Open-access Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes sobre o diagnóstico e classificação do Diabetes Melito e tratamento do diabetes tipo 2

Diretrizes

Clínica Médica

"CONSENSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES SOBRE O DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELITO E TRATAMENTO DO DIABETES TIPO 2"

O que é "Consenso médico"? Nos últimos anos tem sido bastante freqüente a elaboração dos assim chamados "Consensos médicos", seja sobre diagnósticos, seja sobre tratamento de diferentes entidades nosológicas. Geralmente, os consensos são organizados por Sociedades Médicas e excepcionalmente por alguns centros universitários e deles participam colegas médicos considerados grandes conhecedores do assunto, muitas vezes ligados à vida acadêmica, outras vezes indicados pelas Sociedades Médicas devido ao notório saber ou pelo fato de serem possuidores de grande experiência clínica.

A Sociedade Brasileira de Diabetes lançou, no ano passado, o Consenso Brasileiro sobre diabetes, focalizando o diagnóstico e classificação e, em uma segunda parte, versando sobre tratamento do diabetes tipo 2. A SBD não apresentou um consenso sobre tratamento ao diabetes tipo 1. Em relação ao diagnóstico, o Consenso da SBD seguiu as recomendações da Associação Americana de Diabetes e da Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltando que a OMS recomenda que além da glicemia de jejum (procedimento básico para se estabelecer o diagnóstico, também seja realizado o teste oral de tolerância à glicose, uma vez que os valores da glicemia plasmática de 2 horas após 75 gramas de glicose acima dos limites normais de 140 mg/dl e, particularmente acima de 200 mg/dl, constitui fator de risco importante para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares (aumento da mortalidade) mesmo em indivíduos com glicemia de jejum normal (< 110 mg/dl). O Consenso da SBD não recomenda campanha de rastreamento da massa populacional mas tão somente nos indivíduos de risco.

Em relação ao tratamento do diabetes tipo 2, as diferentes opções farmacológicas são apresentadas, porém não houve nenhuma posição firmada do Consenso referente ao uso de novos fármacos, recentemente introduzidos no Brasil (repaglinida, nateglinida e tiazolidinedionas). Os argumentos basearam-se na falta de experiência clínica dos participantes por ocasião da realização do Consenso.

Comentário

Estes novos fármacos têm revolucionado o tratamento do diabetes tipo 2, o que torna a realização de um novo Consenso altamente necessário. O Consenso encontra-se publicado nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia (vol. 44, n.º 4 (suplemento 1), setembro 2000, pag.58).

Antonio Roberto Chacra

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Abr 2001
  • Data do Fascículo
    Mar 2001
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