RESUMO
Os modelos planctônicos compreendem uma ferramenta valiosa para criar hipóteses e realizar predições quanto ao funcionamento dos ecossistemas marinhos. A complexidade destes modelos varia de acordo com o número de variáveis de estado e com a escolha de formas funcionais utilizadas. Nós avaliamos os modelos planctônicos durante os últimos 15 anos (n = 145) a fim de compreender porque eles variam em complexidade, avaliando a robustez dos modelos e descrevendo os estudos de modelagem do plâncton ao redor do globo. Nós classificamos os modelos em quatro grupos: Nutriente-Fitoplâncton-Zooplâncton (NPZ), Nutriente-Fitoplâncton-Zooplâncton-Detritos (NPZD), Estruturado pelo tamanho (SS) e Tipo Funcional Planctônico (PFT). Nossos resultados revelaram que o número de variáveis de estado variou de acordo com a pergunta do modelo; modelos NPZ foram mais frequentemente aplicados em estudos físico-biológicos enquanto que modelos PFT foram os mais utilizados para investigar ciclos biogeoquímicos. A maioria dos modelos se baseou em formas funcionais simples que omitiram 'feedbacks' importantes relacionados à dinâmica de controle populacional do plâncton. Algumas vezes, estudos de modelagem falharam em descrever a análise de sensibilidade, calibração e validação. A importância de testar diferentes formas funcionais foi comumente negligenciada e a falta de dados empíricos influenciou a verificação da robustez dos modelos. Por último, nós destacamos a necessidade de desenvolver estudos de modelagem no Hemisfério Sul, incluindo o Brasil, para promover predições que assistam no manejo dos ecossistemas marinhos.
Palavras-chave: modelagem ecológica; plâncton marinho; complexidade de modelos; trofodinâmica