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Aplicação da Produção mais Limpa em uma empresa como ferramenta de melhoria contínua

Implementation of Cleaner Production as a tool of continuous improvement

Resumos

Este artigo visa apresentar o desenvolvimento de um programa ambiental na resolução dos problemas existentes em uma empresa fabricante de embalagens de papel localizada no Estado de Pernambuco. O estudo foi conduzido na empresa no período de novembro de 2001 a novembro de 2002, quando foram abordadas todas as fases referentes ao Programa de Produção mais Limpa. Os resultados alcançados superaram as expectativas iniciais, apesar de algumas oportunidades identificadas não terem sido introduzidas durante a pesquisa. O Programa enraizou alguns de seus princípios na mentalidade dos funcionários, que passaram a enxergar suas atividades de um outro ângulo.

Produção mais limpa; melhoria contínua; avaliação ambiental; desenvolvimento sustentável


This work seeks to present the development of an environmental program in the resolution of existent problems in a factory of paper packing located in the State of Pernambuco, Brazil. The study was led in the company during the period of November, 2001 to November, 2002, when all phases of the Cleaner Production Program were approached. The reached results overcame the initial expectations, although some identified opportunities were not introduced in the processes. The Program rooted some of their principles to the employees' mentality that started to see their activities of another angle.

Cleaner production; continuous improvement; environmental evaluation; sustainable development


Aplicação da Produção mais Limpa em uma empresa como ferramenta de melhoria contínua

Implementation of Cleaner Production as a tool of continuous improvement

Julio Cesar Gomes da Silva Filho; Felipe Alves Calábria; Gisele Cristina Sena da Silva; Denise Dumke de Medeiros

PLANASP / UFPE

RESUMO

Este artigo visa apresentar o desenvolvimento de um programa ambiental na resolução dos problemas existentes em uma empresa fabricante de embalagens de papel localizada no Estado de Pernambuco. O estudo foi conduzido na empresa no período de novembro de 2001 a novembro de 2002, quando foram abordadas todas as fases referentes ao Programa de Produção mais Limpa. Os resultados alcançados superaram as expectativas iniciais, apesar de algumas oportunidades identificadas não terem sido introduzidas durante a pesquisa. O Programa enraizou alguns de seus princípios na mentalidade dos funcionários, que passaram a enxergar suas atividades de um outro ângulo.

Palavras-chave: Produção mais limpa, melhoria contínua, avaliação ambiental, desenvolvimento sustentável.

ABSTRACT

This work seeks to present the development of an environmental program in the resolution of existent problems in a factory of paper packing located in the State of Pernambuco, Brazil. The study was led in the company during the period of November, 2001 to November, 2002, when all phases of the Cleaner Production Program were approached. The reached results overcame the initial expectations, although some identified opportunities were not introduced in the processes. The Program rooted some of their principles to the employees' mentality that started to see their activities of another angle.

Key words: Cleaner production, continuous improvement, environmental evaluation, sustainable development.

INTRODUÇÃO

São diversos os problemas ambientais ocasionados pela modernidade. Aponta-se a poluição como um dos maiores agravantes da degradação do meio ambiente (DONAIRE, 1999). A evolução dos meios produtivos com a industrialização da economia de escala e o crescimento populacional são os principais fatores expoentes da poluição.

Atualmente, o setor privado tem avançado no tratamento das problemáticas ambientais (DONAIRE, 1999). As questões relativas ao meio ambiente têm-se tornado oportunidades de aumento da competitividade, pensamento contrário ao de alguns anos atrás, quando a gestão ambiental era vista como um fator de distúrbio para as atividades empresariais. Naquela época, destacava-se que uma política de proteção ambiental causava um aumento dos custos de fabricação, sendo, portanto, incompatível com o desenvolvimento econômico (MAIMON, 1996).

Observa-se a variável ambiental como um modo de adquirir vantagens competitivas. Além disso, fatores sociais (exigências dos consumidores e ações de entidades não-governamentais) e fatores econômicos e políticos (imposição de restrições e multas e novas legislações) exercem pressões adicionais para a introdução do gerenciamento ambiental nas empresas.

Percebeu-se, na prática, a eficácia das ações das empresas na redução de resíduos desde sua fonte (SCHIMDHEINY, 1992). Diversos exemplos podem ser citados: Dow Chemical, com o programa WRAP (Waste Reduction Always Pays – Redução de resíduos sempre vale a pena), que a transformou numa das empresas líderes dos EUA; Du Pont, com a ConAgra, na utilização do resíduo como matéria-prima de outros processos; a 3M, com o programa 3P (Pollution Prevention Pays, isto é, Prevenção da poluição vale a pena), que se tornou um exemplo bem conhecido dos benefícios da prevenção da poluição.

Ainda assim, muitas empresas receiam resolver seus problemas ambientais por desconhecer os benefícios que podem surgir da adoção de medidas de proteção ambiental (DONAIRE, 1999). Com o intuito de prevenir a poluição e resguardar o meio ambiente, surge o Programa de Produção mais Limpa (PML), que vem ganhando espaço no mundo desde os anos 1970, como meio eficaz de atingir a eficiência econômica e ambiental. A Produção mais Limpa está respaldada no fato de que o meio mais eficaz em termos de custos ambientais para a redução da poluição é analisar o processo na origem da produção e eliminar o problema na sua fonte.

Conforme sintetiza Wilkinson (1991), a redução na fonte é mais do que um incentivo econômico ou uma exigência regulatória. Trata-se de uma prioridade da gestão ambiental que tem de ser medida continuamente.

Diversos estudos realizados mostraram que as empresas podem melhorar sua eficiência econômico-ambiental com a prevenção, principal objetivo da Produção mais Limpa. Um desses estudos, conhecido por PRISMA, foi feito pela Organização de Avaliação Tecnológica Holandesa, em 1988. A Organização estudou as possibilidades de prevenção da poluição em dez companhias típicas (de pequenas empresas a subsidiárias de multinacionais). O estudo apresentou que as empresas se tornaram competitivas com uso de tecnologias modernas, e tiveram um benefício ambiental com a redução de cerca de 30 a 60% da poluição (SCHMIDHEINY, 1992).

Segundo Eder e Fresner (1998), a maioria das empresas que participaram dos projetos ECOPROFIT e PREPARE, desenvolvidos na Áustria, concluiu que os projetos haviam contribuído para o aumento da competitividade, melhorando significativamente a motivação e satisfação dos empregados.

Neste artigo, é apresentado o estudo realizado em uma empresa fabricante de produtos de papel na região da Grande Recife. Na pesquisa, além de analisar o desenvolvimento dos diversos estágios de implementação do Programa PML na empresa, pretendeu-se atender aos seguintes problemas:

•

Minimizar a quantidade de resíduos gerados visando aumentar a eficiência do uso dos recursos transformados;

•

Adequar a empresa aos regulamentos legais da área ambiental;

•

Treinar e sensibilizar seus funcionários para atuar a favor da prevenção da poluição; e

•

Melhorar sua imagem perante seus clientes e a comunidade, demonstrando preocupação com as questões relativas ao meio ambiente.

Atualmente, a empresa trabalha com uma média de 304 funcionários fixos e aproximadamente 16 funcionários terceirizados, que efetuam atividades relacionadas a vigilância, limpeza geral e preparação de refeições. Pela classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que classifica o porte das empresas segundo as faixas de número de funcionários, trata-se de empresa de médio porte, pois atua no ramo industrial e situa-se na terceira faixa de empregados (referente a 100 a 499 funcionários).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As formas de gerenciar a poluição foram se transformando e se adaptando aos novos paradigmas. A evolução do comportamento das empresas em relação ao meio ambiente, na Europa Ocidental, categoriza-se, segundo Backer (1995), em três tipos: a) Negação racionalizadora, onde a concepção vigente defende que a degradação da natureza é um tradeoff do crescimento econômico e da melhoria da qualidade de vida, b) Terapêutica vergonhosa, com pressões ecológicas (legislações, grupos ativistas) mais operantes, e c) Gestão responsabilizada, onde estratégias ambientais são configuradas e utilizadas pelos empresários.

A postura da produção, nas décadas de 1970 e 1980, era somente tratar os resíduos, e não se observava o ciclo de geração desses. Tal método é chamado de "fim-de-tubo". Só se preocupa depois de ter gerado os resíduos.

Hoje, exige-se muito além da mentalidade de apenas disposição dos resíduos. Existe a preocupação na fonte dos problemas, ou seja, com a produção de resíduos nos processos produtivos. "Fim-de-tubo" passou a ser uma última opção, após o esgotamento de todas as alternativas: mudança de tecnologia, alteração nos processos, modificação do produto, sistemas de organização do trabalho, reciclagem interna.

Assim, em 1992, a Newsletter of Cleaner Production (periódico da UNEP sobre a Produção mais Limpa) publicou quatro asserções que procuram explicar o significado de Produção mais Limpa (BAAS, 1995):

•

Produção mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia ambiental integrada e preventiva para processos e produtos, a fim de se reduzirem os riscos para as pessoas e o meio ambiente;

•

As técnicas de Produção mais Limpa incluem a conservação de matérias-primas e energia, a eliminação de material tóxico nos processos e a redução da quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos;

•

A estratégia de Produção mais Limpa para produtos enfoca a redução dos impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida do produto (desde a extração da matéria-prima até o definitivo descarte do produto);

•

A Produção mais Limpa é obtida pela aplicação de perícia, de melhoria tecnológica e mudanças de atitude.

A Produção mais Limpa diferencia-se da abordagem convencional pela forma como enxerga o sistema produtivo no campo ambiental e apóia-se tanto em mudanças tecnológicas quanto na forma de gerenciamento. Enquanto a abordagem convencional não focaliza os processos, nem interpreta suas ações e conseqüências, a abordagem da PML visualiza as atividades, diagnostica-as, efetua análises e indaga sempre as causas e os efeitos das ações. Assim, as tecnologias limpas levam a um aumento de produtividade resultante da economia de custos e racionalização dos resultados nos processos produtivos (GETZNER, 2002).

Os esquemas apresentados na Figura 1, representam a diferença entre a abordagem convencional "Fim-de-tubo" e a Produção mais Limpa.


Pelo esquema representado nessa figura, é possível notar que a Produção mais Limpa se orienta na redução da poluição pela prevenção na fonte e pela adoção de projeto contemplativo do estudo "berço ao túmulo" (desde o surgimento do produto até o seu descarte), e que o "Fim-de-tubo" está preocupado em como dispor a poluição na natureza. A forma de priorização da atuação, segundo a velha e a nova abordagem, pode ser vista na Figura 2.


Estrutura de Aplicação da Produção mais Limpa

O ordenamento de atuação da PML, dividido em três níveis, pode ser observado na Figura 3. O nível 1 refere-se às medidas prioritárias a serem perseguidas. Estas são medidas de modificação tanto no produto quanto no processo de produção. As mudanças no produto procuram alterar a composição, a durabilidade e os padrões de qualidade do produto, bem como o emprego de produtos substitutos. As modificações dos processos ajudam a reduzir a geração de resíduos pela simplificação dos processos. Pode-se, então, fazer uso de boas práticas de fabricação (housekeeping). Com elas, busca-se estabelecer procedimentos administrativos e técnicos que possibilitem a minimização da produção de resíduos.


Com relação às mudanças nas matérias-primas, a PML age na eliminação ou redução de materiais tóxicos ou ecologicamente prejudiciais, na purificação do material de entrada do processo e na prevenção da geração de resíduos poluentes.

Quanto às mudanças na tecnologia, procura-se adaptar os equipamentos e os processos, com o objetivo de reduzir ou eliminar a geração de resíduos.

O nível 2 aborda a reciclagem interna, com a reintegração dos resíduos pela própria empresa, como matérias-primas com o propósito igual, diferente ou inferior ao uso original, com recuperação parcial dos componentes do produto.

A reciclagem externa, que representa o nível 3, acontece com o reuso externamente pela empresa.

Produção mais Limpa e Sistema de Gestão Ambiental

Para muitos profissionais, existe certa dificuldade em se diferenciar o que é Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e Produção mais Limpa. Tanto um SGA como a PML podem contribuir para melhorar a conduta ambiental das organizações, entretanto, um SGA, dependendo da visão que os gestores tenham, poderá tornar-se mais um sistema administrativo do que um recurso efetivo para evitar a geração de resíduos.

O SGA é um sistema de gerenciamento interno à empresa, que visa elevar o potencial competitivo aliado às práticas ambientais da organização. A PML, segundo Sicsú & Silva Filho (2003), como estratégia aplicada à Gestão Ambiental, é indicada como uma ferramenta que possibilita o funcionamento da empresa de modo social e ambientalmente responsável, ocasionando também influência em melhorias econômicas e tecnológicas, aplicando uma abordagem preventiva à Gestão Ambiental.

A PML defende a prevenção de resíduos na fonte, estabelecendo compromisso com a precaução contra riscos ambientais de processos e produtos. A gestão ambiental baseada em normas requer o compromisso da empresa certificada para a busca contínua do aperfeiçoamento, mas privilegia o modelo curativo de fim-de-tubo e a conformidade com as leis ambientais vigentes no país onde a empresa se encontra.

Vantagens e Barreiras à Produção mais Limpa

As vantagens da PML, comparada com as tecnologias convencionais de fim-de-tubo são as seguintes (CNTL, 2003): redução da quantidade de materiais e energia usados; exploração do processo produtivo com a minimização de resíduos e emissões, induzindo a um processo de inovação dentro da empresa; processo de produção é visto como um todo, minimizando os riscos na disposição dos resíduos e nas obrigações ambientais; caminho para um desenvolvimento econômico mais sustentado, através da minimização de resíduos e emissões.

A PML, como uma ferramenta que prima para a melhora da conduta ambiental das organizações, também pode proporcionar redução de custos de produção e aumento de eficiência e competitividade; redução de multas e penalidades por poluição; acesso facilitado a linhas de financiamento; melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores e poder público; melhor relacionamento com os órgãos ambientais e com a comunidade; maior satisfação dos clientes.

Para Chiu et alii (1999), apesar da vasta gama de benefícios da PML, certo número de fatores pode inibir as pequenas e médias empresas a implementar o Programa. O projeto desenvolvido na Índia, em 1993, denominado DESIRE (Demonstration in Small Industries for Reducing Waste), e relatado no texto de S. Luken "Demonstrating Cleaner Production in SMEs in India", apresenta as possíveis barreiras encontradas em empresas de pequeno e médio porte, conforme apresentado na Tabela 1.

IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA PML

O Programa de Produção mais Limpa tem seis estágios, e cada um deles é composto de 22 passos, divididos desde o planejamento até a avaliação, monitoramento e continuidade do programa. Eles foram implementados, na empresa objeto do estudo, obedecendo a sua seqüência de forma contínua e sucessiva, apesar de alguns terem atividades que prosseguiram durante todo o programa.

Primeiro Estágio: Planejamento

O estágio de Planejamento segue quatro passos, que têm a finalidade de estabelecer e possibilitar o bom andamento do programa na empresa.

Passo 1: Compromisso da direção da empresa

Uma forma de identificar o empenho da direção da empresa em atuar nas questões ambientais é por meio de uma declaração sua quanto aos compromissos e princípios assumidos em relação ao meio ambiente, conforme a definição do requisito 4.2 da norma ISO 14001 (1996).

Apesar de a direção não ter divulgado sua política ambiental, a gerência de qualidade estampou uma declaração, que se tornou um impulsionador da equipe responsável pelo desdobramento do programa:

"Temos como visão ser uma empresa competitiva no mercado de embalagens e direcionada continuamente para um processo industrial com inovações tecnológicas, com qualidade total, com baixo custo e alta performance. Partindo desta visão, a empresa tem a intenção em participar de uma das atividades básicas e primordiais, que é o desenvolvimento com ênfase na preservação do meio ambiente e, conseqüentemente, um modelo de economia sustentável".

Passo 2: Definição da equipe de implementação do programa e realização de sua sensibilização

Por englobar todo o sistema empresarial, a Produção mais Limpa requer que seja formada uma equipe que possibilite sua implementação. Tal equipe se chama "Ecotime" e é instituída utilizando-se como benchmarking os preceitos do Círculo de Controle da Qualidade (CCQ).

Tal equipe na empresa foi definida sem um consenso do grupo (a gerência foi quem a estabeleceu), e provavelmente por esse fato teve sua estrutura modificada ao longo dos trabalhos.

Passo 3: Identificação de barreiras

As barreiras que foram destacadas na empresa em estudo foram as seguintes:

  • A postura de que tudo está indo bem e não precisa ser mexido (comportamento da mesmice);

  • A atitude de que as oportunidades identificadas não vão funcionar (comportamento do negativismo);

  • Não-conhecimento de dados sobre a geração de poluentes e suas obrigações legais (comportamento da desinformação);

  • Falta de coordenação e cooperação entre as pessoas e suas atividades (comportamento da incompatibilidade).

Para vencer as barreiras, houve um intensivo e sistemático trabalho de sensibilização, mesmo que repetidas vezes.

Passo 4: Formulação de objetivos e metas

Para direcionar o Programa PML, devem ser estabelecidos objetivos e metas. Assim, pode-se dizer que os objetivos e as metas têm de ser direcionados à política ambiental, e que eles devem ser mensuráveis ao longo do Programa, entendidos e aceitos pelos responsáveis por sua consolidação, motivadores e atingíveis no prazo do Programa.

Apesar do mérito em estabelecer objetivos e metas, não se definiram os objetivos nem as metas na empresa em estudo. A empresa não tinha passado até então por nenhuma experiência na área de meio ambiente e, como essa era a sua primeira inovação na esfera ambiental, relutou-se bastante quanto a possíveis resultados e quais seriam eles. Mas, no decorrer dos trabalhos, comprovou-se que diversas falhas poderiam ter como origem a ausência de objetivos que respaldassem a política ambiental.

Segundo Estágio: Diagnóstico

Neste estágio, busca-se o conhecimento do posicionamento atual da empresa em relação ao meio ambiente, através de cinco passos: do quinto ao nono.

Passo 5: Investigação do atendimento aos requisitos legais

Requisitos legais são exigências relativas à lei jurídica, normas e regulamentos. Os vários requisitos legais que devem ser analisados são: a legislação ambiental (nos âmbitos federal, estadual e municipal), as normas técnicas, as licenças de instalação/operação, as políticas ambientais corporativas e as diversas partes interessadas. Apontaram-se, na empresa em estudo, por meio dessa investigação, as falhas apresentadas na Tabela 2 a seguir.

Passo 6: Conhecimento do layout

Visualiza-se, pelo layout, o fluxo de materiais e dos produtos em elaboração. Conhece-se também o fluxo de informação, a distância percorrida nos diversos processos e como estão localizados os estoques de produtos acabados e intermediários.

Na Figura 4 é possível observar como funciona o fluxo de processamento do principal produto da empresa, o qual passa por dez etapas, desde o recebimento das matérias-primas até a expedição do produto acabado para o cliente.


Passo 7: Elaboração do fluxograma do processo

Nesta fase, deve ser elaborado um gráfico, em forma de fluxograma de processo, para apresentar as diversas atividades relativas à execução de uma tarefa específica ou de uma série de ações. Também deve ser registrado o andamento dos processos ao longo de uma ou de diversas seções ou departamentos da empresa (BARNES, 1997). O fluxograma global obtido na empresa é apresentado na Figura 5, a seguir.


Como este trabalho não tem a função de abranger todos os processos existentes na empresa, trabalhou-se apenas com o seu principal produto (embalagens de papel cartonado simples), e, conseqüentemente, seus processos.

Passo 8: Análise dos inputs e outputs

Por meio deste tipo de análise, obtém-se a capacidade de determinar os pontos que deverão ser o alvo do Programa, bem como da eficiência da operação. É possível de visualizar na Tabela 3, a seguir, o custo para a empresa com relação à produção de resíduos. O resíduo, além de ser uma matéria-prima não utilizada, apresenta o custo (valor) da aquisição da matéria-prima e resulta em despesas para ser eliminado da área da empresa. Os resíduos continuarão a existir até que sejam utilizados em algum processo de reciclagem, como parte de outro produto, ou dispostos em áreas externas.

Devem ser elaborados também neste passo a avaliação de aspectos e impactos ambientais e o plano de gerenciamento de resíduos. O plano de gerenciamento visa identificar cada tipo de resíduo sólido gerado pela empresa e sua respectiva classificação, de acordo com a norma da ABNT NBR 10004:1987. Pela classificação considerada, são estabelecidos os procedimentos para a definição dos sistemas de acondicionamento, transporte, armazenamento e destinação final.

Passo 9: Identificação dos focos do estágio de avaliação

Neste passo, são conhecidos os problemas com os quais se lidará em etapa posterior. Os focos de estudo do estágio de avaliação são definidos por diversos fatores. Alguns dos critérios a serem utilizados estão listados abaixo (CNTL, 2001, b):

•

Nível de periculosidade para o meio ambiente;

•

Custo das matérias-primas;

•

Submissão a regulamentos e taxações presentes e futuras;

•

Custo do gerenciamento de resíduos e emissões (tratamento e disposição);

•

Quantidade de resíduos;

•

Perigos para a segurança dos empregados e áreas vizinhas;

•

Orçamento disponível para a avaliação.

Os aspectos de entrada relacionados com os aspectos prioritários de saída são: tinta, bobina de papel-cartão, palete, verniz, fita para arquear, filme stretch, cola branca e papel Kraft.

Terceiro Estágio: Avaliação

A avaliação objetiva levantar dados concretos atualizados, analisá-los e determinar quais são as opções de Produção mais Limpa existentes para o ajuste dos aspectos anteriormente priorizados, em quatro passos.

Passo 10: Elaboração do balanço de massa

O balanço de massa é elaborado seguindo-se a Lei da Conservação da Massa. Assim, pode-se expor que (em termos quantitativos):

SAÍDAS = ENTRADAS + ACÚMULO

As entradas são compostas por matérias-primas, materiais auxiliares, insumos, energia e água. As saídas englobam produtos, subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. O acúmulo refere-se a aspectos provenientes de etapas produtivas acumuladas e de etapas posteriores à análise. O erro em tal igualdade representa o índice da precisão.

A medição do balanço de massa foi efetuada no período de duas semanas e projetada para um ano (multiplicando-se por 26). O resultado do balanço fora aprazível, pois o erro obtido foi de 0,42%, um erro bastante aceitável.

Passo 11: Análise do balanço de massa

Avaliam-se os resíduos gerados em um ano, e as matérias-primas e os insumos e materiais auxiliares determinados nos focos de estudo. Os dados foram extraídos do balanço de massa.

Os cinco principais resíduos são apresentados na Tabela 4. Juntos equivalem a mais de 95% dos custos totais dos resíduos avaliados.

Passo 12: Estabelecimento das opções de Produção mais Limpa

Conhecendo as características de processo, são traçadas as formas de geração de opções de Produção mais Limpa pelo rastreio das cinco características, conforme se observa na Figura 6.


O preenchimento das Tabelas Matrizes Padronizadas elaboradas pelo CNTL facilita na produção de opções. Deve-se fazer uso de brainstorming como auxílio ao preenchimento. As Tabelas são preenchidas utilizando os resíduos mais expressivos (prioritários) obtidos pela análise do balanço de massa.

A Tabela 5 refere-se a "Possíveis alternativas para a redução da geração de subprodutos, resíduos, efluentes e emissões".

Os principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões, listados na Tabela 5 são os seguintes:

I. Apara de cartão simples

II. Cartão impresso defeituoso

III. Caixa de cartão simples defeituosa

IV. Resíduo de filme stretch

V. Borra de tinta

Passo 13: Organização das opções

As opções devem ser agrupadas por etapa operacional. Essa priorização deve ser feita com base no consenso dos integrantes do Ecotime. As principais opções são apresentadas na Tabela 6.

RESULTADOS OBTIDOS COM A PML

Uma das maneiras pelas quais o Programa PML lida com a exeqüibilidade das oportunidades idealizadas no estágio de avaliação é por meio das análises de viabilidade, estimando-se com isso os efeitos da oportunidade após a sua implementação.

O relato dos resultados seguirá a ordem de desenvolvimento da PML, seguindo, então, para os estágios de viabilidade, implementação e monitoramento e melhoria contínua.

Quarto Estágio: Viabilidade

O quarto estágio do Programa PML objetiva avaliar as oportunidades identificadas no estágio anterior e selecionar as mais viáveis para implementação, adotando cinco passos para sua execução.

Passo 14: Avaliação prévia

A opção abordada neste passo é a primeira da priorização do passo 13: a formação de resíduo de filme stretch. Para a solução dessa questão, foi sugerida pelo Ecotime, durante a sessão de brainstorming, a ação de utilizar uma proteção substituta do filme plástico stretch que seja reutilizável.

A proteção proposta para a substituição foi uma capa plástica, cuja vida útil foi estimada em aproximadamente 6 meses. Essa capa plástica proposta é confeccionada utilizando-se os resíduos plásticos provenientes dos invólucros da bobina de papel-cartão.

Essa alternativa não gerará novos resíduos, mas simplesmente dará uma utilidade para um resíduo gerado por outra operação: no caso, o invólucro da bobina de papel. Pode-se dizer, então, que a opção encontra-se no nível 1 de aplicação da PML, que é reduzir na fonte.

Passo 15: Avaliação técnica

Na opção em análise, a viabilidade técnica restringiu-se à utilização de um novo procedimento de realização da atividade de revestimento dos paletes com folhas cortadas. No lugar da ação ser realizada por um funcionário recobrindo o palete, de forma manual, com o uso de rolo de filme stretch, com várias passadas ao seu redor, passou-se a, simplesmente, esse mesmo funcionário cobrir o palete com a capa proposta e apertar a cinta de fechamento na base do palete, conforme pode ser observado na Figura 7.


Pelo estudo de tempos percebe-se claramente o aumento da produtividade pelo uso do novo método. Como a produtividade do método existente é de 1,181 min por palete protegido e a produtividade do método proposto é de 0,505 min por palete protegido, então, o aumento da produtividade é de aproximadamente duas vezes e meia, comprovando-se o benefício técnico da alternativa sugerida.

Do balanço de massa da empresa em estudo, obtêm-se as quantidades medidas com a utilização do filme stretch na operação de proteção das folhas de papel-cartão no palete. Na Tabela 7 estão quantificadas as entradas e as saídas do filme stretch referente à atividade de proteção das folhas, e na Tabela 8 é apresentado o balanço de massa para o método proposto.

Passo 16: Avaliação econômica

Pretende-se com este passo elaborar o orçamento de capital da opção proposta para avaliar a viabilidade do projeto. Segundo Weston e Brigham (2000), a elaboração do orçamento de capital é o processo de avaliação de projetos que detalha as entradas e saídas projetadas durante um período de tempo futuro. Assim, métodos de análise de fluxos de caixa devem ser adotados para se verificar a exeqüibilidade do projeto.

Chama-se fluxo de caixa incremental a comparação entre o método proposto e o atual para saber o quanto fluirá para a empresa como resultado do projeto proposto. A avaliação dos fluxos de caixa incremental determina a viabilidade da implementação da opção. O fluxo de caixa incremental pode ser visto na Tabela 9.

Observa-se do fluxo de caixa incremental que o método proposto possibilita uma redução dos custos operacionais de cerca sete mil reais ao ano, resultante da não-geração de novos resíduos e do aumento da produtividade dos trabalhadores. Porém, para se verificar a viabilidade econômica da proposta, deve-se analisar a lucratividade da mesma, pois existe desembolso em investimento.

As três técnicas de análise de orçamento de capital usadas foram: período de recuperação do investimento (payback), Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).

O período de payback é de 0,1093. Assim, o projeto terá seu investimento recuperado em menos de dois meses. Logo, evidencia-se a rapidez com que os gastos com despesas de investimentos serão resgatados.

No VPL, a taxa usada para o projeto proposto foi de 18% ao ano, referente à taxa básica da economia brasileira, taxa Selic, no mês de setembro de 2002. O VPL teve como resultado R$ 3.9855,11, valor maior do que zero, comprovando com isso a aceitabilidade do projeto pela utilização do método VPL.

No projeto proposto, a TIR calculada resultou em 814,74%, indicando que o projeto, pela análise por esse método, é rentável, já que esse porcentual é bem maior do que a taxa de 18% considerada como taxa de atratividade.

Passo 17: Avaliação ambiental

No caso em estudo, foi empregada a abordagem da avaliação simples, sendo necessário apenas levantar a redução dos resíduos relacionada com a opção.

Possibilitou-se, com a implementação do estudo proposto, eliminar a geração de resíduo de material utilizado na proteção das folhas cortadas no processo de desbobinamento e corte. Ressalte-se que, pelo fato de as capas plásticas propostas serem confeccionadas com os resíduos plásticos provenientes dos invólucros da bobina de papel-cartão, essa operação não gerará novos resíduos, conforme abordado no Passo 14. Além disso, este resíduo não consta entre os principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões, conforme listado na Tabela 5.

Vale ressaltar, ainda, que além dos benefícios ambientais relativos à redução dos resíduos, obtêm-se também melhorias ergonômicas. Esses benefícios são alcançados pela adoção de padrões de altura das folhas de papel-cartão no palete. Pelo estabelecimento desses padrões, objetiva-se facilitar o recobrimento do topo da pilha por um funcionário de tamanho médio.

Passo 18: Escolha das opções de implementação

Segundo a PML, neste passo as opções viáveis para a solução do problema apresentado no Passo 13 devem ser priorizadas pelo emprego de um método comparativo ponderado de pontuação, com os pontos variando de 0 a 10. Porém, não foi necessário desenvolver esse passo, pois no caso apresentado só houve o detalhamento de uma opção, não existindo a necessidade deste passo, visto que a única solução apontada foi sugerida pelo Ecotime, conforme descrito no Passo 14.

Quinto Estágio: Implementação

No estágio de implementação, busca-se pôr em prática as opções selecionadas no estágio anterior.

Passo 19: Planejamento da implementação PML

O planejamento do projeto proposto de adoção do novo método de proteção das folhas de papel-cartão, por ser um projeto simples de implementação, não exigiu grandes aprofundamentos. No passo de identificação das atividades, foram definidas as tarefas listadas na Tabela 10.

É importante também a elaboração de um cronograma para se acompanhar a implementação do projeto, e comparar o esperado e o realizado. O cronograma descrito abaixo, na Tabela 11, foi desenvolvido para ilustrar a execução do projeto em estudo.

Passo 20: Implementação das opções PML

Para ser bem-sucedido na implementação da opção PML, o Programa PML necessita do endosso dos funcionários ligados à área onde ocorrerá a implementação. As pessoas que foram indicadas como responsáveis pela implementação da opção deverão estar treinadas adequadamente e informadas dos detalhes do projeto e do seu propósito. Podem ser conseguidas, com isso, sugestões úteis ao desenvolvimento deste passo.

Sexto estágio: Monitoramento e melhoria contínua

Neste estágio são realizados dois passos para serem tomadas as decisões de monitoramento, de avaliação do desempenho do Programa PML por meio da comparação das observações realizadas com o planejado, e de intervenção para a realização das mudanças necessárias.

Passo 21: Monitoramento do desempenho

O monitoramento, para Verschoor e Reijnders (2001), deve ser definido como um processo de observação repetitiva para propósitos definidos, tais quais um estabelecimento financeiro ou fluxos de material para uma programação de tempo e espaço pré-arranjada. Mas para efetuar as comparações de desempenho, é necessário definir os indicadores que deverão ser usados. Os dois indicadores relevantes para a opção em estudo "Proteção das folhas de papel-cartão" estão descritos na Tabela 12.

Com base nestes indicadores, foram definidos os seus parâmetros de monitoramento. Elaboraram-se fichas dos indicadores, nas quais foram descritos detalhes para sua observação. Elas estabelecem os procedimentos de acompanhamento dos indicadores.

Assim que os indicadores foram definidos, passou-se ao estabelecimento do programa de monitoramento. O plano de monitoramento para o fabricante de embalagens de papel foi estabelecido pela identificação dos pontos de medição e dos parâmetros a serem monitorados no fluxograma de processo, ilustrado na Figura 8 abaixo.


Após a identificação dos pontos e parâmetros, elaborou-se uma ficha de procedimento das medições a serem realizadas. Os dados coletados e analisados no processo de monitoramento estabelecido para a empresa conduziu aos resultados apresentados na Tabela 13, a seguir.

Concluiu-se que o projeto proposto obteve uma redução de aproximadamente 95% de resíduos gerados por produto. Além disso, quando se considera que o resíduo também foi reaproveitado na confecção das capas e, portanto, não sendo novamente gerado, apenas repassado de atividade, a redução de resíduo por produto é total. Deixa-se de gerar resíduos na atividade de proteção das folhas de papel-cartão após o processo de desbobinamento e corte.

Passo 22: Continuidade do programa (melhoria contínua)

A melhoria contínua, de acordo com Slack et al. (2002), deve adotar uma abordagem para a melhoria no desempenho, que presume um número maior de passos para a melhoria incremental, porém estes serão menores.

Sabe-se que a habilidade em conduzir processos de melhoria contínua é algo nem sempre inerente aos funcionários das empresas. É necessário desenvolver-se habilidades específicas para a sustentação de melhoramento contínuo. São seis as habilidades organizacionais, mencionadas por Slack et al (2002), que precisam ser aprimoradas:

•

Habilidade de gerar envolvimento sustentável em melhoria contínua;

•

Habilidade de ligar melhoria contínua aos objetivos estratégicos da empresa;

•

Habilidade de passar a melhoria contínua por meio de barreiras organizacionais;

•

Habilidade de administrar estrategicamente o desenvolvimento da melhoria contínua;

•

Habilidade de articular e demonstrar os valores de melhoria contínua, e;

•

Habilidade de aprender por meio da atividade de melhoria contínua.

Assim, a aplicação do Programa PML precisa, periodicamente, ser revisada. A periodicidade mínima definida pelo Ecotime foi a anual. Nessas revisões é fundamental avaliar se os objetivos e as ações propostas foram realizados. A empresa também necessita ajustar os objetivos da PML às novas estratégias da empresa. O tempo de duração da pesquisa não permitiu ser realizada a revisão do Programa PML.

CONCLUSÕES

A primeira conseqüência do Programa PML para a empresa em estudo foi que a mesma passou a conhecer os regulamentos legais e com quais deles ela estava em desacordo (tratamento dos efluentes, disposição do óleo lubrificante usado, armazenamento de baterias, condicionamento dos resíduos de produtos químicos e uso do gás clorofluorcarbono). Pôde, assim, adequar-se aos requisitos, evitando sofrer multas dos órgãos ambientais fiscalizadores.

Foi comprovado, perante os clientes, que a imagem ambiental da empresa obteve melhoria, e verificada a importância por ela dada às questões ambientais, por meio de registros e de ações.

A empresa, motivada pela mentalidade ambiental provida pelo Programa, desenvolveu campanhas educativas (uso da educação ambiental) de reciclagem e de boa vizinhança.

Os empregados puderam aprender conceitos, técnicas e princípios da PML que podem ser utilizados no seu dia-a-dia. Eles também foram capacitados para visualizar suas atividades de uma outra maneira, envolvidos pelo espírito do ambientalmente correto.

Pela avaliação ambiental, verificou-se que, com a implementação do estudo proposto, seria possível eliminar a geração de resíduo de material utilizado na proteção das folhas cortadas.

Com a substituição do filme pela utilização de uma capa plástica reutilizável confeccionada com os resíduos plásticos provenientes das bobinas de papel-cartão, além de uma redução do tempo de mão-de-obra para sua colocação, uma melhora nas condições ergonômicas do funcionário responsável pela atividade também foi proporcionada.

Assim, pode-se observar que, com um pequeno investimento, a empresa obteve melhorias, nos fatores relacionados com os recursos humanos, inputs e outputs do processo produtivo, além de possibilitar maior preservação ambiental e um aumento significativo da eficácia operacional, criando vantagem competitiva para a organização.

REFERÊNCIAS

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Artigo recebido em 28/04/2005

Aprovado para publicação em 31/10/2006

Sobre os autores

Denise Dumke de Medeiros

Grupo de Pesquisa PLANASP – Departamento de Engenharia de Produção

Universidade Federal de Pernambuco

End.: Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n – CEP 50740-530 – Recife – PE

E-mail: ddm@ufpe.br

Felipe Alves Calábria

Grupo de Pesquisa PLANASP – Departamento de Engenharia de Produção

Universidade Federal de Pernambuco

End.: Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n – CEP 50740-530 – Recife – PE

E-mail: felipecalabria@yahoo.com.br

Gisele Cristina Sena da Silva

Grupo de Pesquisa PLANASP – Departamento de Engenharia de Produção

Universidade Federal de Pernambuco

End.: Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n – CEP 50740-530 – Recife – PE

E-mail: gsena@ufpe.br

Julio Cesar Gomes da Silva Filho

Grupo de Pesquisa PLANASP – Departamento de Engenharia de Produção

Universidade Federal de Pernambuco

End.: Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n – CEP 50740-530 – Recife – PE

E-mail: professorjulio@hotmail.com

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    Abr 2007

Histórico

  • Aceito
    31 Out 2006
  • Recebido
    28 Abr 2005
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