Influência de drenagem ácida sobre a qualidade de água e sedimento foi investigada em uma área de mineração de carvão (sul do Brasil). A drenagem ácida mostrou pH entre 3,2 e 4,6 e elevadas concentrações de sulfato, As e metais, dos quais, Fe, Mn e Zn excederam os limites para emissão de efluentes da legislação brasileira. Arsênio também excedeu levemente o limite. Poços de monitoramento de água subterrânea situados em áreas de mina ativa e pilhas de rejeitos revelaram intervalo de pH e concentrações químicas semelhantes aqueles da drenagem ácida. Entretanto, amostras de águas subterrânea e de rio utilizadas para o abastecimento público municipal revelaram pH entre 7,2 e 7,5 e baixas concentrações químicas, embora a concentração de Cd tenha superado um pouco o limite adotado pela legislação brasileira para águas subterrâneas. Em geral, as águas de superfície mostraram grande intervalo de pH (6 a 10,8), e a influência da drenagem ácida em sua composição química não foi muito significativa. Localmente, drenagem ácida parece ter dissolvido rochas carbonáticas presentes na sequência estratigráfica local, atenuando a dispersão de metais e As. Anomalias destes elementos foram encontradas em sedimentos de corrente, e elas foram fortemente dependentes da proximidade de depósitos de rejeitos e minas abandonadas. Neste trabalho, processos de precipitação em sedimentos e diluição de fases dissolvidas foram considerados como os principais mecanismos responsáveis pela atenuação das concentrações de metais e As nas zonas de mistura entre drenagem ácida e água fluvial. Em geral, observou-se uma maior influência das atividades de mineração sobre a composição química de águas superficiais e sedimentos quando fatores de enriquecimento em relação aos níveis de background regionais foram utilizados.
drenagem ácida de mina; carvão; metais; qualidade de água
