O artigo objetiva demonstrar uma guinada teórica na sociologia de Niklas Luhmann (após 1992) decorrente da necessidade de lidar com contextos sociais periféricos da modernidade. Argumenta-se ter ocorrido: a revisão da teoria da diferenciação funcional como faceta caracterizadora da modernidade; um deslocamento de interesse para temas de integração social (ou inclusão/exclusão); e um refinamento do conceito de sociedade mundial (não harmônica). Utiliza-se o conceito de "modernidade periférica" e algumas críticas por ele recebidas para abordar descrições da sociedade mundial moderna e são apresentados debates atuais no campo. Sustenta-se que a tensão (paradoxal) entre teorias "estrangeiras" universalistas e casos de exceção é proveitosa para o desenvolvimento do debate sociológico. Busca-se deslocar o usual foco da explicação de contextos sociais "exóticos" para os desenvolvimentos da teoria em si e das análises sobre a sociedade mundial moderna.
Teoria dos sistemas; Niklas Luhmann; Pensamento social brasileiro; Modernidade periférica