Resumo de Tese
O Papel do Hormônio do Crescimento, da Insulina e dos Fatores de Crescimento na Fisiopatologia da Síndrome dos Ovários Policísticos
Autora: Ana Cristina Gomes Premoli
Orientadora: Profa. Dra. Rosana Maria dos Reis
Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, em 15 de maio de 2000.
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina multifatorial, apresentando distúrbios do ciclo menstrual (oligo/amenorréia), obesidade, hirsutismo e infertilidade; altos níveis séricos de Hormônio Luteinizante (LH) e elevada relação LH/FSH (Hormônio Folículo Estimulante). À ultra-sonografia evidenciam-se múltiplos cistos nos ovários, demonstrando grande recrutamento folicular, porém sem seleção de um folículo dominante, resultando em anovulação crônica e hiperandrogenismo. A hiperinsulinemia foi evidenciada como co-fator na SOP estando relacionada a elevado índice de massa corporal (IMC). A obesidade contribui na gênese da resistência à insulina (RI), agravando-a. Ocorre também uma diminuição na secreção de Hormônio do Crescimento (GH) e esteroidogênese anormal com altos níveis séricos de LH. O GH na SOP sem obesidade encontra elevação do pulso sérico. Assim, é possível relacionar RI a pa-cientes obesas, e ação conjunta do GH com o LH a mulheres não-obesas. Os Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina I e II (Insulin-Like Growth Factors ou IGFs) são moléculas estruturalmente semelhantes à insulina, agindo na interação local e sistêmica da síntese ovariana de estrogênios. Quando não ligados aos seus receptores, são carreados pelas IGF-binding proteins (IGFBP1 a 6). Este trabalho foi realizado no ambulatório de Endocrinologia Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ¾ Universidade de São Paulo, de fevereiro de 1998 a março de 1999. Foram selecionadas 23 pacientes portadoras de SOP, e 21 com ciclos menstruais ovulatórios (grupos controle). Todas elas foram subdivididas de acordo com o seu Índice de Massa Corporal (IMC): obesas (IMC³27) e não-obesas (IMC<27). Realizou-se dosagen de LH, FSH, Prolactina, hormônios andrógenos; além de testes de estímulo: Teste oral de tolerância à glicose e Teste da Levo-DOPA, obtendo-se as curvas glicêmica, insulínica e de GH; e as dosagens de IGF-I e IGFBP1, 2 e 3. Todos os exames foram realizados do primeiro ao sétimo dia do ciclo menstrual nas mulheres ovulatórias, (sendo dosada Progesterona no 22o dia do ciclo para se confirmar a ovulação) e em dias aleatórios nas com SOP. Realizou-se também ultra-sonografia pélvica de todas as mulheres. Os níveis de hormônios andrógenos (Testosterona, Androstenediona, Sulfato de Deidroepiandrosterona ¾ DHEA-S e 17-OH-a- Progesterona) não se apresentaram fora das faixas de normalidade, porém seus valores foram mais elevados nas mulheres com SOP. Nenhuma das pacientes portadoras de SOP apresentou curva glicêmica alterada. O grupo sem obesdiade apresentou valores mais elevados em relação aos demais grupos nas curvas insulínicas. A curva de GH apresentou valores médios no grupo controle não-obeasas, e o IGF-I apresentou dosagens mais elevadas nas mulheres com SOP sem obesidade, confirmando a literatura a respeito. A associação entre RI e SOP com obesidade, e entre a melhor reserva hipofisária de GH e valores elevados de IGF-I e SOP sem obesidade evidencia a importância de IMC na fisiopatologia da SOP.
Palavras-chave: Síndrome dos Ovários Policísticos. Obesidade. Distúrbios menstruais. Hirsutismo.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
26 Jun 2003 -
Data do Fascículo
Jun 2001