A faixa dobrada Rio Preto bordeja a margem noroeste do cráton do São Francisco e mostra uma estrutura singular quilométrica de leque assimétrico de dupla vergência, com evolução estrutural polifásica atribuída exclusivamente à Orogênese Brasiliana (∼600-540 Ma). A faixa dobrada pode ser subdividida em três compartimentos estruturais: Os Compartimentos Norte e Sul com uma tendência geral na direção NE-SW, separados pelo Compartimento Central de tendência aproximadamente E-W. A mudança de mergulho de S2, uma clivagem de crenulação apertada que é a principal estrutura da faixa dobrada, entre os três compartimentos, caracteriza a estrutura em leque. O Compartimento Central é caracterizado por quartzitos miloníticos sub-verticais, que materializam um sistema de zonas de cisalhamento direcionais de baixa-T (Zona de Cisalhamento de Malhadinha – Rio Preto) que corta a porção central da faixa dobrada. Em comparação a modelos análogos publicados, considera-se que a estrutura única da faixa Rio Preto foi gerada pela interação oblíqua destrógira entre o bloco de Cristalândia do Piauí a norte e o cráton do São Francisco a sul.
Orogênese Brasiliana; leque de dupla vergência; faixa Rio Preto; cráton do São Francisco; análise estrutural
