COMUNICAÇÕES
Caracterização parcial de um begomovírus de mussambê proveniente do estado de Pernambuco
Andréa Félix ListikI; Márcia da Silva BarrosI; Sarah Cavalante da SilvaI; Iraildes Pereira AssunçãoI; Maria do Carmo do Carmo Pereira de LiraII; Gaus de Andrade LimaIII,* * Autor para correspondência: Gaus de Andrade Lima e-mail: gausandrade@yahoo.com.br.
IDepartamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas, CEP. 57100-000, Rio Largo, AL
IIUniversidade Federal Rural de Pernambuco. CEP 52171-900. Recife, PE, CEP 52171-900
IIIDepartamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas, CEP. 57100-000, Maceió, AL
Plantas de mussambê (Cleome affinis L.), uma invasora de culturas agrícolas e de terrenos baldios, pertencente à família Capparaceae, foram observadas apresentando mosaico amarelo (Figura 1), em Recife-PE, em novembro de 2002. Algumas plantas sintomáticas e uma planta sadia foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal de Alagoas. A partir de tecidos jovens dessas plantas foi extraído DNA, utilizando-se o protocolo de Dellaporta et al. (Plant Mol. Biol. Rep. 1:19-21, 1983). Cerca de 30 ng do DNA extraído foi utilizado como molde em PCR's, contendo os pares de primers PAL1v1978 e parC496 ou PBL1v2040 e PCRc1 que direcionam a amplificação de regiões de aproximadamente 1,2 kb do DNA-A e 0,6 kb do DNA-B, do genoma dos Begomovírus, respectivamente (Rojas et al. Plant Dis. 77:340, 1993).
Fragmentos de tamanho esperado (provenientes do DNA-A e do DNA-B) foram amplificados apenas a partir do DNA total extraído de plantas sintomáticas, confirmando a infecção por Begomovírus. O fragmento amplificado a partir do DNA-A foi ligado ao vetor pKS, o qual foi transferido para Escherichia coli DH-5a, por meio de choque térmico. A seqüência da extremidade 5' do fragmento clonado (412 nucleotídeos) foi determinada (DQ 306265) e comparada com seqüências depositadas no GenBank, utilizando-se o programa Blastn. Os maiores valores de identidades foram obtidos com outros Begomovirus encontrados infectando plantas invasoras, como o Sida golden mosaic Florida virus (SGMFV) (88 %), o Wissadula golden mosaic geminivirus (87 %) (WGMG) e o Jatropha mosaic geminivirus (JMoV) (87 %).
Os resultados sugerem que o isolado estudado pode ser uma nova espécie, uma vez que sua identidade com outros Begomovírus foi inferior a 90%, valor considerado limite para isolados de uma mesma espécie desse gênero. Entretanto, tal critério não deve ser utilizado isoladamente, principalmente quando se dispõem de apenas uma fração do genoma. O sequenciamento completo do DNA-A e do DNA-B poderá esclarecer se o isolado estudado é, de fato, um novo Begomovírus.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
11 Jan 2007 -
Data do Fascículo
Set 2006