Resumos
Foram realizadas 20 entrevistas com famílias evangélicas, moradoras de Salvador, Bahia, Brasil, perguntado-se quem e por que os nomes de seus filhos foram escolhidos. Investigou-se concomitantemente quando ocorreu, por que e quais as conseqüências da adesão a crenças pentecostais na vida pessoal e familiar. Os resultados apontaram os nomes escolhidos como bíblicos, após a conversão, sob a alegação de que tais nomes trariam uma boa "direção" às vidas de seus filhos, sendo que as igrejas não interferem diretamente nesta escolha. A adesão a uma Igreja evangélica, nos moldes como ocorre atualmente no Brasil, parece reorientar a vida familiar, sendo que os casais relatam mudanças totais em suas vidas após a conversão, e "família" passa a ser definida como casal e filhos, em que a maior influência é a igreja.
família; nomeação; igreja evangélica
Twenty interviews were conducted with Evangelical families that live in the city of Salvador, state of Bahia, Brazil. The interviewer asked who chose the names of the children and why the names were chosen. The study also investigated when and why adherence to Evangelical beliefs happened and what consequences it brought to personal and family life. Results showed that after conversion the chosen names were biblical, with the justification that such names would give a good "direction" to their children's lives and that the churches do not interfere directly on their decision. Adherence to an Evangelical Church, as it currently occurs in Brazil, seems to re-direct family life, as complete changes are reported to occur in their familial and personal lives after the conversion, and family starts to be defined as couple & children upon whom the biggest influence is the church.
family; naming; Evangelical church
Famílias evangélicas baianas e o processo de nomeação
Bahia evangelical families and the process of naming
Elaine Pedreira Rabinovich; Lívia A. Fialho da Costa; Anamélia Lins e Silva Franco
Universidade Católica do Salvador, Salvador, Brasil
RESUMO
Foram realizadas 20 entrevistas com famílias evangélicas, moradoras de Salvador, Bahia, Brasil, perguntado-se quem e por que os nomes de seus filhos foram escolhidos. Investigou-se concomitantemente quando ocorreu, por que e quais as conseqüências da adesão a crenças pentecostais na vida pessoal e familiar. Os resultados apontaram os nomes escolhidos como bíblicos, após a conversão, sob a alegação de que tais nomes trariam uma boa "direção" às vidas de seus filhos, sendo que as igrejas não interferem diretamente nesta escolha. A adesão a uma Igreja evangélica, nos moldes como ocorre atualmente no Brasil, parece reorientar a vida familiar, sendo que os casais relatam mudanças totais em suas vidas após a conversão, e "família" passa a ser definida como casal e filhos, em que a maior influência é a igreja.
Palavras-chave: família; nomeação; igreja evangélica.
ABSTRACT
Twenty interviews were conducted with Evangelical families that live in the city of Salvador, state of Bahia, Brazil. The interviewer asked who chose the names of the children and why the names were chosen. The study also investigated when and why adherence to Evangelical beliefs happened and what consequences it brought to personal and family life. Results showed that after conversion the chosen names were biblical, with the justification that such names would give a good "direction" to their children's lives and that the churches do not interfere directly on their decision. Adherence to an Evangelical Church, as it currently occurs in Brazil, seems to re-direct family life, as complete changes are reported to occur in their familial and personal lives after the conversion, and family starts to be defined as couple & children upon whom the biggest influence is the church.
Key words: family, naming, Evangelical church.
"Eu sou um outro", escreveu o poeta Rimbaud. O estudo dos nomes remete diretamente a esse outro. O nome pode ser visto como fazendo parte da pessoa, identificando-a, e parte do mundo que, ao e por identificá-la, tem o poder de dizer quem ela é. O nome, assim, carrega e projeta uma herança, recebida de várias temporalidades, que a pessoa transforma na trajetória de sua vida, tornando-se, ou não, o "seu nome".
Ao nascer, a pessoa recebe um nome; são, pois, os outros que a identificam, donde a pessoa sempre se identifica ante e por um outro. Uma pessoa tanto se vê pelo olhar do outro, quanto o seu centro está no outro. O nome, portanto, é como o Outro me identifica dentro de mim.
Além desse "espelho-outro", deve-se considerar que os espaços sociais em que o sujeito atua também são sistemas subjetivos no sentido de implicar em sentidos e processos simbólicos. Esses processos estão nas memórias, nos códigos e no espaço institucionalizado (Gómez & Rey, 2005). O sistema de parentesco tem, da mesma forma, significativo papel na atribuição do nome, na medida em que, como diriam os etnólogos, é a dimensão social cuja função é eminentemente classificatória (Viveiros de Castro, 1986).
Em decorrência, Zittoun (2004) escolheu estudar a transição para a parentalidade focalizando a escolha do nome da criança, a fim de abordar o efeito dos usos de recursos simbólicos na interioridade da pessoa. Períodos de transição na vida são os que se seguem a eventos que desafiaram certas rotinas ou situações dadas como certas; tais eventos podem ser vistos como rupturas no fluxo regular da experiência. Essa transição envolve aquisições de habilidades, mudanças de identidade e construção de significado e tem prolongamentos emocionais e inconscientes. Um resultado desenvolvimental envolve construir a representação da criança a vir, no futuro, e de si próprio como pai/mãe daquela criança. Tal representação orientará uma série de atividades parentais. Um dos resultados simbólicos, cristalizado e observável do trabalho simbólico ocorrido, é a escolha do nome para o recém-nascido.
A pessoa tanto está dentro de mundos simbólicos como escolhe e utiliza ativamente elementos culturais como recursos simbólicos. Elementos culturais são constelações simbólicas complexas, como objetos ou ritos, dentro de tradições familiares, religiosas ou nacionais compartilhadas, que tanto têm um substrato material quanto uma continuidade histórica com significados encapsulados.
Essa autora aponta quatro funções simbólicas dos nomes: como signos de pertencimento grupal ou identitário; como espaços imaginários, fantasias, desejos, imaginação, associados a um nome, tanto como representação coletiva quanto individual; como objetos simbólicos com um som, um ritmo e uma forma que podem ter prolongamentos afetivos e corporais; e os nomes podem estar associados a projetos, ou futuras representações da criança.
Escolher um nome, no primeiro nível, implica em um reposicionamento ou colocação subjetiva de um pai de uma dada criança; por sua vez, essas relocações estão ligadas à identidade dos pais e a suas competências como pai. O segundo e terceiro aspectos, o imaginário e o sensual, estão conectados à interioridade da pessoa. O quarto nos mostra como a pessoa, ao dar o nome, elabora uma futura representação da criança e de si própria como pai e assim dá uma indicação dos resultados desenvolvimentais da transição.
Uma discussão atual referente aos nomes de crianças adotadas revela as íntimas conexões entre nomes e processos de subjetivação e de identificação na sua relação com a origem e a história genealógica. No Brasil, as crianças "abandonadas" são nomeadas por funcionários públicos para não ficarem "sem nome", por exigência, inclusive, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ao serem adotadas, um novo registro será feito, cancelando-se o registro original do adotado. Contudo, uma corrente, originada na França e nos Estados Unidos, advoga atualmente o direito de a criança conhecer as suas origens, se for o seu desejo. Neste sentido, Levy (2007) aponta que "entre o desejo de alguns pais adotivos de apagar as origens do filho, e o anonimato de alguns pais biológicos, encontra-se a criança, futuro adulto diante de seus fantasmas" (p. 58). Assim, discute a pertinência de a mãe biológica dar ou não um nome à criança, entre outras possibilidades, pois caso esta deseje conhecer a sua origem, encontraria um nome, e não uma "genealogia fantasma, o nome vindo de lugar nenhum, que pode dotar a criança de uma família sem anterioridade" (Beaucarnot, 2004, p. 264), podendo interferir na formação identitária.
Pode-se pensar haver uma tripla temporalidade conforme expressa no nome, remetendo à história da humanidade, dos grupos sociais e da própria pessoa em sua trajetória única (Cerveny & Rabinovich, 2006). Além desta dinâmica de inclusão em genealogias de alcance diverso associadas ao nome, Rabinovich e colaboradores (1991, 1993) concluíram por uma dupla dinâmica relacionada ao processo de nomeação, denominadas respectivamente de contexto e de conteúdo. O contexto se refere à dinâmica interna ao casal parental no momento da escolha do nome do filho. O conteúdo implica os significados projetados no nome escolhido. Ambos são vistos como "geradores" sociais do recém-nascido, caracterizando o ponto de origem da futura trajetória que será traçada pelo mesmo. Como todo ponto de origem, carrega uma força potencial que se desdobra e se revela na medida em que a vida é vivida. Nesse sentido, o nome contém um destinar a, não sendo nunca neutro.
Como contexto, pode-se dizer que a família brasileira está, freqüentemente, associada a uma rede de parentesco que passa pelo apadrinhamento: as crianças são e, principalmente, foram "doadas", ou "circuladas" entre padrinhos ou madrinhas que tinham a função de proteger a criança tanto na presença dos pais quanto em sua ausência (Candido, 2001; DaMatta, 1987; Fonseca, 2004). Tradicionalmente, a criança era "dada ao santo do dia", ou seja, recebia o nome do santo da Igreja Católica do dia de seu nascimento. Tal prática se devia ao alto índice de mortalidade infantil e à salvação quer da criança, quer de sua alma. Abundam os Antônios, as Marias, os Josés, e as Aparecidas, por Nossa Senhora de Aparecida ser a padroeira do Brasil. Trata-se de um costume cristão especialmente reforçado no Brasil pelo fato de ser um país enormemente marcado pelas referências católicas. Relata Boes (2006) que parte da luta pelos nomes cristãos pode ser vista por ocasião da Reforma, cujos líderes se opuseram frontalmente aos nomes de santos, propugnando nomes bíblicos, e aos nomes originais da cultura germânica, ligados a animais, como Bernardo, derivado de "urso". Assim, Martin Luther publicou um livro, em 1537, o "Namens-Buchlein", advogando nomes claramente distintos dos nomes católicos; em conseqüência, uma lista de nomes que foi prontamente oferecida pelo "Onomasticon Ecclesia", de 1541, do católico George Witzel e por nomes censurados durante o Concilio de Trento, de 1560. Obviamente, uma batalha religiosa a respeito da identidade do e pelo nome estava em curso.
O catolicismo, trazido ao Brasil pelos portugueses, estava carregado de sentimento anti-reforma, caracterizando-se por um forte culto aos santos e por um misticismo medieval (Bastide, 1960) e por uma valorização do elemento água, presente em ambos os imaginários, português e africano. Esses aspectos favoreceram a assimilação do catolicismo pelos negros, gerando o "sincretismo" religioso, também observado nos sobrenomes.
Essa disputa entre católicos e reformistas pode ser vista atualmente no Brasil, sendo ela o disparador para a realização desta pesquisa.
O movimento pentecostal no Brasil
Segundo Freston (1994), três ondas chegaram ao Brasil trazendo a palavra evangelizadora pentecostal: a primeira, na década de 1910, trouxe a Congregação Cristã e a Assembléia de Deus; entre os anos 50 e 60, três grandes grupos: a Quadrangular, Brasil para Cristo e Deus é Amor, representam a segunda onda decorrente de mudanças no Brasil e no mundo; finalmente, no final dos anos 70, e ganhando força nos anos 80, chegam a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Internacional da Graça de Deus.
Essas gerações de igrejas trouxeram atualizações teológicas, litúrgicas, éticas e estéticas, aproximando-se da vida cotidiana e das necessidades dos moradores. Conforme os dados do IBGE - Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico, em 2000, 16% dos brasileiros professam o credo evangélico, enquanto em 1980 eram 8%; 18 milhões pertenciam às denominações pentecostais, carismáticos e neopentecostais e 8 milhões a denominações tradicionais e históricas; 14,7 milhões eram mulheres evangélicas e 11,4 milhões, homens; 1 milhão deles eram viúvos e viúvas, havendo 1 milhão de separados e divorciados e 8 milhões de solteiros.
O crescimento deste grupo dentro do quadro geral brasileiro foi notável: enquanto a taxa anual de crescimento da população brasileira foi 1,63%, o crescimento evangélico no Brasil foi 7,42%; portanto, o crescimento evangélico foi quatro vezes a média populacional. São 1200 denominações, distribuídas em 188 mil templos evangélicos. Possuem 300 emissoras de rádio e 90 programas de TV, representando 80% da programação religiosa no Brasil.
Apesar de a região em que a população mais cresce no Brasil ser a do Nordeste (8,67%), é onde está a menor presença evangélica no país (10,3%); no Centro-Oeste, alcança 19,1%.
Esta expansão tem sido objetivo de discussão em nível nacional e acadêmico. Silva (2007), por exemplo, atribui o seu sucesso a terem se apoderado de uma matriz identitária pré-existente, ligada aos cultos do Candomblé e Espíritas, acrescentando a ela elementos modernizadores como: valorização do pragmatismo, gestão empresarial na condição dos templos, ênfase na teologia da prosperidade, utilização da mídia para o trabalho de proselitismo em massa e de propaganda religiosa - as chamadas "igrejas eletrônicas" -, e a centralidade da teologia da batalha espiritual contra as outras denominações religiosas, sobretudo as afro-brasileiras e o espiritismo. Esse autor supõe ser esta uma estratégia para atrair fiéis ávidos pela experiência de religiões com forte apelo mágico, extáticas, com a vantagem da legitimidade social conquistada pelo campo religioso cristão.
O poder mágico do nome, como um talismã favorável ou desfavorável, já havia sido detectado por Rabinovich, Hulle-Coser, Travaglini e Esteves (1993), assim como o estudo do processo de nomeação havia evidenciado ser este um modo tanto de compreender a dinâmica familiar quanto os processos de subjetivação. Face à expansão das denominações evangélicas, os nomes de filhos de famílias evangélicas poderiam esclarecer e aprofundar tais dinâmicas e apontar para novas formas de organização pessoal, familiar e societária em andamento no Brasil.
Objetivo e Método
O objetivo do presente estudo foi estudar a relação entre a inserção em uma denominação evangélica e a escolha do nome dos filhos. Ao focalizar esta relação no momento de transição para a parentalidade, pretende-se compreender os significados culturais de tal inserção na vida da família como um todo.
Foi realizado um estudo qualitativo sobre os nomes de membros de 20 famílias evangélicas, tendo como critérios de inclusão: ser adepto de religião evangélica; ter filhos; casais ou não. Foi utilizado um roteiro semi-estruturado consistindo de três partes: (a) origem da família: composição; conhecimento dos pais; decisão de se casar; chegada dos filhos; expectativas e avaliação do casamento; (b) nome dos filhos: nomes, idades e sexo, quem escolheu cada nome e por quê; (c) relação entre nomes e religião: data da conversão e repercussão nos nomes dos filhos, modo dos pastores lidarem com os nomes e outros aspectos da vida da pessoa entrevistada ligada à conversão.
A este roteiro, acrescentaram-se informações sobre os dados sócio-demográficos familiares e observações registradas em um diário de campo.
Após os contatos iniciais, quando foi explicado o objetivo da pesquisa e agendada a entrevista, foi obtida a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas literalmente pelos pesquisadores.
A análise procedeu pelo agrupamento dos conteúdos semânticos das entrevistas segundo categorias descritivas e interpretativas (Smith & Dunworth 2003). Estas categorias foram organizadas em dois grandes quadros: um referente à vida familiar e religiosa e outro referente ao processo de nomeação.
A análise posterior a esse agrupamento se deu em duas direções: vertical e horizontal. Verticalmente, o agrupamento gerou, quando possível, uma análise quantitativa descritiva na forma de porcentagem. Horizontalmente, foi realizado um estudo de caso em que se tentou, a partir das informações obtidas, compreender a dinâmica implicada nas questões colocadas pelos objetivos do estudo.
Resultados e Discussão
As 20 famílias entrevistadas nomearam segundo nomes de inspiração bíblica em mais da metade dos casos (51,1%), seja por já pertencerem a uma denominação evangélica (45%) ou após a conversão (40%). (Tabela 1).
Quando Emanuel veio, eu já conhecia Jesus. Quer dizer Deus é Convosco. Esse filho foi quem mais segurou os problemas. Sempre que o pai saía, ele conversava com todos eles, e isso deu equilíbrio na família.
Quinze das famílias entrevistadas utilizaram nomes bíblicos, sendo que mais meninos (58%) receberam nomes bíblicos do que meninas (38%). Os cinco casos que não utilizaram nomes bíblicos, uma vez convertidos, podem ser justificados pelo tipo de adesão à denominação, no sentido de um uso mais "pessoal" da "fé" como "Deus como mágico da lâmpada" e "Deus por bom casamento". Dois pais em conflito com a mãe nomearam homenageando a mãe em oposição ao desejo desta.
Ele saía e quando voltava era com os meninos registrados. Por exemplo, a mais velha, eu queria que fosse Áquila. "Não. Tem que ser Débora porque foi você quem teve". "Então vai ser Débora. Em sua homenagem; ela parece com você". Daniel... Ele também disse que ia colocar porque tinha que ter meu D também, né, porque era o segundo filho. "Não, vai ser em homenagem a você: Daniel". E eu não queria Daniel, queria Jeremias. Aí eu dizia, "bote o nome de Jeremias", que eu acho linda a história de Jeremias, Jeremias era um profeta... "Não. Vai ser Daniel.". Quando chegou em Dani, eu disse: "Eu vou botar o nome dela Sâmela". "Não... Vai ser Daniela". Aí colocou DDD, só o DDD dentro de casa.
Portanto, pode-se dizer que praticamente todos os participantes da pesquisa nomeiam segundo a Bíblia. Segundo os seus depoimentos, não são influenciados pelos pastores diretamente; porém, como se deduz de suas falas, são influenciados pelo modo de entender "A Palavra", ou seja, o nome, como algo também divino e poderoso.
Gabriel foi uma revelação, Deus o livra dos perigos. Vejo a mão de Deus sobre a vida dele. Durante o culto, o pastor manifestou que nesse dia haveria uma revelação, que uma pessoa receberia uma mensagem de Deus. Uma crente veio a mim e traduziu a mensagem, que aquele filho que eu trazia na barriga se chamaria Gabriel, o anjo da revelação. Gabriel veio para unir, veio para consertar o pai.
Igualmente, haveria uma recomendação quanto a nomes que conduzissem a um mau exemplo.
Mas a recomendação é esta. Pensar no significado. A gente já teve uma recomendação... tem alguns nomes... Janaína tem a ver com a rainha das águas, Iemanjá, do Candomblé. ... A gente vai orar para que se anule qualquer maldição que esteja associada àquele nome. Como se tivesse uma maldição hereditária que tivesse relação com aquele nome.
Assim, indicaram procurar, ao escolher os nomes, personagens bíblicos inspiradores, exemplares, como um norte para orientar a vida dos filhos, procurando evitar aqueles nomes que trouxessem cargas negativas. O exemplo seguinte é o de uma mãe que compôs o nome da filha em três categorias: bíblico, estético e parente.
Chama-se Noemi Augusta. O primeiro nome dela, Noemi, fui eu que escolhi, porque eu acredito que o nome tem um peso em nossa vida, né ... O significado do nosso nome, ele influencia sobre a nossa vida daqui até o fim dela. Então eu queria que ela carregasse um nome que fosse agradável a ela, trouxesse coisas boas para ela, tivesse um significado bom na vida dela, e que fosse um nome bonito também, diferente. E eu, pesquisando, achei o nome Noemi, tem o significado de "agradável". E ela foi nora de Ruth, e tem uma passagem na bíblia que fala sobre a vida de Noemi que é uma passagem muito linda, está no livro de Ruth.
Devido à concentração na categoria nome Bíblico (51,1%), decorreu uma redução das demais categorias, em comparação aos estudos anteriormente realizados (Rabinovich et al., 1993). Além da inspiração bíblica, ocorreu a tendência da mãe escolher o nome por ser bonito (Estética: 17%), todos dados por mulheres. Noemi é um nome que é curto, é sonoro, é diferente, e tem um significado bom, e isso me agradou bastante.
A categoria "Parente" abrigou respostas em que os nomes foram escolhidos por ser um nome de um parente. Ocorreu aí o caso, já mencionado acima, de dois pais que, em desacordo com a mãe, escolherem nomes que a homenageavam, utilizando parte do nome da mesma. Finalmente, a categoria Parente, conforme o exemplo anteriormente mencionado:
E o nome Augusta foi pela influência do pai, porque nós temos uma parenta, no caso a bisavó de minha filha, que era a matriarca da família. Uma pessoa respeitada na família, uma pessoa que sempre deu bons exemplos, uma pessoa que sempre teve muito a acrescentar para a família, a família se reunia em torno dela na época de festa, ela tinha um peso muito importante. Então a gente quis homenagear Dona Augusta.
Esse exemplo permite compreender a dinâmica quer familiar, quer das expectativas referentes à criança em termos de transição para a parentalidade, em que a mãe e o pai tanto estão dentro de mundos simbólicos quanto escolhem e utilizam ativamente elementos culturais como recursos simbólicos, dentro de tradições religiosas e familiares, em uma continuidade histórica com significados encapsulados (Zittoun, 2004). Pelo nome, há um reforço do pertencimento grupal e identitário, no caso, a um tempo longo conforme encontrado na Bíblia e em seus personagens, e na história de uma bisavó paterna; como espaços imaginários, fantasias, desejos e imaginação, associados a um nome, tanto como representação coletiva quanto individual, encontramos os significados atribuídos a Noemi e a Augusta; como objetos simbólicos com um som, um ritmo e uma forma que podem ter prolongamentos afetivos e corporais, enfatizados na fala da mãe ao entender o som do nome Noemi, bonito e agradável; e finalmente o nome como associado a projetos e futuras representações da criança é reforçado na fala da mãe que, reiteradamente, insiste na carga positiva que espera estar transmitindo à filha através do nome. E, de fato, a crença na carga implicada no significado do nome já está se concretizando pois a criança, de 5 anos, já se constitui como um pilar em que a mãe pode se apoiar.
Eu sinto nela um porto seguro, porque apesar dela ter cinco anos, ela tem uma personalidade extremamente forte, até mais que a minha ... Ela é uma criança que tem, assim, palavras fortes, às vezes tem momentos em que eu não estou esperando, ela vem sempre com uma frase para me dar força, e ... ela é um presente de Deus para a gente.
Portanto, escolher um nome implica um reposicionamento de um pai/mãe no mundo, ligado à sua identidade, à sua interioridade e às suas competências como pai/mãe, mostrando como "a pessoa, ao dar o nome, elabora uma futura representação da criança e de si própria como pai/mãe e assim dá uma indicação dos resultados desenvolvimentais da transição" (Zittoun, 2004, p. 140).
Quanto a quem nomeia, há uma concentração ou no pai ou na mãe (72%), sendo que o casal, de modo integrado ou seguindo alguma regra, conforme o exemplo acima, pouco nomeia (19%). Em estudos anteriores (Rabinovich, Hulle-Coser, Travaglini, Esteves, & Santos, 1994), observamos que a urbanização aparecia associada a uma "democratização" no modo do relacionamento do casal, e também dos filhos. O fato de o casal ter escolhido poucas vezes em conjunto indicaria, assim, a não formação desse tipo de vinculação mais democrática, conforme pode ser visto tanto na autoridade para nomear atribuída apenas ao homem (7,35%) quanto na mulher, que não apenas nomeia (38,3%) como também assume o filho sozinha (4,20%).
Outro achado importante deste estudo se refere à nomeação na categoria Irmandade, no caso, a nomeação dos irmãos com a mesma inicial. Sete famílias (35%) utilizaram esse princípio nomeador, em um total de 16 filhos (34%). Indicam iniciar uma família a partir do casal parental, reforçando o vínculo familiar pelo uso da inicial comum.
Tiago e Talita também. Talita eu orei a Deus e pedi pra Deus que Deus me mostrasse o nome de minha filha. ... ai eu fui orar a Deus e Deus me mostrou que o nome de Talita, ia ser Talita porque muitas vezes ele ia tirar Talita da morte e eu coloquei Talita. E bem verdade, muitas das vezes Deus tirou Talita da morte!
A conversão parece afastar outras pessoas como nomeadores e acentuar a concentração na família a partir do casal. Com a conversão, há um estreitamento no processo de nomeação, não apenas porque os nomes são escolhidos por serem bíblicos, como também porque apenas os pais escolhem, quando anteriormente havia avós e família (categoria outros) escolhendo. De fato, entrevistados afirmaram que a família evangélica consiste apenas no marido e filhos, os outros sendo parentes, e sua obrigação se referindo apenas à sua família.
Em primeiro lugar na minha casa está o meu marido, depois vem minha filha. A família é: o marido, a mulher e o filho. Essa é a minha família. Meus pais e minhas irmãs são meus parentes. A partir do momento que você casa e tem um filho, você passa a ter a sua família. Então, minha família é meu marido e minha filha e os outros são meus parentes.
Portanto, encontramos a influência direta do pertencimento às denominações na dinâmica do casal. De acordo com Villa, Del Prette e Del Prette (2007), pesquisando a relação entre habilidades conjugais e filiação religiosa, encontraram ser essa mais forte entre os presbiterianos do que entre católicos e sem religião. Para esses autores, em relação às outras igrejas, os pentecostais tendem a exercer um controle mais eficiente sobre os seus membros (p. 30). Porém, são inúmeras as variações, quer das igrejas, quer dos vínculos estabelecidos entre os fiéis e as mesmas, quer no casal. No entanto, parece também ocorrer em relação à dinâmica do casal o incremento de uma atitude machista e autoritária, encontrada em sete casos (35%), e apoiada, segundo os entrevistados, na leitura e na palavra da Bíblia.
O marido é visto como o cabeça da casa. A bíblia já diz: o homem é o cabeça, pois não foi o homem que saiu da costela de Eva, e sim o contrário. As mulheres hoje querem ser superiores aos homens, mas existe uma hierarquia. A palavra de Deus já diz isso: o homem é o cabeça.
Deus fez o homem para ele ser o Senhor da casa, e a mulher tem de obedecer.
Parece que depois que casei, ficou pior, ele manda mais em mim, não quer que eu saia.
Quanto à igreja de pertencimento na composição do grupo pesquisado, houve um equilíbrio entre as mais antigas e as mais recentes: Batistas: 4; Testemunhas de Jeová: 1; Adventistas: 2; Internacional da Graça de Deus: 2; Deus é Amor: 3; Universal: 3;
Assembléia de Deus: 5. Devido ao tamanho da amostra e como os entrevistados mudaram de denominação com certa freqüência, pouco se pode afirmar a respeito de diferenças entre elas quanto à sua influência na vida familiar e no modo de nomear. O que se observou, na forma de indícios, é que as igrejas mais tradicionais, como a Adventista, parecem não incentivar o uso de nomes bíblicos. Quanto aos Batistas, alguns entrevistados pertencem a igrejas Batistas Renovadas, que se aproximam das pentecostais. Além disto, há vários casos em que a adesão ou ocorre apenas em um dos membros do casal, ou é motivo de disputa entre eles, ou ainda tem uma notável diferença no grau de envolvimento. Um elemento, contudo, que se salientou foi que o autoritarismo masculino, apoiado na Bíblia, ocorreu basicamente nos fiéis ligados à igreja Assembléia de Deus.
Das famílias, nove já pertenciam a alguma igreja antes do nascimento dos filhos; oito famílias, ao se converter, denominaram os filhos segundo a Bíblia, e três se converteram após o nascimento dos filhos. Conforme salientado inicialmente, quase todos os evangélicos nomearam segundo a Bíblia, as exceções podendo ser justificadas pelas histórias de envolvimento com as respectivas igrejas e a dinâmica familiar.
A vida do casal e familiar aparece tanto como motivo que leva à conversão quanto na avaliação das mudanças obtidas após a mesma. Vícios, doenças, desilusões existenciais conduzem à procura de algo que é encontrado e que conduz a mudanças totais (35%), mudanças na vida em geral e no casal (20%) e ao encontro de paz e alegria (20%).
Antes eu bebia, agora não bebo mais. Antes eu tinha insônia, e não tenho mais. Antes eu via vultos dentro de casa, e hoje eu não vejo mais. Inclusive eu tinha também sabe o quê? Eu tinha gastrite e melhorei, melhorei não! Fiquei boa!
Gosto de ler a Bíblia, sei que tenho o dom de ajudar as pessoa e até já recebi o dom de língua. O Espírito Santo me usou. Eu estava em sintonia com o céu. Me senti abençoada!
Eu tinha pedido a Deus: me tire o cigarro, me tire os vícios, e Ele tocou, limpou meu coração para que eu viva um caminho reto. ... Então, essa mudança aconteceu, de responsabilidade, de ter capacidade, de ter sabedoria. Eu realmente mudei e Deus me mudou nesta questão profissional.
Há uma dificuldade quanto à interpretação dos motivos atribuídos à conversão, principalmente relacionando-os à própria ação missionária das igrejas, como a teologia da prosperidade e da cura, em que causas e conseqüências acabam por se sobrepor como uma profecia auto-realizadora. Pode-se, contudo, supor que, embora a doença seja dita ser o motivo da conversão, o sentido inicial desta está ligado a um conjunto de situações problemáticas, cujos contornos se imbricam aos significados sócio-culturais da pessoa (Costa, 2002). Uma conjunção de motivos parece estar na raiz da conversão ou na busca de pertencimento a uma denominação: dificuldades encontradas na vida, de caráter pessoal, social, relacional, profissional, amoroso, físico e, inclusive, espiritual, no sentido de uma procura e de um encontro com algo maior que dê significado aos comportamentos cotidianos e à vida em sentido mais amplo. A conversão, segundo Costa (2002), colabora para o enfrentamento de conflitos, viabilizando um autoconhecimento que ajuda a encontrar uma forma aceitável de lidar com o sofrimento. Assim, tivemos relatos intensos mostrando como a adesão à seita, quando se habita em um perigoso bairro, era a única maneira de proteger os filhos da morte; de como a crença no poder divino abre portas; de como, apenas devido ao conforto propiciado pela adesão, fora possível suportar uma doença séria, como o câncer. Além disso, tivemos as comprovações oferecidas quer pelos resultados em suas vidas, quer no que o nome já mostrava como efeitos na criança nomeada, quer pela atitude "missionária evangelizadora" dos entrevistados durante as entrevistas.
Em três casos, primeiramente se converteu o homem, que tenta posteriormente levar a esposa a se converter, e apenas ocorreu um caso em que a mulher se converteu e tentava atrair o homem para tal. Em três, o casal havia se convertido conjuntamente, e nos demais a mulher ou se encontrava separada (3) ou sempre pertencera a uma denominação (4). Todos os depoimentos, no entanto, enfatizaram a necessidade de haver ou adesão ou concordância quanto a esse pertencimento. Muitas mulheres, inclusive, expressaram o apoio do marido às suas atividades evangelizadoras, embora este não participasse tanto quanto ela.
Deve-se ressaltar que, embora não tendo sido o objetivo do presente estudo, pode-se perceber que a participação das mulheres em atividades evangelizadoras é um modo de elas adquirirem um espaço no mundo, um espaço público, sendo este o motivo de alguns maridos se indisporem com essa sua atividade. A freqüência e o envolvimento das mulheres nas atividades do templo são, em geral, interpretados pelos cônjuges como substituição gradativa das atribuições domésticas femininas (cozinhar, lavar louça, arrumar a casa, cuidar da roupa e da higiene e educação dos filhos). Por outro lado, evangélicas têm cada vez mais transformado o templo em espaço de realização pessoal -ainda que restrita, no sentido de não permitir uma reconfiguração na relação entre os gêneros.
Portanto, para avaliar a influência da adesão pentecostal ou neopentecostal na vida das famílias, necessitar-se-ia um olhar desde vários ângulos: pois se há o machismo declarado de algumas denominações, o que se pode observar, no todo, foi uma porta de saída da casa para as mulheres. O dado obtido no processo de nomeação tanto apóia quanto nega essa constatação: se as mulheres nomearam tanto quanto os homens - e nomear é efetivamente exercer uma forma de poder, principalmente considerando-se que, segundo a Bíblia, "No início foi o Verbo", e Adão a tudo deu um nome -, os homens nomearam tanto quanto as mulheres. Esse dado está em desacordo com nossos resultados anteriores (Rabinovich et al., 1993), que apontaram para uma expressiva maioria de mulheres nomeando os filhos. A acrescentar também, no presente estudo, a declaração de homens e mulheres justificando a supremacia hereditária do homem. Assim, a interpretação desses dados requer cautela e a geração de mais elementos.
Finalmente, a escolha de nomes bíblicos se sobrepõe ao significado do nome escolhido. Na tradição hebraica, os nomes são revelatórios, desvelando atributos ou características da pessoa nomeada (Duffield & Van Cleave, s.d.). Assim, a explicação mais abrangente para essa escolha está em que a Palavra de Deus emerge como o grande guia, donde os nomes que estão no livro de Deus, desde que fornecendo bons exemplos, facilitariam a jornada das crianças na direção a este conhecimento e pertença.
Dentro da fé a gente se preocupa muito com os nomes porque há nomes que eles têm raízes de maldição, são nomes muito pesados. ... ai lendo o livro da Bíblia, eu vi Raquel, que era uma jovem muito bonita, ela teve sorte porque tinha um homem muito apaixonado por ela; uma história muito bonita que eu vi na Bíblia e aí eu disse: esse nome vai ser o que vou escolher pra minha filha, porque a gente tem um cuidado por causa da s... das palavras, porque elas têm muito peso!
Igreja não liberta ninguém, quem liberta é Deus e o poder da Palavra!
Portanto, o nome continua exercendo o seu poder como proteção. Muito da crença do nome como algo mágico, um talismã protetor, ou maléfico, persiste, assim como persiste a crença em espíritos benéficos e maléficos que permeiam o cotidiano e nele influenciam.
Os nomes, assim, perpetuam uma tradição, em um sentido amplo, de conectar os mortos com os vivos, e os vivos com os mortos, estabelecendo elos entre eles e possibilitando o manejo de forças, em geral, fora do controle dos vivos.
Conclusão
Embora o estudo seja limitado devido ao número dos entrevistados, permite conclusões devido à força de seus achados. São eles: (a) a escolha de nomes bíblicos para os filhos em decorrência da filiação evangélica; (b) as igrejas não interferem nessa escolha diretamente, mas influenciam pela leitura da Bíblia e pelo uso e poder da Palavra; (c) os casais relatam mudanças em suas vidas pós-conversão; no entanto, como mudam várias vezes de igrejas em sua trajetória, a sua fé parece estar menos ligada a uma particular igreja do que a uma necessidade de "salvação" e (d) a "família" é definida como casal e filhos, sendo maior a influência da igreja, e não mais da rede de parentesco.
No entanto, apenas um estudo mais detalhado levando em conta de um modo integrado a adesão às diferentes denominações; o grau de envolvimento do casal ou de um deles com a igreja; o tempo, a origem e motivos da conversão; a trajetória religiosa dos cônjuges antes do casamento; e a lógica de funcionamento do casal (se baseado em relações mais hierárquicas ou mais igualitárias) poderia dar conta de responder às indagações que um estudo como este propôs, possibilitando um conhecimento mais aprofundado sobre o relacionamento conjugal e familiar a partir desse envolvimento com as diversas denominações.
Referências Bibliográficas
Bastide, R. (1960). Les réligions africaines au Brésil. Paris: Presses Universitaires de France.
Beaucarnot, J.-L. (2004). Laissez parler les noms! Paris: Eds. Jean-Claude Lattès.
Boes, M. R. (2006). Judicial dialogues. [Resumo]. Book of Abstracts, International Conference on the Dialogical Self, 4, 34
Candido, A. (2001). Os parceiros do Rio Bonito (9ª ed.). São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34.
Cerveny, C. M. de O. & Rabinovich, E. P. (2006). Família e genealogia. In C. M. de O. Cerveny (Org.), Família e... (pp. 97-114). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Costa, L. A. F. da (2002). Qu'est-ce qui fait crier les crentes? Émotions, corps et délivrance à l'Église Universelle du Royame de Dieu. Tese de Doutorado, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris, França.
DaMatta, R. (1987). A família como valor: considerações não-familiares sobre a família à brasileira. In A. M. de A. Almeida, M. J. Carneiro, & S. G. De Paula (Orgs.), Pensando a família no Brasil: da colônia à modernidade (pp. 115-136). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo/ UFRRJ.
Duffield, G. P. & Van Cleave, N. M. (s.d.). Know God's names? Foundations of Pentecostal Theology. Acesso em 09 de dezembro, 2007, em htpp://www.theapologiaproject.org/names.htm
Fonseca, C. (2004). Fabricando família: políticas públicas para o acolhimento de jovens em situação de risco. In C. Jacquet & L. F. Costa (Orgs.), Família em mudança (pp. 215-244). São Paulo: Companhia Ilimitada.
Freston, P. (1994). Breve história do pentecostalismo brasileiro. In A. Antoniazzi & C. L. Mariz (Orgs.), Nem anjos, nem demônios (pp. 67-159). Petrópolis, RJ: Vozes.
Gómez, Á. D. & Rey, F. G. (2005). Subjetividad: una perspectiva histórico cultural. Conversación con el psicólogo cubano Fernando Gonzáles Rey. Revista Universitas Psychologica, 4(3), 373-383.
Levy, L. (2007). Criança S/N. In T. Feres-Carneiro (Org.), Família e casal: saúde, trabalho e modos de vinculação (pp. 55-69). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Rabinovich, E. P., Hulle-Coser, A. C. P., Travaglini, D., & Esteves, E. N. (1993). Atribuição dos nomes próprios e seu papel no desenvolvimento segundo o relato dos nomeados. Revista Bras. de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 3(2), 119-137.
Rabinovich, E. P., Hulle-Coser, A. C. P., Travaglini, D., Esteves, E. N., & Santos, N. G. (1994). A comparative study of naming children from two socioeconomic groups. The Journal of Social Psychology, 134(4), 553-557.
Rabinovich, E. P., Santos, N. G., Oliveira, D. C., & Siqueira, A. A. F. (1991). Atribuição de nomes próprios em neonatos. Boletim de Psicologia, 61(94-95), 23-30.
Silva, V. G. d. (2007). Neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras: significados do ataque aos símbolos da herança religiosa fricana no Brasil contemporâneo. Mana, 13(1). Acesso em 09 de dezembro, 2007, em www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132007000100008&script=sci_arttext&t
Smith, J. & Dunworth, F. (2003). Qualitative methodology. In J. Valsiner & K. Connolly (Orgs.), Handbook of developmental psychology (pp. 603-621). London: Sage.
Villa, M. B., Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2007). Habilidades sociais conjugais e filiação religiosa: um estudo descritivo. Psicologia em Estudo, 12(1), 23-32.
Viveiros de Castro, E. (1986). Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/ANPOCS.
Zittoun, T. (2004). Symbolic competencies for developmental transitions: the case of the choice of first names. Culture & Psychology, 10(2), 131-161.
Recebido: 15/12/2007
Revisão: 15/05/2008
Aceite final: 17/08/2008
Elaine Pedreira Rabinovich possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1965), mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (1997). Atualmente é professor da Universidade Católica do Salvador, membro fundador do LAPSI/IPUSP, ambos da Universidade de São Paulo. Endereço para correspondência: Rua Maranhão 101 ap 101 CEP 01240-000. São Paulo, SP, Brasil. Email: elainepr@brasmail.com.br
Lívia A. Fialho da Costa é antropóloga, doutora em Antropologia, pela École des Hautes Études en Sciences Sociales - EHESS, Paris, especialista em estudo de mulheres evangélicas. Endereço para correspondência: Rua Aracaju, nº 108/902. Salvador, BA, Brasil. CEP: 40140-360 Email: livia.fialho@yahoo.com.br
Anamélia Lins e Silva Franco é psicóloga, mestre em psicologia do desenvolvimento, UNB e doutora em Saúde Pública/ UFBA. Trabalha na área de psicologia da saúde tendo experiência com a atenção ao ciclo gravídico puerperal. Endereço para correspondência: UCSAL, Anita Garibaldi 2981, Rio Vermelho, CEP 41940-450. Salvador, BA, Brasil. Email: anameliafranco@uol.com.br
- Bastide, R. (1960). Les réligions africaines au Brésil Paris: Presses Universitaires de France.
- Beaucarnot, J.-L. (2004). Laissez parler les noms! Paris: Eds. Jean-Claude Lattès.
- Boes, M. R. (2006). Judicial dialogues. [Resumo]. Book of Abstracts, International Conference on the Dialogical Self, 4, 34
- Candido, A. (2001). Os parceiros do Rio Bonito (9Ş ed.). São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34.
- Cerveny, C. M. de O. & Rabinovich, E. P. (2006). Família e genealogia. In C. M. de O. Cerveny (Org.), Família e... (pp. 97-114). São Paulo: Casa do Psicólogo.
- Costa, L. A. F. da (2002). Qu'est-ce qui fait crier les crentes? Émotions, corps et délivrance à l'Église Universelle du Royame de Dieu Tese de Doutorado, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Paris, França.
- DaMatta, R. (1987). A família como valor: considerações não-familiares sobre a família à brasileira. In A. M. de A. Almeida, M. J. Carneiro, & S. G. De Paula (Orgs.), Pensando a família no Brasil: da colônia à modernidade (pp. 115-136). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo/ UFRRJ.
- Duffield, G. P. & Van Cleave, N. M. (s.d.). Know God's names? Foundations of Pentecostal Theology Acesso em 09 de dezembro, 2007, em htpp://www.theapologiaproject.org/names.htm
- Fonseca, C. (2004). Fabricando família: políticas públicas para o acolhimento de jovens em situação de risco. In C. Jacquet & L. F. Costa (Orgs.), Família em mudança (pp. 215-244). São Paulo: Companhia Ilimitada.
- Freston, P. (1994). Breve história do pentecostalismo brasileiro. In A. Antoniazzi & C. L. Mariz (Orgs.), Nem anjos, nem demônios (pp. 67-159). Petrópolis, RJ: Vozes.
- Gómez, Á. D. & Rey, F. G. (2005). Subjetividad: una perspectiva histórico cultural. Conversación con el psicólogo cubano Fernando Gonzáles Rey. Revista Universitas Psychologica, 4(3), 373-383.
- Levy, L. (2007). Criança S/N. In T. Feres-Carneiro (Org.), Família e casal: saúde, trabalho e modos de vinculação (pp. 55-69). São Paulo: Casa do Psicólogo.
- Rabinovich, E. P., Hulle-Coser, A. C. P., Travaglini, D., & Esteves, E. N. (1993). Atribuição dos nomes próprios e seu papel no desenvolvimento segundo o relato dos nomeados. Revista Bras. de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 3(2), 119-137.
- Rabinovich, E. P., Hulle-Coser, A. C. P., Travaglini, D., Esteves, E. N., & Santos, N. G. (1994). A comparative study of naming children from two socioeconomic groups. The Journal of Social Psychology, 134(4), 553-557.
- Rabinovich, E. P., Santos, N. G., Oliveira, D. C., & Siqueira, A. A. F. (1991). Atribuição de nomes próprios em neonatos. Boletim de Psicologia, 61(94-95), 23-30.
- Smith, J. & Dunworth, F. (2003). Qualitative methodology. In J. Valsiner & K. Connolly (Orgs.), Handbook of developmental psychology (pp. 603-621). London: Sage.
- Villa, M. B., Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2007). Habilidades sociais conjugais e filiação religiosa: um estudo descritivo. Psicologia em Estudo, 12(1), 23-32.
- Viveiros de Castro, E. (1986). Araweté: os deuses canibais Rio de Janeiro: Jorge Zahar/ANPOCS.
- Zittoun, T. (2004). Symbolic competencies for developmental transitions: the case of the choice of first names. Culture & Psychology, 10(2), 131-161.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
17 Fev 2009 -
Data do Fascículo
Dez 2008
Histórico
-
Revisado
15 Maio 2008 -
Recebido
15 Dez 2007 -
Aceito
17 Maio 2008