Resumos
O presente trabalho analisa a ocorrência de desvio radicular em 115 incisivos centrais e intermédios, 34 caninos e 19 quarto pré-molares superiores, totalizando 168 dentes. O desvio foi avaliado por imagens de vídeo VHS sobrepostas a um quadriculado. Os resultados mostram que 77,4% dos incisivos apresentam desvios, sendo 61,0% moderados, 28,5% pequenos e 10,5% severos (estes, apenas nas extremidades do terço apical), de acordo com adaptação da técnica proposta por SCHNEIDER6 para determinação e classificação do grau de curvatura dos canais. Para os caninos anotam-se 47,1% dos dentes com desvio, sendo 75,0% moderados e 25,0% pequenos. E para os quarto pré-molares superiores observam-se 89,4% dos dentes com desvio, sendo 75,0% moderados, 16,7% pequenos e 8,3% severos. Comparados aos desvios radiculares observados na Odontologia Humana, concluímos que a ocorrência dos mesmos é baixa para a espécie canina facilitando a instrumentação do canal radicular.
Endodontia; Desvio radicular; Dentes; Cão
This paper studied the deviation of the root in 115 central or intermediate incisors teeth, 34 canine teeth and 19 upper fourth pre-molar teeth, totaling 168 teeth. The deviation was evaluated by means of images taken in VHS Systems of all teeth projected in a square-lined transparent sheet. The results showed 77,4% of deviation for the incisors, with 61,0% being moderate, 28,5% slight and 10,5% severe (the latter, only in the apical third of the root), according to SCHNEIDER’S6 classification of curvature of the root canals. For the canine teeth, 47,1% showed deviation, with 75,0% moderate and 25,0% slight. For the upper fourth pre-molar the there were 89,4% deviated roots, with 75,0 % moderate deviation, 16,7% slight and 8,3% severe ones. As compared to teeth of human beings, the deviation of the root in teeth of dogs is low, showing much less pitfalls for the root canal treatment, mainly its instrumentation.
Endodontic; Root deviation; Teeth; Dog
OCORRÊNCIA DE DESVIO RADICULAR EM DENTES DE CÃO11. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Marco Antonio Gioso21. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Herbert Lima Correa31. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Michèle A. F. A. Venturini41. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Marcelo Bertoni Pompeu51. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Wagner Intelizano61. Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. . Trabalho realizado no Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 3. Médico Veterinário autônomo graduado pela FMVZ-USP.4. Médica Veterinária autônoma graduada pela FMVZ-USP.5. Acadêmico da FMVZ-USP.6. Prof. Doutor do Deptº de Cirurgia da FMVZ-USP.
Gioso MA, Correa HL, Venturini MAFA, Pompeu MB, Intelizano W. Ocorrência de desvio radicular em dentes de cão. Acta Cir Bras [serial online] 2000 Jan-Mar;15(1). Available from: URL: http://www.scielo.br/acb.
RESUMO: O presente trabalho analisa a ocorrência de desvio radicular em 115 incisivos centrais e intermédios, 34 caninos e 19 quarto pré-molares superiores, totalizando 168 dentes. O desvio foi avaliado por imagens de vídeo VHS sobrepostas a um quadriculado. Os resultados mostram que 77,4% dos incisivos apresentam desvios, sendo 61,0% moderados, 28,5% pequenos e 10,5% severos (estes, apenas nas extremidades do terço apical), de acordo com adaptação da técnica proposta por SCHNEIDER6 para determinação e classificação do grau de curvatura dos canais. Para os caninos anotam-se 47,1% dos dentes com desvio, sendo 75,0% moderados e 25,0% pequenos. E para os quarto pré-molares superiores observam-se 89,4% dos dentes com desvio, sendo 75,0% moderados, 16,7% pequenos e 8,3% severos. Comparados aos desvios radiculares observados na Odontologia Humana, concluímos que a ocorrência dos mesmos é baixa para a espécie canina facilitando a instrumentação do canal radicular.
DESCRITORES: Endodontia. Desvio radicular. Dentes. Cão.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da Odontologia Veterinária possibilita a aplicação de tratamentos endodônticos para as afecções que acometem a polpa dentária. Dentre estes, temos a penetração desinfetante e a pulpectomia que preconizam a instrumentação do canal dentário até a face pulpar do ápice dental2, 3. Neste tipo de intervenção uma das complicações resulta da perfuração lateral do dente motivada pela curvatura do canal radicular ou atresia dele. O conhecimento prévio da morfologia, incluindo curvatura radicular, divergência e direção das raízes, é essencial para a correta realização do tratamento endodôntico.
Em Odontologia Humana vários estudos demostram a ocorrência de desvios radiculares e canais curvos. SCHNEIDER6 desenvolveu uma técnica para mensuração do grau de curvatura dos canais. Nesta, radiografa-se cada dente nos planos vestíbulo-lingual e mésio-distal, projeta-se uma primeira linha representando o longo eixo do dente e uma segunda unindo o ápice radicular ao ponto em que o canal radicular inicia seu desvio. O ângulo agudo delimitado pelas duas linhas é determinado com o auxílio de um transferidor. Os desvios são classificados em pequenos (inferiores à 5 graus), moderados (entre 10 e 20 graus) e severos (entre 25 e 70 graus).
A revisão da literatura, baseada em estudos referentes a Odontologia Veterinária, depara com uma citação especificando que a raiz mesial do segundo pré-molar inferior pode apresentar um desvio distal no seu terço apical, não quantificando este desvio5.
HARVEY & EMILY4 mencionam que os dentes caninos quando da oclusão da boca do animal exibem-se curvados caudalmente, não caracterizando um desvio anômalo do eixo radicular. Prosseguem expondo que a maioria dos canais radiculares são curvos, sem avaliar o grau ou sentido desta curvatura, reafirmando a prévia necessidade do conhecimento morfológico para a execução de um adequado tratamento endodôntico.
BOJRAB & THOLEN1 descrevem que canais irregulares são de rara ocorrência em cães e gatos, necessitando serem identificados radiograficamente.
A totalidade dos autores acentua a importância da apreciação anatômica do canal radicular em procedimentos endodônticos. Esta pesquisa propõe estabelecer a probabilidade dos dentes do cão manifestarem algum tipo de desvio radicular.
MÉTODO
Foram empregados 168 dentes de cães obtidos por extrações realizadas durante o atendimento odontológico no Setor de Técnica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, sendo 115 incisivos centrais e intermédios, 34 caninos e 19 quarto pré-molares superiores. Eles foram acondicionados em recipientes preenchidos com peróxido de hidrogênio à 3,0% substituído em intervalos de três dias até a remoção dos tecidos moles nos dentes. Desconheceram-se a raça, o sexo e a idade dos animais, não se diferenciando dentes superiores ou inferiores, exceção feita para o quarto pré-molar superior.
Fez-se uso de uma câmara filmadora VHS, modelo Camcorder SCF 710, Samsungâ e de uma televisão.
Fixou-se a filmadora a um suporte metálico disposto perpendicularmente frente a um platô, padronizando uma distância de 10 centímetros entre o platô e a lente da filmadora, possibilitando um aumento de até 20 vezes do elemento dental. Na tela da televisão sobrepôs-se um quadriculado de 1 centímetro por 1 centímetro na área de 11 centímetros de altura por 20 centímetros de comprimento.
Individualmente, os dentes foram estabilizados sobre o platô com o auxílio de uma porção de cera. Procederam-se as filmagens. Os dentes incisivos centrais e intermédios foram filmados pelas faces vestibular (projeção vestíbulo-lingual) e mesial (projeção mésio-distal); os caninos pelas faces vestibular (projeção vestíbulo-lingual) e distal (projeção mésio-distal), e os quarto pré-molares superiores pelas faces vestibular e palatina (projeção vestíbulo-lingual), mesial e distal (projeção mésio-distal).
Ajustava-se a raiz do dente no quadriculado sobreposto à tela da televisão de modo que o longo eixo daquela, nos terços proximal e médio, permanecesse paralelo às linhas verticais deste. Obtido o ajuste, gravava-se a imagem.
Após a filmagem de todos os dentes, o filme foi passado na tela da TV sendo a imagem congelada para cada dente. Nos que apresentaram desvio de raiz posicionava-se uma régua no longo eixo do dente e outra de maneira a unir o ponto do longo eixo que era concebido como o inicio do desvio radicular ao ápice da raiz. O ângulo estabelecido entre as duas réguas era medido com um transferidor e registrado.
Os valores foram analisados baseando-se em uma adaptação da classificação de SCHNEIDER6 sendo considerados como desvios pequenos os inferiores à 7 graus, como moderados os compreendidos entre 8 e 22 graus e severos os superiores à 23 graus. Sendo o maior desvio mensurado no estudo do autor equivalente a 33 graus.
RESULTADOS
A - INCISIVOS CENTRAIS E INTERMÉDIOS
Os dentes incisivos centrais e intermédios mostram uma curvatura anatômica para lingual, analogamente aos caninos, quando vistos pela projeção mésio-distal. Tal curvatura não foi considerada como um desvio radicular.
Considerando-se a vista vestibular anotaram-se 88 dentes, 76,5%, com desvio radicular e 27, 23,5%, sem desvio (Tabela I). Sendo que em 10 dentes, 11,4%, a direção do desvio foi para mesial e em 78, 88,6%, para distal (Tabela II).
A vista mesial mostrou 108 dentes, 93,9%, sem desvio e 7, 6,1%, com desvio radicular para vestibular (Tabela III e Tabela IV).
Quanto à angulação, observaram-se que os desvios para mesial apresentaram um mínimo de 4 graus e um máximo de 13 graus, com média de 8,5 graus. Os desvios para distal variaram do mínimo de 4 graus para o máximo de 33 graus, com média de 18,5 graus. E os desvios para vestibular tiveram um mínimo de 5 graus, um máximo de 19 graus e média de 12 graus.
Para a direção mesial obtiveram-se 6 dentes, 60,0%, com desvios moderados e 4, 40,0%, com desvios pequenos. A maioria dos desvios para distal, em 50 dentes, 64,1%, classificaram-se como moderados, tendo em 18 dentes, 23,9%, observados desvios pequenos e 10, 12,8%, severos. Os desvios severos localizaram-se todos na porção final do terço apical da raiz, enquanto os desvios moderados e pequenos iniciavam-se entre os terços médio e apical. Na direção vestibular encontraram-se 4 dentes, 57,1%, com desvios moderados e 3, 42,9%, com desvios pequenos (Tabela V).
Dos 115 dentes incisivos centrais e intermédios pesquisados 89, 77,4%, apresentaram desvio da raiz e 26, 22,6%, não exibiram desvio. Destes 89 dentes com desvio radicular, 82, 92,2%, denotaram desvio somente para mesial ou para distal, 6, 6,7%, mostraram desvio combinado para vestibular e para mesial ou para vestibular e para distal e 1 dente, 1,1%, somente desvio para vestibular (Tabela VI). Portanto, 89 dentes exibiram 95 desvios radiculares.
Desconsiderando a face analisada, a direção do desvio e a existência do desvio combinado, 58, 61,0%, dos desvios radiculares dos incisivos centrais e intermédios do experimento podem ser classificados como moderados, 27, 28,5 % como pequenos e 10, 10,5%, como severos (Tabela VII).
B - CANINOS
Dos 34 dentes caninos analisados nenhum apresentou desvio radicular quando avaliado pela vista vestibular (Tabela VIII). Pela vista distal, obtiveram-se 18 dentes sem desvio e 16 com desvio no terço apical radicular, correspondendo respectivamente a 52,9% e 47,1% dos dentes examinados (Tabela IX). Destes 16 dentes, 14, 87,5%, exibiram o desvio para vestibular e 2, 12,5%, para palatina (Tabela X).
O grau de desvio radicular para vestibular variou de um mínimo de 4 graus até um máximo de 17 graus, determinando média de 10,5 graus. Para palatina anotou-se um grau de desvio mínimo de 8 graus e máximo de 11 graus, com média de 9,5 graus. Classificados, definiu-se que para a direção vestibular 10 dentes, 75,0%, exibiram desvios de grau moderado e 4, 25,0%, desvios pequenos. Sendo para a direção palatina 100,0% dos dentes com desvios de grau moderado (Tabela XI).
Desconsiderando-se a direção do desvio, anotaram-se 75,0% dos desvios radiculares como moderados e 25,0% como pequenos (Tabela XII).
C - QUARTO PRÉ-MOLARES SUPERIORES
Dos 19 quarto pré-molares superiores estudados, 2 dentes, 10,5%, não apresentaram desvio em nenhuma raiz, 7, 36,8%, exibiram desvio em uma raiz, 6, 31,6%, em duas e 4, 21,0%, nas três raízes, totalizando 31 raízes com desvios em 17 dentes, 89,4% (Tabela XIII).
Segundo a face analisada e o tipo de raiz nota-se que a vestíbulo-mesial compreende maior ocorrência de desvios, 14, 38,9%, seguida pela vestíbulo-distal, 12, 33,3%, e palatina, 10, 27,8%. Portanto, 31 raízes apresentaram 36 desvios, existindo 5 desvios combinados (Tabela XIV).
Considerando a direção do desvio radicular, sem considerar o tipo de raiz e a existência de desvios combinados, denotaram-se 3 desvios, 8,3%, para mesial, 12, 33,3%, para distal, 4, 11,1%, para vestibular e 17, 47,2%, para palatina (Tabela XV).
Após a classificação, desconsiderando-se o tipo de raiz, a direção do desvio e a existência de desvios combinados, este grupo de dentes apresentou 75,0% de desvios moderados, 16,7% pequenos e 8,3% severos (Tabela XVI).
DISCUSSÃO
A técnica proposta por SCHNEIDER6 parece adequada para o experimento proposto.
Os dentes incisivos centrais e intermédios exibiram desvio radicular predominantemente para distal e, de forma genérica, de grau moderado. Os desvios classificados como moderados e pequenos iniciavam-se entre os terços médio e apical da raiz, e os severos tiveram a localização na porção final do terço apical o que induz o questionamento acerca da presença de canal radicular nesta porção da raiz.
Nos dentes caninos, preferencialmente o desvio presente será para vestibular e, de forma genérica, de grau moderado. O estudo afere que a probabilidade da realização de um tratamento endodôntico em um dente canino que apresenta desvio é semelhante a da intervenção em um canino sem desvio, podendo aquele ser desconsiderado se instituídas as medidas corretas de instrumentação do canal, respeitando-se o grau de curvatura anatômica do dente, concordando com HARVEY & EMILY4.
Equivalente raciocínio pode se estender para os dentes quarto pré-molares superiores que, em sua maioria, denotaram desvio em pelo menos uma raiz, de forma genérica de grau moderado, não tendo assim importância drástica do ponto de vista endodôntico.
Como a maioria dos desvios radiculares não apresentou um grau de curvatura severo, necessita-se determinar se o canal acompanha esta variação do eixo radicular, particularmente no final do terço apical, consoante as hipóteses de BOJRAB & THOLEN1. Estudos associando a observação anatômica macroscópica, a avaliação radiográfica, a diafanização e outros métodos, seriam de grande valia no esclarecimento do comportamento do canal radicular face a um desvio da raiz.
CONCLUSÃO
Do presente estudo, como a maioria dos desvios radiculares não apresentou severo grau de curvatura, concluiu-se que os desvios acentuados, como os observados em Odontologia Humana, têm uma ocorrência pequena em cães, facilitando a intervenção endodôntica.
REFERÊNCIAS
1. Bojrab MJ, Tholen M. Small animal oral medicine and surgery. Lea & Febiger; 1990.
2. Gioso MA, Correa HL, Venturini MAFA, Vianna RS. Evaluation of the synesthesic method for determining the root canal length of the incisor and canine of dogs. Proceedings of the II World Veterinary Dental Congress, 1994, Philadelphia, E.U.A., p. 59.
3. GIOSO, M.A.; VENTURINI, M.A.F.A.; CORREA, H.L. - Evaluation of the root apex deviation of the canine and fourth pre-molar teeth of dogs. Proceedings of the II World Veterinary Dental Congress, Philadelphia; 1994.
4. Harvey CE, Emily P. Small animal dentistry. Mosby; 1994.
5. Saint-Clair LE. Sistema digestivo do carnívoro. In: Sisson S, Grossman JD. Anatomia dos animais domésticos. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1971. p 1477.
6. Schneider SW. A comparison of canal preparations in straight and curved root canals. Oral Surg Oral Med Oral Path 1971;32:271-5.
Gioso MA, Correa HL, Venturini MAFA, Pompeu MB, Intelizano W. Occurrence of root deviation in teeth of dogs. . Acta Cir Bras [serial online] 2000 Jan-Mar;15(1). Available from: URL: http://www.scielo.br/acb.
SUMMARY: This paper studied the deviation of the root in 115 central or intermediate incisors teeth, 34 canine teeth and 19 upper fourth pre-molar teeth, totaling 168 teeth. The deviation was evaluated by means of images taken in VHS Systems of all teeth projected in a square-lined transparent sheet. The results showed 77,4% of deviation for the incisors, with 61,0% being moderate, 28,5% slight and 10,5% severe (the latter, only in the apical third of the root), according to SCHNEIDERS6 classification of curvature of the root canals. For the canine teeth, 47,1% showed deviation, with 75,0% moderate and 25,0% slight. For the upper fourth pre-molar the there were 89,4% deviated roots, with 75,0 % moderate deviation, 16,7% slight and 8,3% severe ones. As compared to teeth of human beings, the deviation of the root in teeth of dogs is low, showing much less pitfalls for the root canal treatment, mainly its instrumentation.
SUBJECT HEADINGS: Endodontic. Root deviation. Teeth. Dog.
Endereço para correspondência:
Prof. Dr. Marco Antonio Gioso
Depto. Cir Fac Med Vet e Zoot USP
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87
São Paulo SP
05508-000
e-mail: maggioso@usp.br
Data do recebimento: 26/01/2000
Data da revisão: 14/02/2000
Data da aprovação: 08/03/2000
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
02 Maio 2000 -
Data do Fascículo
Mar 2000
Histórico
-
Aceito
08 Mar 2000 -
Recebido
26 Jan 2000 -
Revisado
14 Fev 2000