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A busca da excelência via internet, uma meta possível para regiões menos favorecidas, na época das infovias

NOTAS E INFORMAÇÕES

A busca da excelência via internet, uma meta possível para regiões menos favorecidas, na época das infovias

Zulene Maria de Vasconcelos VarelaI; Raimunda Magalhães da SilvaII; Maria Grasiela Teixeira BarrosoI

IProfessoras Titulares do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará, membros do Conselho de Coordenação do Mestrado em Enfermagem

IICoordenadora do Mestrado em Enfermagem - UFC

INTRODUÇÃO

O diferenciado perfil dos cursos de graduação e pós-graduação do País é reflexo do conjunto complexo de fatores interligados, de recursos orçamentários da União destinados às atividades de ensino e pesquisa nas IES do País, apolítica da contratação e qualificação de pessoal para o ensino de 3º grau, e a concentração de curso/escolas/faculdades na região sudeste, já consolidados e com excelente produção científica e tecnológica de relevância social.

Apesar de todas as dificuldades que caracterizam o Nordeste do País, Região tem avançado e demonstrado um potencial significativo de crescimento em vários campos da atividade. No que tange à pós-graduação, em enfermagem, também se percebe esse avanço, graças à receptividade dos Cursos de enfermagem do sul/sudeste assessorando, recebendo a demanda de candidatos a seus cursos de mestrado/doutorado ou colaborando na implantação e desenvolvimento de Programas em Cursos na Região Nordeste. No entanto, se mantivermos a visão das disparidades regionais e da concentração de recursos e facilidades de algumas, nunca poderemos superar nossas dificuldades, atingir o mesmo nível da Região sudeste ou almejarmos o conceito de excelência segundo parâmetros não diferenciados por regiões.

Reconhecemos que a problemática da qualidade do ensino universitário tem atraído a atenção de profissionais, organizações e governo na tentativa de encontrar caminhos para solucionar os problemas.

Mas, quaisquer propostas perderão sentido e estarão fadadas à ineficácia se perdemos de vista os novos cenários mundiais que estão determinando uma nova forma de olhar e solucionar os problemas "locais" e regionais estejam localizados no primeiro ou no terceiro mundo. Referimo-nos à era da informática, a tendência à globalização, à transdisciplinaridade e às parcerias e fusões.

Essa conjuntura possibilita que as diferentes regiões do país possam entrar em processo de crescimento usando das mesmas facilidades, as da comunicação via Internet. Essa ferramenta permite que se viabilizem cursos, seminários, assessorias, consultorias, orientações de dissertações/tese, elaboração compartilhada de livros e periódicos, que se acessem informações nas bibliotecas de todo o mundo, sem que, para isso haja necessidade de deslocamento de pessoal de um lado a outro do País e do mundo.

Portanto, um curso que queria atingir a excelência tem que assegurar ter entrado na era da informática o que nos leva a sugerir questionamentos, tais como:

A Instituição tem estrutura adequada à comunicação via INTERNET? (Laboratórios de ensino-aprendizagem e biblioteca informatizados, por exemplo.)

Docentes e discentes da graduação/pós-graduação estão habilitados e usam os serviços da INTERNET em todo o seu potencial?

Docentes dominam o inglês?

A Instituição mantêm intercâmbio com centros avançados de ensino e pesquisa no País e no mundo?

Há registro de parcerias nacionais e internacionais na publicação de artigos/livros?

Há vinculo entre Programa/Grupos/Pesquisadores de diferentes regiões do País ou entre países?

Não sendo assim, qualquer outra Proposta, calcada em modelos convencionais, estará comprometendo a postura de tratamento justo para com os Cursos/ Programas localizados nas regiões menos favorecidas.

Em síntese, os itens a serem considerados para caracterizar um curso de pós-graduação no nível de excelência são:

QUANTO À INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

- Informatização e ligação à INTERNET;

- Capacitação de docentes/discentes no uso das Infovias;

- Revista de propriedade do Curso/Programa.

QUANTO À PRODUÇÃO CIENTÍFICA

- Publicação em periódicos nacionais e internacionais - pelo menos 1 artigo/ano;

- Publicação de livro/capítulos - pelo menos 1/ano.

QUANTO À GRUPOS DE PESQUISA

Atividades de ensino/pesquisa/extensão articuladas em rede com a participação de docentes/discentes da graduação/pós-graduação.

QUANTO À INTEGRAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL

- Cooperação com cursos/programas emergentes de graduação/pós-graduação;

- Assessoria na organização de novos grupos de pesquisa;

- Assessoria na implantação de novos cursos/programas de graduação/pós-graduação;

- Institucionalização de intercâmbios nacionais e internacionais nas áreas de ensino/pesquisa/ extensão;

- Participação em conselhos editoriais de revistas;

- Participação em conselhos de consultoria "Ad-Hoc".

QUANTO À INTEGRAÇÃO INTRA-INSTITUIÇÃO

Manutenção de Programas e política de articulação graduação/pós-graduação.

QUANTO À DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO

- Participação, com trabalhos, em eventos nacionais internacionais - pelo menos 1 em cada nível;

- Existência de periódico próprio para escoamento da produção de docentes/discentes/assistenciais.

QUANTO AO ACESSO À INFORMAÇÃO INTERNACIONAL

Domínio do inglês ou outro idioma de alcance internacional.

A simples ambientação pessoal à comunicação via Internet abre um leque de desafios à imaginação estimulando-se, assim, a criatividade e as possibilidades de autodesenvolvimento pessoal, grupal, institucional, transinstitucional e internacional promovendo o entendimento entre pessoas e grupos que têm como meta a promoção humana um planeta em que a vida é favorecida.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2006
  • Data do Fascículo
    Jan 1997
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