RESUMO
A bacia hidrográfica do Rio da Serra tem suas cabeceiras situadas em remanescentes de mata ombrófila densa em excelente estado de preservação e pequenas propriedades rurais nos trechos médio e final. Tais características permitem o estudo da hidroquímica fluvial sob condições quase que totalmente sem interferência antrópica. Foram adotadas estações de coletas em locais representativos da bacia, e coletadas amostras durante os períodos de seca, intermediário e cheias. Os resultados obtidos foram: temperatura (22,1 – 28,6 °C); condutividade elétrica (34 – 52 µS-cm); oxigênio dissolvido (35 – 110%); pH (3,8 – 7,7); TSS (1,1 – 20 mg-L); clorofila-a (1,0 – 9,2 µg-L); N total (74 – 580 µmol-L); N particulado (60 – 550 µmol-L); N-NO3 (0,1 – 9,3 µmol-L); N orgânico dissolvido (4 -70 µmol-L); P total (5,3 – 47 µmol-L); P particulado (4,4 – 59 µmol-L); P-PO4 (0,1 – 0,7 µmol-L); P orgânico dissolvido (0,01 – 2,0 µmol-L); silicato (30 -90 µmol-L); coliformes fecais (80 – 700 UFC-100 mL). Em termos sazonais oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, nitrato e silicato, apresentaram maiores concentrações no período de seca e TSS no período de cheias. Diferenças no oxigênio dissolvido, temperatura, pH e nitrato foram detectadas nos locais sob influência de áreas alagadas. Ao longo da bacia os resultados evidenciaram a diferenciação entre as cabeceiras e as outras seções revelando o controle da hidroquímica fluvial pela área preservada, principalmente para N e P orgânicos dissolvidos e fosfato.
Ecologia de rios; nutrientes dissolvidos; reserva biológica; áreas alagadas