RESUMO
Neste artigo, estamos apresentando os resultados de um estudo sobre a influência de efeitos hidrodinâmicos sobre os potenciais superficiais da membrana do eritrócito, comparando dois modelos diferentes formulados para simular o movimento eletroforético de uma célula biológica: o modelo clássico de Helmholtz-Smoluchowski e um modelo apresentado por Hsu et al. (1996). Este modelo considera efeitos hidrodinâmicos para descrever a distribuição da velocidade do fluido. A equação do potencial eletrônico foi obtida da equação não linear de Poisson-Boltzmann, considerando a distribuição espacial das cargas elétricas fixas no glicocálix e nas proteínas citoplasmáticas, assim como as cargas eletrolíticas e as fixas nas superfícies da bicamada. Nossos resultados mostram que o modelo de Helmholtz-Smoluchowski não é capaz de refletir as forças reais responsáveis pelo comportamento eletroforético de células, pois este não leva em conta os efeitos hidrodinâmicos do glicocálix. Esta rede carregada que cobre a superfície celular constitui um sistema físico complexo cujas características eletromecânicas que não podem ser desprezadas. Assim, corroborando a hipótese de outros autores, sugerimos que, em análises de movimento eletroforético de células, o modelo clássico representa um caso limite de modelos que levam em conta os efeitos hidrodinâmicos para descrever a distribuição de velocidade do fluido.
Palavras-chave:
Modelagem; perfil de potencial elétrico; membrana do eritrócito; mobilidade eletroforética; glicocálix; efeitos hidrodinâmicos.
