No Leste da América do Sul, um conjunto de bacias sedimentares que afloram do sul do Uruguai ao sudeste do Brasil formou-se após os eventos colisionais da Orogenia Brasiliana, registrando os eventos tectônicos que afetaram a região a partir do Mesoediacarano. O problema da distinção entre a tectônica formadora das bacias e os eventos deformacionais posteriores é aqui abordado através da análise de paleotensões de mais de 600 dados de falhas com estrias, obtidos principalmente na Bacia Camaquã (Sul do Brasil), que foram classificados por nível estratigráfico e relações de corte entre estrias sobrepostas, e intergrados a dados estratigráficos e geocronológicos disponíveis. Nossos resultados revelam que a Bacia Camaquã teve origem em ao menos dois eventos distensivos, e que modificações rápidas no campos de tensões ocorreram na região alguns poucos milhões de anos após a colisão principal (c.a. 630 Ma), provavelmente em decorrência da interação entre esforços distensivos locais e os efeitos distais da contínua amalgamação de placas e terrenos nas margens da placa Gondwana, ainda em formação. Dados preliminares de paleotensões da Bacia de Castro e dados publicados da Bacia Itajaí sugerem que esses eventos tiveram um caráter regional.
Bacia do Camaquã; Ciências da Terra; Neoproterozoico; Análise de Paleotensões; Bacia Rift; Sul do Brasil