Editorial
A vitória do Sinam
"Vencer não é tudo. É mais do que isso."
( Vincent Lombardi)
Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades, dizia Charles Chaplin. Nessa linha de pensamento, o Sinam representou, desde o seu lançamento, um grande desafio. Com certeza, teríamos que enfrentar resistências e dificuldades de todas as formas. Mesmo assim, aceitamos e partimos para o "bom combate".
Agora, ao ver o Sinam completar seu primeiro aniversário, já nos sentimos realizados. Em tão pouco tempo, deixou de ser um horizonte para transformar-se numa das maiores conquistas da classe médica. O Sinam é hoje uma realidade extremamente gratificante que não tem mais volta. Caminha inexoravelmente em busca do seu grande destino.
De nada adiantou alguns colocarem a política, a inveja, os interesses pessoais frente ao Sinam; ele passou por cima de tudo e de todos. Aqueles que simplesmente criticaram, sem apresentar uma alternativa melhor, terão que se curvar diante desta grande realidade.
Praticamente, já concluímos a fase de implementação do Sinam em todo o País. Iniciamos, agora, o processo de descentralização para as Federadas que desejarem assumir a coordenação do sistema em seus Estados. Daremos todo o apoio logístico, técnico e de material. As Federadas do Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas já o fizeram.
Só seremos fortes e conseguiremos vencer a submissão que nos impõe o atual sistema alternativo de saúde quando o funcionamento do Sinam, em nível nacional, estiver consolidado sob um só pensamento. Para tanto, é necessário que estejamos unidos em torno do projeto, mesmo dentro de algumas divergências.
Cabe-nos aqui lembrar as palavras que o ilustre colega Júlio Sanderson, brilhante orador, costuma dizer quando, diante de uma crise, compara os médicos aos metalúrgicos. Depois de algumas considerações enfatiza: os metalúrgicos são unidos mesmo em se odiando. E conclui: e os médicos? Os médicos são desunidos mesmo em se amando. Porém, a crise que estamos vivendo trouxe uma nova e grande bandeira de luta - o Sinam. E é ele que vai unir os médicos em todo o Brasil.
Mas o que vale neste momento é que o Sinam está indo maravilhosamente bem. Mais de 300 mil inscritos. A população está satisfeita e os profissionais escolhidos livremente começam a atender seus pacientes, recebem diretamente sem intermediários, sem qualquer taxa de administração. É apenas o médico e seu paciente, ninguém mais. O que seria apenas um sonho, mas que agora sonhado por todos, tornou-se realidade. Parabéns a todos pelo "sistema dos médicos" !
Antonio Celso Nunes Nassif
Presidente da AMB
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
16 Jun 2000 -
Data do Fascículo
Jul 1999