Contexto:
Não existe consenso em relação ao volume de sangue que pode ser recolhido com segurança em cães doadores, variando de 11 a 25% do seu volume total de sangue (VTS). Até o momento nenhum estudo prévio avaliou o efeito das doações de sangue em animais sedados.
Objetivo:
Avaliar os efeitos hemodinâmicos da recolha de sangue em animais sedados e não sedados, e compreender se esses efeitos eram dependentes do volume de sangue recolhido.
Materiais e Métodos:
Foram realizadas 53 doações de 13% do VTS e 20 doações de 15% do VTS em cães sedados com diazepam e ketamina. Adicionalmente, um total de 30 recolhas de sangue de 13% do VTS e 20 recolhas de 15% do VTS foram realizadas em cães não sedados. Antes e 15 minutos depois das doações de sangue, foram registadas as pressões arteriais, medidas de forma não invasiva, e a frequência do pulso.
Resultados:
Após as doações, as frequências do pulso aumentaram significativamente em ambos os grupos sedados, com mais intensidade nas recolhas de 15% do VTS. A pressão arterial sistólica diminuiu significativamente nestes grupos, enquanto a pressão arterial diastólica aumentou significativamente nas doações de 13% do VTS. Os cães não sedados revelaram uma diminuição pequena, porém significativa, da pressão arterial sistólica. Nenhum animal desenvolveu sinais clínicos relativos a doação.
Conclusão:
Estes resultados sugerem que as recolhas de 15% do VTS em dadores sedados induzem alterações hemodinâmicas que podem comprometer a segurança deste procedimento, enquanto em cães não sedados as dádivas parecem não ter efeitos deletérios.
doação de sangue; cão; sedação; volume