No Cerrado brasileiro (savana neotropical), o desenvolvimento de sistemas subterrâneos que produzem gemas, como estruturas adaptativas contra o fogo e períodos de seca, pode compreender um importante suprimento de gemas para esse ecossistema, como já demonstrado nos campos brasileiros e nas pradarias norte-americanas. Espécies de Asteraceae tanto do estrato lenhoso, quanto do herbáceo têm órgãos que acumulam carboidratos, reforçando a estratégia adaptativa dessas plantas a diferentes condições ambientais. Este estudo tem o objetivo de analisar a morfo-anatomia de sistemas subterrâneos de seis espécies de Asteraceae (Mikania cordifolia L.f. Willd., Mikania sessilifolia DC, Trixis nobilis (Vell.) Katinas, Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC., Vernonia elegans Gardner e Vernonia megapotamica Spreng.), para descrever essas estruturas e verificar a ocorrência e origem de gemas caulinares, e analisar a presença de substâncias de reserva. Indivíduos amostrados em áreas de Cerrado no Estado de São Paulo apresentaram órgãos subterrâneos espessados produtores de gemas, com raízes adventícias ou laterais e presença de frutanos. Em todas as espécies estudadas foi constatada a presença de xilopódio, com exceção de Trixis nobilis, a qual apresentou caule tuberoso. A presença de frutanos como reserva e a capacidade de estruturas na formação de gemas indicam o potencial de espécies herbáceas de Asteraceae em formar um banco de gemas viável para regeneração da vegetação no Cerrado brasileiro.
anatomia; gemas; Compositae; frutanos; caule tuberoso; xilopódio
