O Maciço da Juréia, localizado na porção sul-oriental do Estado de São Paulo, está inserido no Domínio Registro, limitado a norte pelo Sistema de Cisalhamento Cubatão-Itariri e a sul pela Zona de Cisalhamento Serrinha. Composto em sua maior parte por rochas granito-gnáissico migmatíticas, representa um terreno Paleoproterozóico (1.9-2.2 Ga) fortemente afetado durante o Neoproterozóico (750-580 Ma). Na área em questão, no final do Neoproterozóico estabeleceu-se o quadro tectônico atualmente observado, como resultado de colagens associadas à formação do Gondwana Ocidental. A Ponta da Juréia, porção estudada do Maciço da Juréia, é constituída por paragnaisses, onde predomina granada-muscovita-biotita gnaisses.A idade U-Pb obtida em monazitas, em torno de750 Ma, é associada à principal fase de metamorfismo regional,que atingiu o fácies anfibolito alto, também registrado nas rochas do Complexo Itatins e da Sequência Cachoeira, igualmente pertencentes ao Domínio Registro. As rochas paragnáissicas estudadas apresentam-se afetadas pela Zona de Cisalhamento Serrinha, de direção principal em torno de E-W, com movimentação predominante dextral. Apresentam idade K-Ar em biotita de 482 ±12 Ma que pode representar movimentações tardias desta zona de cisalhamento, e refletir a época mais jovem possível para a movimentação que ocorre ao longo dos grandes lineamentos e justaposição dos blocos tectônicos envolvidos.
domínio tectônico; zonas de cisalhamento; rochas gnáissicas; método U-Pb
