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Aspectos do conhecimento científico e seu desenvolvimento na enfermagem

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ASPECTOS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E SEU DESENVOLVIMENTO NA ENFERMAGEM

Fabiana Paula Vieira1 1 Discente do 7º semestre do curso de graduação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, bolsista de Iniciação Científica, orientada por Márcia Caron Ruffino, Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO

Para falarmos em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferenciá-lo de outros tipos de conhecimentos existentes. TRUJILLO (1974), sistematiza as características de quatro tipos de conhecimentos:

- Conhecimento Popular caracteriza-se por ser valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível, inexato; Conhecimento Filosófico caracteriza-se por ser valorativo, racional, sistemático, não verificável, infalível; Conhecimento Religioso caracteriza-se por ser valorativo, sistemático, não verificável, inspiracional, infalível, exato; Conhecimento Científico caracteriza-se por ser real (factual), contingente, sistemático, verificável, falível e aproximadamente exato. O conhecimento científico se difere dos demais, no que se refere a presença de uma metodologia e visão crítica, e não em relação propriamente ao seu conteúdo.

Segundo BROOKFIELD (1987), a transmissão de conhecimentos na enfermagem está ligada às questões de poder, interesses e controle, não havendo a preocupação com o fato de encorajar os alunos a expressar suas opiniões, críticas e sentimentos.

Para PEREIRA (1992), a competência técnico- científica é a condição necessária para a valorização da profissão e sua evolução depende da conscientização da enfermagem quanto a necessidade de continuar acrescentando conhecimentos nas disciplinas, através da investigação (pesquisa).

OBJETIVOS

1- Observar se o ensino sobre Conhecimento Científico tem se desenvolvido entre acadêmicos de enfermagem.

2- Identificar o grau de informações sobre Conhecimento Científico entre alunos bolsistas e não bolsistas de Iniciação Científica.

METODOLOGIA

Foram selecionados 42 alunos de 2º e 3º anos de enfermagem (bolsistas e não bolsistas de Iniciação Científica), através da realização de um sorteio, onde utilizou-se uma moeda seguindo o sistema de "cara" ou "coroa"("cara"= selecionado; "coroa"= não selecionado).

Um instrumento foi utilizado e respondido por alunos bolsistas e não bolsistas de diferentes fontes financeiras, após receberem informações sobre o estudo, anonimato na participação e fornecimento de consentimento para a publicação do trabalho. O questionário foi composto de quatro questões. A primeira pergunta consistia na escolha de alternativas corretas. A segunda, terceira, e quarta consistiram na enumeração das alternativas em ordem de prioridade. Para cada questão havia uma instrução específica para a colocação da resposta.

Os dados foram coletados no período de novembro/98, durante os intervalos das aulas, perfazendo um total de duas horas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foi observado pouca diversidade nas respostas das questões que se referiam em enumerar as alternativas em ordem de prioridade, o que mostra a presença de ensino sobre Conhecimento Científico na graduação em enfermagem.

A diferença de acertos entre os alunos bolsistas e não bolsistas foi de 44,7%, sendo que os alunos não bolsistas tiveram 47% a mais de acertos nas alternativas 1, 5, 12 e 13 e os alunos bolsistas apenas 2,7% a mais de acertos nas alternativas 3 e 8, conforme análise da tabela.

CONCLUSÕES

A transmissão de informações sobre Conhecimento Científico na graduação se faz presente, uma vez que ambos os alunos mostraram possuir alguns conhecimentos sobre método científico. No entanto observamos a existência de um ensino deficitário sobre temas obrigatoriamente necessários para o desenvolver de uma pesquisa com qualidade e aplicabilidade, principalmente aos alunos diretamente ligados a trabalhos científicos.

  • 01. BROOKFIELD, S.D. Developing critical thinkers San Francisco: Jossey-Bass, 1987.
  • 02. FERREIRA, J.D.S. Ciência, mito cientista-atitude do investigador. Nurs., Portuguesa, v. 10, n. 113, 1997.
  • 03. PEREIRA, R.C.J. Desenvolvendo o pensamento crítico nas questões de ensino e da prática de enfermagem. Rev. Gaúch.Enfermagem, Porto Alegre, v. 13, 1992.
  • 04.TRUJILLO, F.A. Metodologia da ciência 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
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    Discente do 7º semestre do curso de graduação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, bolsista de Iniciação Científica, orientada por Márcia Caron Ruffino, Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Jul 2005
    • Data do Fascículo
      Dez 1999
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