RESUMO
Este artigo visou analisar os fatores protetores e estressores da pandemia na saúde mental no Brasil e internacionalmente. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura a partir da busca por publicações científicas indexadas nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) no período de janeiro a dezembro de 2020. Foram analisados 29 artigos por autor, ano, país de estudo, metodologia; fatores estressores e protetores relacionados com a saúde mental. Conclui-se que pessoas que são submetidas às medidas restritivas impostas pelo período de pandemia da Covid-19 se mostram vulneráveis a problemas de saúde mental. Porém, apresar do impacto global, ainda são poucos os estudos que avaliaram os fatores psicossociais relacionados.
PALAVRAS-CHAVE Saúde mental; Isolamento social; Covid-19
ABSTRACT
This paper aimed to analyze the mental health protective factors and stressors of the pandemic in Brazil and internationally. We conducted an integrative literature review by searching for scientific publications indexed in the LILACS and MEDLINE databases from January to December 2020. Twentynine papers have been analyzed by author, year, country of study, methodology; mental health stressors and protective factors related. We concluded that people subjected to restrictive measures imposed by the COVID-19 pandemic are vulnerable to mental health problems. However, very few studies have evaluated the related psychosocial factors despite the global impact.
KEYWORDS Mental health; Social isolation; COVID-19
Introdução
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o surto do novo coronavírus (2019-nCoV) como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, em que todos os países implementaram medidas de controle e combate à doença Covid-191. Pesquisadores e profissionais de saúde têm desempenhado uma função desafiadora nesse período de pandemia, visto que a doença não possui risco clínico completamente definido, assim como ainda é desconhecida a precisão dos padrões de transmissão, infecção, letalidade e mortalidade2.
O Brasil foi o segundo país com maior número de casos acumulados (11.950.459) registrados na Semana Epidemiológica 11, no dia 20 de março de 2021. Considerando o nível de incidência, o País apresentou uma taxa de 56.435,1 casos para cada 1 milhão de habitantes, ocupando a 27ª posição de países com maior incidência (casos de Covid-19 por 1 milhão de habitantes). Em relação ao coeficiente de mortalidade, apresentou 138,2 óbitos por 100 mil habitantes, ocupando o 17º lugar no ranking mundial da mortalidade por Covid-19. Porém, é importante ressaltar que cada país está em uma fase específica da pandemia, em que alguns estão em grande crescimento de casos, como no Brasil3.
Na atualização Epidemiológica Semanal da Covid-19, publicada no dia 28 de março pela OMS, o número de mortes mundial aumentou pela segunda semana consecutiva, com um crescimento de 5% comparado à semana anterior. O maior número de novos casos foi do Brasil (5533.024, crescimento de 5%), seguido dos Estados Unidos (421.936, crescimento de 13%) e da Índia (372.494, crescimento de 55%)4.
Além dos sintomas físicos causados pela infecção, a circulação do vírus tem efeitos na saúde mental das pessoas, gerando sentimentos de ansiedade e depressão5. O medo do desconhecido, a propagação da doença e o impacto na economia não só aumentam a ansiedade dos indivíduos com condições de saúde mental preexistentes como também dos indivíduos saudáveis, visto que as pessoas tendem a se sentir ansiosas e inseguras quando o ambiente muda6.
Como uma das medidas mais eficazes de controle da pandemia, temos até o momento o isolamento social, realizado por meio da quarentena, e as vacinas7. Com isso, mostra-se necessário maior investigação dos efeitos psicológicos dessa medida de proteção na vida dos que estão em isolamento social. Além disso, é importante ressaltar que a abordagem dos aspectos psicológicos ajuda na adesão às medidas de controle como a quarentena8,9.
Apesar da forte relevância sobre os aspectos psicológicos na população, a participação de profissionais do campo da saúde mental em projetos relacionados com um surto de pandemia permanece bastante limitada9. Além disso, o método da quarentena – utilizado para controle da infecção – tem recebido pouca atenção na literatura no que diz respeito aos seus efeitos psicológicos.
Apesar de as reações psicológicas da população desempenharem um papel crítico na disseminação da doença e na desordem social durante e após o surto, geralmente, não são fornecidos recursos necessários para reduzir os efeitos do impacto das pandemias na saúde mental8.
Partindo desse pressuposto, o presente artigo tem como objetivo analisar a literatura brasileira e internacional acerca dos efeitos da pandemia da Covid-19 na saúde mental dos adultos, de modo a compreender os fatores protetores e estressores associados à pandemia e refletir acerca de possíveis estratégias de intervenção em saúde mental.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura sobre saúde mental no cenário da pandemia. A revisão integrativa é um método que promove a síntese do conhecimento por meio de seis fases que compõem o processo de elaboração: produção da pergunta norteadora; busca na literatura; coleta de dados; análise crítica dos artigos que foram incluídos; discussão dos resultados; e, por fim, a apresentação da revisão integrativa10. As perguntas norteadoras são: ‘Quais os aspectos que afetam a saúde mental de adultos em decorrência da pandemia da Covid-19? Quais são os fatores protetores e estressores da saúde mental na pandemia da Covid-19?’.
A coleta de dados foi realizada a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento de artigos nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (Medline). Como período de busca, utilizou-se de janeiro a dezembro de 2020, ano em que o novo coronavírus foi reconhecido como pandemia. Foram selecionados artigos em inglês, português e espanhol.
Para buscar os estudos científicos correspondentes aos objetivos desta revisão integrativa, foram utilizados os seguintes descritores: “Saúde mental”, “Isolamento social” e “Covid-19”, selecionados de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH/PubMed). Todos foram cruzados entre si pelos operadores booleanos AND e OR. Os termos de pesquisa foram: (“mental health” OR “Saúde mental” OR stress OR ansiedade OR depressão OR tristeza OR medo) AND (“isolamento social” OR quarentena) AND (COVID-19 OR pandemias OR novo coronavirus) AND (adultos OR adults).
Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão e de exclusão para seleção dos artigos: foram incluídos os artigos que abordam como tema principal a saúde mental na pandemia da Covid-19, publicados nas bases de dados no período definido na língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Já como critérios de exclusão intencionais, utilizaram-se: 1. artigos que não abordam a saúde mental, pandemia e restrição social; 2. estudos que não abordam a relação entre fatores psicológicos e as medidas restritivas; 3. estudos em que apenas os resultados secundários abordam o tema da saúde mental; 4. estudos realizados com populações específicas; pesquisas com menores de 18 anos; 5. estudos com público-alvo idosos, sujeitos com doenças crônicas e/ou sujeitos graves internados.
A síntese do resultado da busca realizada nas bases pesquisadas se encontra sistematizada no fluxograma abaixo (figura 1). Ao se iniciar a leitura completa dos artigos, observou-se que 12 deles não atendiam ao objetivo da revisão, sendo, portanto, excluídos do estudo, ficando para a análise crítica 29 artigos completos.
Resultados
Dos 29 artigos que compõem esta revisão, foram listados 17 países, dando a dimensão da pandemia a nível mundial. Esse mosaico permitiu uma pesquisa diversificada sobre os efeitos da pandemia na saúde mental sobre uma ótica global, comparando os fatores de proteção e fatores estressores citados em diferentes regiões do mundo.
Entre os artigos selecionados para a revisão, encontram-se: 2 do Reino Unido, 1 do Brasil, 1 da Itália, 3 da China, 1 do Líbano, 3 da Índia, 7 da Espanha, 2 dos Estados Unidos, 1 da Nova Zelândia, 1 do Kuwait, 1 da Jordânia, 1 da Colômbia, 1 do Canadá, 1 da Alemanha, 1 da Bélgica, 1 da Áustria e 1 do Equador. Sobre o desenho de estudo, a maioria possui caráter transversal quantitativo devido à emergência de produzir dados capazes de auxiliar o planejamento do enfrentamento da Covid-19. A natureza do estudo transversal, porém, impede o uso de inferências causais, gerando apenas uma hipótese de possível associação. Todos os estudos incluíram sujeitos de ambos os sexos.
Na análise dos artigos, dois eixos temáticos foram criados como categorias emergentes: 1. Fatores estressores relacionados com a saúde mental; 2. Fatores protetores relacionados com a saúde mental. Cada artigo foi analisado segundo esses eixos, o ano de publicação, a revista e o país de estudo. Além disso, os objetivos de cada estudo também são apresentados. Os itens supracitados estão sistematizados no quadro 1.
Discussão
Compreendemos a saúde não como ausência de doença, mas como bem-estar biopsicossocial, dentro de uma visão integrativa. dessa forma, é de extrema relevância compreender os fatores associados à saúde mental neste momento de pandemia da Covid-19 que o mundo está vivendo. Para isso, elegemos dois grandes grupos temáticos para a discussão dos artigos: 1. Fatores estressores relacionados com a saúde mental; 2. Fatores protetores relacionados com a saúde mental.
Fatores estressores relacionados com a saúde mental no âmbito da pandemia da Covid-19
Os aspectos da saúde mental investigados nos artigos científicos foram ansiedade, depressão, estresse, solidão e sofrimento mental. Há um consenso majoritário dos fatores estressores abordados na literatura referente a sexo, idade, renda e ocupação laboral. Nível de escolaridade, dividir moradia, histórico pregresso de problemas de saúde e estado civil também foram apontados como fatores estressores. Assim, 16 artigos (55%) citam o sexo feminino11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26; 20 artigos (69%), a idade mais jovem11,12,13,14,17,18,19,20,21,22,23,24,26,27,28,29,30,31,32,33; e 11 artigos (38%), o desemprego ou a perda financeira12,18,20,22,23,24,28,29,33,34,35. Além disso, 7 artigos (24%) citam como fatores estressores a menor renda11,12,14,17,19,23,24, enquanto 6 deles (20%) citam ser do grupo de risco11,12,13,28,29,30,36, morar sozinho22,24,28,29,33,37 e apresentar histórico de problemas em saúde mental12,15,18,22,29,36. Apenas 5 artigos (17%) indicam a baixa escolaridade14,21,22,24,31 e ser solteiro14,18,21,22,31 como fatores associados ao adoecimento mental.
Um estudo realizado na Índia apontou que o tempo de lockdown pode estar associado ao aumento de sofrimento psicológico21. A mudança de rotina imposta pelas medidas restritivas36,37, as práticas de quarentena30,38 e a maior adesão às recomendações mais rigorosas para evitar a propagação do vírus34 também foram apontadas como fatores estressores que afetam a saúde mental dos sujeitos. Esses achados na revisão corroboram um estudo inicial que indicou que, à medida que a duração do isolamento se estende, o aumento das queixas psicológicas parece aumentar, em que sintomas depressivos e ansiosos se tornam mais suscetíveis9.
Apenas um estudo, realizado na Índia, apontou o sexo masculino como o mais acometido pela pandemia referente à saúde mental35. Para os autores, uma justificativa plausível para esse resultado, inconsistente com os outros estudos, pode ser devido à questão cultural indiana: os homens não participam das atividades domésticas; e, devido ao confinamento, as responsabilidades estão sendo compartilhadas entre os casais. Como os homens não estão habituados ao gerenciamento da vida pessoal, profissional e familiar, a mudança do cenário pode ter provocado maior ansiedade a esse público.
Outro fator estressor foi o aumento de responsabilidade doméstica. O estudo mostrou que mulheres relataram um maior aumento em suas responsabilidades quando comparadas aos homens15. Assim, o motivo para a diferença entre os sexos pode estar relacionado com os papéis de gênero na sociedade. Mulheres que são mães, por exemplo, podem ter apresentado maiores níveis de estresse pela interrupção das aulas presenciais do filhos17.
Algumas justificativas foram apontadas para os mais jovens serem mais vulneráveis aos problemas de saúde mental durante a pandemia. Os jovens são menos resilientes às adversidades e apresentam maiores dificuldades de compreensão sobre as mudanças radicais, porém necessárias, neste período de pandemia26. Sendo assim, pessoas mais velhas estão lidando com essa situação atípica melhor do que os mais jovens23, visto que são menos propensas a ter problemas psicológicos e se apresentam mais estáveis tanto financeira quanto emocionalmente19. Na população mais jovem, as mudanças nas atividades de ensino, com o novo formato de ensino remoto, parecem ter afetado a estabilidade emocional17e as perspectivas educacionais32, em que ser estudante se tornou um fator estressor maior durante a pandemia do que em períodos normais24. Um estudo realizado no Reino Unido levantou dados que mostram que pessoas que já apresentavam maior risco de solidão (jovens adultos, baixa renda e viver sozinho) experimentaram um risco ainda mais alto durante a pandemia da Covid-1924. Vale destacar que a solidão pode ser um fator importante para o aumento dos sintomas depressivos durante a pandemia, e que as estratégias de intervenção devem abordar aspectos que trabalham com a solidão, principalmente, para aqueles que tiveram maior ruptura com seu círculo social16.
Outra possível explicação é que pessoas mais jovens podem ter mais acesso a informações sobre a Covid-19 por meio da mídia social, podendo ocasionar o aumento do estresse28. Em um estudo realizado no Brasil, foi identificado que sujeitos que são mais expostos a informações sobre o vírus e suas vítimas apresentam mais riscos ter transtornos mentais menores12. Outro estudo da revisão, realizado no Kuwait, identificou resultados semelhantes, em que as taxas mais altas de depressão foram associadas ao maior tempo dedicado às notícias da pandemia18. Porém, pesquisadores da Espanha relataram que adultos mais jovens que dedicavam menos tempo para informação apresentaram maiores índices de hostilidade, depressão e ansiedade. Sendo assim, os autores destacam que tanto um déficit quanto excesso de informações poderiam ser prejudiciais à saúde mental33. Portanto, manter-se informado pode ser não apenas um fator estressor como também de proteção, dependendo da intensidade desse consumo25.
Apesar de termos muitos fatores que causam estresse interferindo na saúde mental dos adultos, alguns artigos identificaram fatores de proteção à saúde mental das pessoas. Compreender esses fatores possibilita criar estratégias de intervenção na saúde pública da população que podem ser desenvolvidas por profissionais de saúde que cuidam das pessoas, assim como políticas públicas de saúde no âmbito desta pandemia.
Fatores de proteção da saúde mental no âmbito da pandemia da Covid-19
Dentre os fatores protetores relacionados com a saúde mental no período de pandemia, destacam-se: obtenção de apoio psicológico14 e social16,28,29, níveis altos de resiliência15, maior suporte e rede social19, tolerância à incerteza32, praticar atividade física23,25,33 e estar empregado/estar economicamente estável12,14,18,20,22,23,28,29,33,34,35.
Um artigo da China identificou que obtenção de suporte psicológico e social é uma importante estratégia para diminuir as chances de adoecimento mental gerado pela solidão e sentimentos de desamparo que podem ser intensificados em períodos de quarentena14. A conexão e o apoio social são considerados fatores de proteção, especialmente àqueles que moram sozinhos, devido à tendência dos sentimentos de solidão28. Porém, um estudo realizado na Índia relatou que o maior nível de estresse e ansiedade do público feminino em relação ao masculino perdurou mesmo após a contabilização dos fatores de suporte social e resiliência. Tal achado sugere que os padrões de gênero persistem como fatores estressores mesmo após o exercício dos efeitos protetores15.
Além dos recursos psicológicos e sociais, a atividade física se mostrou uma forte aliada à promoção de saúde mental23,25,28, em que praticar exercícios por mais de cinco vezes por semana se mostrou útil para evitar a depressão e a ansiedade18. A boa qualidade de sono também se apresentou como um fator protetor na literatura20,28,31.
Gostar de trabalhar de forma remota e ter maior flexibilidade no trabalho também mostraram ser fatores de proteção29,37. Um artigo realizado na Itália assinalou que trabalhar fora está associado ao maior grau de sofrimento mental13. Tal questão pode estar associada a maior percepção de ameaça e suscetibilidade à doença quando o trabalho é mantido de forma presencial, enquanto menores níveis de ameaça se tornam um fator protetor no período da pandemia39. Além disso, estudos apontaram que prevalência de ansiedade e depressão no grupo positivado para Covid-19 é maior do que no grupo não foi afetado pelo vírus14. Ter pessoas próximas com Covid-19 também se mostrou como um fator estressor pela literatura18,26,33.
Um estudo realizado no Brasil identificou que ser profissional de saúde tem 40% menos chance de apresentar transtornos mentais menores. Uma justificativa plausível seria maior acesso aos serviços de saúde e melhor compreensão sobre a Covid-1912. No entanto, outro estudo identificou que os profissionais de saúde estão mais propensos a desenvolver problemas psicológicos devido ao aumento da jornada de trabalho e à necessidade de se isolar de familiares para evitar o contágio18. Uma pesquisa realizada na Espanha corrobora esse resultado, visto que identificou como fator estressor trabalhar fora de casa em atividades essenciais durante a pandemia26.
Ainda com relação à ocupação laboral, pessoas com doença mental de nível leve e moderado apresentam duas vezes mais chances de perderem seus empregos, e as taxas de desemprego de sujeitos com transtornos mentais graves são cinco vezes mais altas quando comparadas às pessoas sem transtorno, dados importantes citados em um artigo da Áustria23. Considerando o impacto da pandemia na saúde mental13, intervenções voltadas para a promoção do bem-estar psicológico se mostram cada vez mais necessárias.
Considerações finais
Pessoas que são submetidas às medidas restritivas impostas pelo período de pandemia da Covid-19 se mostram vulneráveis a problemas de saúde mental, porém, ainda são poucos estudos que avaliaram os fatores psicossociais relacionados28. Apesar de um tema de forte relevância e de impacto global, ainda há essa lacuna de conhecimento sobre o tema. Pesquisas sobre transtornos mentais durante a pandemia se mostram incipientes e escassas, especialmente se considerarmos as produções científicas desenvolvidas na América Latina20.
Para a elaboração de estratégias de intervenções e de políticas públicas em pandemias, é necessário avaliar os diferentes grupos e suas necessidades. Os jovens, por exemplo, foram considerados os mais vulneráveis nas pesquisas realizadas por diferentes países, sendo um público que requer atenção. Além disso, conhecendo melhor os fatores de risco e de proteção, recomenda-se que novos estudos investiguem possíveis estratégias de enfrentamento e práticas de autocuidado que possam diminuir os efeitos da pandemia na saúde mental.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
24 Jun 2022 -
Data do Fascículo
Dez 2021
Histórico
-
Recebido
13 Ago 2021 -
Aceito
23 Dez 2021