Partindo do suposto de que o esforço industrializante do Estado Novo foi acompanhado por um esforço de modernização técnica das Forças Armadas, o artigo postula que a entrada do Brasil na Segunda Grande Guerra deu um novo impulso a essa modernização, dada a influência do novo modelo institucional norte-americano nas novas iniciativas militares no campo tecnológico. Nesse contexto, um grupo de oficiais engenheiros do recém-criado Ministério da Aeronáutica, buscando aprender a partir dos erros tanto da industrialização corrente quanto da modernização técnica do passado, lançaria o projeto de criação de um instituto de ensino e pesquisa em Engenharia, que deu origem ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) - a primeira instituição do futuro Centro Técnico da Aeronáutica (CTA) -, o qual viria a ter um impacto revolucionário no ensino superior praticado no país e, sobretudo, na construção do imaginário tecnológico brasileiro. Procura mostrar que a gênese e a experiência inicial do ITA/CTA trazem, ainda hoje, ensinamentos valiosos para elucidação de dilemas e desafios da atual política científica e tecnológica nacional.
Modernização; Tecnologia; Forças Armadas; Engenharia; Ensino Superior