo da última década, e há evidências suficientes, diretas e
indiretas, para concluir que este receptor nuclear é biologicamente relevante nessas
espécies (Bionaz et al., 2013BIONAZ, M.; CHEN, S.; KHAN, M.J.; LOOR, J.J. Functional role of PPARs in
ruminants: potential targets for fine-tuning metabolism during growth and lactation.
PPAR Research, v.2013, 2013. DOI: 10.1155/2013/684159.
https://doi.org/10.1155/2013/684159....
). Os resultados
encontrados no presente trabalho evidenciam isto, pois, o entendimento dos mecanismos de
controle da expressão deste gene poderá ser utilizado no futuro, para modular o
desempenho dos animais.
Conclusões
-
O uso de gordura protegida aumenta o ganho de peso dos tourinhos Red Norte, no início do confinamento, enquanto a monensina sódica proporciona maior rendimento de carcaça.
-
A expressão do gene SCD1 tem correlação negativa com o ganho de peso dos tourinhos.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, processo 476153/2008-5) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig, processo CVZ APQ-04752/10), pelo apoio financeiro.
- BEAUCHEMIN, K.A.; KREUZER, M.; O'MARA, F.; MCALLISTER, T.A. Nutritional management for enteric methane abatement: a review. Australian Journal of Experimental Agriculture, v.48, p.21-27, 2008. DOI: 10.1071/EA07199.
» https://doi.org/10.1071/EA07199. - BIONAZ, M.; CHEN, S.; KHAN, M.J.; LOOR, J.J. Functional role of PPARs in ruminants: potential targets for fine-tuning metabolism during growth and lactation. PPAR Research, v.2013, 2013. DOI: 10.1155/2013/684159.
» https://doi.org/10.1155/2013/684159. - BLOCK, H.C.; MCKINNON, J.J.; MUSTAFA, A.F.; CHRISTENSEN, D.A. Manipulation of cattle growth to target carcass quality. Journal of Animal Science, v.79, p.133-140, 2001.
- CALDER, P.C.; YAQOOB, P.; THIES, F.; WALLACE, F.A.; MILES, E.A. Fatty acids and lymphocyte functions. British Journal of Nutrition, v.87, p.S31-S48, 2002. DOI: 10.1079/BJN2001455.
» https://doi.org/10.1079/BJN2001455. - CARVALHO, P.A.; SANCHES, L.M.B.; VIÉGAS, J.; VELHO, J.P.; JAURIS, G.C.; RODRIGUES, M.B. Componentes do peso vivo e órgãos viscerais de bezerros machos de origem leiteira ao nascimento, 50 e 110 dias de vida. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, p.1469-1475, 2003. DOI: 10.1590/S1516-35982003000600022.
» https://doi.org/10.1590/S1516-35982003000600022. - CERVIERI, R.C.; CARVALHO, J.C.F.; MARTINS, C.L. Evolução do manejo nutricional nos confinamentos brasileiros: importância da utilização de subprodutos da agroindústria em dietas de maior inclusão de concentrado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES, 2., 2009, Botucatu. Recentes avanços na nutrição de bovinos confinados: anais. Botucatu: Unesp, 2009. p.2-22.
- CHOI, S.H.; SILVEY, D.T.; JOHNSON, B.J.; DOUMIT, M.E.; CHUNG, K.Y.; SAWYER, J.E.; GO, G.W.; SMITH, S.B. Conjugated linoleic acid (t-10, c-12) reduces fatty acid synthesis de novo, but not expression of genes for lipid metabolism in bovine adipose tissue ex vivo. Lipids, v.49, p.15-24, 2014. DOI: 10.1007/s11745-013-3869-0.
» https://doi.org/10.1007/s11745-013-3869-0. - CLARY, E.M.; BRANDT, R.T.; HARMON JUNIOR, D.L.; NAGARAJA, T.G. Supplemental fat and ionophores in finishing diets: feedlot performance and ruminal digesta kinetics in steers. Journal of Animal Science, v.71, p.3115-3123, 1993.
- COOKE, R.F.; BOHNERT, D.W.; MORIEL, P.; HESS, B.W.; MILLS, R.R. Effects of polyunsaturated fatty acid supplementation on ruminal in situ forage degradability, performance, and physiological responses of feeder cattle. Journal of Animal Science, v.89, p.3677-3689, 2011. DOI: 10.2527/jas.2010-3515.
» https://doi.org/10.2527/jas.2010-3515. - EBARA, F.; INADA, S.; ASAOKA, S.-H.; ISOZAKI, Y.; SAITO, A.; ETOH, T.; SHIOTSUKA, Y.; GOTOH, T. Intensive nursing and feeding during the early growth period altered intramuscular adipogenesis in crossbred steers (Japanese black male x Holstein female). Journal of Animal and Veterinary Advances, v.9, p.982-989, 2010. DOI: 10.3923/javaa.2010.982.989.
» https://doi.org/10.3923/javaa.2010.982.989. - FIKE, K.; SPIRE, M.F. Transportation of cattle. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v.22, p.305-320, 2006. DOI: 10.1016/j.cvfa.2006.03.012.
» https://doi.org/10.1016/j.cvfa.2006.03.012. - GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus reagents, procedure, and some applications). Washington: USDA, 1970. 379p.
- GOMES, R. da C.; SAINZ, R.D.; LEME, P.R. Protein metabolism, feed energy partitioning, behavior patterns and plasma cortisol in Nellore steers with high and low residual feed intake. Revista Brasileira de Zootecnia, v.42, p.44-50, 2013. DOI: 10.1590/S1516-35982013000100007.
» https://doi.org/10.1590/S1516-35982013000100007. - GONZÁLEZ, L.A.; MANTECA, X.; CALSAMIGLIA, S.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K.S.; FERRET, A. Ruminal acidosis in feedlot cattle: interplay between feed ingredients, rumen function and feeding behavior (a review). Animal Feed Science and Technology, v.172, p.66-79, 2012. DOI: 10.1016/j.anifeedsci.2011.12.009.
» https://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2011.12.009. - GUNN, P.J.; WEAVER, A.D.; LEMENAGER, R.P.; GERRARD, D.E.; CLAEYS, M.C.; LAKE, S.L. Effects of dietary fat and crude protein on feedlot performance, carcass characteristics, and meat quality in finishing steers fed differing levels of dried distillers grains with solubles. Journal of Animal Science, v.87, p.2882-2890, 2009. DOI: 10.2527/jas.2008-1521.
» https://doi.org/10.2527/jas.2008-1521. - HELRICH, K. (Ed.). Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. Arlington: AOAC, 1990. 2v., 1094p.
- HOLZER, Z.; AHARONI, Y.; BROSH, A.; ORLOV, A.; BUONOMO, F. The influence of recombinant bovine somatotropin on dietary energy level-related growth of Holstein-Friesian bull calves. Journal of Animal Science, v.78, p.621-628, 2000.
- JENKINS, T.C.; WALLACE, R.J.; MOATE, P.J.; MOSLEY, E.E. Recent advances in biohydrogenation of unsaturated fatty acids within the rumen microbial ecosystem. Journal of Animal Science, v.86, p.397-412, 2008. DOI: 10.2527/jas.2007-0588.
» https://doi.org/10.2527/jas.2007-0588. - JUMP, D.B. Dietary polyunsaturated fatty acids and regulation of gene transcription. Current Opinion in Lipidology, v.13, p.155-164, 2002. DOI: 10.1097/00041433-200204000-00007.
» https://doi.org/10.1097/00041433-200204000-00007. - KIM, Y.C.; NTAMBI, J.M. Regulation of stearoyl-CoA desaturase genes: role in cellular metabolism and preadipocyte differentiation. Biochemical and Biophysical Research Communications, v.266, p.1-4, 1999. DOI: 10.1006/bbrc.1999.1704.
» https://doi.org/10.1006/bbrc.1999.1704. - LEMAY, D.G.; HWANG, D.H. Genome-wide identification of peroxisome proliferator response elements using integrated computational genomics. Journal of Lipid Research, v.47, p.1583-1587, 2006. DOI: 10.1194/jlr.M500504-JLR200.
» https://doi.org/10.1194/jlr.M500504-JLR200. - LOPES, L.S.;LADEIRA, M.M.; GONCALVES, T.; MACHADO NETO, O.R.; PAULINO, P.V.R.; CHIZZOTTI, M.L.; RAMOS, E.M.; OLIVEIRA, D.M. de. Características de carcaça e cortes comerciais de tourinhos Red Norte e Nelore terminados em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41, p.970-977, 2012. DOI: 10.1590/S1516-35982012000400020.
» https://doi.org/10.1590/S1516-35982012000400020. - MACHADO NETO, O.R.;; LADEIRA, M.M.; CHIZZOTTI, M.L. JORGE, A.M.; OLIVEIRA, D.M. de; CARVALHO, J.R.R. de; RIBEIRO, J. do S. Performance, carcass traits, meat quality and economic analysis of feedlot of young bulls fed oilseeds with and without supplementation of vitamin E. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41, p.1756-1763, 2012. DOI: 10.1590/S1516-35982012000700027.
» https://doi.org/10.1590/S1516-35982012000700027. - MEADUS, W.J.; DUFF, P.; ROLLAND, D.; AALHUS, J.L.; UTTARO, B.; DUGAN, M.E.R. Feeding docosahexaenoic acid to pigs reduces blood triglycerides and induces gene expression for fat oxidation. Canadian Journal of Animal Science, v.91, p.601-612, 2011. DOI: 10.4141/cjas2011-055.
» https://doi.org/10.4141/cjas2011-055. - MENEZES, L.F.G.; BRONDANI, I.L.; RESTLE, J.; ALVES FILHO, D.C.; CALLEGARO, A.M.; WEISE, M. Características dos componentes não integrantes da carcaça de novilhos superjovens da raça Devon, terminados em diferentes sistemas de alimentação. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63, p.372-381, 2011. DOI: 10.1590/S0102-09352011000200015.
» https://doi.org/10.1590/S0102-09352011000200015. - MILLER, C.W.; NTAMBI, J.M.Peroxisome proliferators induce mouse liver stearoys-CoA desaturase 1 gene expression. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v.93, p.9443-9448, 1996. DOI: 10.1073/pnas.93.18.9443.
» https://doi.org/10.1073/pnas.93.18.9443. - NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriment of beef cattle. 7th ed. Washington: National Academy, 2000. 242p.
- NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriment of dairy cattle. 7th ed. Washington: National Academy, 2001. 382p.
- OLIVEIRA, D.M.; LADEIRA, M.M.; CHIZZOTTI, M.L.; MACHADO NETO, O.R.; RAMOS, E.M.; GONÇALVES, T.M.; BASSI, M.S.; LANNA, D.P.D.; RIBEIRO, J.S. Fatty acid profile and qualitative characteristics of meat from Zebu steers fed with different oilseeds. Journal of Animal Science, v.89, p.2546-2555, 2011. DOI: 10.2527/jas.2010-3553.
» https://doi.org/10.2527/jas.2010-3553. - PHILLIPS, W.A.; JUNIEWICZ, P.E.; ZAVY, M.T.; VON TUNGELN, D.L. The effect of the stress of weaning and transport on white blood cell patterns and fibrinogen concentration of beef calves of different genotypes. Canadian Journal of Animal Science, v.69, p.333-340, 1989. DOI: 10.4141/cjas89-037.
» https://doi.org/10.4141/cjas89-037. - SALINAS-CHAVIRA, J.; LENIN, J.; PONCE, E.; SANCHEZ, U.; TORRENTERA, N.; ZINN, R.A. Comparative effects of virginiamycin supplementation on characteristics of growth-performance, dietary energetics, and digestion of calf-fed Holstein steers. Journal of Animal Science, v.87, p.4101-4108, 2009. DOI: 10.2527/jas.2009-1959.
» https://doi.org/10.2527/jas.2009-1959. - SAMPATH, H.; NTAMBI, J.M.Stearoyl-coenzyme A desaturase 1, sterol regulatory element-binding protein-1c and peroxisome proliferator-activated receptor-alpha: independent and interactive roles in the regulation of lipid metabolism. Current Opinion in Clinical Nutrition Metabolic Care, v.9, p.84-88, 2006. DOI: 10.1097/01.mco.0000214564.59815.af.
» https://doi.org/10.1097/01.mco.0000214564.59815.af. - SCHMITZ, G.; ECKER, J. The opposing effects of n-3 and n-6 fatty acids. Progress in Lipid Research, v.47, p.147-155, 2008. DOI: 10.1016/j.plipres.2007.12.004.
» https://doi.org/10.1016/j.plipres.2007.12.004. - SUGUISAWA, L.; MATTOS, W.R.S.; OLIVEIRA, H.N. de; SILVEIRA, A.C.; ARRIGONI, M. de B.; SOUZA, A.A. de. Correlações simples entre as medidas de ultra-som e a composição da carcaça de bovinos jovens. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, p.169-176, 2006. DOI: 10.1590/S1516-35982006000100022.
» https://doi.org/10.1590/S1516-35982006000100022. - TEDESCHI, L.O.; CALLAWAY, T.R.; MUIR, J.P.; ANDERSON, R.C. Potential environmental benefits of feed additives and other strategies for ruminant production. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.291-309, 2011.
- VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, P.V.R.; MAGALHÃES, K.A.; PAULINO, M.P. Modelos nutricionais alternativos para otimização de renda na produção de bovinos de corte. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1., 2002, Rio Branco. Anais. Rio Branco: Suprema, 2002. v.1, p.197-254.
- VAN SOEST, P.J.; ROBERTSON, J.B.; LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy Science, v.74, p.3583-3597, 1991. DOI: 10.3168/jds.S0022-0302(91)78551-2.
» https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(91)78551-2. - VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2nd ed. New York: Cornell University, 1994. 476p.
- ZINN, R.A.; JORQUERA, A.P. Feed value of supplemental fats used in feedlot cattle diets. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v.23, p.247-268, 2007. DOI: 10.1016/j.cvfa.2007.03.003.
» https://doi.org/10.1016/j.cvfa.2007.03.003.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Set 2014
Histórico
-
Recebido
11 Dez 2013 -
Aceito
27 Ago 2014