RESUMO
A busca por alternativas para aumentar a produtividade e a sustentabilidade da pecuária na região Amazônica sem aumentar o desmatamento é desafiadora. Pastagens consorciadas de gramíneas com amendoim forrageiro (Arachis pintoi) têm mostrado impactos econômicos positivos. Porém, lacunas no conhecimento da biologia reprodutiva do amendoim forrageiro tem limitado o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas as variações ambientais na Amazônia brasileira. Pastos consorciados de Brachiaria humidicola com amendoim forrageiro (cv. Mandobi) apresentaram cerca de 42% de aumento na produtividade do ganho de peso. Novas cultivares mais adaptadas ao clima amazônico, poderão trazer ganhos ainda maiores. O objetivo desse estudo foi avaliar o sistema reprodutivo em vinte acessos de A. pintoi e aproximadamente 40 progênies por acesso, genotipadas com oito microssatélites (ou marcadores). Os parâmetros de diversidade genética e endogamia, taxa de cruzamento e coancestria foram calculados. A heterozigosidade observada foi significativamente maior e o índice de fixação foi significativamente menor nos adultos comparado às progênies. A taxa de cruzamento foi variável entre os genótipos (2 a 80%) e a média da taxa de cruzamento foi 36%. Esses resultados indicam que a presença de polinizadores em pastagens pode influenciar o fluxo gênico em A. pintoi mais do que o esperado. Arachis pintoi apresentou um sistema de cruzamento misto com predominância de autofecundação e as famílias apresentaram endogamia e diferentes níveis de parentesco. Novas estratégias de conservação de genótipos são necessárias para evitar polinizadores mediadores de cruzamento entre os acessos.
PALAVRAS-CHAVE:
sistema reprodutivo; Arachis pintoi; SSR; taxa de cruzamento