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Carbono orgânico e biomassa microbiana do solo em plantios de Acacia mangium no Cerrado de Roraima

Soil organic carbon and soil microbial biomass in Acacia mangium plantation in the Savanna of Roraima

Resumos

O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos de plantios de Acacia mangium, localizados no cerrado em Roraima, sobre o carbono orgânico e biomassa microbiana do solo. Foram realizadas amostragens de solo nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em dois plantios de A. mangium com cerca de cinco anos de idade, e em duas áreas de Cerrado nativo consideradas referência. Um dos plantios de A. mangium (localizado na Fazenda Cigolina) correspondeu a um plantio homogêneo (espaçamento de 3,6 m entre linhas e 2,0 m entre plantas) enquanto que o outro (localizado no Campo Experimental Água Boa - CEAB) correspondeu a um plantio em faixas com duas linhas de plantio (espaçamento de 6 m entre linhas, 2,5 m entre plantas e cerca de 30 m entre faixas). As amostras de solo foram analisadas quanto ao carbono orgânico, carbono da biomassa microbiana, respiração basal do solo e quociente metabólico, além de atributos químicos de fertilidade. Foi verificado que os plantios de A. mangium não proporcionaram aumentos significativos do carbono orgânico do solo em comparação às áreas de referência. Entretanto, na média geral, esses plantios proporcionaram aumento do carbono da biomassa microbiana do solo e redução do quociente metabólico, indicando a possibilidade de acúmulo de carbono orgânico no solo em longo prazo. Também foi observado que, em comparação ao plantio da fazenda Cigolina e às áreas de referência, o carbono microbiano do solo foi maior e acompanhado de menor quociente metabólico no plantio de A. mangium no CEAB, mostrando que a estrutura de plantio exerceu influência sobre a biomassa microbiana do solo.

Respiração basal do solo; quociente metabólico; Amazônia; plantios florestais; qualidade do solo


The aim of this study was to evaluate the effects of Acacia mangium plantation in the Roraima's Savanna, on soil organic carbon and soil microbial biomass. Soil samplings were collected on the depths of 0-20 cm and 20-40 cm in two Acacia mangium plantation sites, about five years old, and in two sites of native savanna as reference. One of the A. mangium sites (located at Fazenda Cigolina) was composed by a homogeneous plantation (3.6 m between row and 2.0 m between trees) and, the other one (located at Campo Experimental Agua Boa Experimental - CEAB) was composed by a plantation on which the planting distances had strips of two rows 6 meters apart, 2.5 meters between trees and 30 meters between strips). Soil samples were analyzed regarding soil organic carbon, microbial biomass carbon, soil basal respiration and metabolic quotient, besides soil fertility attributes. Results showed that A. mangium plantations did not provide significant increases of organic carbon on the soil comparing with sites used as reference. However, generally, A. mangium plantation increased soil microbial biomass carbon and reduced metabolic quotient, indicating a possibility of soil organic carbon accumulation in long-term. It was also observed that, soil biomass microbial carbon was higher, followed by smaller metabolic quotient at CEAB A. mangium plantation compared with Cigolina and reference sites, showing that planting design exercised influence on soil microbial biomass.

Soil basal respiration; metabolic quotient; Amazonian; forest plantation; soil quality


AGRONOMIA

Carbono orgânico e biomassa microbiana do solo em plantios de Acacia mangium no Cerrado de Roraima

Soil organic carbon and soil microbial biomass in Acacia mangium plantation in the Savanna of Roraima

Sara Magda Oliveira SimõesI, Jerri Édson ZilliII, Mirian Cristina Gomes CostaIII, Hélio ToniniIV, Fabiano de Carvalho BalieiroV

IUniversidade Federal de Roraima, UFRR, e-mail: saramagda18@hotmail.com

IIEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Roraima, e-mail: zilli@cpafrr.embrapa.br

IIIUniversidade Federal do Ceará, e-mail: mirian.costa@ufc.br

IVEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Roraima, e-mail: helio@cpafrr.embrapa.br

VEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Solos, e-mail: balieiro@cnps.embrapa.br

RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos de plantios de Acacia mangium, localizados no cerrado em Roraima, sobre o carbono orgânico e biomassa microbiana do solo. Foram realizadas amostragens de solo nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm em dois plantios de A. mangium com cerca de cinco anos de idade, e em duas áreas de Cerrado nativo consideradas referência. Um dos plantios de A. mangium (localizado na Fazenda Cigolina) correspondeu a um plantio homogêneo (espaçamento de 3,6 m entre linhas e 2,0 m entre plantas) enquanto que o outro (localizado no Campo Experimental Água Boa - CEAB) correspondeu a um plantio em faixas com duas linhas de plantio (espaçamento de 6 m entre linhas, 2,5 m entre plantas e cerca de 30 m entre faixas). As amostras de solo foram analisadas quanto ao carbono orgânico, carbono da biomassa microbiana, respiração basal do solo e quociente metabólico, além de atributos químicos de fertilidade. Foi verificado que os plantios de A. mangium não proporcionaram aumentos significativos do carbono orgânico do solo em comparação às áreas de referência. Entretanto, na média geral, esses plantios proporcionaram aumento do carbono da biomassa microbiana do solo e redução do quociente metabólico, indicando a possibilidade de acúmulo de carbono orgânico no solo em longo prazo. Também foi observado que, em comparação ao plantio da fazenda Cigolina e às áreas de referência, o carbono microbiano do solo foi maior e acompanhado de menor quociente metabólico no plantio de A. mangium no CEAB, mostrando que a estrutura de plantio exerceu influência sobre a biomassa microbiana do solo.

PALAVRAS-CHAVE: Respiração basal do solo, quociente metabólico, Amazônia, plantios florestais, qualidade do solo.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the effects of Acacia mangium plantation in the Roraima's Savanna, on soil organic carbon and soil microbial biomass. Soil samplings were collected on the depths of 0-20 cm and 20-40 cm in two Acacia mangium plantation sites, about five years old, and in two sites of native savanna as reference. One of the A. mangium sites (located at Fazenda Cigolina) was composed by a homogeneous plantation (3.6 m between row and 2.0 m between trees) and, the other one (located at Campo Experimental Agua Boa Experimental - CEAB) was composed by a plantation on which the planting distances had strips of two rows 6 meters apart, 2.5 meters between trees and 30 meters between strips). Soil samples were analyzed regarding soil organic carbon, microbial biomass carbon, soil basal respiration and metabolic quotient, besides soil fertility attributes. Results showed that A. mangium plantations did not provide significant increases of organic carbon on the soil comparing with sites used as reference. However, generally, A. mangium plantation increased soil microbial biomass carbon and reduced metabolic quotient, indicating a possibility of soil organic carbon accumulation in long-term. It was also observed that, soil biomass microbial carbon was higher, followed by smaller metabolic quotient at CEAB A. mangium plantation compared with Cigolina and reference sites, showing that planting design exercised influence on soil microbial biomass.

KEYWORDS: Soil basal respiration, metabolic quotient, Amazonian, forest plantation, soil quality.

INTRODUÇÃO

A Acacia mangium (acácia) é uma espécie leguminosa nativa da Austrália e Papua Nova Guiné que tem sido plantada em diferentes regiões do planeta para diversos usos. Por ser de rápido crescimento (Ghosh & Verma, 2006), apresentar baixa exigência nutricional (Dias et al., 1994), aportar quantidades expressivas de nutrientes ao solo via serapilheira (Andrade et al., 2000) e estabelecer simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos microrrízicos (Sun et al., 1992; Ghosh & Verma, 2006), essa espécie tem sido bastante utilizada em programas de recuperação de áreas degradadas em diversos países, inclusive no Brasil (Franco & Faria, 1997; Duguma et al., 1994; Garay et al., 2003). Por outro lado, plantios comerciais dessa essência florestal com fins de produção de celulose e madeira são comuns na Ásia, especialmente na Indonésia (N.R.C, 1983) e ainda pouco expressiva no Brasil, embora haja aptidão edafoclimática favorável (Andrade et al., 2000).

Roraima apresenta grande área de Cerrado, no qual o solo possui baixa fertilidade natural, baixo teor de matéria orgânica e reduzida capacidade de retenção de água (Melo et al., 2004). Entretanto, embora estas características possam representar limitações para culturas mais exigentes, ao cultivo da Acacia mangium essas áreas têm mostrado aptidão. Desta forma, a partir do final dos anos 90 do século passado, foram estabelecidos plantios de acácia no Cerrado de Roraima com o objetivo de aproveitamento para madeira e celulose. Em função dos resultados iniciais animadores e investimentos estrangeiros, os plantios expandiram-se significativamente, despertando a preocupação quanto ao impacto ambiental da conversão do lavrado em plantios florestais homogêneos. Essas preocupações vão desde o possível impacto sobre os recursos hídricos e da biodiversidade, até as alterações nos estoques de carbono e na qualidade do solo.

A introdução de cultivos anuais ou perenes em ecossistemas naturais altera os fluxos de energia e nutrientes no sistema, com conseqüências muitas vezes negativas aos estoques de carbono do solo e na biodiversidade (Luizão et al., 1992; Corazza et al., 1999; Sposito & Zabel, 2003; Remigi et al., 2008).

Estudos conduzidos em regiões tropicais têm mostrado que a introdução da Acacia mangium e de outras espécies vegetais de rápido crescimento, pode reduzir e alterar a composição, funcionalidade e a diversidade da comunidade microbiana do solo (Andrade, 1999; Remigi et al., 2008), tornando imprescindível a avaliação dos impactos da introdução desta espécie exótica sobre os diferentes componentes do ecossistema.

Em solos intemperizados, como os encontrados no Cerrado de Roraima, a dinâmica da matéria orgânica é extremamente importante, influenciando na fertilidade e qualidade do solo e, conseqüentemente, em sua capacidade produtiva. Esta dinâmica é regida por diversos fatores e caracterizada por transformações que dependem da biomassa microbiana do solo e resulta na disponibilidade ou indisponibilidade de nutriente às plantas (De-Polli & Guerra, 1999).

O estoque de C do solo compreende frações intimamente associadas aos minerais, até frações mais lábeis, pouco ou não associadas à fração mineral, como os resíduos vegetais existentes entre e dentro de agregados do solo (Roscoe & Machado, 2002). O C associado à biomassa microbiana é o componente mais ativo da fração lábil, pois transforma e transfere energia e nutrientes para os demais componentes do ecossistema, sendo atualmente usado, conjuntamente com outros atributos, como indicador da qualidade ambiental e da sustentabilidade de agroecossistemas (De-Polli & Guerra, 1999; Haynes et al., 2000).

Tanto o C carbono orgânico do solo quanto o C da biomassa microbiana têm sido utilizados como indicadores de alterações e de qualidade do solo, uma vez que estão associados às funções ecológicas do ambiente e são capazes de refletir as mudanças de uso do solo (Jackson et al., 2003).

Neste sentido, este trabalho objetivou avaliar os efeitos de plantios de Acacia mangium, localizados no Cerrado do Estado de Roraima, sobre o carbono orgânico e biomassa microbiana do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

Descrição dos locais de coleta e amostragem

No mês de agosto de 2006 foram coletadas amostras de solo no Campo Experimental Água Boa (CEAB) da Embrapa Roraima (latitude 2º 39' 48'' N e longitude 60º 50' 15'' W) e na fazenda Cigolina (núcleo Jacitara) da empresa Ouro Verde Agrosilvopastoril Ltda. (latitude 2º 7' 19'' N e longitude 60º 46' 6'' W), ambos locais no município de Boa Vista. O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen, é do tipo Aw, tropical chuvoso, com precipitação média anual de, aproximadamente, 1600 mm e umidade relativa do ar em torno de 70%.

No CEAB foi amostrado o solo em um plantio de acácia, implantado em um Latossolo Amarelo há cerca de 5 anos e, também, em uma área de referência não cultivada no Cerrado, denominada de Cerrado nativo (CN). Anteriormente, o plantio de acácia em questão fez parte de um experimento para estudo de sistema agroflorestal, cujo plantio das mudas foi realizado em seqüência da cultura da soja. A estrutura de plantio das acácias corresponde à disposição das plantas em faixas com duas linhas de plantio (espaçamento de 6 m entre linhas e 2,5 m entre plantas e cerca de 30 m entre faixas), tendo sido a amostragem realizada entre as linhas de plantio. Antes do plantio da soja havia sido realizada a aplicação de 600 kg ha-1 de calcário e 230 kg ha-1 da fórmula 10-26-26 e, no plantio das acácias foram aplicados 100 g de calcário, 3 litros de esterco de gado, 250 g da fórmula 10-26-26 e 150 g de uréia por cova de plantio.

Na fazenda Cigolina foi amostrado o solo em um plantio homogêneo de acácia (espaçamento de 3,6 m entre linhas e 2,0 m entre plantas), implantado também em Latossolo Amarelo há cerca de 5 anos, e uma área de referência no Cerrado ainda não cultivado, denominado também de CN, o qual apresentava sinais de pastejo bovino esporádico. No plantio de acácia neste local a amostragem foi realizada tanto na entrelinha, quanto entre as plantas, isto porque, por ocasião da implantação da lavoura, havia sido feita gradagem com o objetivo de formar camalhão para o plantio das mudas. Neste local, a adubação de plantio foi constituída por 500 kg ha-1 de calcário aplicado na linha de plantio e aplicação de 100 g da fórmula 4-28-20 por cova de plantio.

Em cada um dos plantios de acácia e também no CN foram coletadas três amostras compostas por dez amostras simples de solo. As amostras foram coletadas com auxílio de trado tipo holandês, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm. As amostras foram analisadas quanto à fertilidade, textura e carbono orgânico do solo (Embrapa, 1997), e quanto ao carbono da biomassa microbiana do solo (C-BMS), respiração basal do solo (RBS) e quociente metabólico (qCO2).

Determinação do C-BMS, RBS e qCO2

A determinação do carbono da biomassa microbiana do solo (C-BMS) foi realizada pelo método de fumigação e extração (Vance et al. 1987), com o uso de 20 g de solo, fumigação com 1,0 mL CHCl3 aplicado diretamente sobre o solo da amostra (Silva et al., 2007; De-Polli & Guerra, 2008) e extração com 50 mL de K2SO4 a 0,5 mol L-1. O cálculo do C-BMS (mg kg-1 de C-BMS no solo) foi realizado por meio das fórmulas: C-BMS= FC kc-1, em que FC = CSF-CSNF, sendo CSF o teor de C extraído do solo fumigado, CSNF o teor de C extraído do solo não fumigado e kc - fator de correção (utilizado valor de 0,33). O CSF ou CSNF = (Vb-Va) CSFA 0,003 50 (8 Ms)-1, em que Vb - volume (mL) de (NH4)2 Fe(SO4)2.6H2O (SFA) gasto na titulação da solução do ensaio em branco; Va - volume (mL) de (NH4)2 Fe(SO4)2.6H2O (SFA) gasto na titulação da solução do ensaio com a amostra; CSFA = concentração do SFA (mol L-1) e, Ms= massa da amostra de solo seco (g). Para estimar a respiração basal do solo (RBS), seguiu-se o procedimento descrito por Jenkinson & Powlson, (1976), utilizando-se frações de 50 g de solo incubadas hermeticamente em frascos de vidro na presença de 10 mL de NaOH a 0,5 mol L-1 por 5 dias. O cálculo da RBS (µg kg-1 h-1 C-CO2 no solo) foi realizado pela fórmula: RBS = Vb - Va CHCl 6 1000 Ms-1 T-1, em que, Vb - volume de HCl (mL) gasto na titulação do NaOH do ensaio em branco; Va - volume de HCl (mL) gasto na titulação do NaOH do ensaio com a amostra, CHCl, concentração do HCl (mol L-1), Ms - massa de solo incubado seco (g); e T - tempo de incubação (h). O quociente metabólico (qCO2) (µg g-1 h-1 de C-CO2 do C-BMS), por sua vez, foi estimado pela razão entre a respiração basal do solo e o C da biomassa microbiana (Anderson & Domsch, 1990), seguindo a fórmula: qCO2 = (RBS)/C-BMS.

Análise estatística

Os dados foram analisados estatisticamente em esquema fatorial 2x2x2 - dois locais (CEAB e fazenda Cigolina), duas coberturas do solo (plantio de acácia e CN) e duas profundidades de amostragem (0-20 cm e 20-40 cm) - por meio de análise da variância pelo teste F e Tukey em 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da análise granulométrica do solo foi verificado que ambos os locais de estudo apresentam solos com textura arenosa (Embrapa, 2006). De modo geral, os valores de pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K) e fósforo (P) foram baixos ou muito baixos, conforme as tabelas de interpretação de análise de solos de Cerrado (Sousa & Lobato, 2004). Tal interpretação mostra a natureza distrófica dos solos do Cerrado Roraimense, típica de Latossolos desse bioma (Lopes, 1984; Melo et al., 2004).

No CN, à exceção dos elementos Ca e Mg, cujos teores foram significativamente maiores na fazenda Cigolina, tanto nos primeiros 20 cm de profundidade, quanto 20-40 cm, não foram observadas diferenças significativas nos demais atributos químicos do solo (Tabela 1). Os maiores teores de Ca e Mg encontrados no CN da fazenda Cigolina indicam a possibilidade de ter sido realizada calagem em anos anteriores em virtude do possível uso da área para pastejo bovino, ou então uma variação natural do solo.

Na fazenda Cigolina foram observados valores de Ca significativamente maiores no solo do plantio de acácia em comparação ao CN na profundidade de 0-20 cm, o que não foi observado no CEAB. Na fazenda Cigolina os valores de cálcio e magnésio no plantio de acácia foram maiores em relação ao observado no CEAB (Tabela 1). Estes teores de Ca trocável do solo em ambas as áreas de plantio de acácia, embora baixos, não devem limitar o crescimento da acácia dada à baixa exigência por esse elemento na fase inicial de desenvolvimento (Dias et al., 1994) e devido à boa performance que a espécie tem apresentado em áreas degradadas (Franco et al., 1994; Campello, 1998; Chada et al., 2004). Já os baixos teores de Mg, P e K podem causar restrições ao desenvolvimento dessa essência tendo em vista que estão abaixo dos níveis críticos para várias espécies florestais (Neves et al., 1990; Dias et al., 1994; Balieiro et al., 2004).

Ainda quanto à análise química do solo, foi observado não haver diferenças significativas no pH e nos teores de Al, comparando-se os plantios de acácia com o CN, nos dois locais e profundidades (Tabela 1), embora hajam relatos na literatura que Acacia mangium, devido à grande extrusão radicular de H+ em virtude da elevada absorção de cátions, tenha a capacidade de acidificar o solo (Binkley & Giardina, 1997; Yamashita et al., 2008).

Em relação ao carbono orgânico (Corg) não foram observadas diferenças no CN entre CEAB e fazenda Cigolina, tendo sido encontradas médias de 7,62 e 5,45 g kg-1, respectivamente, nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm (Tabela 2). Estes valores de Corg situam-se numa faixa observada para áreas de savanas da Amazônia por Desjardins et al. (1996), sendo relativamente baixos quando comparados a solos de áreas de florestas e transição floresta-savana (Luizão & Luizão, 1997). Estes menores teores de Corg nas savanas geralmente ocorrem pela limitação de acúmulo de matéria orgânica no solo, devido ao menor aporte de liteira, à alta taxa de decomposição e, ainda, à textura arenosa do solo, como observado neste estudo (Tabela 1).

De forma semelhante, nos plantios de acácia, foram observados teores de Corg significativamente maiores nos primeiros 20 cm em ambos os locais do estudo. Entretanto, não foram observadas diferenças entre as coberturas nos dois locais e profundidades (Tabela 2).

A A. mangium é reconhecidamente uma espécie que aporta grande quantidade de liteira ao solo, principalmente por meio da queda de folhas, estruturas reprodutivas e ramos. Estudos conduzidos no Brasil e também na África, mostraram a entrada de cerca de 9-10 Mg ha-1 ano-1 de serapilheira em plantios de A. mangium ainda nos primeiros anos após a implantação (Bernhard-Reversat, 1993; Andrade et al., 2000; Garay et al., 2003). Este alto aporte de liteira associado a entrada de N biologicamente tende a aumentar o carbono orgânico do solo com o passar dos anos. Em solos arenosos das savanas africanas foi observado aumento significativo nos teores de carbono orgânico na interface liteira-solo, comparativamente com a savana não cultivada a partir de 7-8 anos do plantio (Bernhard-Reversat, 1993).

Neste estudo, embora visualmente houvesse abundância de folhas e ramos sobre o solo nos plantios de acácia, não se estimou a entrada de liteira. Entretanto, esperar-se-ia maior aporte nos plantios de acácia em relação ao CN e que esta liteira tenderia a aumentar o teor de carbono orgânico no solo. De fato, houve tendência de maiores valores de Corg nos plantios de acácia com valores absolutos até 16% maiores na cobertura com acácia (Tabela 2), evidenciando possíveis efeitos benéficos da introdução adicional de N via fixação biológica de N2 na estabilização do C do solo (Sisti et al., 2004; Resende et al., 2006; Balieiro et al., 2008). Isso indica a possibilidade de que, ao longo dos anos, deverá ocorrer aumento significativo nos estoques de carbono do solo (Bernhard-Reversat, 1993; Resh et al., 2000). Também é importante destacar que, na média geral, houve tendência de maior acúmulo do Corg em profundidade (Tabela 2), mostrando a possibilidade de incremento de carbono no perfil do solo e não apenas em superfície.

A avaliação do C-BMS mostrou que a cobertura com acácia proporcionou valores significativamente maiores comparativamente ao CN, e os teores de C-BMS dessa cobertura no CEAB foram maiores que os da fazenda Cigolina, tanto na profundidade de 0-20 cm como 20-40 cm, chegando a ocorrer diferenças de mais de 45% de um local para outro (Tabela 2, Figura 1). Ao contrário, não ocorreram diferenças significativas no CN entre os dois locais em nenhuma das profundidades (Tabela 2).


Semelhantemente ao C-BMS, também foram observados maiores valores de RBS nos plantios de acácia em comparação ao CN nas duas camadas de solo amostrados (Tabela 2). Entretanto, diferentemente do C-BMS, entre locais, apenas houve diferenças na cobertura com acácia na profundidade de 20-40 cm, sendo o maior valor observado no CEAB (Tabela 2).

Em relação ao qCO2, foi observado que o CN, no CEAB, não apresentou diferença significativa do CN da fazenda Cigolina, ao passo que a acácia no CEAB ocasionou redução significativa do qCO2 em comparação com a fazenda Cigolina (Tabela 2, Figura 1). Na média dos dois locais, foi observado que a cobertura com acácia reduziu o qCO2 em cerca de 20%, em ambas as profundidades. Esse talvez seja um indicativo de que a introdução de N adicional, via fixação biológica de N2 em simbiose com bactérias do grupo rizóbio, esteja sendo usado para a construção da biomassa microbiana e, por conseqüência, do C do solo.

É importante destacar que a fauna de invertebrados do solo pode apresentar papel importante na elevação do C-BMS, isto porque tem sido observado aumento na abundância destes organismos nos plantios de acácia, comparativamente à savana na África (Bernhard-Reversat, 1993). Neste caso, a liteira da acácia enriquecida em N seria atacada pela fauna de invertebrados e, a partir dos seus resíduos, haveria favorecimento ao desenvolvimento microbiano. Esta dinâmica também tem sido utilizada para justificar a taxa de humificação mais rápida observada em plantios de acácias comparativamente com eucaliptos em solos arenosos das savanas africanas (Bernhard-Reversat, 1993).

No CN utilizado como referência, onde provavelmente existia maior estabilidade na dinâmica de carbono no solo, ou seja, equilíbrio entre a entrada e decomposição de liteira, foram constatados valores de C-BMS da ordem de 150-200 mg kg-1 de solo, nos primeiros 20 cm de profundidade, e da ordem de 65 a 100 mg kg-1 na profundidade de 20-40 cm. Com a introdução dos plantios de acácia, houve ativação da biomassa microbiana no solo, em ambas as profundidades, refletida tanto pela elevação do C-BMS quanto pela RBS (Tabela 2, Figura 1). Esta ativação parece ter sido decorrente do fornecimento de substrato de melhor qualidade nutricional proporcionado pela deposição de liteira das plantas de acácia (Bernhard-Reversat, 1993; Andrade et al., 2000).

De fato, a dinâmica da biomassa microbiana do solo nas diferentes formações vegetais de Roraima é ainda muito pouco conhecida, tendo sido mostrada grande flutuação dos valores desse parâmetro em um transecto floresta-savana na ilha de Maracá, ocorrendo valores na savana de até 510 mg kg-1 C-BMS (Ross et al., 1992).

A A. mangium apresenta alta capacidade de retranslocar nutrientes das folhas senescentes para outros tecidos da planta, o que lhe fornece ampla rusticidade e potencial para ser utilizada na recuperação de áreas degradadas. Porém, isso implica em liteira com menores teores de nutrientes quando comparada à outras leguminosas (Halenda, 1989; Andrade et al., 2000). Por outro lado, como a acácia é uma leguminosa fixadora de nitrogênio, produz liteira mais enriquecida com esse nutriente quando comparada a liteira do CN que é composta, em sua grande maioria, por vegetação graminácea. Neste caso, o fornecimento de N teria favorecido o desenvolvimento microbiano, especialmente por este ser limitado nas savanas de Roraima.

Esta suposta melhor qualidade da liteira proporcionada pelas plantas de A. mangium está também refletida na relação C-BMS:Corg, que representa o acúmulo de carbono nos microrganismos sem alterações no estoque de carbono do solo (Gama-Rodrigues, 1997). Foi observado que a relação C-BMS:Corg chegou a quase 4% no plantio de acácia no CEAB, enquanto no CN este valor foi menor que 2,4, sendo significativamente inferior (Tabela 2, Figura 1).

O C-BMS é reconhecido como um indicador de qualidade do solo capaz de mostrar as alterações no ambiente em uma fase anterior às alterações no teor de matéria orgânica do solo (Cattelan & Vidor, 1990; Haynes, 2000). Desta forma, os maiores valores do C-BMS observados nos plantios de acácia, e também de menor qCO2, indicariam que a acácia estaria atuando como fonte de carbono ao solo.

Embora diferenças entre os plantios de acácia e o CN tenham sido observadas tanto para o C-BMS solo, RBS, qCO2 e a relação C-BMS:Corg no CEAB; na fazenda Cigolina elas não ocorreram (Tabela 2). E, além disso, estas variáveis foram também significativamente maiores no plantio de acácia do CEAB comparado ao plantio de acácia da fazenda Cigolina (Figura 1).

Descartada a possibilidade de que o efeito dos plantios de acácia nos microrganismos do solo tenha ocorrido em função da fertilidade e textura do solo, pois não foram encontradas diferenças expressivas entre os dois locais (Tabela 1), há indicativo de que a estrutura de plantio das acácias estaria interferindo na biomassa microbiana do solo.

Na fazenda Cigolina, estudou-se um plantio homogêneo no qual a estrutura do dossel encontrava-se fechada, com pouca luminosidade e com nenhuma entrada de liteira de outras fontes, exceto da acácia. Ao contrário, no CEAB, devido à disposição do plantio em faixas com duas linhas sendo as faixas espaçadas umas das outras por 30 m, houve maior entrada de luminosidade e liteira de outras fontes, além da acácia. Desta forma, deve-se buscar novos trabalhos que fortaleçam ou validem as hipóteses levantadas para os mecanismos de formação de biomassa e estabilização do carbono no solo nos plantios de acácia.

O plantio de acácia no CEAB pode ter sofrido efeito de borda (Desjardins et al., 1996), no qual os fatores presentes no CN, como a entrada de liteira, o ingresso de invertebrados do solo e a própria luminosidade atuariam dentro do plantio da acácia. Neste caso, as plantas de acácia neste local seriam meras fornecedoras de substrato para os organismos que habitam o CN.

Ao contrário, na fazenda Cigolina teria ocorrido o isolamento dos organismos do solo, previamente existente no Cerrado, além da restrição a entrada de luz e liteira de outras fontes, devido à profunda alteração do ambiente. Este isolamento teria levado à seleção de microrganismos menos eficientes na assimilação e utilização do carbono (Alexander, 1977; Sakamoto & Oba, 1994).

CONCLUSÕES

1 - Os plantios de Acacia mangium com cinco anos de idade não contribuíram para o aumento do carbono orgânico do solo em área de Cerrado de Roraima;

2 - O plantio homogêneo de Acacia mangium não proporcionou alteração na biomassa microbiana do solo comparativamente ao Cerrado de referência;

3 - O plantio de Acacia mangium em fileiras duplas proporcionou aumento da biomassa microbiana do solo em relação ao plantio homogêneo e ao Cerrado de referência.

AGRADECIMENTOS

Ao pesquisador da Embrapa Roraima Dalton Roberto Schwengber pelas informações sobre o plantio de A. mangium no Campo Experimental Água Boa - Boa Vista RR e a Empresa Ouro Verde Agrosilvopastoril Ltda. pela permissão para coleta de amostras de solo nos plantios de A. mangium.

BIBLIOGRAFIA CITADA

Recebido em 10/07/2008

Aceito em 13/10/2009

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Maio 2010
  • Data do Fascículo
    Mar 2010

Histórico

  • Aceito
    13 Out 2009
  • Recebido
    10 Jul 2008
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