Pensar nação e nacionalismo a partir da experiência brasileira exige um mergulho desde as raízes coloniais até a modernidade. Essa trajetória é marcada por descompassos, e desde o Estado Nacional até a sedimentação da nação e o sentimento de auto-estima com uma "identidade brasileira" transcorre-se mais de um século. Tanto o conceito de Brasil-nação quanto as versões nacionalistas jamais têm alta dramaticidade; as passagens históricas fundamentais - abolição, proclamação da República, Estado Novo - se sucedem com poucos traumas preliminares e, em seqüência, a trajetória opera uma rápida "conservatização". Do ponto de vista econômico, as forças produtivas se desenvolvem dinâmica e intensamente. Apesar da expansão demográfica, da ocupação territorial, da transformação e emergência de novos grupos sociais no campo e na cidade, é preservada a exclusão social de amplas frações da nacionalidade dos benefícios do dinamismo econômico. É ciclotímica a leitura dos nacionais de suas próprias características. A cultura, tanto das elites quanto a popular, fornece chaves para entender as mutações do pensar nacional em relação ao Brasil e o desdobramento de múltiplas características.
Brasil; Nacionalismo; Economia; História; Cultura