RESUMO DE TESE
Pressão arterial e freqüência cardíaca avaliadas pela MAPA em primigestasdurante o trabalho de parto e puerpério imediato
Blood pressure and heart rate evaluated by ABPM in primigravid women during the labor and early puerperium
Autor: Milton Marchioli
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Peraçoli
Data da apresentação: 11 de julho de 2003
Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP)-Faculdade de Medicina de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Ginecologia e Obstetrícia, em 11 de julho de 2003.
OBJETIVO: o conhecimento das condições do sistema cardiovascular materno, durante o trabalho de parto e puerpério imediato, é importante para uma boa assistência a esses períodos, principalmente para as mulheres portadoras de cardiopatias e hipertensão arterial.
SUJEITOS E METODOS: foram incluídas no estudo 60 parturientes, nas quais foi aplicada a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) modelo SpaceLabs 90207, durante o trabalho de parto e nas primeiras 12 horas após o parto. A pressão arterial e a freqüência cardíaca foram registradas a cada 15 minutos durante o trabalho de parto e na primeira hora após o parto e, a cada 30 minutos até a 12ª. hora após o parto. Esses parâmetros foram avaliados em três momentos do trabalho de parto (com dilatação cervical até 7 cm, entre 8 cm e dilatação total e durante o período expulsivo) e em dois momentos do puerpério (na primeira e décima segunda hora). Primeiramente as parturientes foram avaliadas sem levar em consideração a realização de procedimento de analgesia/anestesia e depois as dividindo em grupos conforme o tipo de procedimento realizado: anestesia local, analgesia/anestesia peridural lombar e anestesia subaracnóidea. Para comparação dentro de cada grupo foram realizados análise de variância (ANOVA) e teste t de Student pareado e, entre os grupos o teste t não-pareado. Foi considerado o limite de significância estatística de 5%.
RESULTADOS: quando as parturientes foram avaliadas sem levar em consideração o procedimento analgésico/anestésico, os valores da pressão arterial sistólica, registrados durante o trabalho de parto foram significativamente maiores que no puerpério. Durante o trabalho de parto esses valores foram significativamente maiores nas fases de dilatação final e expulsivo que na fase de dilatação inicial e, na 12ª. hora menores que na primeira hora após o parto. Os valores da pressão arterial diastólica registrados durante o trabalho de parto foram significativamente maiores que no puerpério. Não apresentaram alteração durante as diferentes fases do trabalho de parto ou durante as primeiras doze horas do puerpério. A freqüência cardíaca aumentou progressivamente durante o trabalho de parto, diminuindo nas primeiras 12 horas após o parto. Quando as parturientes foram avaliadas conforme o tipo de procedimento anestésico, a pressão arterial e a freqüência cardíaca mostraram o mesmo comportamento das parturientes analisadas sem levar em consideração o tipo de procedimento anestésico. Naquelas submetidas à anestesia subaracnóidea, tanto a pressão arterial sistólica como a diastólica não apresentaram alteração durante o trabalho de parto.
CONCLUSÃO: o trabalho de parto determinou aumento da pressão arterial sistólica e da freqüência cardíaca. Durante o trabalho de parto os valores das pressões arteriais sistólica e diastólica foram maiores que nas primeiras 12 horas do puerpério, havendo queda significativa entre a primeira e décima segunda hora do mesmo. Diferentes procedimentos de analgesia/anestesia não interferiram nos valores das pressões arteriais sistólica e diastólica ou da freqüência cardíaca, durante o trabalho de parto e nas primeiras doze horas após o parto.
Palavras-chave: Pressão Arterial. Gravidez normal. Trabalho de parto. Analgesia.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
07 Maio 2004 -
Data do Fascículo
Mar 2004