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Terapia Antibiótica na Prevenção do Parto Pré-Termo: Estudo Prospectivo Aleatório e Duplo-Cego

Resumos de Tese

Terapia Antibiótica na Prevenção do Parto Pré-Termo: Estudo Prospectivo Aleatório e Duplo-Cego

Autora: Marília da Glória Martins

Orientadora: Profª Drª. Anna Maria Bertini

Co-orientador: Prof. Dr. Wladimir Taborda

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor, em 10 de dezembro de 2001.

Objetivo: Avaliar a eficácia da amoxicilina associada ao metronidazol no prolongamento da gravidez em pacientes complicadas por trabalho de parto pré-termo com bolsa íntegra (TPP) e ruptura prematura pré-termo de membranas (RPPM) entre a 24a e a 34a semana de gravidez. Os desfechos secundários avaliados incluíram os efeitos perinatais da terapia antibiótica sobre a ocorrência de síndrome de desconforto respiratório (SDR), hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante (ENC), sepse neonatal e óbito. Ademais estudamos a eficácia da terapêutica sobre o período de latência, ocorrência de corioamnionite clínica e morbidade febril puerperal.

Material e Método: O grupo de estudo foi constituído por 34 mulheres em trabalho de parto pré-termo com bolsa íntegra e 47 com ruptura prematura pré-termo de membranas que foram alocadas de forma aleatória para receber amoxicilina e metronidazol (41) ou placebo (40), durante 10 dias ou até o parto, se este ocorresse antes do décimo dia. Todas as pacientes foram submetidas à tocólise com terbutalina por via endovenosa e corticoterapia antenatal, além de avaliação sistemática do bem-estar fetal através da dopplerfluxometria das artérias umbilicais e cerebrais médias. A idade materna média foi de 22,6 anos e a idade gestacional média na inclusão, de 30,3 semanas, sendo a dilatação cervical inferior a 3 cm em 95% dos casos.

Resultados: O intervalo médio entre a inclusão e o parto nos casos que utilizaram antibióticos foi de 13 dias em contraste com 8 dias no grupo controle, diferença sem significância estatística. Nas pacientes que apresentaram TPP este intervalo atingiu 15,6 dias no grupo tratado e 10,0 dias no grupo controle; os casos de RPPM alocados para terapia antibiótica tiveram um prolongamento da gravidez de 10,5 dias verso 6,6 dias para o grupo que utilizou placebo. Evidenciamos redução significativa em todos os parâmetros de morbidade neonatal estudados (SDR 21.9% x 40%, hemorragia intraventricular 4,8% x 20%, sepse 7,3% x 20%). Não observamos nenhum caso de enterocolite necrosante entre os 81 recém-nascidos avaliados. Ocorreram 3 óbitos neonatais sendo um no grupo tratado e dois no grupo controle. Entre as 47 pacientes com RPPM verificamos período de latência médio de 10 dias no grupo que utilizou antibiótico e de 7 dias para o grupo placebo (não significante). Foram diagnosticados 5 casos de corioamnionite clínica sendo um no grupo tratado (2,4%) e quatro no grupo controles (10%). A ocorrência de morbidade febril puerperal também foi superior no grupo controle (17,5% x 7,3%).

Conclusão: A ministração profilática de antibióticos para pacientes de risco para parto pré-termo apresentou efeitos benéficos maternos e neonatais, especialmente em gestações complicadas por ruptura prematura pré-termo de membranas.

Palavras-chave: Prematuridade. Antibioticoterapia. Mortalidade perinatal. Ruptura prematura de membranas.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2002
  • Data do Fascículo
    Jun 2002
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