Neste artigo examino a elaboração da favela carioca como atração turística, focalizando o papel desempenhado por empresários, ONGs e agentes locais nesse processo. A metodologia envolveu entrevistas em profundidade com informantes qualificados de quatro localidades (Rocinha, Morro da Babilônia, Morro dos Prazeres e Morro da Providência) e observações de campo, que incluíram participação recorrente nos tours. Postulo que a invenção desse destino turístico deve ser entendida, de um lado, no contexto de expansão dos chamados reality tours e, de outro, como parte do fenômeno de circulação e consumo, em nível global, da favela como trademark. Encerro compartilhando algumas reflexões sobre a minha experiência de pesquisa diante de um objeto de estudo tão polêmico.
Turismo; Favela; Globalização; Rio de Janeiro; Pobreza