RESUMO
Esta pesquisa mostra como os jovens compreendem violência e não violência através do uso de fotografias produzidas por eles. Elencou-se como objetivo central analisar o uso das fotografias como recurso de transformação, podendo ser utilizadas para retratar o que os alunos pensam, sentem e avaliam sobre a temática proposta, bem como para possibilitar o diálogo e a reflexão crítica. Participaram 16 colaboradores. Optou-se por história oral e photovoice; grupo focal, entrevista e questionário. Para a análise, foi utilizado o método de Barthes. Apresenta-se o conceito de transcriação fotográfica, elaborado pela autora desta pesquisa, que foi compreendido como “uma maneira de evidenciar um reinventar, não uma mera sucessão de imagens. Para isso, apresentam-se, também, as análises narrativas das fotografias, feitas durante as sessões de grupo focal pelos jovens colaboradores durante o processo de transcriação”
Palavras-chave Educação; Photovoice; Violências escolares; Ensino Médio
ABSTRACT
This research aims to present how young students comprehend violent and non-violent episodes by using pictures taken by said students, The main goal of this study was chosen to be the application of the pictures as a source of transformation, as well as a tool for showing how the students think, feel, and evaluate the proposed theme. The pictures can also be employed to allow dialog and critical thinking, Sixteen collaborators took part in the study. The methods of choice where oral history and photovoice; focal group, interviews, and questionnaires. For the analysis, it was used Barthes’ method. The concept of photographic transcriation, elaborated by the author of this paper, is presented, being conceived as a way for highlighting a reinvention, not a mere succession of images. To reach this goal, the narrative analysis of the pictures are also presented, which were produced during the focal group sections by the young students who collaborated in the transcriation process.
Keywords Education; Photovoice; School violence; High school
Introdução
Ao longo de décadas, as discussões sobre as diferentes definições de violência trouxeram novos elementos e perspectivas para o debate. Como ressalta Arblaster (1996, p. 803), “conceitualizar violência é adentrarmos em um campo amplo e controverso”, pois esse fenômeno sempre desempenhou um papel significativo na sociedade.
Mesmo que a violência seja própria da condição humana, “[...] também não se pode deixar de investigar o conjunto de valores que estão associados a certas formas de violência em sociedades específicas” (DA MATTA, 1982, p. 12). Desse modo, é preciso considerar o que os indivíduos e a sociedade representam como violência, em cuja realidade esse fator pode interferir, reforçando a necessidade de uma estratégia de análise que se interrogue sobre as relações objetividade–subjetividade como participantes da definição do fenômeno violência. “Definir algo ou alguém como violento implica captar as relações entre objetividade e subjetividade da violência” (PORTO, 2006, p. 265).
A violência, muitas vezes, não é entendida como processo, mas é importante observar o papel significativo que ela sempre desempenhou quando se levam em conta a história e a política. Desse modo, na vida política brasileira, a violência esteve presente desde a colonização, principalmente contra mulheres, crianças e escravos (esses últimos vistos e tratados como mercadorias), nos movimentos pré-independência e pós-independência, nos golpes de Estado, nas ditaduras e na contenção dos movimentos populares e sociais.
Não é possível pensar em uma única forma de violência, mas em violências, de maneira integrada e no plural, sejam elas manifestas por meio da violação de direitos humanos; de agressão física, psicológica, verbal e simbólica – a qual “se expressa na imposição legítima dissimulada, com a interiorização da cultura dominante na qual há uma correlação entre as desigualdades sociais e escolares” (BOURDIEU, 2004) –; de relações de poder, ameaças e discriminação social, religiosa e política, de maneira objetiva ou subjetiva, com o intuito de desprezar, ofender, machucar, negar o outro ou, até mesmo, excluí-lo.
Nos últimos anos, com o acesso, em tempo real, a informações, temos visto inúmeros casos de violência intramuros na escola, graças, principalmente, à dificuldade de se conviver com as diferenças. As mais variadas formas de violência, aliadas à proliferação de discursos de ódio, têm trazido à tona a preocupação não somente dos pais, mas de toda a sociedade, já que as violências que se manifestam na escola podem acontecer em qualquer outro lugar.
O que se observa é que, com essa divulgação midiática, principalmente dos casos extremos (por exemplo, quando há arma de fogo) que acontecem na escola, não se pode estar preso ao imediatismo tampouco ignorar que as agressões físicas, verbais e simbólicas, que ocorrem constantemente, são prejudiciais ao cotidiano da escola, devendo ser consideradas um alerta quanto à importância da discussão sobre as ações de prevenção que estão ou deveriam estar sendo realizadas nos espaços escolares.
Concordamos com Sposito (2001) quando ressalta que a expansão do ensino público sob condições precárias, expressas na ausência de investimentos maciços na rede de escolas e na formação dos docentes, soma-se à ausência de projetos educativos capazes de absorver essa nova realidade escolar. A crise econômica e as alterações no mundo do trabalho incidiram diretamente sobre as atribuições que articulam os projetos populares de acesso ao sistema escolar.
Algumas violências que acontecem na escola têm suas raízes na violência no bairro e na família e estão relacionadas a variáveis estruturais, como pobreza e privação.
Se, no bairro e na família, a pobreza e a escassez de recursos tornam a violência mais aguda, o mesmo ocorre nas escolas. A violência é ampliada pela falta de recursos materiais e humanos das escolas e por sua deterioração física. A contenção da violência exige intervenções que para serem bem sucedidas têm que envolver a participação das famílias em situação de risco, das entidades da comunidade e das escolas. A escola é parte do problema e parte da solução
(CARDIA, 1997, p. 51).
Ainda para a autora, há um círculo vicioso e perverso, pois a violência doméstica e a do meio ambiente aumentam a probabilidade de fracasso escolar e delinquência. Essa, por sua vez, aumenta a violência na escola, e as chances de fracasso escolar reduzem o vínculo entre ela e os jovens. Outros fatores importantes para compreendermos essas ações são as causas externas e internas da violência escolar. Nas palavras de Cubas,
Quanto às causas externas: os ideais de gênero, sexismo; relações raciais, racismo e xenofobia, migração e conflitos regionais; estrutura familiar dos alunos; influências da mídia; características do ambiente onde a escola está inserida. Quanto às causas internas (aquelas que se originam no interior da escola) essas incluiriam: idade e nível de escolaridade dos alunos; regras, disciplina e o sistema de punições das escolas; a indiferença dos professores frente a todos os casos de violência, a má qualidade do ensino, carência de recursos humanos e a relação de autoridade entre professores e alunos
(2006, p. 28).
Sobre as causas externas expostas por Cubas (2006), no que se refere às características do ambiente onde a escola está inserida, é relevante destacar que há escolas que passam por situações de violência e outras que são historicamente violentas. Encontram-se, em bairros violentos, escolas onde há pouca violência, o que se deve às práticas cotidianas de cada escola e à maneira como professores e gestores lidam com as tensões.
Um conflito, a depender da maneira como é resolvido ou não, pode desencadear atitudes de violência, que se diferem de brincadeiras quando ganham requintes de crueldade, como o bullying, uma forma de violência que resulta em sérios prejuízos para o ambiente escolar e para a sociedade. Para Fante (2005, p. 119), “[é] aquela agressão que se apresenta de forma velada, por meio de um conjunto de comportamentos cruéis, intimidadores, prolongadamente contra a mesma vítima”.
Ir além das práticas reprodutivistas ocorrerá por meio de ações para a não violência, do respeito à individualidade dos alunos, do incentivo à autonomia e da ajuda para que as novas gerações encontrem razões suficientes para não optar pela violência. Um fator importante para que as ações educativas (e preventivas) aconteçam é que gestores e professores não neguem a existência da violência escolar, seja ela física, psicológica ou institucional.
Essas violências estão retratadas nas imagens e narrativas dos colaboradores. O locus da pesquisa foi a escola. Contudo, é importante evidenciar que o fenômeno da violência é um problema social e que repercute nos intramuros escolares. Dessa maneira, entende-se que não é possível falar sobre violência escolar sem abordar as suas outras formas de manifestação para entender os contextos histórico e social em que os jovens colaboradores da pesquisa estão inseridos.
A escola locus está situada na cidade de Campo Grande, capital do Estado do Mato Grosso do Sul. Foi escolhida por estar na região com o maior índice de criminalidade da capital, de acordo com o Mapa da Violência produzido pelo Ministério Público do estado. Cruzando tais dados do MP com os dados sobre população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constata-se que a proporção de assassinatos na região é quase três vezes superior a outras regiões, também populosas. A pesquisa foi realizada em 2016 e, por questões éticas, não serão divulgados os nomes dos colaboradores e da escola – os nomes que estão neste trabalho são fictícios.
Metodologia
Este artigo relata um estudo de abordagem qualitativa. Além da pesquisa bibliográfica para a coleta de dados, optou-se pelas metodologias de história oral: entrevistas individuais e questionários para professores e gestores. Para os jovens colaboradores, elegeu-se a metodologia do photovoice (COLLIER, 1957), da história oral e da técnica de grupo focal. Para as análises, elegeu-se o método de Roland Barthes (1984).
O locus da pesquisa é uma escola da rede pública. No primeiro contato, houve a entrevista ponto zero com o diretor, para explicar os objetivos deste estudo. A relação dele com a escola é antiga. Seu tio foi um dos fundadores e sua tia e sua mãe foram professoras; por isso, durante a adolescência, ele estava sempre na escola. Quando foi aprovado no concurso, escolheu a instituição para trabalhar.
Durante essa entrevista com o diretor, foi definida a comunidade de destino, ou seja, os colaboradores que poderiam contribuir para este estudo voluntariamente e que quisessem participar, constituindo, assim, a formação das redes. Foram formadas três redes de entrevistados: gestores, docentes e alunos, totalizando 16 colaboradores.
Para a definição da rede de docentes, o requisito foi a vivência diária das violências escolares de acordo com os relatos e ocorrências dos professores aos gestores. Para a rede de alunos, os participantes foram sugeridos por estudarem no período matutino, morarem no bairro ou na mesma região da escola e terem disponibilidade e pró-atividade com relação aos projetos da escola.
A rede I, de gestores, foi composta pelo diretor da escola e a coordenadora, totalizando dois colaboradores. A rede II, por cinco docentes, sendo eles os professores de Química e Matemática/Física, bem como as professoras de Biologia, História e Literatura. A rede III, por nove estudantes, sendo sete do 2° ano e dois do 3° ano; três do gênero masculino e seis do gênero feminino.
Para as redes de gestores e docentes, as histórias de vida estão nas narrativas desses colaboradores quando contam sobre as violências escolares. Como também acontece nas narrativas dos estudantes, para eles, além da história oral, com entrevistas individuais, o photovoice foi a metodologia central utilizada e, durante as reuniões para discutir sobre as fotografias, priorizou-se a técnica de grupo focal.
As fotografias foram organizadas por eixos temáticos pelos jovens colaboradores e revelam as imagens mais significativas que eles escolheram para compor o trabalho: a violência escolar, a violência familiar, a violência no bairro, a violência contra o meio ambiente e, seguindo o último eixo temático, aquilo que não é violência. Neste artigo, ressaltaremos as imagens sobre violência escolar e não violência.
Essas reflexões foram a base para o processo de transcriação fotográfica, conceito inédito elaborado pela autora desta pesquisa, que foi compreendido como uma maneira de evidenciar um reinventar, não uma mera sucessão de imagens. Para isso, apresentam-se, também, as análises narrativas das fotografias, feitas durante as sessões de grupo focal pelos jovens colaboradores durante o processo de transcriação.
Colaboradores: Histórias e Memórias
A história oral de vida pôde fluir e está presente nas falas. Não se trata da exaltação do “mito da não interferência” (PORTELLI, 2001), mas é importante perceber como os discursos se entrelaçam. As narrativas transcriadas foram o principal núcleo documental. Em contraponto ao uso fragmentado, optou-se pelo texto transcriado literal, com linguagem clara e objetiva, para uma interpretação melhor, “sem apagar as marcas da oralidade e as características identificadoras das falas dos colaboradores” (BARBOSA, 2003, p. 44). Ressalta-se que, por questões éticas, todos os nomes são fictícios.
Aqui chegava o aluno e colocava o revólver na cabeça do professor para poder passar de ano. Os bandidos subiam no muro e queriam participar da aula de educação física e, se não deixassem, eles pulavam o muro, rasgavam a rede e furavam a bola. Entravam na sala de aula e pediam licença para arrastar um e poder matar lá fora
(O Diretor).
Duas alunas se ofenderam dentro da escola e, na saída, uma delas foi muito agredida e espancada. Os pais se envolveram na briga quando resolveram se vingar e também agrediram a outra garota
(A Coordenadora).
Em sala de aula, não houve situações graves de violência. Eu já sofri violência, mas apenas verbalmente
(Professor de Química).
Eu não sofri nenhum tipo de violência, mas presenciei uma vez um aluno agredindo o outro por causa de namorada
(Professor de Matemática e Física).
Não há dificuldade para lidar com a violência na sala de aula e nem na escola
(Professora de Biologia).
Quando eu estava grávida de oito meses, no primeiro ano aqui, eu pedi para um aluno sentar, ele pegou a carteira dele e foi jogar em cima de mim a cadeira. O outro aluno que estava na minha frente levantou correndo, segurou o colega e falou: “cê é louco? Vai matar a professora, ela tá grávida!”
(Professora de História).
Eu já sofri violência, mas, por incrível que pareça, não foi de aluno, foi de uma colega de trabalho em uma rede social. Eu me senti ofendida e pedi providências da escola, foi uma decepção. Eu sofri muito, porque eu nunca tinha sido vítima, ainda mais de alguém do trabalho. Eu fiquei vários dias sem dormir. Eu senti na pele. E a partir daí, eu vi que precisava trabalhar alguma coisa sobre violência
(Professora de Literatura).
Minha mãe apanhou do meu padrasto, ele quase matou ela
(Nycoly).
Aqui no bairro, tinha um bar na frente de casa que era briga constante, briga feia mesmo, chegava a polícia e batia em todo mundo, e a gente tinha que deitar no chão, porque tinha muito tiroteio
(Kananda).
Eu já fiquei sabendo de casos de violência na escola. Não presenciei, mas choca um pouco naquele momento. O que mais me marcou foi da minha amiga que foi estuprada pelo tio, tem uma filha e ela contou pra gente que a mãe dela falou que ela ia ter a filha, sim
(Peter).
Quando eu sofria essas violências, eu até comentava com a minha mãe e com a minha irmã [...] mas era uma coisa não correspondida. Elas falavam para deixar pra lá, mas é difícil não ligar. Eu era só uma criança, não entendia muito. Aquilo me machucava, me machucava muito a falta de importância que davam
(Barbara).
Minha mãe e meu padrasto brigavam bastante, agressão física mesmo [...]
(Scarlett).
Eu nunca sofri nenhum tipo de violência e, aqui no meu bairro, porque eu moro aqui perto, eu nunca ouvi ninguém falando de violência não. Aqui na escola eu já vi, mas não foram violências graves. Os meninos brigaram de agressão física, mas só isso mesmo
(Scarlett).
Eu nunca briguei na escola, mas onde eu estudei teve um professor que foi esfaqueado nas costas por um aluno. Foi um caso sério de violência, porque podia levar à morte [...] Aqui no bairro, eu já presenciei morte do cara atirar e a pessoa cair morta, mas não posso falar aonde. Eu fiquei umas duas semanas sem dormir direito
(Harry).
Aqui no bairro, tem muito maloqueiro. Eles intimidam, mas eu acho que não é nada demais não. Deixa pra lá. Eu já ouvi falar de brigas de gangues na saída da escola. Foram alunos do 1° ano contra os do 2° ano, mas foi na outra quadra. No outro dia, ficaram discutindo aí na frente
(Scot).
Quando eu era pequena, no bairro, a gente brincava na outra rua, mas depois a gente foi crescendo e o pessoal foi pra outro caminho, o caminho das drogas, de festas, de bebidas, e um que estudou aqui até foi preso porque trouxe drogas pra escola
(Annabeth).
Eu não me lembro de nenhuma violência que eu vi, só da violência que eu vivi, o abuso. Eu tinha 13 anos, ele 48 anos, é bem mais velho. Eu cheguei de uma viagem, fui dormir na casa dele, porque ele era casado com a minha tia, era meu tio [...] Eu escondi durante seis meses. Um dia caí na varanda e no outro dia descobri que estava grávida
(Isabelly).
Se, por um lado, temos uma instituição escolar localizada onde há um contexto social com confrontos de traficantes, perseguições políticas, denúncias, disputa de poder pelo tráfico, abandono pelo poder público e outras mazelas, por outro, temos memórias, recordações de medos e coações; ou seja, violências muito além do que os olhos podem ver.
Os gestores e professores reconhecem as violências intramuros, os desafios que enfrentam diariamente, e acreditam que há alternativas para minimizar essas manifestações. O diferencial é que, na realidade em que se encontram, não se busca genuína felicidade e harmonia total em sala de aula. Dá-se importância à maneira como as violências que acontecem serão conduzidas e mediadas, bem como à percepção que os alunos terão disso.
Um conflito, dependendo da maneira como é resolvido, pode desencadear manifestações de violência, que diferem de brincadeiras quando ganham requinte de crueldade. O bullying, citado como uma das manifestações mais difíceis de combater, por exemplo, é uma forma de violência cruel e causa sérias consequências para a vítima. Além de afetar a autoestima, acarreta prejuízos no processo de ensino–aprendizagem, uma vez que o aluno perde o interesse de frequentar a escola, o que pode resultar na evasão escolar. Diz-se do bullying que é uma violência “cujo poder destrutivo é perigoso à comunidade escolar e à sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos” (FANTE, 2005, p. 119).
Salles e Paula e Silva (2010) remetem ao fato de que preconceitos e falta de respeito podem acontecer porque os jovens são reduzidos a estereótipos na escola, até pelos próprios colegas, como forma de brincadeira para ressaltar as diferenças do outro. Além disso, a sociedade constrói teorias para explicar essa diferença e justificar a discriminação. Esses estereótipos também são construídos entre alunos, professores, gestores e funcionários, e acabam por gerar situações de conflitos e violências.
As violências, praticadas por alunos, de que professores e gestores ressaltaram ser vítima em suas narrativas são questão sistêmica e complexa, pois refletem a desvalorização tanto do profissional quanto da própria educação, além serem uma realidade alarmante em nosso país. O problema pedagógico é uma das causas da violência contra os professores, pois, geralmente, há alguma relação com a metodologia em sala de aula e até mesmo com notas baixas em avaliações nas quais o aluno se considera merecedor de resultados melhores
Outro fator importante a se considerar sobre as violências sofridas pelos professores e gestores diz respeito aos relatos desses profissionais sobre muitas famílias não acreditarem que os filhos sejam os autores de qualquer violência, mas que a outra pessoa, seja um colega, seja um professor, tenha dado motivos para tal ato. Esse é um fato preocupante, visto que há a possibilidade de essa família negar a violência por praticá-la em casa, por meio de agressão verbal, psicológica ou física, pois a realidade de muitos desses alunos é marcada pela violência doméstica, como eles ressaltam nas narrativas, além das drogas (uso e tráfico) – fatores que podem interferir no comportamento dos alunos na escola.
O problema das drogas foi citado pelo diretor como fator desencadeador para tais atos de violência na escola contra os profissionais, uma vez que é raro que o aluno pratique esses atos sem estar sob efeito de drogas. Essa questão também aparece na narrativa dos jovens, revelando que muitos dos amigos de infância não frequentam a escola por estarem envolvidos no mundo do tráfico e da criminalidade. Some-se a isso que muitos dos jovens que estão na escola são dependentes químicos. Estar em uma área de vulnerabilidade, onde operam grandes facções criminosas, facilita o acesso às drogas e, muitas vezes, o crime se torna um meio para a mobilidade social. Nesse caso, é importante destacar que os alunos precisam de ajuda profissional especializada.
É possível perceber que, mesmo essa escola estando localizada em um bairro com alto índice de violência e poucos recursos, na medida do possível, trabalha-se para uma cultura de paz. As violências ressaltadas a partir das narrativas são reflexo de uma realidade maior, cultural, familiar; de uma violência estrutural, do abandono do poder público, das desigualdades econômicas, da ausência efetiva de políticas sociais que atuem diretamente no cotidiano dessa comunidade. Tudo isso faz com que esses alunos, muitas vezes, respondam com violência às situações de exclusão a que são expostos.
Ao fotografarem o seu ambiente escolar, os jovens colaboradores tiveram o sentimento de “pertencimento” e, ao se sentirem parte desse lugar, passaram a refletir, propor soluções para minimizar essas violências, sendo que o respeito, na opinião deles, é o início para a mudança. “É o sentimento de pertencer à comunidade que domina a ação dos indivíduos” (DUBET; MARTUCCELLI, 1997, p. 243).
Conhecer, dialogar e agir para a educação transformadora, a educação que liberta, constrói a consciência crítica; “[...] consiste no desenvolvimento crítico da tomada de consciência” (FREIRE, 1979, p. 26). Essa tomada de consciência está nas imagens, nos diálogos e, principalmente, na vontade de transformação.
Photovoice, Violências e Não Violências: Uma Transcriação Fotográfica
O método photovoice revela as imagens mais significativas que foram tiradas e selecionadas pelos jovens colaboradores sobre as violências e não violências. As análises narrativas de cada fotografia, que emergiram durante as sessões de grupo focal, compõem a transcriação fotográfica.
Todas essas fotos de violência que nós tiramos é para mostrar para a sociedade que a violência é muito mais que um tema, é uma realidade que o mundo vem enfrentando há décadas, e o mais difícil no meio de tudo isso é que muita gente sofre sem dizer nada
(Jovens Colaboradores).
As brigas de meninas na saída da escola acontecem e elas brigam por ciúmes, por inveja. São alunas com desavenças que, ao invés de conversarem, preferem partir para a violência. É uma agressão, falta de educação, falta de respeito.
Violência na sala de aula e, como podemos ver, é um aluno caído porque empurraram. Isso é uma violência, ele foi empurrado da cadeira por nada. São as brincadeiras de mau gosto que os colegas fazem uns com os outros durante as aulas. Esta foto não foi uma encenação, não. Eles tiraram mesmo a cadeira só para zoar.
Essas brincadeiras na escola são por bobeiras e um pode se machucar sério, mas parece que eles não pensam nisso.
A merenda aqui não é das melhores, mas também não é das piores.
Tem dia que tem só bolacha, aí a gente fica com fome, é complicado. Não dá pra estudar com a barriga vazia, até dói a cabeça. Tem dia que a merenda é boa, tem arroz, feijão e linguiça. Quando tem fruta também é bom. Nesse dia, da foto, só teve banana.
Tinham que melhorar a escola. O espelho do banheiro dos meninos faz tempo que tá quebrado assim. Isso deixa a gente triste. Além disso, alguém também pode se machucar. Quem fez isso deveria pagar, comprar outro. De repente, essa pessoa nem tá mais aqui, mas olha só o estrago que ela fez e foi embora. A escola deveria tomar providências.
Essas fotos de dentro da escola mostram o piso da sala, que está todo quebrado. Tem até pichação dentro da sala.
Isso é uma violência tremenda.
É vandalismo demais, quererem quebrar a nossa escola, que é um patrimônio nosso e serve para nos ensinar a ter um futuro. Isso sim é uma violência.
Isso é um absurdo.
As salas não têm ventiladores o suficiente, até o teto é pichado, e isso é uma barbaridade.
Salas mal arrumadas, sem condições nenhuma para um aluno estudar. Isso é falta de investimento, porque tem carteiras aqui sem condições para uso e ninguém troca, mas todo mundo está vendo isso.
Eles deveriam arrumar os ventiladores, as cadeiras, as janelas, as mesas. Os professores são bem capacitados.
É triste ver cadeiras quebradas, paredes rabiscadas, lixos no chão e, o pior, tudo feito pelos próprios alunos. É uma violência na nossa escola.
Tem vidros quebrados, torneiras quebradas, lâmpadas quebradas, tudo quebrado.
Falta de respeito com os alunos, sala com estrutura precária, piso com buracos, ventiladores que não funcionam nos dias de calor.
Pela falta de ventiladores, os professores são praticamente obrigados a dar aula fora da sala.
Quando chove, por causa dessas janelas quebradas, muitos têm que sair dos seus lugares, pois, no lugar onde estão, a chuva inunda tudo e as mesas e cadeiras estão em estado impossível de usar.
Isso é revoltante. Isso é triste!
Todas essas fotos de não violência que nós tiramos é para mostrar uma comparação com a nossa realidade. Um lugar é cheio de coisas bonitas. Já no outro, é tudo feio (Jovens Colaboradores).
Cachorro é a melhor companhia que alguém pode ter. Eles são brincalhões e bagunceiros.
É muito bom ver quando eles têm paz, um lar e são bem tratados. É triste ver cachorro na rua abandonado ou alguém maltratando.
Essas imagens transmitem paz, tranquilidade, carinho, amor e respeito aos animais.
A leitura é muito importante. É muito bom estar numa praça, porque é um dos melhores lugares para ler.
Não foi aqui no bairro que tiramos essa foto, é lá do centro da cidade, porque aqui não temos praça.
É um momento de paz ler ao ar livre. Essa imagem transmite tranquilidade, porque a leitura é algo calmo, que te faz viajar no tempo. Ler incentiva a estudar e ajuda muito para o desempenho na escola.
Podemos ver como é linda nossa cidade, que, longe do nosso bairro, tudo é muito bonito e arrumado. Aqui, podemos andar com a nossa família e amigos e contemplar essas paisagens.
Podemos ver todos os alunos assistindo a filmes, todos juntos, sem distinção de ninguém. Essa apresentação mostra que a escola está semeando a paz. Arte, cultura, teatro e filmes na escola são bons, pois saímos da rotina.
Também é muito bom ver um aluno cadeirante participar desse momento sem problema algum. É um lazer na escola.
A escola apoia a música, que é algo importante para o nosso desenvolvimento.
É bem legal que conseguiram montar a banda da escola. Os instrumentos ajudam os alunos para participarem de apresentações em outras escolas e concursos. Isso vai fazer a diferença, porque os alunos vão interagir e mostrar seus talentos.
Se olharmos os jogadores, é um momento de lazer, de alegria, de descontração dos alunos, um ato de diversão. Para jogar futebol, só temos a quadra aqui na escola, no bairro não tem.
Quando olhamos para o chão e para a iluminação, vemos que eles não têm cuidado com a escola.
É algo importante, que estimula os estudantes, porque transmite a arte e já aprendem sobre o cuidado com a natureza e com os lugares que tem aqui.
As câmeras trazem segurança e ajudam muito, porque filmam a ação de todo mundo aqui. Só é ruim porque tem gente que não gosta de ser filmado. Mas essas câmeras estão estragadas e não funcionam, porque o governo não manda verba para arrumar.
Desenhos são formas de expressão.
Não parece vandalismo, nem pichação, e sim grafite.
O grafite é a maneira de muitos jovens se expressarem. Se eles pediram autorização para pintar o muro e escrever o pensamento deles, não é vandalismo.
Hoje, essa imagem representa a paz, a busca diária pela paz, pelo esquecimento da maior violência que uma mulher pode sofrer [o estupro]. Representa também um olhar para o futuro, porque a violência nos roubou os sonhos de ter um futuro feliz, em paz.
Essa foto representa tudo o que esta pesquisa nos fez ver.
Nós sabemos que a violência na escola, na cidade, no país e até no mundo precisa acabar, mas parece que não conseguíamos ver que é aqui que está a solução, na escola.
Sempre achamos que o que nós pensávamos não era importante para ninguém. Quem iria se importar?
Depois de todo esse tempo tirando as fotografias, conversando, não só aqui nas reuniões do grupo, mas também em casa e na sala de aula, ficou claro perceber que só estando na escola é que vamos conseguir mudar alguma coisa.
Só com a educação vamos aprender, vamos ter esperanças de um futuro melhor, longe das drogas e da criminalidade. Ter paz é o que mais queremos para nossa vida aqui no bairro.
Se não tivermos paz aqui na escola, no bairro e na nossa família, não podemos viver nem pensar no nosso futuro. As pessoas precisam entender isso, e agora nós precisamos mostrar isso para os outros alunos. Eles precisam se conscientizar também.
Essa foto deveria ser do muro da nossa escola, mas não é. É do muro de uma escola que fica lá na cidade, parece outro mundo. Tomara que um dia nossa escola tenha um muro assim.
Análises dos Jovens Colaboradores
O que é preciso para acabar com a violência na escola?
Escola é o lugar onde estudamos e também aprendemos a conviver em conjunto, e a violência só vai acabar quando todos entenderem isso
(Annabeth).
Isso não envolve só a escola, envolve a criação da pessoa, da família
(Harry).
É preciso ter respeito. Respeito aos colegas, aos professores, a todos
(Kananda).
É preciso amizades sinceras, amizades que durem, amigos que estão ao seu lado, não para te verem pelas costas, e, sim, que querem o seu bem, que querem que você prospere
(Scarlett).
É preciso educação, muita atenção e muito mais respeito, porque respeito é tudo
(Scot).
As violências nas escolas são constantes e, para que isso acabe, é preciso que as pessoas tenham mais respeito com as outras e com a própria escola
(Peter).
É preciso respeito para acabar com a violência na escola
(Isabelly).
E o que não é violência na escola?
É poder estudar sem se preocupar com o que vai nos acontecer de ruim. É todos viverem em harmonia no bairro. É quando, na família, o amor está acima de todas as forças. É a preservação de tudo e de onde vivemos
(Annabeth).
É estudar sem preocupação. No bairro, eu não sei o que pode não ser violência, porque aqui tem muitos furtos e homicídios. Não existe família se não tiver paz. A natureza não está em paz, porque tem muitas coisas que prejudicam. Uma delas é o próprio homem
(Harry).
É quando todos os alunos ficam de boca fechada e prestam atenção na aula. No bairro, é ter tranquilidade para poder andar nas ruas sem se preocupar com assaltos e mortes. É ter uma família unida e as pessoas que você mais ama ao seu lado. É sentir a tranquilidade que o meio ambiente transmite
(Kananda).
Na escola, seria ótimo se tivesse tranquilidade, mas é algo raro. É ter a tranquilidade de saber que sua casa e sua família estão seguros. É ter paz na família. Isso é algo excepcional, porque a gente pode sair sem se preocupar com o que pode acontecer com quem permaneceu em casa. Se a natureza estiver em paz, nós também estaremos em paz
(Scarlett).
É usufruir das coisas na escola, ficar tranquilo e relaxado para estudar e ter mais capacidade para aprender. No bairro, eu não sei o que pode não ser violência, porque, quando penso que está tudo bem, acontece uma tragédia. Na família, é a sensação de vitória, porque é uma das melhores coisas da vida. Não pode ter violência contra a natureza, porque precisamos dela
(Scot).
É ter paz na escola para nos ajudar a entender a explicação do professor. No bairro, o ideal é que todos ficassem amigos. Na família, um precisa ajudar o outro, isso é tudo. A natureza também precisa estar livre da violência, é essencial para todos nós
(Peter).
É ter uma boa convivência com todos na escola e no bairro. A família é a base de tudo na nossa vida, não pode ter violência, precisa ter paz. A natureza precisa estar em paz, isso é respeito
(Isabelly).
Nós gostaríamos de dizer que: As imagens que mais chamaram a atenção foram da violência na escola, dessa falta de cuidado dos alunos. Eles escrevem nas paredes e nas portas dos banheiros e, se nem o lugar em que convivem e estudam diariamente eles cuidam, não vão cuidar dos outros lugares. A maioria das salas tem mesas e cadeiras quebradas, sem condições de uso. Pichação no muro da escola é vandalismo, é uma violência contra a estrutura escolar, é uma depredação do patrimônio público. E tudo isso tem aqui. As agressões na escola também acontecem por causa de machismo. A menina precisa empurrar o menino para se defender. Muitas das brigas que acontecem aqui dentro continuam em casa, porque, se brigou na escola ou na rua, também apanha em casa, e a violência não termina. A verdade é que os adolescentes são mais imaturos, brigam e disputam o tempo todo. Usam facas, porque é uma arma de fácil acesso entre os jovens, é um instrumento para a violência física. Pelas imagens, a gente percebe tudo de bom e de ruim que existe no mundo. As fotos da não violência foram bem interessantes. As mais bonitas foram as fotos das paisagens, ver como a nossa cidade é bonita e ver o quanto a natureza é maravilhosa e tranquilizadora. Trouxe certa paz e tranquilidade ver as fotos, e isso é bem difícil termos por aqui. É muito importante as pessoas conversarem sobre o tema, principalmente com as crianças e os adolescentes, para poder combater a violência e priorizar a paz. É um tema muito polêmico, mas é um bom tema para discutir
(Jovens Colaboradores).
Análises possíveis
O processo de registrar as manifestações de violências no cotidiano, em especial, na escola, proporcionou a esses jovens um olhar crítico, principalmente quanto às depredações que acontecem. Ao olharem as imagens e os temas pontuados, vinham à tona necessidades, problemas e a reflexão sobre como poderiam mudar ou melhorar aquela realidade, de acordo com os contextos sociais da comunidade. A estratégia do photovoice adota a perspectiva do uso crítico da imagem como ferramenta para propiciar diálogo–reflexão–ação sobre as imagens capturadas pelos indivíduos (WANG; BURRIS, 1997).
Os jovens relataram que a maneira como foi abordada a problemática da violência, através do olhar deles, possibilitou uma reflexão maior e a vontade de mudanças concretas. Observa-se, assim, a participação no processo de consciência crítica.
O fato de deixá-los à vontade para fotografarem “violências” que afetem o cotidiano escolar propiciou maior envolvimento para que quisessem mostrar o seu bairro, as violências familiares e contra o meio ambiente. Ou seja, o que, para eles, é importante.
As discussões no grupo focal possibilitaram aos alunos uma oportunidade para mostrarem sua própria realidade, argumentarem suas ideias e angustias, compartilharem e ouvirem, aumentando também a autoconfiança em expor suas opiniões, já que o sentimento de pertencimento àquele lugar estava aflorado.
As imagens de não violência destacam a importância do sentimento de poder viver sem medo e ter liberdade de expressão. Todos que participaram tiveram a oportunidade de compartilhar suas histórias e memórias, e os laços de envolvimento foram estreitados.
A exposição fotográfica, que ocorreu após o término da coleta, possibilitou aos alunos autoconfiança e vontade de apresentar à comunidade o que eles fizeram e como retrataram as violências e não violências. Eles falaram sobre a importância da discussão do tema e sobre o que aprenderam um com o outro, conscientizaram e ofereceram propostas que poderiam melhorar os casos de violências com o sentimento de pertencer àquele local.
Dessa maneira, foi possibilitado aos jovens colaboradores uma forma de reescrever o futuro e de não silenciar a própria experiência de vida, pois, como ressalta Portelli (2001, p. 17), “[...] cada pessoa é um amálgama de grande número de histórias em potencial, de possibilidades imaginadas e não escolhidas, de perigos iminentes, contornados e por pouco evitados”.
Deve-se entender que há um contexto histórico e social, que se podem minimizar as violências com a construção de uma cultura de paz, pautada no diálogo na escola e na sala de aula. Para isso, é necessária a capacitação de professores e gestores, bem como projetos possíveis, que envolvam a comunidade escolar, com uma equipe multiprofissional (p. ex., psicólogos e assistentes sociais), bem como com a valorização do trabalho docente, do trabalho dos gestores e da equipe administrativa, do pessoal da limpeza e das merendeiras. Ou seja, é preciso valorizar a “família escola”. A qualidade de ensino–aprendizagem está diretamente relacionada à cultura do respeito ao outro, da não violência.
REFERÊNCIAS
- ARBLASTER, A. Violência. In: OUTHWAITE W.; BOTTOMORE, T. Dicionário do Pensamento Social no Século XX São Paulo: Jorge Zahar Editor, 1996, p. 803-804.
- BARBOSA, F. H. Experiência e memória: A palavra contada e a palavra cantada de um nordestino na Amazônia. 2006. 167f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
- BARTHES, R. A câmara clara Nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
- BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas São Paulo: Perspectiva, 2004.
- CARDIA, N. A violência urbana e a escola. Contemporaneidade e educação, Rio de Janeiro, ano II, n. 2, p.26-69, 1997.
-
COLLIER, J. Photography in antropology: A report on two experiments. American Anthropologist, v 59, p. 843-859, 1957. https://doi.org/10.1525/aa.1957.59.5.02a00100
» https://doi.org/10.1525/aa.1957.59.5.02a00100 - CUBAS, V. O. Violência na escola: Um guia para pais e professores. In: RUOTTI, C. (org.). Violência nas escolas: Como defini-la? São Paulo: Andhep; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006, p. 23-52.
- DA MATTA, R. As raízes da violência no Brasil: Reflexões de um antropólogo social. In: PINHEIRO, P. S. (org.). Violência brasileiraSão Paulo: Brasiliense, 1982, p. 14-28.
-
DUBET, F.; MARTUCCELLI, D. A socialização e a formação escolar. Lua Nova, n. 40-41, p. 241-264, 1997. https://doi.org/10.1590/S0102-64451997000200011
» https://doi.org/10.1590/S0102-64451997000200011 - FANTE, C. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas, São Paulo: Versus, 2005.
- PORTELLI, A. O que faz a história oral diferente. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduação em História, n. 14, São Paulo, 2001.
- FREIRE, P. Educação e mudança Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
-
PORTO, M. S. G. Crenças, valores e representações sociais da violência. Sociologias, v. 16, p. 250-273, 2006. https://doi.org/10.1590/S1517-45222006000200010
» https://doi.org/10.1590/S1517-45222006000200010 - SALLES, L. M. F.; PAULA E SILVA, J. M. A. A legitimação da violência nos espaços de lazer e na rua . Revista Mal-Estar e Subjetividade, v. 10, n. 1, pp. 211-232, 2010. ISSN 1518-6148. Disponível em: <PÁGINA DA INTERNET>. Acesso em:
-
SPOSITO, M. P. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Educação e Pesquisa, v. 27, n. 1, p. 87-103, 2001. https://doi.org/10.1590/S1517-97022001000100007.
» https://doi.org/10.1590/S1517-97022001000100007 -
WANG, C.; BURRIS, M. A. Photovoice: Concept, methodology, and use for participatory needs assesssment. Health, EducAtion and Behavior, v. 24, n. 3, p. 369-387, 1997. https://doi.org/10.1177/109019819702400309
» https://doi.org/10.1177/109019819702400309
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
17 Abr 2020 -
Data do Fascículo
Jan-Mar 2020
Histórico
-
Recebido
01 Mar 2019 -
Aceito
17 Set 2019