RESUMO
A introdução de espécies exóticas é considerada uma das principais causas da perda de biodiversidade. A Floresta Nacional de Carajás é uma das maiores províncias minerais do mundo. As atividades da mineração provocaram alterações dos habitats naturais, deixando áreas degradadas após a exploração mineral. Uma das áreas de mineração dentro da FLONA de Carajás foi usada para a extração de ouro. No processo de exploração, uma enorme cava foi formada pela remoção do solo que foi colocado em montes nas proximidades. Para evitar a erosão do solo desses montes, uma gramínea exótica, Urochloa decumbens (Stapf) R.D.Webster (Poaceae) foi plantada. O objetivo deste estudo foi comparar o impacto desta gramínea não-nativa na riqueza de espécies e composição de espécies da regeneração natural nas áreas degradadas. Quatro áreas foram comparadas, duas com e duas sem a presença de U. decumbens. Em cada área, vinte e quatro parcelas de 1m² foram estabelecidas. A riqueza de espécies e os tamanhos das populações da regeneração natural foram significativamente menores nas parcelas onde a gramínea exótica estava presente. Nosso estudo mostra que U. decumbens tem um efeito negativo sobre a riqueza de espécies e densidade populacional e sua presença alterou a composição e distribuição de formas de vida da regeneração natural das espécies.
Palavras-chave:
espécies exóticas; áreas degradadas; florística; mineração