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Doença óssea adinâmica

1. Diagnóstico da doença óssea adinâmica

1.1. Deve-se suspeitar de doença óssea adinâmica (DOA) em pacientes idosos, diabéticos, paratireoidectomizados, tratados intensivamente com calcimiméticos, calcitriol ou análogos, naqueles expostos ao alumínio ou à sobrecarga de cálcio, quer seja por via oral ou pelo dialisato com alta concentração de cálcio (3,5mEq/L) por tempo prolongado (Evidência).

1.2. O padrão ouro para o diagnóstico da DOA é a biópsia óssea (Evidência).

1.3. Em pacientes dialíticos, níveis séricos de PTHi inferiores a 2 vezes o limite superior do método, sobretudo se associados a níveis normais/reduzidos de fosfatase alcalina (FA), são bastantes sugestivos de DOA (Evidência).

1.4. Níveis séricos elevados de FA total em pacientes sem doenças hepáticas, ou elevação da sua fração óssea, praticamente excluem DOA (Evidência).

1.5. Diante da suspeita de DOA associada à intoxicação alumínica, a biópsia óssea ou o teste à desferroxamina devem ser realizados (Evidência).

2. Tratamento da doença óssea adinâmica

2.1. Fatores que contribuem para o aumento da resistência óssea ao PTH como a hiperfosfatemia, desnutrição, uso de corticoide, hipogonadismo, entre outros, devem ser evitados (Opinião).

2.2. Terapêuticas que contribuam para a supressão dos níveis séricos de PTHi, tais como quelantes de fósforo à base de cálcio, calcitriol ou seus análogos, calcimiméticos e dialisato com concentração de cálcio de 3,5 mEq/L, devem ser evitados (Evidência).

2.3. Quelantes de fósforo isentos de cálcio, como o cloridrato de sevelamer devem preferencialmente ser utilizados para o controle dos níveis séricos de fósforo (Evidência).

2.4. A desferroxamina é a droga de escolha para o tratamento da DOA associada à intoxicação alumínica (Evidência).

Racional

A doença óssea adinâmica (DOA) representa uma entidade clínica bem definida dentre os distúrbios do metabolismo mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC).11. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD-MBD Update Work Group. KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline Update for the Diagnosis, Evaluation, Prevention, and Treatment of Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Kidney Int Suppl (2011). 2017 Jul 1;7(1):P1-59. https://doi.org/10.1016/j.kisu.2017.04.001
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-33. Malluche HH, Mawad HW, Monier-Faugere M-C. Renal osteodystrophy in the first decade of the new millennium: analysis of 630 bone biopsies in black and white patients. J Bone Miner Res. 2011 Jun;26(6):1368-76. https://doi.org/10.1002/jbmr.309
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Sua prevalência vem aumentando nas últimas três décadas, atingindo até 50% e 70% dos pacientes com DRC E2-5 e 5D, respectivamente.33. Malluche HH, Mawad HW, Monier-Faugere M-C. Renal osteodystrophy in the first decade of the new millennium: analysis of 630 bone biopsies in black and white patients. J Bone Miner Res. 2011 Jun;26(6):1368-76. https://doi.org/10.1002/jbmr.309
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-88. Asci G, Ok E, Savas R, Ozkahya M, Duman S, Toz H, et al. The link between bone and coronary calcifications in CKD-5 patients on hemodialysis. Nephrol Dial Transplant. 2011 Mar;26(3):1010-5. https://doi.org/10.1093/ndt/gfq491
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Esse aumento na prevalência da DOA se deve, entre outros fatores, ao maior número de idosos e diabéticos com DRC e ao tratamento mais intensivo do hiperparatireoidismo secundário.33. Malluche HH, Mawad HW, Monier-Faugere M-C. Renal osteodystrophy in the first decade of the new millennium: analysis of 630 bone biopsies in black and white patients. J Bone Miner Res. 2011 Jun;26(6):1368-76. https://doi.org/10.1002/jbmr.309
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A DOA é caracterizada por baixa remodelação óssea, com taxa de formação óssea diminuída e, consequentemente, pouca matriz osteoide. A celularidade é escassa (osteoblastos e osteoclastos) e não há fibrose da medula óssea.

Trata-se de uma doença pouco sintomática, exceto quando associada à intoxicação alumínica, situação que costuma causar dor óssea e fraqueza muscular. Entretanto, se associa a um maior risco de fraturas e calcificações vasculares, corroborando para desfechos desfavoráveis.22. Bover J, Ureña P, Brandenburg V, Goldsmith D, Ruiz C, DaSilva I, et al. Adynamic bone disease: from bone to vessels in chronic kidney disease. Semin Nephrol. 2014 Nov 1;34(6):P626-40. https://doi.org/10.1016/j.semnephrol.2014.09.008
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,66. Tomiyama C, Carvalho AB, Higa A, Jorgetti V, Draibe SA, Canziani MEF. Coronary calcification is associated with lower bone formation rate in CKD patients not yet in dialysis treatment. J Bone Miner Res. 2010 Mar;25(3):499-504. https://doi.org/10.1359/jbmr.090735
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,99. Hernandes FR, Canziani MEF, Barreto FC, Santos RO, Moreira VM, Rochitte CE, et al. The shift from high to low turnover bone disease after parathyroidectomy is associated with the progression of vascular calcification in hemodialysis patients: a 12-month follow-up study. Plos One. 2017 Apr 6;12(4):e0174811. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0174811
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,1010. London GM, Marty C, Marchais SJ, Guerin AP, Metivier F, de Vernejoul M-C. Arterial calcifications and bone histomorphometry in end-stage renal disease. J Am Soc Nephrol. 2004 Jul;15(7):1943-51. https://doi.org/10.1097/01.ASN.0000129337.50739.48
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Duas condições são determinantes na patogênese da DOA: a supressão da secreção do paratormônio (PTH) e a resistência esquelética à ação desse hormônio.22. Bover J, Ureña P, Brandenburg V, Goldsmith D, Ruiz C, DaSilva I, et al. Adynamic bone disease: from bone to vessels in chronic kidney disease. Semin Nephrol. 2014 Nov 1;34(6):P626-40. https://doi.org/10.1016/j.semnephrol.2014.09.008
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A supressão da secreção de PTH ou estado de hipoparatireoidismo relativo é geralmente consequência do uso excessivo de calcitriol ou análogos, de calcimiméticos, bem como da sobrecarga de cálcio. O uso de quelantes de fósforo à base de cálcio e a alta concentração de cálcio no dialisato são importantes colaboradores para essa sobrecarga. Outros fatores também podem contribuir para os menores níveis de PTH e para a baixa remodelação óssea, como idade avançada, diabetes mellitus, diálise peritoneal, hipogonadismo, malnutrição, corticoterapia, uso de bisfosfonatos, intoxicação alumínica e paratireoidectomia (PTX).22. Bover J, Ureña P, Brandenburg V, Goldsmith D, Ruiz C, DaSilva I, et al. Adynamic bone disease: from bone to vessels in chronic kidney disease. Semin Nephrol. 2014 Nov 1;34(6):P626-40. https://doi.org/10.1016/j.semnephrol.2014.09.008
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,1111. Brandenburg VM, Floege J. Adynamic bone disease-bone and beyond. NDT Plus. 2008 Jun 1;1(3):135-47. https://doi.org/10.1093/ndtplus/sfn040
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-1313. Andress DL. Adynamic bone in patients with chronic kidney disease. Kidney Int. 2008 Jun 2;73(12):P1345-54. https://doi.org/10.1038/ki.2008.60
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Atualmente, a intoxicação alumínica ainda é uma realidade. O Registro Brasileiro de Biópsia Óssea (Rebrabo) detectou a presença de alumínio nas trabéculas ósseas de 38% das biópsias de pacientes com DRC.1414. Carbonara CEM, dos Reis LM, Quadros KRS, Roza NAV, Sano R, Carvalho AB, et al. Osteodistrofia renal e desfechos clínicos: dados do Registro Brasileiro de Biópsias Ósseas - REBRABO. Braz J Nephrol. 2020;42(2):138-46. https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2019-0045
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Algumas publicações prévias afirmam que a intoxicação óssea por alumínio é muito rara no mundo contemporâneo.1515. Ballanti P, Wedard BM, Bonucci E. Frequency of adynamic bone disease and aluminum storage in Italian uraemic patients--restrospective analysis of 1429 iliac crest biopsies. Nephrol Dial Transplant. 1996 Apr;11(4):663-7. https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.ndt.a027356
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-1717. Sandhu G, Djebali D, Bansal A, Chan G, Smith SD. Serum concentrations of aluminum in hemodialysis patients. Am J Kidney Dis. 2011 Mar 1;57(3):P523-5. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2010.10.051
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No entanto, trata-se de estudos antigos e alguns deles se baseiam apenas em níveis séricos de alumínio. Acreditamos que tal dissonância tanto se deve a características regionais, mas sobretudo ao subdiagnóstico.

Uma série de fatores está envolvida na resistência óssea à ação do PTH, como sobrecarga de fósforo, deficiência de calcitriol, menor expressão dos receptores do PTH no tecido ósseo e a presença de toxinas urêmicas.77. Barreto FC, Barreto DV, Canziani MEF, Tomiyama C, Higa A, Mozar A, et al. Associação entre indoxil sulfato e histomorfometria óssea em pacientes renais crônicos pré-diálise. J Bras Nefrol. 2014;36(3):289-96. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20140042
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,1313. Andress DL. Adynamic bone in patients with chronic kidney disease. Kidney Int. 2008 Jun 2;73(12):P1345-54. https://doi.org/10.1038/ki.2008.60
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A esclerostina e o Dickkopf-related protein 1 (DKK1) são inibidores da formação óssea, uma vez que regulam negativamente a via de maturação dos osteoblastos. Por tal motivo, podem desenvolver importante papel na patogênese da DOA e ter implicações terapêuticas. O efeito anabólico do PTH no osso parece ser mediado pela supressão da atividade da esclerostina.1818. Kramer I, Loots GG, Studer A, Keller H, Kneissel M. Parathyroid hormone (PTH)-induced bone gain is blunted in SOST overexpressing and deficient mice. J Bone Miner Res. 2010 Feb;25(2):178-89. https://doi.org/10.1359/jbmr.090730
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-2020. Brandenburg VM, Verhulst A, Babler A, D’Haese PC, Evenepoel P, Kaesler N. Sclerostin in chronic kidney disease-mineral bone disorder think first before you block it! Nephrol Dial Transplant. 2019 Mar 1;34(3):408-14. https://doi.org/10.1093/ndt/gfy129
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Há importante associação entre a presença de diabetes mellitus e maiores níveis de esclerostina - tanto sérica quanto expressa em tecido ósseo.2121. de Oliveira RA, Barreto FC, Mendes M, dos Reis LM, Castro JH, Britto ZML, et al. Peritoneal dialysis per se is a risk factor for sclerostin-associated adynamic bone disease. Kidney Int. 2015 May 1;87(5): P1039-45. https://doi.org/10.1038/ki.2014.372
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A biópsia óssea é o padrão ouro para o diagnóstico da DOA, muito embora seu caráter invasivo e a falta de disponibilidade na maioria dos centros sejam fatores que impeçam a sua realização rotineira. Assim, na prática diária, o diagnóstico de DOA se baseia no uso de parâmetros bioquímicos e hormonais que reflitam a remodelação óssea, especialmente o PTH-intacto (PTHi) e a FA total ou, preferencialmente, sua fração óssea.11. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD-MBD Update Work Group. KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline Update for the Diagnosis, Evaluation, Prevention, and Treatment of Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Kidney Int Suppl (2011). 2017 Jul 1;7(1):P1-59. https://doi.org/10.1016/j.kisu.2017.04.001
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,2222. Sprague SM, Bellorin-Front E, Jorgetti V, Carvalho AB, Malluche HH, Ferreira A, et al. Diagnostic accuracy of bone turnover markers and bone histology in patients with CKD treated by dialysis. Am J Kidney Dis. 2016 Apr 1;67(4):P559-66. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2015.06.023
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Níveis séricos de PTHi menores que 150 pg/mL (2 vezes o limite superior para o método) são bons preditores de DOA.2222. Sprague SM, Bellorin-Front E, Jorgetti V, Carvalho AB, Malluche HH, Ferreira A, et al. Diagnostic accuracy of bone turnover markers and bone histology in patients with CKD treated by dialysis. Am J Kidney Dis. 2016 Apr 1;67(4):P559-66. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2015.06.023
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Esse valor preditivo é maior quando associado a baixos níveis de FA total ou óssea. FA óssea elevada (≥ 20 ng/mL), isolada ou associada a nível de PTHi maior que 200 pg/mL, é capaz de excluir DOA.2323. Ureña P, Hruby M, Ferreira A, Ang KS, de Vernejoul MC. Plasma total versus bone alkaline phosphatase as markers of bone turnover in hemodialysis patients. J Am Soc Nephrol. 1996 Mar;7(3):506-12. https://doi.org/10.1681/ASN.V73506
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Pacientes com níveis de PTHi dentro da faixa recomendada pelo KDIGO (2-9 vezes o limite da normalidade) podem apresentar DOA.11. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD-MBD Update Work Group. KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline Update for the Diagnosis, Evaluation, Prevention, and Treatment of Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Kidney Int Suppl (2011). 2017 Jul 1;7(1):P1-59. https://doi.org/10.1016/j.kisu.2017.04.001
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Pacientes com DOA apresentam homeostase do cálcio anormal, caracterizada pela dificuldade de incorporação desse mineral pelo osso. Isso implica maior risco de hipercalcemia em situações de sobrecarga de cálcio.2424. Kurz P, Monier-Faugere MC, Bognar B, Werner E, Roth P, Vlachojannis J, et al. Evidence for abnormal calcium homeostasis in patients with adynamic bone disease. Kidney Int. 1994 Sep;46(3):855-61. https://doi.org/10.1038/ki.1994.342
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Independentemente de sua origem, oral ou dialisato, a sobrecarga de cálcio gera um ciclo vicioso de supressão de PTH e baixa incorporação óssea de cálcio, favorecendo o desenvolvimento de calcificações extra ósseas. Assim, não se recomenda o uso de quelantes de fósforo à base de cálcio, bem como dialisatos com concentrações de cálcio maiores que 3,0 mEq/L para pacientes com DOA11. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD-MBD Update Work Group. KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline Update for the Diagnosis, Evaluation, Prevention, and Treatment of Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Kidney Int Suppl (2011). 2017 Jul 1;7(1):P1-59. https://doi.org/10.1016/j.kisu.2017.04.001
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,2525. Inaba M, Okuno S, Nagayama H, Yamada S, Ishimura E, Imanishi Y, et al. Restoration of parathyroid function after change of phosphate binder from calcium carbonate to lanthanum carbonate in hemodialysis patients with suppressed sérum parathyroid hormone. J Ren Nutr. 2015 Mar 1;25(2):P242-6. https://doi.org/10.1053/j.jrn.2014.10.013
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. O uso de dialisato pobre em cálcio é uma ferramenta auxiliar para aumentar a secreção do PTH, o que tem se associado à restauração da remodelação óssea.2626. Haris A, Sherrard DJ, Hercz G. Reversal of adynamic bone disease by lowering of dialysate calcium. Kidney Int. 2006 Sep 1;70(5):P931-7. https://doi.org/10.1038/sj.ki.5001666
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-2929. Spasovski G, Gelev S, Masin-Spasovska J, Selim G, Sikole A, Vanholder R. Improvement of bone and mineral parameters related to adynamic bone disease by diminishing dialysate calcium. Bone. 2007 Oct;41(4):698-703. https://doi.org/10.1016/j.bone.2007.06.014
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Outra possível forma de melhorar a remodelação óssea seria através do uso do PTH recombinante, como o teriparatide (PTH 1-34), que é capaz de promover a atividade osteoblástica e osteoclástica.3030. Miller PD, Schwartz EN, Chen P, Misurski DA, Krege JH. Teriparatide in postmenopausal women with osteoporosis and mild or moderate renal impairment. Osteoporos Int. 2007 Jan;18(1):59-68. https://doi.org/10.1007/s00198-006-0189-8
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,3131. Sista SK, Arum SM. Management of adynamic bone disease in chronic kidney disease: a brief review. J Clin Transl Endocrinol. 2016 Jul 25;5:32-5. https://doi.org/10.1016/j.jcte.2016.07.002
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Todavia, poucos estudos avaliaram o uso de teriparatide em pacientes com DMO-DRC. Essa droga já foi utilizada em poucos pacientes com DOA, resultando em aumento da remodelação, do volume e da densidade mineral óssea, além de controle de hipercalcemia associada à DOA.3232. Lehmann G, Ott U, Maiwald J, Wolf G. Bone histomorphometry after treatment with teriparatide (PTH 1-34) in a patient with adynamic bone disease subsequent to parathyroidectomy. NDT Plus. 2009 Feb;2(1):49-51. https://doi.org/10.1093/ndtplus/sfn169
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-4040. Peugh J, Khalil A, Chan MR, Hansen KE. Teriparatide treatment for hypercalcemia associated with adynamic bone disease. JBMR Plus. 2019 Feb 27;3(7):e10176. https://doi.org/10.1002/jbm4.10176
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Ensaios clínicos são necessários para demonstrar a segurança e eficácia do teriparatide no tratamento da DOA.

Até o presente momento, não há grandes estudos prospectivos, randomizados e controlados que embasem o tratamento da DOA de forma robusta. Em suma, sua terapia atual segue dois princípios básicos: redução da exposição de cálcio e elevação dos níveis de PTH. Uma revisão minuciosa da prescrição médica deve ser incentivada, visando à suspensão dos sais de cálcio, calcimiméticos, calcitriol e seus análogos. A redução da concentração de cálcio do dialisato é outra importante medida.

REFERENCES

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    07 Jun 2021
  • Aceito
    14 Jun 2021
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