AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE UMA PASTAGEM DE CAPIM TOBIATÃ (Panicum maximum cv. Tobiatã) SOB PASTEJO ROTACIONADO

PRODUCTION AND UTILIZATION OF TOBIATÃ GRASS (Panicum maximum cv. Tobiatã) UNDER ROTATIONAL GRAZING

AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE UMA PASTAGEM DE CAPIM TOBIATÃ (Panicum maximum cv. Tobiatã) SOB PASTEJO ROTACIONADO

Edmar Imperatrice Teixeira¹; Wilson Roberto Soares Mattos^2*; Arthur Chinellato de Camargo³; Frederico A. de Andrade Rosseto²; Carmen Silvana Pires Teixeira²

¹Pós-Graduando do Depto. de Produção Animal - ESALQ /USP.

²Depto. de Produção Animal - ESALQ/USP, C.P. 09 - CEP: 13418-900 - Piracicaba, SP.

³Embrapa Pecuária Sudeste - C.P. 339 - CEP: 13560.970 - São Carlos, SP.

*e-mail: [e-mail]

RESUMO: Durante o período experimental de novembro de 1995 a abril de 1996 variáveis como disponibilidade de MS da planta toda, do resíduo pós-pastejo e das perdas de pastejo de uma pastagem de capim Tobiatã foram avaliadas. O ciclo de pastejo foi de 34 dias (33 de descanso e 1 de ocupação) para o lote principal de vacas de leite. Os dados obtidos foram divididos em períodos de pastejo e esses comparados entre si pelos testes de variância do recurso Proc-GLM do pacote estatístico SAS. Observou-se uma queda crescente na eficiência de colheita da pastagem a medida que o ciclo avançou. Em contrapartida, a quantidade de resíduo pós-pastejo aumentou. Eficiências de pastejo de 68,57% e 18,82% foram observadas quando a quantidade de resíduo foi 1491,50 e 7917,90 kg MS/ha durante os meses de novembro e abril, respectivamente. A composição botânica mostrou-se menos favorável com o avançar da estação de pastejo. A relação haste/folha aumentou de 0,33 para 1,92 do período de novembro/dezembro para abril/maio, respectivamente. Concluiu-se que a pressão de pastejo para o capim Tobiatã deve ser maior do que as utilizadas nesse experimento (8,84%PV) para que a eficiência de colheita aumente. A quantidade de resíduo pós-pastejo parece uma melhor como referência de manejo, como ferramenta para minimizar as perdas de pastejo .

Palavras-chave: Panicum maximum, Tobiatã, pastejo rotacionado, eficiência de pastejo, resíduo pós-pastejo, produção de matéria seca

PRODUCTION AND UTILIZATION OF TOBIATÃ GRASS (Panicum maximum cv. Tobiatã) UNDER ROTATIONAL GRAZING

ABSTRACT: During the experimental period of November 1995 to April 1996 the total availability, residue left after grazing and losses of a Tobiatã grass pasture were evaluated. The grazing cycle was 34 days (33 of rest and 1 day of grazing) for the main group of cows. A decrease in the grazing efficiency was observed when the cycle advanced in time and the residue height was increased. The values 68.57% and 18.82% were observed when the residue was 1491.50 and 7917.90 kg/ha during November and April respectively. The botanic composition was less desirable cycle after cycle. The steam/leaf ratio increased from 0.33 to 1.92 in November and April, respectively. The grazing pressures used for the Tobiatã grass should be greater than those used in this experiment (8.84 % LW); the postgraze residue seems to be a better tool for pasture management. This practice will probably reduce losses and increase the efficiency of pasture utilization.

Key words: Panicum maximum, rotacional grazing, grazing pressure, postgraze residue, dry matter production

INTRODUÇÃO

A produção de matéria seca numa pastagem é função de fatores inerentes ao ambiente como temperatura e radiação, e de fatores passíveis de serem alterados pelo homem, tais como disponibilidade de nutrientes e de água. Além disso, as técnicas de manejo empregadas podem influir na dinâmica de produção e uso dessa forragem.

Sendo um dos objetivos da atividade pecuária a maximização da receita líquida por unidade de área utilizada e sabendo que as relações de custo pouco são alteradas para um dado nível de utilização de insumos, todo esforço do produtor deve ser direcionado no aumento na eficiência de produção e de colheita da forragem disponível (Nabinger, 1997).

Inúmeros trabalhos científicos têm sido feitos para identificar parâmetros que balizem o produtor quanto ao momento e forma ideal de empregar práticas de manejo nas pastagens. Decisões quanto ao nível e momento de reposição de nutrientes, freqüência e intensidade de colheita da forragem, são alguns dos principais pontos de tomada de decisão no campo.

As forrageiras tropicais caracterizam-se pela capacidade de produzir grandes quantidades de matéria seca por hectare, tendo portanto um potencial de suportar lotações animais também elevadas. Para que a conversão de forragem em produto animal/ha seja maximizada são necessários ainda dois fatores. Em primeiro lugar, que a ingestão de nutrientes seja compatível com a produção animal desejada para o sistema de produção em questão. Para tal são necessários animais com potencial genético para converter a biomassa vegetal em produtos animais (carne, leite ou lã) da forma mais eficiente possível. Em segundo lugar que a colheita do material disponível seja a mais eficiente possível. O material deixado após o pastejo deve ser o mínimo necessário para permitir uma rebrota vigorosa e a perenidade dessa pastagem, porém, sem comprometer a performance animal devido a limitações de consumo e/ou da qualidade nutricional da forragem disponível.

As espécies do gênero Panicum são de larga utilização no território nacional e apresentam-se como um dos materiais de maior potencial de produção e diversificação de genótipos (Jank, 1994). No entanto, aspectos relacionados com a fisiologia dessa forrageira devem ser melhor definidos para confirmar ou ajustar procedimentos de manejo generalizados (Barbosa et al.,1997)

Com o intuito de gerar subsídios para produção e utilização racional do cultivar Tobiatã (P. maximum cv. Tobiatã) este trabalho objetiva descrever alguns aspectos morfo-fisiológicos dessa gramínea em condição de campo, durante o verão, sob pastejo rotacionado com vacas em lactação.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado numa área de 3,3 ha estabelecida com capim Tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã) em 1992, nas dependências do Sistema de Produção de Leite da "Fazenda Canchin" (CNPPSE-EMBRAPA), município de São Carlos, estado de São Paulo. As coordenadas do local são latidude 22^o 01', longitude 47^o 53' e altitude de 854 m acima do nível do mar.

No dia 20 de outubro de 1995 toda forragem do local foi nivelada a cerca de 15 cm do solo. Recebeu em seguida adubação de 50 kg de N/ha, 50 kg de P₂O₅/ha e 50 kg de K₂O/ha, sendo efetivamente iniciado o pastejo dia 23 de novembro de 1995. A análise química do solo revelou os seguintes valores Ca⁺² = 2,9; Mg⁺² = 1,4 e K⁺¹ = 0,1 meq/100gde solo. O pH CaCl₂ de 6,1, MO de 2,4% e o P em resina de 43 ppm.

Essa área foi dividida em 34 piquetes de aproximadamente 920 m², sendo reservados cerca de 1700 m² para área de descanso dos animais e corredores de acesso aos piquetes. O período de ocupação de cada piquete foi de um dia, sendo então novamente pastejado após 33 dias de descanso, conforme as orientações de manejo de Santos (1993). O manejo consistia em dar acesso inicialmente a um lote de animais de maior produção (Lote A), os quais permaneciam no piquete das 19h00 às 04h30 do dia seguinte. No restante do dia esses animais tinham acesso à uma área distinta reservada para descanso à sombra. Aproximadamente às 07h00 o piquete em questão recebia o lote de repasse que era composto por diversas categorias animais, tendo como único objetivo consumir os extratos inferiores do pasto até uma altura de resíduo de aproximadamente 40 cm. A carga animal do Lote A era ajustada de forma a permitir uma sobra de forragem para o repasse. O lote de repasse variava em tamanho de acordo com a quantidade diária de sobra.

No dia seguinte a cada pastejo os piquetes recebiam adubação de 85 kg de N/ha e 85 kg de K₂O/ha por pastejo através da fórmula 20.00.20.

Aproximadamente a cada 17 dias foram feitas avaliações da produção forragem, em dois diferentes piquetes, onde foi medido:

• Disponibilidade de MS da planta toda e de resíduo pós-pastejo: Imediatamente antes da entrada dos animais no piquete a ser amostrado (planta toda) e no dia seguinte à saída do lote de repasse (resíduo), toda forragem cuja base da touceira estivesse contida em quatro amostras retangulares de 3m² (1m x 3m), escolhidas ao acaso pelo método das linhas de intersecção, foi cortada o mais rente possível do solo (3 a 4 cm) e coletada para posterior pesagem. (Adaptado de Hilleshein, 1987).

• Composição botânica: A partir de cada amostra de disponibilidade de MS da planta toda e do resíduo pós-pastejo, uma sub-amostra de aproximadamente 3 a 4 kg foi separada. Esse material coletado foi separado em folha, haste e material senescido para posterior secagem em estufa a 60^o C por 72 horas e definição das relações entre os componentes com base na matéria seca.

• Altura da planta: A altura da forragem no momento de entrada dos animais (planta toda) assim como a da sua saída (resíduo pós-pastejo) foram tomadas em dez pontos diferentes. A altura consistiu no comprimento medido desde o nível do solo até a envergadura da folha mais alta do ponto em questão.

• Densidade da forragem: Foi calculada dividindo-se a matéria seca produzida no perfil da planta toda e do resíduo pela altura da planta (Hernandez et al, 1990).

• Perda de forragem: Foram marcadas quatro áreas de 4m² em diferentes locais dos dois piquetes amostrados. Logo após o seu pastejo cada área era cuidadosamente limpa de todo material caído deixando-se o solo exposto, após o fim do pastejo subsequente todo o material caído não aderido às touceiras foi coletado e seco em estufa a 60^oC por 72 horas para posterior pesagem (Adaptado de Hilleshein, 1987).

Para uma mais fácil interpretação dos resultados essas medidas foram agrupadas em cinco períodos:

1. Coletas dias 23/11/95 e 27/12/96

2. Coletas dias 13/01/96 e 30/01/96

3. Coletas dias 16/02/96 e 04/03/96

4. Coletas dias 21/3/96 e 07/04/96

5. Coletas dias 24/04/96 e 11/05/96

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se que a disponibilidade de forragem no momento da entrada dos animais ao piquete manteve-se estável nos períodos 2 a 5, apresentando valor menor apenas no período inicial da estação de pastejo, embora no último período já houvesse uma tendência à redução dessa variável (TABELA 1). O valor médio de 12.374 kg MS/ha após um período de 33 dias de crescimento é bastante superior aos valores encontrados por Sarmento et al. (1997) que obteve uma disponibilidade total de aproximadamente 5.500 a 9.900 kg MS/ha de pastagem de capim Tobiatã, ajustados para um ciclo de pastejo semelhante. Já Machado et al. (1997) observaram em capim Tobiatã, cortado a cada 35 dias, produções de MS verde total da ordem de 16.826 a 19.093 kg/ha em função das alturas de corte de 20 e 40 cm, respectivamente.

A taxa de acúmulo de matéria seca para cada período foi estimada subtraindo-se da disponibilidade total de MS do resíduo médio do período anterior, e dividindo-se por 33 dias de crescimento (TABELA 2), seguindo o raciocínio proposto por Balsalobre (1996). Observa-se que a taxa média de acúmulo de MS foi de 253,13 kg /ha.dia durante a fase experimental.

Para um período médio de 180 dias de utilização da forrageira durante a época de crescimento favorável (águas), teríamos uma produção total de 45.563,40 kg de MS/ha. Se a esse valor for acrescida a quantidade média de MS de resíduo de pós-pastejo de 5.554 kg/ha, estimaríamos uma produção total de 51.117,40 kg/ha no período. Esse valor está muito próximo ao de 53.000 kg/ha de MS citado por Jank (1994) como valor máximo obtido na avaliação de 156 acessos de Panicum maximum.

As taxas de crescimento reduziram do período 2 em diante seguindo a tendência de sazonalidade de produção para gramíneas tropicais descritas por Machado et al. (1997) e Pedreira & Mattos (1981). Os valores obtidos para os cinco períodos de observação foram respectivamente de 170,72; 369,98; 342,40; 294,61 e 89,93 kg/ha.dia de MS.

O resíduo pós-pastejo aumentou claramente com o adiantar da estação de pastejo, refletindo uma distorção nos objetivos de manejo propostos inicialmente. Os valores de MS de resíduo pós-pastejo oscilaram numa amplitude de 1.491,50 a 8.089,30 kg/ha, no período 1 e 4 respectivamente, demonstrando que a eficiência de colheita estimada decaiu com o avançar da estação. Na TABELA 2 observamos que a eficiência média estimada de colheita para o período experimental foi de 47,63%. Durante o período 5 atingiu seu menor valor (18,83%), enquanto no período inicial foi de 68,57%. Ambos os valores são considerados baixos pois eficiências de colheita em pastejo variam de 30 a 80% segundo Hilleshein (1987). Esse mesmo autor observou em pastejo de capim elefante eficiências de colheita media de 37 % do material disponível durante o período das águas e atribuiu esse fato à não eliminação do meristema apical do pasto no primeiro pastejo.

Esse baixo aproveitamento da forragem possivelmente é decorrente das pressões de pastejo que vigoraram durante o período experimental (TABELA 5). Valores considerados ideais para bovinos em lactação são citados na literatura como sendo ao redor de 6 % PV, para que se obtenha produções animais satisfatórias (Combellas & Hodgson, 1979). Nesse experimento a pressão de pastejo média observada para o lote de ponta foi ao redor de 8,7 % PV. Combellas & Hodgson (1979) observaram uma queda no aproveitamento da forragem à medida que reduziu-se a pressão de pastejo. O aproveitamento de azevém perene sob pastejo caiu de 85 para 33% quando a pressão de pastejo variou de 3 para 9%. Porém os estudos que definiram a pressão de 6% como aconselhável tiveram disponibilidades totais de MS menores que as obtidas, portanto deixando resíduos pós-pastejo também inferiores. Assim, ao se fixar um valor de pressão de pastejo, ocorre uma redução no aproveitamento da forragem com conseqüente aumento da altura e quantidade de resíduo, a medida em que a disponibilidade de forragem aumenta com o avançar dos períodos de pastejo.

Dessa forma Balsalobre (1996) adverte para que maior atenção seja dada no sentido de se considerar o resíduo pós-pastejo e não a pressão de pastejo como principal norteador de manejo em pastagens tropicais, principalmente quando os valores de disponibilidade de MS sejam superiores a 6000kg/ha.

É interessante notar o comportamento inverso da quantidade total de MS de folhas na planta toda e no resíduo pós-pastejo. Enquanto a quantidade de folhas potencialmente disponíveis reduz-se durante o final da estação de pastejo, no resíduo pós-pastejo essa fração cresce em termos absolutos indicando uma menor colheita de tecidos vegetais de melhor qualidade nutricional. A quantidade de MS de hastes por sua vez elevou-se do primeiro para os demais períodos, tanto na planta toda quanto no resíduo. As médias dessa fração foram de 5.520,80 e 3.515,40 kg/ha para disponibilidade total e resíduo pós-pastejo, respectivamente (TABELA 1).

As perdas elevaram-se durante os períodos de maior disponibilidade de MS, tendo como média do período experimental o valor de 1.178,58 kg/ha. Hilleshein (1987) observou em capim-elefante que as perdas de pastejo foram reduzidas com menores alturas do meristema apical, com o aumento da porcentagem de folhas na MS total e quando a pressão de pastejo sobre a MS total foi mais alta. Com o avançar dos períodos de pastejo a porcentagem de folhas na planta toda reduziu de 73,05 % para 28,01% (TABELA 3), enquanto as perdas de MS foram de 569 contra 1057,9 kg/ha (TABELA 1) nesses períodos, respectivamente. Da mesma forma a altura da forragem e do resíduo variaram com o aumento da disponibilidade de MS. Podemos observar nos TABELAS 3 e 4 que esses valores variaram entre os extremos de 123 a 199,5 cm e 57 a 140,25 cm para a disponibilidade total e para o resíduo pós-pastejo, respectivamente. A combinação dessas variáveis, reflexo das pressões de pastejo que vigoraram entre 3,4 a 9,7% com média de 8,84% PV, sugerem que o baixo aproveitamento e a elevada perda de pastejo provavelmente seriam minimizados se o resíduo pós-pastejo fosse mantido mais baixo, ou seja, se as pressões de pastejo fossem mais elevadas.

As densidades de forragem observadas, com a média do período em 71,63 kg MS/ha.cm na disponibilidade total (TABELA 3), são considerados por Stobbs (1973) como limitantes ao consumo devido à dificuldade de apreensão da forragem esparsa no perfil. Dessa forma o tempo de pastejo teria que ser aumentado para compensar menores volumes por bocado, fato que ocorre apenas até certos limites.

Os bovinos pastejam de forma seletiva, colhendo a pastagem sempre em camadas horizontais no perfil (Hodgson, 1994). Observa-se que as densidades do resíduo pós-pastejo são numericamente inferiores que as da disponibilidade total, 71,63 e 54,78 kg MS/ha.cm respectivamente (TABELAS 3 e 4), sugerindo um menor potencial de colheita pelo pastejo à medida que os perfis superiores são consumidos, intensificando a queda da qualidade alimentar da forragem, que também possui qualidade nutritiva inferior.

A composição botânica da planta assim como a qualidade da MS total disponível tornaram-se menos favoráveis à medida em que avançou a estação de pastejo. Na TABELA 3 observamos um aumento claro ocorrido na relação haste/folha na planta toda. Esse fato demonstra uma maior participação de tecidos de menor potencial de ingestão e digestão, como as hastes que aumentaram sua participação relativa de 23,36 para 53,05% do primeiro para o último período de observação. A qualidade nutricional inferior das hastes foi constatada para diversas espécies de Panicum por Akin et al. (1984). Valores acima de 1,0 para relação haste/folha, como observado já no período 3 (TABELA 3), foram considerados como limitantes à performance animal por Pinto et al. (1994).

A composição botânica do resíduo sofreu menores alterações com o decorrer da estação (TABELA 4). Apenas no período 1 de forma geral a qualidade do material foi mais elevada, com 31,35% de folhas na MS, indicando ainda um potencial maior de aproveitamento. A densidade média observada no resíduo foi de 54,78 kg/ha.cm, e a relação haste/folha de 3,86, demonstrando uma grande seletividade de colheita do material. As porcentagens dos diversos tecidos do resíduo foram de 19,03; 62,78 e 18,19% da MS para folhas, hastes e material senescido, respectivamente (TABELA 4). Observou-se um aumento nos valores relativos de haste no resíduo enquanto que a porcentagem de material senescido manteve-se. Esse fato pode ser explicado ao observar-se que o valor absoluto desse tecido reduziu no resíduo provavelmente por ser incorporado às perdas de pós-pastejo.

Dessa forma os resultados observados nesse experimento sugerem que pastejos mais intensos ou mais freqüentes deveriam ser efetuados para que o aproveitamento da forragem fosse maior. O uso da pressão de pastejo como principal diretriz de manejo do capim Tobiatã não se mostrou favorável, devido ao aumento das perdas e do resíduo de pastejo à medida que a disponibilidade de forragem aumenta. O balizamento do manejo pela altura do resíduo possivelmente proporcionará uma maior eficiência de pastejo. Porém, os dados sugerem também que à medida que as taxas de acúmulo de MS aumentam, a freqüência de pastejo deva ser aumentada de forma à proporcionar um material disponível com maior quantidade de tecidos de fácil consumo e digestão.

CONCLUSÕES

• A maior eficiência de colheita nesse experimento foi de 68%, obtida com um resíduo pós-pastejo de 1.491 kg MS/ha e uma altura de 58 cm. Essa eficiência tendeu a reduzir-se à medida em que houve aumento das duas variáveis acima.

• A lotação animal média observada no período foi de 8,84 UA/ha. No entanto a eficiência de colheita média do material potencialmente consumível foi de apenas 47,63 %.

• A densidade de forragem média observada no capim Tobiatã foi de 71,63 kg de MS/ha.cm na planta toda e de 54,78 kg de MS/ha.cm no resíduo pós-pastejo.

• A composição botânica do capim Tobiatã tornou-se menos favorável com o avançar dos períodos de pastejo. A relação haste/folha aumentou de 0,33 para 1,92 na planta toda do início para o fim do período experimental.

Recebido para publicação em 21.01.98

Aceito para publicação em 20.07.98

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  08 Jul 1999
• Data do Fascículo
  1999

Histórico

• Aceito
  20 Jul 1998
• Recebido
  21 Jan 1998