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Freqüência de displasia coxofemoral em cães da raça Labrador Retriever no Estado de Minas Gerais

Frequency of hip dysplasia in Labrador Retriever in Minas Gerais, Brazil

Resumo

Ninety three X-ray of Labrador Retriever dogs, males and females, obtained from February 1995 to March 2001, were studied with the purpose of establishing the frequency of hip dysplasia. X-rays were taken with the animal in the ventrodorsal position, with the limbs parallels and the pelves in symmetry. The study indicated that 74.2% of the animals had hip dysplasia of different grades.

Dog; Labrador Retriever; hip dysplasia


Cão; Labrador Retriever; displasia coxofemoral

Dog; Labrador Retriever; hip dysplasia

COMUNICAÇÃO

[Communication]

Freqüência de displasia coxofemoral em cães da raça Labrador Retriever no Estado de Minas Gerais

[Frequency of hip dysplasia in Labrador Retriever in Minas Gerais, Brazil]

R.C.S. Tôrres1, B.D. Rocha2, E.F. Silva3

1Escola de Veterinária da UFMG

Caixa Postal 567

30123-970 - Belo Horizonte, MG

2Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária

3Médico Veterinário do Hospital Veterinário da EV - UFMG.

Recebido para publicação, após modificações, em 8 de maio de 2001.

Em cães a displasia coxofemoral (DCF) é uma enfermidade poligênica de natureza quantitativa, multifatorial e extremamente complexa. Para o controle, o diagnóstico é essencial e requer exame radiográfico adequado, considerado padrão e adotado em vários países (Montgomery, 2000).

Uma idéia falsa é que a DCF é uma doença 100% herdada e que, portanto, pode ser evitada somente pela realização de acasalamentos seletivos. Ainda não foi identificado um gene ou genes para a DCF. A utilização de reprodutores normais tem reduzido a incidência, mas não tem eliminado o problema (Hedhammar et al., 1979; Montgomery, 2000).

A DCF afeta muitas raças, sendo mais comum nas de médio e grande portes. É caracterizada radiograficamente pelo arrasamento do acetábulo, achatamento da cabeça do fêmur, subluxação ou luxação coxofemoral e outras alterações osteoartróticas secundárias (Lust et al., 1985; Shepherd, 1986).

Estudos mostram que 70% dos animais radiograficamente afetados não apresentam sintomas e somente 30% necessitam de algum tipo de tratamento (Gerosa, 1995). Os animais doentes podem apresentar claudicação uni ou bilateral, dorso arqueado, peso corporal deslocado em direção aos membros anteriores, rotação lateral desses membros e andar bamboleante (Wallace, 1987; Brass, 1989; Montgomery, 2000).

Neste estudo foram radiografadas as articulações coxofemorais de 93 cães da raça Labrador Retriever (63 fêmeas e 30 machos), com idade entre 7 e 75 meses, média de 24,5 meses. As avaliações foram feitas no Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da UFMG, entre fevereiro de 1995 e março de 2001. Os animais foram encaminhados ao hospital por iniciativa dos proprietários sem que houvesse sintomatologia clínica e com o único propósito de seleção para acasalamento. O exame radiográfico obedeceu ao padrão de posicionamento, fazendo-se a radiografia ventro-dorsal com os membros posteriores estendidos, paralelos entre si e em relação à coluna vertebral, rotação interna dos membros e pelves em simetria. Todos os cães foram sedados com xilazina (Rompum – Lab. Bayer do Brasil S/A) a 2% na dose de 2mg/kg, via intramuscular. Utilizaram-se filmes (Kodak Brasileira Com. & Ind. Ltda.) de 30x40cm e aparelho próprio (VMI – Ind. de Aparelhos Radiológicos). A análise radiográfica obedeceu aos critérios de classificação adotados pela Federação Cinológica Internacional (FCI).

As análises indicaram que 24 (25,8%) cães normais e 69 (74,2%) displásicos (Tab. 1), sendo entre os displásicos 17 (18,3%) suspeitos, 38 (40,9%) com displasia leve, 7 (7,5%) com displasia média e 7 (7,5%) com displasia grave (Tab. 2). Sessenta e três porcento dos machos (19) e 79,4% das fêmeas (50) examinadas eram displásicos (P<0,05). O maior percentual de animais encontra-se nos classificados como displasia leve, o que permitiu concluir pela necessidade de se adotarem medidas de controle que possam diminuir ainda mais a incidência de cães com displasia média e grave.

Palavras-chave: Cão, Labrador Retriever, displasia coxofemoral

ABSTRACT

Ninety three X-ray of Labrador Retriever dogs, males and females, obtained from February 1995 to March 2001, were studied with the purpose of establishing the frequency of hip dysplasia. X-rays were taken with the animal in the ventrodorsal position, with the limbs parallels and the pelves in symmetry. The study indicated that 74.2% of the animals had hip dysplasia of different grades.

Keywords: Dog, Labrador Retriever, hip dysplasia

  • BRASS, W. Hip dysplasia in dogs. J. Small Anim. Pract., v30, p.166-170, 1989.
  • GEROSA, R.M. La displasia de la cadera canina desde una visión biomecánica. Rev. Med. Vet., v. 76, p.69-71, 1995.
  • HEDHAMMAR, A., OLSSON, S.E., ANDERSSON, S.A. et al. Canine hip dysplasia: study of heritability in 401 litters of german shepherd dogs. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.174, p.1012-1016, 1979.
  • LUST, G., RENDANO, V.T., SUMMERS, B.A. Canine hip dysplasia: concepts and diagnosis. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.187, p.636-640, 1985.
  • MONTGOMERY, R.D. Toma de decisiones en el manejo de la displasia de cadera canina. Walthan Focus, v.10, p.26-31, 2000.
  • SHEPHERD, J. Canine hip dysplasia: aetiology, pathogenesis and eradication. Austr. Vet. Pract., v.16, p.71-78, 1986.
  • TÔRRES, R.C.S. Prevalência da displasia coxofemoral em cães da raça Pastor Alemão. Belo Horizonte: Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, 1993. 69p. (Tese, Mestrado).
  • WALLACE, L.J. Canine hip dysplasia: past and present. Seminars Vet. Med. Surg. (Small Anim.), v.2, p.92-106, 1987.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    Ago 2001

Histórico

  • Recebido
    08 Maio 2001
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