Foi verificado que a mangiferina, presente na casca de Mangifera indica, apresenta atividade hipoglicemiante e antidiabética em um modelo animal de diabetes tipo 2 de origem genética e em ratos diabéticos tratados com estreptozotocina (STZ). Seu efeito em animais diabéticos resistentes à insulina ainda não foi investigado. O presente trabalho objetivou explorar o efeito de mangiferina em ratos diabéticos resistentes à insulina. O quadro diabético foi induzido por uma dieta com alto conteúdo de gordura e frutose por oito semanas, seguida de uma dose sub-diabetogênica de estreptozotocina (HFD-Fr-STZ). Uma semana após o tratamento com STZ os ratos foram tratados com mangiferina (20 mg/kg i.p.) por 28 dias e seus efeitos foram comparados os sensibilizador insulinérgico padrão, a rosiglitazona. A combinação HFD-Fr-STZ induziu obesidade, hiperglicemia e resistência à insulina, acompanhada por depleção de glicogênio hepático e dislipidemia. Além disso, houve uma elevação no TNF-alfa sérico e uma redução de adiponectina. A mangiferina melhorou as consequências do tratamento HFD-Fr-STZ e suas ações foram comparáveis aos efeitos do sensibilizador insulinérgico padrão, rosiglitazona. Os resultados obtidos neste estudo fornecem evidências que a mangiferina é um composto natural possivelmente benéfico para o tratamento do diabetes tipo 2 e de desordens metabólicas associadas à síndrome metabólica. Este efeito é mediado pela melhora da sensibilidade à insulina, modulando o perfil lipídico e revertendo os níveis de adipocinas à normalidade.
mangiferina; diabetes; dislipidemia; adipocinas; resistência à insulina