RESUMO
A obtenção de colônias de abelhas sem ferrão na natureza, para a formação ou ampliação de meliponários e outras finalidades, é permitida por lei no Brasil usando recipientes-isca ou ninho-isca, ou outros métodos não destrutivos. Nós testamos a eficiência do ninho-isca feito de garrafa plástica para atração e nidificação de abelhas sem ferrão na região da Amazônia central brasileira. Foram utilizadas garrafas de 2 L e 5 L e três tipos de atrativos (cerume e geoprópolis de Melipona seminigra, M. interrupta e uma mistura dos dois). Foram utilizados 216 ninhos-isca distribuídos em três áreas experimentais durante 13 meses. Foi registrada a visitação de seis espécies de abelhas sem ferrão em 58 (26,9%) dos ninhos-isca e a nidificação de três espécies em 12 (5,6%) dos ninhos-isca em duas áreas próximas a meliponários. Não houve diferença significativa entre o tamanho do ninho-isca, nem entre os atrativos na visitação ou nidificação, sugerindo que a disponibilidade de cavidades ou ocos é mais importante do que o odor para nidificação. Os dados mensais conjuntos de eventos de visitação e nidificação não foram correlacionados com a precipitação mensal. Baseados nos nossos resultados podemos concluir que, apesar da baixa taxa de captura, a aquisição de enxames por meio de ninho-isca é uma alternativa viável para obtenção de novas colônias de abelhas sem ferrão para meliponários.
PALAVRAS-CHAVE:
abelhas sociais; Meliponini; atrativos; obtenção de enxames; meliponicultura