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Reprodutibilidade e validade da avaliação doplervelocimétrica no diagnóstico de massas ovarianas

Reproducibility and validity of Doppler evaluation of ovarian masses

RESUMO DE TESE

Reprodutibilidade e validade da avaliação doplervelocimétrica no diagnóstico de massas ovarianas

Reproducibility and validity of Doppler evaluation of ovarian masses

Aluna: Ana Carolina da Silva Marchesini

Orientador: Prof. Dr. Francisco José Candido dos Reis

Dissertação de Mestrado apresentada o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, em 19 de janeiro de 2006.

INTRODUÇÃO: a ultra-sonografia é o exame menos invasivo capaz de detectar alterações de pequeno volume na região anexial e o estudo Doppler colorido permite uma avaliação indireta do metabolismo da lesão. No entanto, as neoplasias malignas podem apresentar áreas de tecido ovariano benigno e dificultar o diagnóstico diferencial ultra-sonográfico.

OBJETIVOS: este estudo objetivou avaliar a validade e a reprodutibilidade do estudo Doppler no diagnóstico diferencial das massas anexiais; e verificar se algum parâmetro específico da doplervelocimetria (PVS, EDV, IP ou IR) teria maior eficácia diagnóstica.

MÉTODOS: foi realizado estudo tipo observacional prospectivo incluindo 15 (21,12%) pacientes com diagnóstico de neoplasia maligna e 56 (78,88%) com diagnóstico de doença benigna do ovário. Para o estudo Doppler as massas eram setorizadas em quatro quadrantes a partir dos cortes longitudinal e transverso. Todos os quadrantes foram insonados individualmente para amostragem dopplervelocimétrica.

RESULTADOS: na avaliação dos quadrantes apenas 46,47% das massas (33 lesões) apresentaram vascularização arterial nos quatro quadrantes. O coeficiente de variação (CV) para os diversos parâmetros do Doppler variou entre os seguintes valores: para o IR de 11,7 a 41,7%, para o IP de 21,1 a 32,9%, para o PVS de 35,0 a 55,4%, e para o VDF de 40,1 a 50,2%. A ultra-sonografia morfológica apresentou sensibilidade de 86,7%, especificidade de 53,6%, VPP de 33,3% e VPN de 93,75%; com área sob a curva igual a 0,69 (IC 95%: 0,57 e 0,81, p = 0,0009). Quando se associou a dopplervelocimetria aos achados morfológicos, a sensibilidade do método foi de 93,3%, especificidade de 62,5%, VPP de 40% e VPN de 97,22%; com área sob a curva igual a 0,80 (IC 95% 0,70 e 0,90, p < 0,0001). Comparando o método morfológico com o mesmo método acrescido do estudo Doppler, observou-se melhor desempenho do exame utilizando os dois métodos com diferença estatística significativa (p = 0,0003).

CONCLUSÕES: os resultados permitem concluir que o índice de resistência foi o parâmetro dopplervelocimétrico com menor variabilidade, portanto o mais reprodutível. Apenas uma medida dopplervelocimétrica da massa ovariana não foi representativa das características vasculares da lesão. O estudo Doppler melhorou os parâmetros de sensibilidade e especificidade do exame ultra-sonográfico no estudo de massas ovarianas.

Palavras-chave: Câncer de ovário; Massa anexial; Ultra-sonografia; Doppler

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jun 2006
  • Data do Fascículo
    Jan 2006
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