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Variabilidade espacial e temporal na detecção de focos de queima no estado do Pará, Brasil

RESUMO

No cenário atual de mudanças climáticas, é urgente adotar medidas que visem a diminuição da queima da vegetação e, consequentemente, da emissão de gases do efeito estufa. O uso de satélites ambientais para a detecção de focos de queima é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção ao fogo. Este estudo objetivou (a) analisar a variação no registro de focos de queima no estado do Pará, Brasil; (b) identificar as principais diferenças entre os dados dos satélites AQUA e S-NPP; e (c) identificar as variáveis correlacionadas com o registro de focos a nível municipal. A média anual de focos detectados foi de 43.488 com AQUA para o período 2003-2023, e de 156.038 com S-NPP para 2012-2023. Durante o período de sobreposição, S-NPP detectou 4,5 vezes mais focos que AQUA. Apesar da diferença, ambos os dados se correlacionaram significativamente. A maioria dos focos foi detectada em agosto, setembro e novembro. São Félix do Xingu e Altamira foram os municípios com maior número de detecções, enquanto Bajaru e Concórdia do Pará apresentaram maior densidade de focos de queima. Dos 144 municípios, 89 foram classificados como tendo incidência extrema de fogo. Desmatamento foi a variável com a maior correlação com a densidade de focos, seguida por área de pastagem, precipitação pluviométrica, área urbanizada, área florestal, área agrícola e densidade demográfica. Os resultados obtidos podem ser utilizados para o delineamento de políticas públicas que visem a redução da ocorrência de queima da vegetação no estado.

PALAVRAS-CHAVE:
floresta amazônica; incêndios florestais; sensoriamento remoto; conservação da natureza

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