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Um novo marco na história de Physis

Editorial

Um novo marco na história de Physis

Este número marca a inflexão anunciada na edição anterior de Physis: pela primeira vez, o segundo número de um volume não encerra o mesmo, uma vez que editaremos três números este ano, e pretendemos chegar a quatro em breve. Essa expansão se faz com qualidade, como se vê nos artigos que compõem a presente edição.

O tema desta edição é apresentado em texto introdutório por Benilton Bezerra Jr., que sinteticamente — mas sem perder a profundidade — apresenta os sucessos e desafios do processo de reforma psiquiátrica em curso no Brasil, uma das áreas de política pública em saúde, ao lado do próprio SUS e do Programa Nacional de DST–AIDS, com maiores sucessos em sua implementação na retomada democrática das duas últimas décadas. A discussão inclui referências aos artigos do tema, de Rios, Nardi e Ramminger e Godoy e Bosi, que dispensam, portanto, comentários adicionais.

A análise crítica da produção de conhecimento e de suas repercussões em diversos campos relacionados à Saúde Coletiva forma quase que um segundo tema na seção de artigos livres da revista, abrangendo os seus três primeiros artigos. No primeiro, Giami analisa as repercussões de representações de senso comum sobre gênero na pesquisa sobre sexualidade, perpetuando visões tradicionais sob a suposta chancela da cientificidade. Segue–se o artigo de Castro e Turato, que propõem a análise crítica da produção intelectual (na forma de teses e dissertações) de algumas áreas médicas (Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia) numa universidade paulista, evidenciando a ausência quase total de preocupações epistemológicas no corpo de literatura analisado. No terceiro artigo, Caponi trata da biologização das ações socialmente indesejadas em dois momentos históricos distintos. Ainda na seção de artigos livres, Santos avalia a circulação de informações sobre dietas e emagrecimento na Internet, que estariam evidenciando, segundo a autora, a busca por formas mais suportáveis de enfrentar o sobrepeso. Encerrando a seção, Schmidt parte de um estudo de caso — a emergência de surtos de hantavirose no Sul do Brasil — como mote para a discussão integrada de questões ambientais e o trabalho em saúde.

O presente número se encerra com as resenhas de Gomes sobre o livro Difíceis decisões: etnografia de um Centro de Tratamento Intensivo, de Raquel A. Menezes, e de Macedo, sobre A alma da festa: família, etnicidade e projetos num clube social da Zona Norte do Rio de Janeiro o Renascença Clube, de autoria de Sonia Maria Giacomini.

Em breve nos reencontraremos no terceiro número de 2007.

KENNETH ROCHEL DE CAMARGO JR.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Nov 2007
  • Data do Fascículo
    2007
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