RESUMO
Objetivo
descrever, por meio de revisão da literatura, alterações auditivas e/ou vestibulares relacionadas ao uso em curto ou em longo prazo da mefloquina.
Estratégia de pesquisa
trata-se de uma revisão integrativa, realizada nas seguintes bases de dados: PubMed, Web of Science, SciELO, LILACS, Scopus, ScienceDirect, Cochrane Library, Embase, OpenGrey, DissOnline e OAlster.
Critérios de seleção
foram incluídos estudos com participantes a partir de 18 anos de idade, que fizeram uso de mefloquina e que foram submetidos à avaliação auditiva e/ou questionário referente à função auditiva e vestibular. Foram excluídas revisões de literatura, capítulos de livros e estudos que utilizaram a mefloquina combinada a outros medicamentos.
Resultados
foram identificados 1.267 estudos nas bases de dados utilizadas, sendo selecionados 28 artigos para leitura completa. Destes, 12 foram incluídos na revisão, de acordo com os critérios de elegibilidade. Quatro artigos apontaram a presença de alterações vestibulares e auditivas, 2 indicaram apenas alterações auditivas e 6 apenas desordens vestibulares. No que se refere às manifestações auditivas, zumbido e perda auditiva foram os sintomas mais frequentes. Vertigem/tontura e desequilíbrio corresponderam às alterações vestibulares comumente apresentadas.
Conclusão
manifestações auditivas e vestibulares foram referidas em curto e longo prazo, após o tratamento com a droga. A descontinuação de seu uso possibilitou a reversão das manifestações, porém, em alguns casos, foi observada a permanência das afecções. Considera-se importante a realização de acompanhamento audiológico e vestibular durante a ingestão da mefloquina, visto o seu perfil de toxicidade e possíveis manifestações colaterais de caráter auditivo e vestibular.
Palavras-chave:
audição; perda auditiva; doenças vestibulares; vertigem; mefloquina
ABSTRACT
Objective
To describe through a literature review auditory and/or vestibular alterations associated with the short or long-term use of mefloquine.
Research strategy
Integrative review performed on the following databases: Pubmed, Web of Science, Scielo, Lilacs, Scopus, Science Direct, Cochrane Library, Embase, Open Grey, DissOnline, OAlster.
Selection Criteria
The articles selected included studies with participants that were 18 years old or over, who used mefloquine and who were submitted to an auditory evaluation and/or a questionnaire regarding auditory and vestibular function. Literature reviews, book chapters, and studies using mefloquine associated with other drugs were excluded.
Results
1,267 studies were identified in the databases used, 28 articles were selected for full reading, and out of these, twelve were included in the review according to the eligibility criteria. Four articles pointed out the presence of vestibular and auditory diseases, two indicated only auditory disorders, and six solely vestibular disorders. Regarding auditory manifestations, tinnitus and hearing loss (HL) were the most frequent symptoms. Vertigo/dizziness and imbalance matched to the vestibular changes were commonly observed.
Conclusion
Auditory and vestibular manifestations were referred to in the short and long-term after treatment with the drug. The discontinuation of its use made it possible to reverse the manifestations; however, in some cases, the permanence of the disorders was reported. Audiological and vestibular follow-up during mefloquine use is considered important, given its toxicity profile and possible side manifestations of an auditory and vestibular nature.
Keywords:
hearing; hearing loss; vestibular diseases; vertigo; mefloquine
INTRODUÇÃO
Casos de doenças relacionadas ao sistema respiratório começaram a surgir com maior frequência nos hospitais de Wuhan (China), no fim de dezembro de 2019 e, em apenas um mês, 9.692 casos dessa disfunção foram confirmados. A partir de análises de amostras do líquido broncoalveolar de um dos pacientes, pôde-se confirmar que a infecção respiratória foi causada por um novo tipo de coronavírus. Diante disso, a doença passou a ser chamada de Covid-19, abreviação para Coronavirus Disease 19, ou SARS-CoV-2, abreviação para Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2(11 Wang D, Hu B, Hu C, Zhu F, Liu X, Zhang J, et al. Clinical characteristics of 138 hospitalized patients with 2019 novel coronavirus–infected pneumonia in Wuhan, China. JAMA. 2020;323(11):1061-9. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2020.1585. PMid:32031570.
http://dx.doi.org/10.1001/jama.2020.1585...
,22 Kannan S, Shaik Syed Ali P, Sheeza A, Hemalatha K. COVID-19 (Novel Coronavirus 2019) - recent trends. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2020;24(4):2006-11. http://dx.doi.org/10.26355/eurrev_202002_20378. PMid:32141569.
http://dx.doi.org/10.26355/eurrev_202002...
).
Por se tratar de um novo vírus com alta capacidade de reprodução, a doença se alastrou por diversos países de forma rápida, tornando-se causadora de um estado de emergência global, declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)(33 Liu Y, Gayle AA, Wilder-Smith A, Rocklöv J. The reproductive number of COVID-19 is higher compared to SARS coronavirus. J Travel Med. 2020;27(2):taaa021. http://dx.doi.org/10.1093/jtm/taaa021.
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,44 WHO: World Health Organization. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report – 51 [Internet]. 2020 [cited 2020 May 1]. Available from: https://www.who.int/docs/defaultsource/coronaviruse/situation-reports/20200311-sitrep-51-covid-19.pdf?sfvrsn=1ba62e57_10
https://www.who.int/docs/defaultsource/c...
). O surto pandêmico e a rápida corrida por estratégias antivirais específicas no combate ao vírus, além de testes de medicamentos para o tratamento e prevenção da doença, têm sido o foco de ensaios e pesquisas clínicas. Desta forma, a administração de novos medicamentos em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 está sendo realizada em grande escala, a fim de controlar as complicações causadas pela Covid-19(55 Zhai P, Ding Y, Wu X, Long J, Zhong Y, Li Y. The epidemiology, diagnosis and treatment of COVID-19. Int J Antimicrob Agents. 2020;105955(5):105955. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2020.105955. PMid:32234468.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag....
6 Ahn DG, Shin HJ, Kim MH, Lee S, Kim HS, Myoung J, et al. Current status of epidemiology, diagnosis, therapeutics, and vaccines for novel Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). J Microbiol Biotechnol. 2020;30(3):313-24. http://dx.doi.org/10.4014/jmb.2003.03011. PMid:32238757.
http://dx.doi.org/10.4014/jmb.2003.03011...
-77 Jin Y, Yang H, Ji W, Wu W, Chen S, Zhang W, et al. Virology, epidemiology, pathogenesis, and control of COVID19. Viruses. 2020;12(4):372. http://dx.doi.org/10.3390/v12040372. PMid:32230900.
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).
Um dos fármacos que tem sido descrito no uso de doenças respiratórias por SARS-CoV e como possível droga potencial contra o SARS-CoV-2 é o composto mefloquina (MQ)(88 Dyall J, Coleman CM, Hart BJ, Venkataraman T, Holbrook MR, Kindrachuk J, et al. Repurposing of clinically developed drugs for treatment of Middle East respiratory syndrome coronavirus infection. Antimicrob Agents Chemother. 2014;58(8):4885-93. http://dx.doi.org/10.1128/AAC.03036-14. PMid:24841273.
http://dx.doi.org/10.1128/AAC.03036-14...
,99 Serafin MB, Bottega A, Foletto VS, da Rosa TF, Hörner A, Hörner R. Drug repositioning is an alternative for the treatment of coronavirus COVID-19. Int J Antimicrob Agents. 2020;55(6):105969. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2020.105969. PMid:32278811.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag....
). É conhecido como um medicamento antimalárico e parasitário, desenvolvido em 1970 e considerado como um análogo sintético do composto quinino, pertencente ao grupo aromático 4-quinolinemetanol. Ambas as substâncias são consideradas tradicionalmente ativas na profilaxia e tratamento da malária em humanos, causada pelo Plasmodium Falciparum, resistente ao composto de cloroquina(1010 Nevin RL. Idiosyncratic quinoline central nervous system toxicity: historical insights into the chronic neurological sequelae of mefloquine. Int J Parasitol Drugs Drug Resist. 2014;4(2):118-25. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpddr.2014.03.002. PMid:25057461.
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).
Em estudo realizado na China, pesquisadores relataram que o cloridrato de MQ provocou inibição completa dos efeitos citopáticos na cultura de células e sugeriu que o medicamento fosse considerado na investigação de estratégias terapêuticas adicionais no tratamento da infecção por Covid-19(1111 Fan HH, Wang LQ, Liu WL, An XP, Liu ZD, He XQ, et al. Repurposing of clinically approved drugs for treatment of coronavirus disease 2019 in a 2019-novel coronavirus-related coronavirus model. Chin Med J (Engl). 2020;133(9):1051-6. http://dx.doi.org/10.1097/CM9.0000000000000797. PMid:32149769.
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).
A Rússia foi o país pioneiro no teste de um medicamento à base de MQ no tratamento de infectados pelo novo coronavírus, apresentando, em março de 2020, um regime de tratamento à base da substância para o combate eficaz ao SARS-CoV-2 no organismo humano e com ação promissora na prevenção da doença(1212 FMBA: Federal Biomedical Agency. Russia's [Internet]. Presented a drug for the treatment of coronavirus infection. 2020 [cited 2020 Jun 15]. Available from: http://fmbaros.ru/press-tsentr/novosti/detail/?ELEMENT_ID=38052&sphrase_id=15694
http://fmbaros.ru/press-tsentr/novosti/d...
). Entretanto, o composto tem sido associado a uma gama de efeitos adversos de origem neurológica, em usuários profiláticos da substância, sendo comumente relatados a vertigem, dificuldades visuais e efeitos idiossincráticos, como distúrbios de equilíbrio, neuropatia periférica, parestesia, tremores e ataxia(1313 Nevin RL. Investigating channel blockers for the treatment of multiple sclerosis: considerations with mefloquine and carbenoxolone. J Neuroim. 2012;243(1-2):106-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jneuroim.2011.12.016.
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).
Embora o uso da MQ tenha benefícios como droga antiviral, estudos a respeito de medicamentos antimaláricos utilizados contra infecções virais citam que a neurotoxicidade deve ser levada em consideração, devido à probabilidade de graves reações adversas(1414 D’Alessandro S, Scaccabarozzi D, Signorini L, Perego F, Ilboudo DP, Ferrante P, et al. The use of antimalarial drugs against viral infection. Microorganisms. 2020;8(1):85-111. http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms8010085. PMid:31936284.
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,1515 Ramos-Martín V, González-Martínez C, Mackenzie I, Schmutzhard J, Pace C, Lalloo DG, et al. Neuroauditory toxicity of artemisinin combination therapies: have safety concerns been addressed? Am J Trop Med Hyg. 2014;91(1):62-73. http://dx.doi.org/10.4269/ajtmh.13-0702. PMid:24865683.
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).
Considerando a toxicidade da MQ, presume-se que alterações na função auditiva e/ou disfunções vestibulares também possam ser causadas pelo uso desse medicamento antimalárico.
Tendo em vista a diversidade de medicamentos testados na atual pandemia de Covid-19 e a necessidade de conhecimento sobre os efeitos adversos, sejam auditivos e/ou vestibulares, relacionados ao uso desses fármacos, considera-se relevante esta revisão.
OBJETIVO
A presente revisão integrativa teve como objetivo descrever alterações auditivas funcionais e/ou vestibulares relacionadas ao uso em curto ou em longo prazo da MQ, em jovens, adultos e idosos.
ESTRATÉGIA DE PESQUISA
A revisão foi direcionada pela seguinte pergunta norteadora: “Qual o efeito da MQ utilizada em curto ou em longo prazo, nas vias auditivas funcionais e/ou vestibulares em humanos?”
A estratégia PICo foi utilizada e definida da seguinte forma: População (P): indivíduos que fizeram uso da MQ; Intervenção (I): avaliação funcional audiológica e/ou vestibular, bem como autorrelato de queixas audiológicas ou vestibulares; Contexto (Co): alterações funcionais auditivas e/ou vestibulares, bem como autorrelato de queixas auditivas e/ou vestibulares.
Este estudo foi realizado por meio das principais bases de dados disponíveis nos meses de maio e junho de 2020, especificamente: PubMed, Web of Science, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scopus, ScienceDirect, Cochrane Library e Embase, incluindo também as seguintes bases de dados para a Literatura Cinzenta: OpenGrey, DissOnline e OAlster.
Não foram aplicadas restrições de idioma e data de publicação. Com o objetivo de alcançar maior quantidade de artigos, foram utilizadas duas chaves de busca, associadas aos conectores booleanos AND e OR, sendo elas: mefloquine AND hearing OR hearing loss OR hearing diseases OR hearing disorders OR deafness; mefloquine AND vestibular diseases OR labyrinth diseases OR vertigo. Todos os descritores utilizados nas chaves de busca foram obtidos na base Medical Subject Headings (MeSH).
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
Dois revisores independentes selecionaram os artigos, inicialmente pela leitura do título e resumo e, finalmente, pela leitura do artigo por completo, de acordo com critérios preestabelecidos de inclusão e exclusão. Discrepâncias em relação à seleção e extração de dados foram discutidas entre os revisores no fim de cada etapa, objetivando chegar a um consenso e, na ausência de concordância, um terceiro avaliador foi consultado.
Foram incluídos estudos sem restrição quanto ao tipo de desenho, porém, que apresentassem: (1) descrição de pacientes humanos jovens, adultos e idosos, com idade a partir de 18 anos, que utilizaram MQ e que foram submetidos a qualquer tipo de avaliação auditiva e/ou questionário de autopercepção, relacionados à função auditiva e vestibular; (2) e/ou hipóteses ou evidências sobre a fisiopatologia do comprometimento auditivo associado ao uso do medicamento. Os critérios de exclusão adotados foram: revisões de literatura; capítulos de livros; estudos que usaram a MQ combinada a outro medicamento sem separações dos efeitos adversos para cada medicamento; estudos com indivíduos que já possuíam alterações da função auditiva e/ou vestibular.
ANÁLISE DE DADOS
Os revisores, de maneira independente, extraíram os dados dos artigos selecionados em formato digital, sendo eles: o título do artigo, nomes dos autores, ano de publicação, país, tipo e objetivo do estudo, tamanho da amostra, faixa etária do grupo estudado, medicamentos utilizados, tempo de uso dos medicamentos, alterações audiológicas, alterações vestibulares, principais conclusões disponibilizadas pelos estudos e nível de evidência. Para classificar os artigos incluídos de acordo com o nível de evidência científica, foi utilizada a nova pirâmide de medicina baseada em evidências(1616 Murad MH, Asi N, Alsawas M, Alahdab F. New evidence pyramid. Evid Based Med. 2016;21(4):125-7. PMid:27339128.).
Com o intuito de sintetizar a informação dos artigos, os dados extraídos dos estudos foram compilados de forma descritiva em uma tabela previamente elaborada, o que facilitou a identificação e reformulação das categorizações temáticas.
RESULTADOS
Foram identificados 1.267 estudos na busca inicial, sendo 52 selecionados após a leitura de títulos e resumos. Após remoção dos estudos duplicados, 28 artigos foram lidos na íntegra, conforme as etapas de seleção descritas (Figura 1). Por fim, 12 artigos foram selecionados após a exclusão dos que não atendiam aos critérios de elegibilidade preestabelecidos na metodologia. Os motivos de exclusão foram: artigos de revisão da literatura (5), alterações auditivas e/ou vestibulares associadas à doença de base e não ao medicamento utilizado (2), estudos realizados em animais (4), população investigada fora da faixa etária definida pela atual revisão (2), uso de outro tipo de medicamento associado (3).
Após a análise de todos os estudos incluídos na revisão integrativa, verificou-se ocorrência de 4 estudos experimentais, sendo 2 ensaios clínicos randomizados (nível de evidência 2)(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.,1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
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) e 2 não randomizados (nível de evidência 3)(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
), 4 estudos observacionais (nível de evidência 4)(2121 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
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22 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.
23 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.-2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
) e 4 estudos de casos (nível de evidência 5)(2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.
26 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
27 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
-2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
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), de acordo com a classificação utilizada(1616 Murad MH, Asi N, Alsawas M, Alahdab F. New evidence pyramid. Evid Based Med. 2016;21(4):125-7. PMid:27339128.).
Os estudos incluídos foram produzidos entre os anos de 1985 e 2017, nos continentes Europeu(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
20 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
21 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240...
-2222 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
), Americano(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.,2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
), Asiático(2323 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.) e Oceania(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
) (Quadro 1).
Os participantes dos estudos tinham idades entre 18 e 65 anos, sendo que, em 3 estudos, realizaram uso da MQ para tratamento da malária falciparum sintomática(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
) e, em 9 estudos, a administração do composto foi realizada em indivíduos saudáveis, como tratamento profilático da doença(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
19 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
20 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
21 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240...
22 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.
23 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.-2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
).
As doses orais ingeridas foram entre 100 e 6000 mg de MQ, variando em períodos de 1 dia a 6 meses de tratamento por via oral (Quadro 2). Verificou-se que 2 artigos apontaram a presença de alterações exclusivamente auditivas(2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
), 4 estudos apresentaram alterações vestibulares e auditivas(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
,1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2323 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
) e outros 6, apenas alterações vestibulares(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.,2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
21 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240...
-2222 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.,2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
).
Em relação às manifestações auditivas comumente relatadas após o uso da MQ, foram descritos o zumbido(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
,2323 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.
26 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
-2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
) e a perda auditiva (PA)(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
,1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
). Quanto às afecções vestibulares, foram descritas a vertigem e/ou tontura(1515 Ramos-Martín V, González-Martínez C, Mackenzie I, Schmutzhard J, Pace C, Lalloo DG, et al. Neuroauditory toxicity of artemisinin combination therapies: have safety concerns been addressed? Am J Trop Med Hyg. 2014;91(1):62-73. http://dx.doi.org/10.4269/ajtmh.13-0702. PMid:24865683.
http://dx.doi.org/10.4269/ajtmh.13-0702...
,1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
19 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
20 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
21 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240...
22 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.
23 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.-2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
), sendo associadas, também, ao desequilíbrio(2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
).
DISCUSSÃO
A MQ é um medicamento amplamente conhecido por sua atividade antimalárica, tanto para o tratamento da doença, quanto para uso profilático. Em todos os estudos incluídos nesta revisão, a droga foi administrada por via oral. Os indivíduos que participaram das pesquisas eram, em sua maioria, jovens e adultos(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.
18 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
19 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
20 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
21 Van Riemsdijk MM, van der Klauw MM, van Heest JAC, Reedeker FR, Ligthelm RJ, Herings RMC, et al. Neuro-psychiatric effects of antimalarials. Eur J Clin Pharmacol. 1997;52(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240. PMid:9143859.
http://dx.doi.org/10.1007/s002280050240...
22 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.
23 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.
24 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
-2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
), sendo encontrado apenas um estudo realizado em idosos(2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
).
Foram apontados sinais e sintomas de alterações auditivas e vestibulares, como zumbido, PA, vertigem/tontura e desequilíbrio nos indivíduos que utilizaram a MQ de forma profilática e/ou como tratamento da malária. Os sintomas auditivos podem surgir de imediato ou em curto prazo, como no primeiro dia após a ingestão do medicamento, considerado como o pico de concentração da droga(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
), uma semana após(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
) ou até mesmo após fim do tratamento(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.).
Dentre os estudos incluídos, cinco deles realizaram exame de audiometria nos participantes(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
,1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.
26 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
-2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
) e três realizaram avaliação otoneurológica(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
). A avaliação do sistema vestibular foi constituída, especificamente, por exame vestibular de nistagmo espontâneo e após movimentação de cabeça(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
), teste de cadeira rotativa(2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
,2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
), videonistagmografia, teste optocinético e de controle motor(2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
) e avaliação do reflexo vestibulococlear(2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
).
Em relação aos efeitos colaterais ao uso da MQ estratificados por sexo, o feminino apresentou pontuação geral significativamente maior(2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
,2222 Kollaritsch H, Karbwang J, Wiedermann G, Mikolasek A, Na-Bangchang K, Wernsdorfer W H. Mefloquine concentration profiles during prophylactic dose regimens. Wien Klin Wochenschr. 2000;112(10):441‐7. PMID: 10890135.), comparado ao masculino, considerando a menor tolerabilidade da MQ em mulheres.
Quanto à remissão dos sintomas vestibulares, estes desapareceram após a descontinuação da medicação, com eliminação completa dos sintomas após seis semanas(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
). Em alguns casos, não foi observada remissão, havendo persistência de múltiplos episódios de vertigem e quedas ocasionadas por tontura, mesmo após quatro anos do fim do tratamento(2828 Livezey J, Oliver T, Cantilena L. Prolonged neuropsychiatric symptoms in a military service member exposed to mefloquine. Drug Safety - Case Reports. 2016 Jun;3(1):1-6. http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-0030-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s40800-016-003...
), além da necessidade de encaminhamento para reabilitação vestibular, com suspeita de lesão nos núcleos oculomotor e vestibular(2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
).
No tocante às alterações audiológicas, tanto há possibilidade de remissão dos sintomas(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
,2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
), como inalterações da condição auditiva, mesmo após interrupção do tratamento medicamentoso(2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.,2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
).
Apesar dos efeitos adversos encontrados, existe relativa segurança do uso profilático da MQ em pessoas saudáveis(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
), considerando a droga tolerada em alguns indivíduos estudados, por não apresentarem significância nas manifestações auditivas e vestibulares encontradas(1919 Hessén-Söderman AC, Bergenius J, Palme IB, Bergqvist Y, Hellgren U. Mefloquine prophylaxis and hearing, postural control, and vestibular functions. J Trav Medic. 1995;2(2):66-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.1995.tb00629.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1708-8305.19...
). No entanto, apesar de não terem sido observadas evidências de toxicidade auditiva associada à MQ em alguns estudos, foi apontado que possíveis alterações auditivas de baixo grau (<5 dB) não sejam identificadas de acordo com a etapa de teste utilizada(1818 Davis TM, Dembo LG, Kaye-Eddie SA, Hewitt BJ, Hislop RG, Batty KT. Neurological, cardiovascular and metabolic effects of mefloquine in healthy volunteers: a double-blind, placebo-controlled trial. Br J Clin Pharmacol. 1996;42(4):415-21. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.1996.tb00003.x. PMid:8904612.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2125.19...
).
Para indivíduos em tratamento da malária, a MQ administrada em dose oral única de 1.000 mg foi considerada altamente eficaz e segura(1717 de Souza JM, Sheth UK, de Oliveira RM, Roulet H, de Souza SD. An open, randomized, phase III clinical trial of mefloquine and of quinine plus sulfadoxine-pyrimethamine in the treatment of symptomatic falciparum malaria in Brazil. Bull World Health Organ. 1985;63(3):603-9. PMid:3899397.), considerando a baixa porcentagem dos efeitos adversos observados. É importante ressaltar que, apesar de tais conclusões, todos os estudos identificaram manifestações auditivas e/ou vestibulares nos participantes e que o tamanho da amostra (relativamente pequeno) foi considerado pelos próprios autores.
Em contrapartida, estudos apontaram os riscos relacionados a esse medicamento e mencionaram que reações adversas à MQ podem ocorrer, mesmo em pacientes sem contraindicações ao uso da droga, além de que manifestações como tontura e/ou vertigem podem acontecer após a ingestão de um único comprimido de 250mg(2727 Nevin RL. Limbic encephalopathy and central vestibulopathy caused by mefloquine: a case report. Travel Medicine and Infectious Disease. 2012 Apr;10(3):144-51. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2012.0...
). Também existe advertência para o fato de a MQ ser conhecida por sua neurotoxicidade, sendo a ototoxicidade um efeito adverso dessa substância, considerando importante que seja evitada, sempre que possível, em indivíduos que já possuem PA(2626 Wise M, Toovey S. Reversible hearing loss in temporal association with chemoprophylactic mefloquine use. Travel Med Infect Dis. 2007;5(6):385-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.08.006. PMid:17983978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tmaid.2007.0...
).
O tratamento com MQ deve ser descontinuado quando do aparecimento de sintomas, como tontura e/ou vertigem, possibilitando a reversão de tais manifestações(2424 Nevin RL, Leoutsakos J-M. Identification of a syndrome class of neuropsychiatric adverse reactions to mefloquine from latent class modeling of FDA adverse event reporting system data. Drugs R D. 2017;17(1):199-210. http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-0167-3. PMid:28063022.
http://dx.doi.org/10.1007/s40268-016-016...
). A avaliação audiológica de rotina, antes e após o uso profilático de medicamentos antimaláricos, também deve ser considerada, com o desígnio de observar e investigar mais de perto possíveis deficit auditivos(2525 Fusetti M, Eibenstein A, Corridore V, Hueck S, Chiti-Batelli S. Mefloquine and ototoxicity: a report of 3 cases. La Clinica Terapeutica. 1999 Sep-Oct;150(5):379-82.).
Apesar de alguns estudos não confirmarem a ototoxicidade causada pela MQ, autores mencionaram(2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
) que, em pacientes com malária, considerada uma doença potencialmente fatal e que necessita ser tratada, as reações reversíveis aos medicamentos podem ser consideradas relativamente aceitáveis em ambientes hospitalares controlados, podendo ser este o motivo de algumas pesquisas considerarem uma boa tolerabilidade da droga em humanos.
Além disso, o repouso no leito de pacientes com malária, em ambientes hospitalares, pode mascarar reações a medicamentos, como a vertigem e/ou tontura. Desta forma, as taxas de efeitos colaterais potencialmente associados ao uso da MQ provavelmente podem ter sido subestimadas no passado(2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
).
Devido à limitação de estudos quanto à eficácia e toxicidade da MQ, o apoio médico para a indicação da droga em indivíduos saudáveis, ou para tratamento da malária(2020 Rendi-Wagner P, Noedl H, Wernsdorfer WH, Wiedermann G, Mikolasek A, Kollaritsch H. Unexpected frequency, duration and spectrum of adverse events after therapeutic dose of mefloquine in healthy adults. Acta Trop. 2002;81(2):167-73. http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)00210-8. PMid:11801224.
http://dx.doi.org/10.1016/S0001-706X(01)...
) é de grande importância, sendo necessário ponderar os riscos dos efeitos colaterais associados ao uso(2323 Mizuno Y, Kudo K, Kano S. Chemoprophylaxis according to the guidelines on malaria prevention for Japanese overseas travelers. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2006;37(Suppl 3):11-4. PMid:17547042.).
Considerando a variabilidade no aparecimento dos efeitos ototóxicos, do tempo de manifestação dessas alterações, das limitações quanto ao conhecimento da toxicidade da MQ mostrados nos estudos supracitados e do uso em teste na pandemia de Covid-19, é necessário que novas pesquisas sejam realizadas, a fim de ampliar o conhecimento do impacto do uso deste fármaco, tanto no sistema auditivo, quanto no sistema vestibular.
CONCLUSÃO
Os dados disponíveis nesta revisão permitiram o conhecimento de evidências sobre as alterações auditivas e vestibulares associadas ao uso profilático da mefloquina e no tratamento da malária em humanos, sendo relatados PA e zumbido, além de manifestações vestibulares como a tontura/vertigem e desequilíbrio. As afecções foram referidas em curto e longo prazo, após o tratamento com a droga. A descontinuação de seu uso possibilitou a reversão das manifestações, porém, em alguns casos, foi observada a permanência das alterações.
O conhecimento desses efeitos adversos de caráter auditivo e vestibular, em decorrência do uso da mefloquina, pode auxiliar na escolha da substância, considerando o seu perfil de toxicidade e possíveis manifestações colaterais. Com isso, é necessário o alerta aos possíveis riscos inerentes ao uso da droga antes do tratamento, bem como a realização de acompanhamento audiológico e vestibular durante a sua ingestão.
ACKNOWLEDGEMENTS
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).
-
Trabalho realizado no Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE – Recife (PE), Brasil.
-
Financiamento: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - código de financiamento 001.
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
19 Abr 2021 -
Data do Fascículo
2021
Histórico
-
Recebido
14 Ago 2020 -
Aceito
12 Nov 2020